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Carretera Austral, Paso Mayer, Chaltén, Calafate, TDP e Ushuaia - 17445km de Bandeirante


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Olá amigos!

 

Inicio agora mais um relato no fórum. Dessa vez a viagem foi para o extremo sul do mundo. Os destinos eram a Ruta dos Siete Lagos na Argentina, a Carretera Austral no Chile, a tentativa de travessia do Paso Rio Mayer, trekkings em El Chaltén, El Calafate e Torres del Paine, e a chegada até o fim da estrada mais austral do mundo, a Ruta 3.

 

A viagem foi planejada em 15650km, para ser realizada em 28 dias, com 2 reservas. Devido alguns imprevistos e alterações no trajeto, foi realizado 17445km em 33 dias.

 

O custo total foi de R$ 9.082,63, contando com combustível, alimentação, balsas, pedágios, hospedagem, campings, passeios, dinheiro levado em espécie, saques, compras no crédito, IOF.. Ao longo do relato vou detalhar os principais gastos.

 

O trajeto, simplificado, foi:

 

Sair de Vitória-ES e ir até Junin de Los Andes;

Percorrer a Ruta dos Siete Lagos;

Atravessar pro Chile e subir o Vulcão Osorno;

Percorrer toda a Carretera Austral, parando em diversos pontos para realizar trekking;

Atravessar a fronteira pelo Paso Rio Mayer;

Fazer trilhas em El Chaltén;

Realizar o Ice Trekking em El Calafate;

Fazer trilhas em Torres del Paine;

Seguir até Ushuaia, no fim da ruta 3;

Retornar ao Brasil pela ruta 3.

 

O 'carro', mais uma vez, foi minha Band curta 94. Minha band é original de motor, 14B aspirado, e completa de fábrica, com 5 marchas, ar quente e frio, direção e contagiros. As únicas mudanças são os jumelos dianteiros, que são invertidos, e o eixo traseiro, que é flutuante. Não possui bloqueios e tem relação 9x37. Utilizo pneus 31" BFGoodrich AT.

Para essa viagem, comprei uma barraca de teto da Camping's World, o modelo de entrada, mais barato.

Levei fogareiro, gás e comidas fáceis de serem preparadas.

Algumas peças de reposição pro carro, como correias, fusíveis, tampa do radiador, mangueiras, fitas, abraçadeiras, parafusos e porcas diversas, cabo de chupeta, fluido de radiador, fluido de direção, fluido de freio, militec, filtros de óleo, diesel e ar, lâmpadas de seta e faróis. Além de chaves e ferramentas diversas para manutenção.

Itens offroad como cinta de reboque, manilhas, pá, picareta, além do guincho instalado na Band.

 

Durante toda a viagem eu usei o rastreador SPOT Gen3, que marca a sua localização a cada 10min e mostra em um mapa do google maps, em um link público ou privado. Além disso tem funções de mensagens pré programadas para serem enviadas para emails e celulares, e um botão com pedido de SOS que chega em uma central mundial de resgates.

 

Questão de dinheiro. Levei certa quantia em espécie, real. O resto fiz saques internacionais e alguma coisa no crédito. Dei sorte que o dólar caiu absurdamente durante esse último mês e me ajudou nesses quesitos.

 

Então é isso. Vou começar nos próximos posts a relatar e mostrar as fotos e experiências de cada lugar.

 

Abraços

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Bom, vamos lá.

 

Saímos de Vitória às 4.30h da manhã e o objetivo era chegar até Registro - SP. Eram 1170km que foram cumpridos sem muita dificuldade. Era feriado, Sábado de Aleluia, as estradas estavam vazias. Não que eu colocasse 130 na band hehe mas dava pra manter bem o ritmo. Ritmo esse que costuma ser 90km/h no velocímetro, que resulta em torno de 83km/h no GPS. Gosto dessa velocidade porque resulta em um consumo bom e não faz o motor girar muito, ficando aí na casa dos 2000RPM.

 

Abasteci um dia antes e completei os tanques. Esqueci de dizer, a band tem dois tanques, o original de 63 litros e um adaptado atrás dos amortecedores, de 80 litros. O de 80 litros é da Metalúrgica CLA, feito sob medida pro espaço, encaixa muito bem. São interligados pelos drenos por uma mangueira, o que às vezes me deixa preocupado com algo agarrar ali e arrebentar a mangueira. Mas fica meio protegido pelo eixo e travessas de baixo do carro.

 

Geralmente não consigo completar o dianteiro, é danado pra afogar. Acredito que consiga andar com uns 120 litros pelo menos.

 

Como dizia, abasteci um dia antes 74,793 litros, 223,64 reais, 2,99 por litro, com o odômetro marcando 3543,4 km.

 

Nesse trecho parei pra abastecer próximo de São José dos Campos. Foram 92,19 litros, 258,03 reais, 2,799 por litro, com o odômetro marcando 4414,6 km.

 

Optamos por passar pelo rodoanel, uma vez que não sabíamos como estaria o centro de SP. Ótimo, não havia uma alma viva na pista.

 

Chegamos em Registro e dormimos em um Graal, que era bem grande e nos deixaram armar a barraca no fundo, próximo dos caminhões. Havia banho quente gratuito.

 

O dia teve aproximadamente 91 reais de pedágios.

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Saímos de Registro bem cedo, pegamos a estrada, porém hoje já encontramos trânsito. Principalmente no trecho do litoral catarinense. Muita gente que tinha ido passar o feriado de Páscoa nas praias estava voltando pela 101 pra Porto Alegre e região.

 

O objetivo era seguir até São Gabriel, no RS. Porém conseguimos chegar só até Porto Alegre. Dormimos na casa de uma tia minha.

 

O abastecimento do dia foi de 75 litros, 217,42 reais, 2,89 o litro e o odômetro marcava 5325,9km.

 

Nesse momento, estávamos em dúvida se iríamos chegar até a Argentina, atravessando o Uruguai, passando por Santana do Livramento, ou por Uruguaiana, pegando a fronteira e todos os seus policiais corruptos de Entre Rios e Corrientes. Meu amigo Engels, que estava uns dias na minha frente e iria pra região da Villa Pehuenia, me deu a letra que a estrada dentro do Uruguai estava boa e que dava pra ir numa boa velocidade. Sendo assim, ficou combinado que iríamos pra lá no próximo dia.

 

O dia teve aproximadamente 25 reais de pedágio. Detalhe para o ótimo estado de conservação da BR-101 no trecho gaúcho e catarinense, que não é pedagiado. O último pedágio foi em Palhoça.

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Saímos de Porto Alegre um pouco mais tarde do que queria, porém pegamos uma estrada relativamente boa. Fomos pela BR-290 até Rosário do Sul, onde depois pegamos a 158.

 

Pelo caminho, estávamos procurando um lugar pra trocar o óleo, porém não encontrávamos postos com serviço de troca de óleo, ou então faltava óleo. E logo foi chegando a hora do almoço, e no sul o pessoal fecha as lojas lá pro meio-dia e só volta 2, 3h da tarde. Então só consegui encontrar um filtro diesel, de uma hilux 2.8, que era compatível, e acabei comprando também um jogo de lâmpadas pro farol. Já estava com um queimado.

 

Fiz um abastecimento na 290, foram 70 litros, 205,10 reais, 2,93 o litro e o odômetro marcava 6092,9 km.

 

Chegamos de tardezinha em Santana do Livramento, e antes de atravessar a fronteira, precisava trocar o óleo da band e os filtros. Por azar, a cidade estava sem luz, e os postos BR não tinham rampa, apenas elevador. Ou seja, nada de óleo BR. Parti prum Ipiranga. Lá troquei o óleo, filtros de óleo, diesel e ar, verifiquei os óleos das caixas e acabei trocando a lâmpada logo. Serviço bom, mas o óleo não me agradou. Achei muito fino.. não sei, não gostei da aparência do óleo. Até o marcador de pressão do óleo trabalhou marcando menos. Pode ser só coincidência, mas fiquei incomodado.

 

Consegui mais um filtro de diesel no posto e levei também mais 1 litro de óleo de motor, pra completar durante a viagem. A ideia era trocar de novo depois, na ARG ou CHL.

 

Aproveitei e completei o tanque, uma vez que o combustível no Uruguai e na Argentina estavam mais caros que o Brasil.

 

Foram 20,02 litros, 62,04 reais, 3,09 o litro e o odômetro marcava 6326,2 km.

 

Fizemos um saque em real na cidade e nos dirigimos pra fronteira. Demos algumas voltas até achar a imigração uruguaia. Encontramos alguns cambistas e trocamos 50 reais por pesos uruguaios, na cotação de 8. Teríamos alguns pedágios para pagar no caminho. Também trocamos 300 reais por pesos argentinos, para garantir alguma coisa logo. A cotação foi de 0,27.

 

No uruguai o caminho seria seguir de Rivera até Tacuarembó pela ruta 5, depois tomar a ruta 26 até o encontro com a ruta 3, descer e tomar a bifurcação para a ruta 24, que nos levaria até Fray Bentos, cidade que faz divisa com a argentina Gualeguaychú.

 

Então entramos na imigração, fiz o meu trâmite com o passaporte, e meu amigo entregou a CNH pro responsável, que com uma resposta rápida disse que 'no vale nada' 'no tiene valor'. Bem, ele só tinha trazido a CNH, achou que era o suficiente pra passar pelos países do mercosul.. mas não rolou, e como não tinha trazido nem RG nem o passaporte, ficamos sem poder entrar no Uruguai. Cancelei meu visto e então decidimos seguir pra uruguaiana, tentar entrar por lá.. vai que né...

 

Chegamos em uruguaiana de noite, fomos até a imigração e tivemos a mesma resposta. Sem chance. Só RG ou passaporte.

 

Pois bem. Viagem sem dificuldades não é viagem, não é?

 

Voltamos um pouco e paramos num posto Shell, enquanto decidíamos o que fazer. Como já era noite, não conseguíamos contato com as empresas de transporte expresso. Apenas a informação que o Sedex demorava 3 dias pra entregar o passaporte em uruguaiana. Muito tempo.

 

Dormimos no posto.

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Pela manhã, logo após acordaramos, uma Toyota Hilux nos abordou. Era o casal Endres e Letícia, que estavam indo para Machu Picchu! Conversamos um bom tempo sobre viagens, carros e etc. Logo seguiram viagem.

 

E então começou a busca por uma solução rápida e se possível barata para conseguirmos o RG ou Passaporte.

 

Como o RG do meu amigo também era velho, tinha mais de 10 anos, não iria adiantar nada, precisávamos do passaporte.

 

Nossa primeira tentativa foi ir na polícia civil tentar emitir um RG novo, porém só ficaria pronto depois de 7 dias... descartado.

O sedex demorava 3 dias pra entregar em uruguaiana.. descartado.

O fedex só entrega internacional, eu teria que atravessar a fronteira, ficar em um hotel, pra poder receber o doc.. mas demorava 5 dias.. descartado.

 

A solução foi enviar o passaporte pelo sedex até Porto Alegre, pois em 1 dia chegava lá. Iria ele de ônibus de uruguaiana até POA, pegaria o passaporte na central dos correios e com sorte, voltar em um voo da azul, que saía de lá umas 11.30, caso contrário, voltaria de ônibus e só chegaria de noite.

 

Nisso eu encontrei um hotel com um preço bom e acabei ficando essa noite por lá.

 

No outro dia pela manhã, Jean conseguiu pegar o passaporte com uma certa dificuldade, pois o passaporte tinha chegado mas não tinha sido liberado ainda pra 'entrega'. Depois de explicar a situação pro funcionário dos correios, comover o rapaz, ele liberou a encomenda. Logo já foi indo pro aeroporto. Enquanto eu estava olhando a passagem pelo celular, ele me ligou e disse que não havia mais nada pra comprar na internet. Faltavam menos de 1:30 pro voo. Eu disse que não era possível, pois estava vendo naquele momento a opção de compra. Quando atualizei a página, o voo saiu da lista.. puts, fudeu!! Sem o avião, ele só chegaria de noite em uruguaiana.

 

Liguei pro SAC da azul, expliquei a situação e o cara disse que se chegasse em 10 min, dava pra comprar no balcão ainda, pois já ia abrir o check in. Acho que Jean chegou faltando 1.05 pro voo sair. Conseguiu comprar a passagem e veio de avião.. demorou 1:40 e já estava em uruguaiana.

 

Aproveitei esse período da manhã pra comprar também as faixas refletivas e o adesivo de 110km/h pra band. Não é obrigatório para autos, porém nas picapes parece que sim.. enfim, por via das dúvidas. Comprei e colei.

 

Enquanto isso fiz um abastecimento, pois havia andado de Santana do Livramento até Uruguaiana. Foram 30 litros, 90 reais, 3 reais o litro e o odômetro marcava 6550km.

 

Logo chegou e fomos pra fronteira, fizemos os trâmites e trocamos reais por uma cotação de 4 pesos argentinos. Tava boa a cotação, deveríamos até ter trocado mais..

 

Entramos na ruta 14.. uma das piores em termos de abordagens policiais com intuito de propinas. Fomos parados seguidas vezes, até então tudo ok, foram cordiais. Segundo um cara de uruguaiana, houve uma reportagem da tv gaúcha que mostrou esse problema da fronteira, e então estava mais tranquilo andar de carro por ali.

 

Porém em certa abordagem, os policiais já vieram gritando que o quebra-mato da band era irregular, que iria ser multado, outro policial já saiu da cabine dele com uma câmera na mão fotografando a band... Sem me alterar, argumentei que era um equipamento original do carro(não é, mas realmente aparenta ser), mostrei a fixação no chassis, disse que o quebra mato estava de acordo com a lei argentina, que diz que não pode ultrapassar os limites do carro. Como o chassis da band termina quase 1 palmo depois da grade frontal, realmente estava tudo ok.

 

Se acalmaram, conversaram, fizeram cara de dúvida, olharam 1, 2, 3 vezes... e me liberaram.

 

Dali seguimos até Zárate, chegamos bem de noite e dormimos num YPF. Acho que gastamos uns 50 pesos de pedágio. Mas a estrada é sensacional, tudo duplicado, plana, muito boa mesmo.

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Amanheceu e conhecemos um casal de brasileiros que estavam viajando a américa do sul há alguns meses em um motorhome. Trocamos algumas informações.

 

Abasteci a band. Foram 71,478 litros, 1180,44 pesos, 14,44 pesos por litro e o odômetro marcava 7404,8 km. Esse valor é do comum, o euro equivalente ao s10 girava em torno de 1,5 a mais que o comum.

 

Na argentina, 'petrolero' é carro que usa diesel, portanto na hora de abastecer, diga que quer 'diesel, gasoil, petroleo' e acompanhe o frentista. Eles não conhecem o carro, a Land Cruiser gringa é gasolina, então tem que ficar de olho!

 

Nesse dia, saímos de Zarate e o destino era Neuquen, porém conseguimos chegar só até Veinticinco de Mayo.

 

As estradas eram ótimas, na maioria pista simples, porém o trafego é pouco. Longas e entediantes retas com muito bicho batendo no vidro.

 

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Abasteci um pouco antes de dormir, numa cidade próximo de Santa Rosa.

 

Foram 49,478 litros, 710 pesos, 14,35 pesos por litro e o odômetro marcava 8218,4km.

 

Dormimos em um posto e já começamos a sentir o frio da região patagônica. Nessa noite deve ter feito uns 10º.

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Vamos lá!!! Agora começam as fotos e a expedição toma forma!

 

Saímos de Veinticinco de Mayo logo cedo. Completei os tanques no posto em que dormimos, um BR. Foram 20 litros, 239,80 pesos, 11,99 pesos por litro e o odômetro marcava 8364,5km.

 

Nesse dia identifiquei algo de diferente na band. Vazamento de água nas mangueiras do radiador. Até então não havia baixado uma gota sequer.

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Durante essa noite vazou uns dois dedos. Verifiquei que vazava tanto pela mangueira superior, na saída da válvula termostática, como na inferior do radiador. Como ainda não havia pegado rípio ou buraco, não podia ter afrouxado assim durante a viagem. Não encontrei nenhum motivo aparente. Conferi o aperto das abraçadeiras.. estava tudo ok. Então formulei a ideia de que depois de andar durante mais de 16h, com o motor a quase 90º, o frio da noite fez com que os materiais se contraíssem de algum modo distinto, dando espaço para os vazamentos ocorrerem. Como não era algo tão preocupante, completei e segui viagem. Já na ideia de parar depois de um tempo para verificar como estava.

 

Logo que saí do posto e tomei a ruta 151, tive que parar em um posto de fiscalização sanitária. Ali oficialmente começava a região da patagônia, e então produtos animais e vegetais estranhos, deveriam ser declarados e até mesmo descartados.

 

Disse que não havia nada demais, a moça me cobrou uma espécie de visto sanitário, que contemplava uma 'dedetização' do veículo com algum produto químico lá. Nada foi feito, apenas me cobrou o dinheiro e me entregou o comprovante. Ok..

 

Seguimos até chegar em Piedra del Aguilla, onde paramos pra almoçar. Comemos uma boa parrilla. A cidade é bonita, tem várias formações rochosas interessantes.

 

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Dali fomos até encontrar a ruta 234, que margeia um bonito lago.

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E logo em seguida chegamos no começo da pequena serra que nos leva até Junin de Los Andes. Já podíamos apreciar as cores do outono patagônico. Árvores e o chão repleto das suas suas folhas amareladas. Já havia mais vida. Animais nos pastos, rios, córregos. Em questão de alguns km, deixamos a aridez e entramos em outro mundo.

 

Chegamos em Junin e paramos num posto pra abastecer. Foram apenas 20,114 litros, 275,2 pesos, 13,68 pesos por litro e o odômetro marcava 8941km. Nesse abastecimento já coloquei um pouco de anticongelante no diesel.

 

De Junin, seguimos até San Martin de Los Andes, onde se inicia(ou termina) a Ruta dos Siete Lagos. Chegamos de tardezinha e fiquei encantado com a cidade. Simplesmente encantadora, linda! As casas muito bem feitas, uma arquitetura muito bacana! Cidade limpa, bem arrumada, com muitas lojas de aventura e bares/restaurantes. Com certeza é uma cidade que vive de turismo.

 

Paramos na cidade e fomos atrás de um chip de celular, da Movistar, que segundo o casal do motorhome, era o que tinha melhor sinal. Encontramos uma loja da Movistar, mas que não vendia o chip, só fazia recarga (????). Tivemos que procurar um quiosco(espécie de lojinha) que vendia o tal chip. Encontramos no quiosco o chip, 25 pesos, porém o quiosco só vendia o chip, não fazia recarga (?????). Então tivemos que voltar na outra loja, para poder fazer a recarga. Tem uma promoção bacana, tu coloca um valor de 40, 50 ou 60 pesos, e o saldo é multiplicado por 4, 5 ou 6 vezes o valor. E a internet custava 4,5 pesos por 50mb. Ou seja, numa recarga de 60 pesos, multiplicado por 6 na promoção, dava um total de 4gb de internet!! Super barato.

 

Nesse vai e vem de loja, demos mais algumas voltas na cidade, e realmente, era muito bonita.. no inverno deve ficar incrível, porém com um movimento danado de turistas.

 

Detalhe que desde Junin, já estávamos na ruta 40!! E ela cortava a cidade de San Martin, e claro, havia a lendária placa!

 

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Já estava chegando nas últimas horas de sol do dia. Seguimos a ruta 40 e logo que saímos da cidade nos surpreendemos com o incrível Lago Lacar e sua estrada encravada na encosta da montanha.. pegamos o pôr do sol na hora certa, o lago estava lindo e várias pessoas estavam correndo pelo acostamento ou então sentadas, tomando um mate, apreciando o fim do dia.

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Procurei pelo GPS e encontrei um camping aparentemente próximo do lago. Continuamos a estrada e aproveitei pra fazer um pequeno timelapse até chegarmos no camping.

 

O camping era na verdade, na beira do lago.. uma vista incrível! Estava super vazio, só havia mais um casal por lá. Contava com banheiros quentes, luz, energia, local pra fazer fogueira, pias pra lavar panelas.. excelente. Custou 110 pesos se não me engano.

 

Parei a band na beirada do lago, armamos a barraca e preparei uma janta com miojo, molho de tomate, sardinha e linguiça frita. Bom DEMAIS! Tava muito bom.. tô lembrando aqui agora daquela comida... tava realmente bom!

 

Tirei algumas fotos noturnas do céu e logo fomos dormir. Uma noite excelente, sem ventos e com uma temperatura agradável.

 

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Passou a noite e o sono foi tranquilo. Não senti frio, porém Jean reclamou um pouco.

 

O amanhecer no camping é incrível, o lago é de um azul lindo. O dia prometia ser muito bom, sem nuvens no céu e pouco vento.

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Pela segunda noite havia vazado água no radiador. Mesma quantidade. A band pegou de segunda, dando uma aceleradinha. Deixei funcionar um tempo bom e verifiquei que o vazamento parava com o carro funcionando. Nesse dia percebi também que o reservatório da DH estava expulsando óleo pelo suspiro da tampa. Dei um aperto na tampa, tava meio frouxo e fiquei de olho durante o dia.

 

Arrumamos as coisas e voltamos na cidade de San Martin. Compramos algumas coisas na padaria, e com medo de encontrarmos um diesel muito caro em bariloche e villa la angostura, completamos os tanques. Foram mais 29,272 litros, 400 pesos, 13,76 pesos por litro e o odômetro marcava 9002,3km.

 

Então voltamos pra ruta 40, sentido Villa La Angostura. Esse trecho de quase 100km é o chamado de Ruta dos Siete Lagos. Na verdade existem mais que 7 lagos pelo caminho, mas 7 são os principais e mais bonitos. Alguns ficam na beira da estrada, outros precisam de um trecho de chão até chegar. Porém as estradas são boas, a piorzinha no dia foi a do Lago Espejo Chico, que tinha uns buracos de tamanho razoável.

 

Irei focar nos que me chamaram mais a atenção, pois alguns são parecidos.

 

Começamos passando novamente ao lado do Lago Lacar, como no dia anterior, continuava lindo.

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Depois do Lago Lacar, seguimos uns 25km e encontramos a entrada pro Lago Meliquina. Uma curta trecho de rípio na ruta 63 nos levou até um belo ponto para fotografar o lago. O Meliquina tem uma linda água transparente nas bordas, e alguns metros pra dentro já se torna bem fundo e de um azul forte.

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Voltamos pra ruta 40 e passamos ao lado de outros lagos, a maioria de um azul escuro e sempre rodeados de montanhas e florestas.

 

A estrada é excelente, porém é impossível andar rápido. As paisagens são incríveis e tudo te prende a atenção. Mesmo sem neve nos cerros, tudo forma uma bela vista.

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O próximo lago que gostaria de salientar, é o Lago Trafull. Tomamos a ruta 65 e seguimos uns 15km até encontrar um pequeno lugar entre a floresta, na beira do lago, em uma praia. Incrível a vista desse lugar! Um pequeno píer, as montanhas ao fundo e a água cristalina formavam um belo cartão postal.

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Já eram quase 3h da tarde, decidimos seguir até a Villa Trafull, na mesma ruta, procurar um local para almoçar e conhecer a Villa. Não é muito conhecida, porém merecia ser! É uma vila bem charmosa, parece oferecer boas hospedagens e oferece diversos passeios, incluindo pesca no lago.

 

Encontramos um restaurante aberto, porém nos parecia ser muito chic e caro. Decidimos entrar pra pelo menos ver o cardápio. Não era lá tão caro.. comi um delicioso bife ancho com purê de papas e uma excelente cerveja artesanal, não saiu mais que 300 pesos. Valeu cada centavo esse almoço!

 

Na volta pudemos observar que existem diversos campings na beira da estrada. Em um deles quase fiquei pra passar a noite, porém já estávamos atrasados no planejamento.. fiquei só na vontade..

 

Voltamos pra ruta 40 e passamos por uma ponte que eu já havia visto fotos dela na internet, porém chegamos tarde, o sol já havia saído.. mas mesmo assim a vista era muito bonita.

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Infelizmente já estava escurecendo, e a ideia era dormir em Bariloche. Porém, como planejávamos atravessar pro Chile usando o Paso Cardenal Samoré, que fica pertinho de Villa La Angostura, decidimos chegar e ficar por lá mesmo.

 

Chegamos na cidade já no escurecer e encontramos o camping Cullunche, que pertence a Universidade de Cuyo, às margens do grande Lago Nahuel Huapi. Um camping muito grande, com ótima infraestrutura, até com albergue e refeitório. Banhos quentes, pias, pontos de luz e energia, local pra fazer fogueira, e com acessibilidade para veículos grandes.

 

Como começava a ventar, preferimos deixar a band mais escondida dentro da floresta, afinal, os pontos de camping eram nada menos que dentro de uma grande floresta de alerces com mais de 30m de altura.

 

Estacionamos, armei a barraca do teto e Jean quis experimentar dormir na barraca de chão que ele trouxe. Tomei banho, fiz um mistoquente na fogueira e um pouco de chimarrão antes de dormir.

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