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Travessia Petrópolis-Teresópolis


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Bom, certamente há inúmeros relatos e dicas desta travessia aqui no fórum, mas creio que algumas informações podem ser úteis de compartilhar com outros travessiantes de primeira viagem como eu ;P

 

Meu background de preparo físico:

-nunca havia feito uma travessia longa de mochilão. Mas já fiz e faço muitas trilhas curtas incluindo com mochila pesada (a trabalho, sou bióloga).

-me considerei com bom preparo físico pois faço musculação e muito exercício em casa e tô bem acostumada a caminhar e fazer trilha curta como já mencionei.

 

Resumo da minha bagagem:

-não quis levar barraca para evitar sobrecarga. aluguei barraca lá do Parque, é bem prático, vc chega e ela já está montada.

-levei minha mochila T&R crampon 68. Porém recomendo levar uma mochila menor (caso como eu tb não leve barraca), só não o fiz pois a menor que tenho está muito detonada e é pouco prática pra carregar o isolante por fora e tal.

-isolante, foi daqueles mais simples da Nautika. O saco de dormir tb é da Nautika modelo micron X-lite, deu pra dormir bem, creio que pegamos uns 6 graus - se estivesse mais frio, talvez tivesse que acrescentar uma mantinha ou aqueles lençóis de seda para isolar melhor.

-roupas: levei o mínimo possível. fui com uma legging grossa com short por cima (que é bom pra sentar quando o chão tá úmido e suja menos a calça,fica melhor pra usá-la de novo), camiseta dri-fit e meia de trekking (da lupo). Levei mais uma calça, uma calça segunda pele (tipo meia calça grossa), uma blusa fleece, uma blusa segunda pele, mais 2 camisetas leves tipo dri-fit, e um casaco mais pesado, forrado por dentro e impermeável (de uma marca desconhecida que comprei na europa baratinho, mas de boa qualidade ::cool:::'> ), luvas, gorro, e meias incluindo um par de meias de lã pra dormir. além de toalha de microfibra e roupas íntimas... Ah, e as botas que usei foram da Nômade/Vento modelo Titã. Eu adoro essa bota, comprei há 1 ano e meio quando trabalhava/morava na Amazônia pois ela é bem impermeável (e lá tudo molha né), mas também é ótima para as trilhas em morros e rochas.. tem boa aderência, é confortável, meu pé se adapta muito bem nela :o)

-necessaire com itens de higiene e remedinhos.

-chinelo pra usar dentro do abrigo quando for tomar banho e cozinhar.

-lanterna.

- comida básica: miojo, polenguinho, barrinhas de cereal, bananada, amendoim, sopinha em pó, bolachas e chá e um sanduba para o primeiro dia. levei duas garrafas de 500 ml, pois me conheço e não sou de ficar bebendo muita água, pra mim foi suficiente, não fiquei sem água e tem pontos na trilha pra reabastecer. Mas por precaução é melhor levar 1,5 a 2 L...

E no fim das contas, pesei na balança aqui de casa e minha mochila ficou com 8,6 kg.

 

Guia:

como eu ia só com uma amiga, não tinha experiência e nunca havia feito a travessia, achei mais que prudente tratar um guia.... daí acertei com o condutor Alfredo Rebello, encontrei ele na lista do Parnaso e foi uma escolha um pouco às cegas pois antes só havia visto (aqui no mochileiros) recomendações do Geovane (que eu conheço do Trilha Carioca, e ele tb é ótimo mesmo, estava guiando tb no mesmo fim de semana que fui) e do Luciano Mateiro (que conheci durante o caminho e tb pareceu muito gente boa). Resultou numa ótima escolha, eu adorei!! O Alfredo é ótimo e eu suuuper recomendo ele, conhece muito bem não só a travessia mas todo o parque, tem muita experiência. Além disso ele é muito tranquilo, do bem, super atencioso e paciente com a gente, incentivador e com muita coisa interessante pra contar - ele também é educador ambiental.

 

Saímos da portaria em Petrópolis às 10 da manhã. O primeiro dia é definitivamente o "pior", rs. Até o Ajax a subida é bem pesada e é quando você ainda está se habituando a levar aquele peso todo nas costas... e ainda rola um leve efeito da altitude, com o ar ficando mais rarefeito, fiquei meio sem fôlego em algumas partes e a frequência cardíaca disparou :D mas indo devagar é de boa... depois do Ajax, apesar de ainda ter uma subida puxada da Isabeloca, achei muito mais tranquilo! Chegamos no Açu umas 16h e pouca, segundo o Alfredo fizemos num ótimo tempo ::otemo:: e conseguimos apreciar o pôr do sol lindo lá em cima.

O segundo dia foi maravilhoso!! Saímos do Açu as 8 da manhã após ter visto o nascer do sol e tomar café da manhã. Apesar de ter os famosos trechos difíceis do cavalinho e do elevador, não são tããão difíceis assim, com a ajuda do Alfredo tiramos de letra!... e as paisagens, ah, são as mais lindas da travessia! Fiquei maravilhada! A caminhada não foi tão puxada quanto no primeiro dia... Fizemos umas três paradinhas para descanso, fotos, lanche...além de micro-paradinhas quando tinha alguma subida mais cansativa pra recuperar o fôlego, rs.

Chegando no Sino umas 15h20 se nao me engano, já preparamos o miojo e tomamos banho, pois o abrigo estava cheio e sabíamos que mais tarde a cozinha do abrigo estaria confusa - tava lotado de gente lá. Infelizmente tinha muito nevoeiro e não fomos ver o pôr do sol, porém já de noite andamos até a Pedra da Baleia que é bem pertinho do abrigo, para ver as luzes da cidade lá embaixo e o céu estrelado... bem lindo ::hãã::

Na manhã seguinte novamente muuuuita nuvem e vento, mesmo assim levantamos as 5h pra subir até o Sino a tempo do nascer do sol. Nao deu pra ver nada.. :( mas tudo bem, não poderíamos deixar de subir lá, que é o ponto mais alto da travessia :) Depois voltamos ao abrigo para café da manhã, saímos de lá umas 8h30 para começar a descida até Teresópolis... a descida não tem nenhum mistério, super tranquila em curvas de nível... chegamos lá na barragem, na sede Teresópolis, por volta de 12h40.

 

Como foi minha primeira trilha longa estava meio paranóica e com receio que ficasse com algum problema nos joelhos ou que minhas costas fossem doer demais. Mas nada... sobrevivi super bem :) Só um pouco de dor no pé na descida pra Terê, e um incômodo nos ombros, mas de resto.... nem a panturrilha ficou doída, minhas pernas aguentaram super bem, fiquei muito satisfeita ::otemo::

 

Então é isso, pra quem nunca fez, não fique com medo... vá no seu ritmo, caminhe com atenção, tente levar pouco peso, e vá com alguém que tenha experiência!! Não vai se arrepender pois é fantástico!! Vale muito a pena, a serra dos Órgãos é maravilhosa e estar em contato com a natureza assim não tem preço :)

 

Ah e deixo aqui ainda o contato do Alfredo condutor da travessia caso alguém precise https://www.facebook.com/educatrilha.educacaoeaventura?fref=ts

alfredojoserebello@yahoo.com

 

Abraços!!

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