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Roraima, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Amapá


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Boa tarde Mochileiros,

 

para quem ama viagens como eu, procura informações sobre os roteiros... e um dos roteiros com menos informações é este das Guianas e Suriname, pode ver pelo tanto de post que tem do Peru comparado com este...

 

mas vamos lá... eu busquei muita informação, inclusive em sites em inglês e achei muito poucas informações, portanto vou colocar aqui como foi minha viagem de 12 dias por estes lugares... não sou tão detalhista, vou tentar colocar as informações mais relevantes, que é as que se referem a como chegar e passar pelos países, porque em relação ao que ver nos locais, são informações mais fáceis de conseguir e também varia com o gosto do viajante, eu por exemplo gosto de museus, tem gente que não faz questão nenhuma de ir em museus... então segue as informações.

 

Roraima

 

Eu atualmente moro em Porto Velho, portanto um voo para Boa Vista não foi tão difícil de conseguir, teve escala em Manaus. Não vou me demorar muito aqui, porque informações do Brasil são fáceis de conseguir. Eu cheguei de na hora do almoço e em vez de pegar um taxi, porque achei caro e estava afim de economizar, fui a pé até uma parte da cidade e peguei uma espécie de coletivo, que é de carro mas não é taxi. No aeroporto peguei a dica de um hotel que me cobrou R$ 80,00 para um quarto com tv e ar condicionado e café da manhã. Passei a tarde dando uma volta na cidade, a maior parte do tempo a pé. De noite usei o ônibus. Dica, levar guarda chuva, região amazônica sempre chove... eu fui em julho, e tomei uma chuva desgraçada. No dia seguinte, passei um pouco mais e peguei o ônibus para Bonfim, cidade de fronteira com a Guiana. Paguei R$ 20,00. Almocei na rodoviária mesmo. Detalhe, antes de viajar troquei uma parte do dinheiro para euro. Já tinha uns euros de antes. Recomendo já levar, porque deu muito trabalho para achar local para trocar euros na cidade.

 

Guiana

 

Quando cheguei em Bonfim me informei sobre ir a fronteira, tive que pagar um taxi até a fronteira. O ônibus na verdade te deixa na fronteira brasileira. Lá eu peguei um taxi de um guianense (que falava umas palavras de português, mas eu falo inglês fluentemente, e isso ajuda muito) que me levou do posto da Polícia Federal (lá você carimba a saída do país, alguns sites me disseram que era importante isso). Lethem é a cidade de fronteira da Guiana. Lá o taxista me deixou num local para comprar passagem em uma van até Georgetown. Se você tiver com o tempo apertado que nem eu estava, sugiro que vá de avião, apesar de ser quase o dobro do preço, eu fui de van, mesmo sabendo pelos relatos de viagem que demoraria até 18h a viagem. Arrisquei. Minha viagem demorou 25h... a estrada é terrível, muita chuva e lama e buracos no caminho. Fui mais pela emoção da viagem.

Gastei pouco com comida no caminho, uma que tem poucas opções, segundo não confiei muito nos locais que paramos (passei muito mal em mochilão pela Bolivia, então sou meio traumatizado) e terceiro, eu levei uns lanches do Brasil na mochila, foram muito úteis e me ajudaram a economizar.

Detalhe muito importante, é necessário ter a vacina contra febre amarela, basta ir num posto de saúde qualquer e tomar lá, é gratis. Depois vá até a ANVISA e pegue o cartão internacional de vacina, grampeie isso no seu passaporte para não perder. Durante a viagem de van, eles olham em vários lugares (espécies de blits) seu passaporte, sua bagagem e pedem a vacina. Eu estava com a vacina, mas vacilei e tomei apenas 3 dias antes da viagem, e ela só tem validade depois de 10dias que você tomou (por sorte nenhum policial me questionou sobre isso). Vi um outro brasileiro sendo deportado porque não estava com a vacina. Peguei uma van de um motorista muito enrolado, demoramos mais do que o necessário, também tivemos perda de tempo porque uma das passageiras estava com um monte de muamba do Brasil que levava para vender lá e teve uns problemas com impostos locais. Isso nos fez chegar atrasados no, aparentemente, único hotel perto da balsa, não tinha mais local para dormir, ficamos amontoados na van (não consegui dormir a noite). Enfim depois de muito tempo chegamos em Georgetown.

Lá eu já tinha feito a reserva num hotel chamado Julian Guesthouse, paguei $45 dólares. Mas confesso que não deveria ter feito a reserva, porque descobri que para mochileiros tem um quarto mais barato ($18).

Dei uma volta pela cidade. Anteriormente eu tinha reservado por email o passeio para Kaieteur Falls, é a única coisa que achei de interessante para ver no país e vale a pena. Mas cometi um erro, acabei, sem querer reservando numa agência de viagens o passeio, poderia ter feito direto com a companhia aérea air services) paguei $200 dolares mas poderia ter pago $155. Reserve antes por e-mail porque não tem muitas vagas.

Só fiz a reserva no Julians Guestehouse porque num relato do TripAdvisor dizia que o cara tinha ajudado a conseguir uma van para Paramaribo. E foi o que aconteceu, por isso no fim das contas valeu ficar lá.

 

Suriname

 

O Julian fez os arranjos e eu paguei $60 para viajar de Gerogetown até Paramaribo. Tinha lido vários relatos do quão difícil foi para alguns irem pegando alguns ônibus de cidade em cidade, passar pela balsa, passar pela fronteira e depois conseguir chegar em Paramaribo, achei que se o cara do hostel me ajudasse com alguém que fosse direto seria melhor. E esse conforto valeu a pena, e o preço não foi caro pela distância e por todo o apoio que o motorista deu. Em Suriname demorou um tempão a fila da imigração, e fiquei até com um pouco de medo de me barrarem, importante levar dinheiro para pagar uma taxa de entrada. Esqueci de anotar o valor, mas acho que ligando na embaixada da para descobrir. Aliás, o motorista me ajudou com isso, porque troquei o dinheiro bem contadinho para não ficar com dinheiro da Guiana a toa, faltou um pouquinho e o motorista completou para mim.

Em Paramaribo, o único hostel que achei na internet foi o Albergo Alberga. Paguei o quarto mais barato para duas noites e gastei 40 euros. Esse hostel é bem localizado e pude visitar todas as principais atrações da cidade a pé. Me ajudaram com as informações para cruzar a fronteira. Em Suriname falam holandês, mas muitas pessoas falam um inglês razoável. Se você não fala nada de inglês, sugiro estudar bastante antes, ou ir com alguém que saiba, eu viajei sozinho, mas falo inglês e não tive grandes apertos na Guiana e no Suriname que fala oficialmente holandês e criolo. Tinha levado euros e troquei para a moeda local numa casa de câmbio no centro. Gastei uns 20 e poucos euros com alimentação e pequenos gastos nos dois dias que passei por lá. De manhã bem cedo, tipo 5:30h começam a dar senhas para você pegar um ônibus para a fronteira, sem essa senha você não consegue pegar o ônibus e elas acabam rápido. Então corri para lá cedão e peguei minha senha. Voltei ao hostel, dormi mais um pouco, arrumei minha mala, tomei café e voltei para a rodoviaria. Lá chegou a minha senha, entrei num mini ônibus que não tem bagageiro, tive que levar minha mochila no colo, e o ônibus vai lotadasso, muito ruim ficar três horas com minha mochila no colo, ainda bem que levei só uma mochila. Paguei 2 euros para chegar na cidade de Albina. Lá eu cometi um erro idiota, esqueci de carimbar meu passaporte, tudo porque para ir até a Guiana Francesa, tem uns barquinhos que cruzam o rio e do outro lado já é França. Só que não vi posto nenhum de fronteira e como tem aqueles famosos "ajudadores" a encontrar um barco acabei entrando. Paguei 2 euros para chegar do outro lado, mas lá lembrei da questão do passaporte, que é importante. Outro erro foi que eu já tinha combinado com um motorista de van para ir até Kourou, ele disse para deixar a mochila com ele que não tinha problema, voltei para o outro lado do rio (mais 2 euros) carimbei meu passaporte, e peguei outro barco para o lado francês (outros 2).

 

Guiana Francesa

 

o grande problema é que o terceiro barqueiro me deixou num local diferente de onde eu tinha deixado minha mochila com o motorista, aí passei uns 40min literalmente correndo atrás de achar o motorista, devo ter corrido fácil uns 3km de calça jeans num calor de 38º. Portanto não esqueçam de carimbar o passaporte em Albina antes de cruzar de barco. em St. Laurent du Moroni. Detalhe muito importante, PRECISA DE VISTO PARA BRASILEIROS. Eu sabendo disso, meses antes da viagem aproveitei uma viagem a trabalho que tive de Porto Velho a Brasilia e fui na embaixada e peguei meu visto. Eles pedem uma pá de documentos (está tudo especificado no site da embaixada). Detalhe um deles foi seguro viagem, que eu acabei fazendo com uma agência de viagens em Brasilia mesmo, e fiz umas reservas de hotel sem custo pelo booking.com e depois cancelei logo após receber o visto. Na embaixada fui atendido totalmente em português. Voltando a St. Laurent, com esse motorista, quando finalmente o encontrei, ele já estava com a van cheia e 20min atrasado de seu horário (disse para mim que iria sair para Kourou às 11h) entrei na van, vi que eles estava saindo da cidade e informei que não tinha passado no Polícia de Fronteira ele ficou super puto comigo e fez o retorno. DETALHE IMPORTANTE, QUASE NÃO FALAM INGLÊS NA GUIANA FRANCESA, tem uns dominicanos e alguns brasileiros, portanto se você não fala nada de francês, terá que procurar ou ter sorte de encontrar esses para se locomover porque é muito difícil só com o inglês, eu falo francês básico, mas suficiente para me defender. Enfim, o motorista me levou na Polícia de Fronteira, chegando lá, me pediram o passaporte e mostrei o visto da embaixada... só que o policial resolveu que além do visto eu devia mostrar todo aquele monte de documentos que levei na embaixada (não tinha nenhum comigo, só o passaporte mesmo) aí demorei uns 5min para convencer o guarda a me deixar passar, isso ao som de buzinas do motorista puto por conta do atraso. Finalmente me deixaram passar. Paguei 25 euros na viagem. Lá em Kourou eu não tinha reserva, mas tinha visto o nome de um hotel barato na internet e pedi para me levarem lá. Descobri que os hotéis são meio espalhados pela cidade, e que nenhum é perto do porto onde saem os catamarãs para a Ilha do Diabo que é onde eu queria ir. Sorte que tinha um único quarto disponível, na verdade uma kitchnet enorme que paguei 75 euros, no dia seguinte esvaziou um quarto e paguei 55 euros no hotel Balahou. Sugiro melhores pesquisas de hoteis do que a minha. Outro detalhe, as coisas são longe uma das outras em Kourou e não vi transporte público, tudo que rodei foi a pé ou de taxi (que é caro mas necessário em alguns momentos) cada viagem de taxi foi 10 euros. Lá no hotel, pedi para me ajudarem com a reserva para a viagem para a ilha do diabo. As agencias me informaram que não tinha mais vagas para o dia seguinte. Fiquei desesperado porque tinha só 12 dias de férias para chegar em casa e voltar a trabalhar, além da própria passagem da avião já comprada. Mas a moça do hotel (que não falava inglês) me disse para ir lá na fé no dia seguinte. Eu fui e falei com as agências, por ser julho, baixa temporada estava trabalhando só com metade da capacidade. Faltando 15min para sair (eu fiquei esperando até o último minuto de esperança) faltaram dois passageiros e pude fazer o passeio, que me custou 43 euros, mais 20 euros pro almoço e mais 7,50 para pagar um guia pela ilha (esse guia não é obrigatório, mas como disse gosto de museus e queria os detalhes históricos). O passeio valeu muito a pena, é a única coisa que vale a pena ver na Guiana Francesa. O guia era em francês, mas como só eu decidi pagar o tour para o senhorzinho aposentado do governo francês, ele falou em inglês comigo (um inglês horrível, fora que as vezes dava um bug nele e esquecia de falar inglês e disparava no francês). Voltei pro hotel, como disse, peguei mais um taxi por 10 euros, só que detalhe, não tem ônibus na cidade (pelo menos não vi) e quando saí do passeio já era de noitinha, um funcionário do porto me ajudou a ligar para um taxi que veio me buscar. Saí por perto do hotel para jantar e gastei 9 euros (sou bem econômico). O pessoal do hotel marcou uma van para eu ir para Cayenne. Na hora marcada (na verdade até um pouco antes, o que quase me complicou) passaram lá. Gastei 10 euros para ir até Cayenne, mais uma vez, tinha visto um hotel pela internet, mas sem reservar, fui a pé pela cidade e cheguei no hotel. Paguei 75,80 (não achei outro mais barato) mas poderia ter procurado mais. A viagem até Cayenne durou 3h, rodei pela cidade durante o dia e no dia seguinte um pouco mais, até pegar uma van num ponto de vans que vão para Oiapoque. Na cidade não tem quase nada para ver, gastei dinheiro em pequenos mercados para me alimentar e restaurantes baratos indicados pelos brasileiros que conheci. Gastei 30 euros na van até Oiapoque, mas tive que esperar encher a van até o cara sair. Lá, eu carimbei meu passaporte, almocei e peguei um barquinho para cruzar o rio. Tem uma ponte que foi construída pelos dois governos, os relatos da internet não me davam certeza da inauguração. A ponte dá para usar, mas não funciona porque do lado brasileiro não construíram uma alfandêga (um absurdo a corrupção do nosso lado, especialmente no estado do Amapá, manipulado por Sarney). Paguei 5 euros nessa travessia.

 

Amapá

 

lá, vi que o ônibus para Macapá era uns R$100,00 e que uma 4x4 era R$150,00. Só que como julho é época de chuva a estrada (toda de terra) fica muito enlameada e atola muito (constatei que é verdade) os ônibus chegam a demorar 18h para chegar (lembrando da minha experiência na Guiana), resolvi pegar a 4x4, tem várias perto do rio, e fechei com uma. O motorista deu uma sacaneada pois tivemos que esperar umas duas horas outras clientes dele, e quando encontramos essa pediram para almoçar, mais espera. No total demoramos 12h de viagem ao som de muito tecno-brega (não aguentava mais, e o motorista não quis trocar de música mesmo com pedidos sutis de minha parte). Ele também parou para comprar açaí (pode isso?) só que não achava o local certo no meio da floresta, paramos em três barracos diferentes, só que isso já era de noite. Enfim, chegamos em Macapá e ele me deixou no hotel mais barato que ele conhecia da cidade, por sorte tinha vaga. Em Macapá fui nos locais que tinha nos sites de turismo brasileiros, não tem dificuldade para encontrar informações.

 

espero ter contribuído para você que pretende fazer essa viagem pela rota menos explorada, abaixo dicas que destaco:

 

- tomar vacina amarela pelo menos 10 dias antes da viagem

- ter a carteira internacional de vacina da ANVISA

- tirar o visto da Guiana Francesa antes de viajar, não tem como entrar sem visto e nem como tirar o visto lá. Pedem um monte de documentos, que vale a pena levar numa pastinha na sua mochila.

- não esquecer de passar nas alfândegas e carimbar o passaporte sempre que sair de um país e entrar no outro

-cuidado com as trocas de câmbio

-só o inglês não basta para essa viagem, precisa saber o básico de francês

-pesquise os hotéis antes mas não feche necessariamente, porque lá se encontra mais barato, mas há o risco de não ter vaga

-feche os pacotes de passeio se possível daqui do Brasil (Kayeteur Falls e Ilha do Diabo) pode não haver vaga na data

leve dolares americanos e euros com você, se possível tudo que vai gastar já trocado antes de chegar em Roraima.

 

minhas informações são de julho de 2016

bom proveito

  • Gostei! 3
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  • 3 semanas depois...
  • 1 ano depois...
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Massa seu relato!! Estou me organizando em conhecer a América do Sul, mas tudo a pé e na base da carona, e a princípio sozinho. Como é a questão de pedir carona nas Guianas e Suriname? É um hábito de boa ou é meio "não aconselho a fazer"? Levando em conta que sou mulher alone heau

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  • 4 meses depois...
  • Membros

Eu estava planejando pra esse ano, mas vou ter q deixar pro ano q vem, enquanto isso vou melhorar meu frances!!!
Seu relato saiu mais completo q os q eu tinha visto em sites gringos.
O foda pra mim sao os documentos, nao tenho trabalhado formamente por anos, espero q isso nao me foda!!!
To a caminho de Bogota, dai passo na embaixada da frança e faço umas perguntas sobre esse tema.

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  • 1 mês depois...

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