A Coreia do Norte na visão de viajante curitibano

Autor do livro “De Mochila pelas Américas”, o jornalista, fotógrafo e viajante, Ike Weber, acaba de retornar de sua terceira expedição de longo prazo, desta vez pelo Extremo Oriente. Entre os países visitados, a Coreia do Norte, foco de tensão mundial, desde o ano passado. Weber esteve também na Coreia do Sul, na China e em Taiwan. Suas jornadas são expedições jornalísticas, culturais e de aventura as quais ele divide com seus leitores no blog www.ikeweber.com
“Parecia ter entrado no cenário de um filme, com poucos atores, ou em uma cidade de brinquedo, sem publicidade ou anúncios pelas ruas”, conta o jornalista, ao relatar a sua primeira impressão ao chegar ao país mais fechado do mundo. É complexo descrever uma viagem à República Popular Democrática da Coreia (DPRK), nome oficial do país comunista. “Há mitos, lendas, e também muita realidade na vida local”, diz.

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Ike com guias norte-coreanos | Foto: Divulgação.

Weber precisou se submeter a um processo burocrático, assinar documentos e se comprometer a seguir uma série de regras antes de conseguir o visto e a autorização de entrada no país. As viagens independentes são proibidas, com raríssimas exceções. Os interessados precisam contratar serviços de guia de empresa ocidental autorizada pelo governo coreano, que, por sua vez, se submete à orientação da agência estatal de turismo.
Ike Weber era o único participante latino americano do grupo. Pouquíssimos são os brasileiros que visitam a Coreia do Norte. Antes da partida, foi preciso participar de uma reunião de briefing em Beijing, na China. Entre as regras, a proibição de tirar fotografias sem autorização; nenhuma câmera fotográfica com lentes de mais de 250 mm seria permitida; em todo o trajeto o viajante estaria na companhia de dois guias coreanos e um ocidental; nenhum livro sobre a Coreia, impresso ou documento religioso poderia entrar no país.

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Poucos brasileiros visitam a Coreia do Norte | Foto: Divulgação.

Conversas com os locais poderiam ocorrer, brevemente e em locais específicos, e, em determinados lugares, as saudações em sinal de respeito aos líderes eram fortemente recomendadas. “Como não há religião praticada na Coreia do Norte, o que existe é uma espécie de culto político-religioso”, acrescenta Weber, que circulou por áreas públicas, prédios governamentais, fazendas cooperativas, fábricas e áreas de lazer, em três cidades diferentes da DPRK.
“Os primeiros dias foram de entendimento para detectar o que era a vida real e o que era uma apresentação para visitantes”, identificou o jornalista. As perguntas mais delicadas, conta, deveriam ser submetidas primeiramente ao guia ocidental, antes de serem feitas aos funcionários da agência norte-coreana de turismo. “Há vários pontos interessantes, complexos e delicados sobre a vida no país, como a compreensão que eles têm do desenvolvimento bélico, as restrições de acesso à tecnologia e o controle da informação”, comenta Ike Weber.

Mais sobre o viajante

Ike Weber realiza expedições de longo prazo pelo mundo desde 2012, quando resolver deixar a função de Diretor de Comunicação do Sistema Federação das Indústrias do Paraná para realizar um sonho. Queria viajar sem data de regresso, explorar e documentar países e culturas diferentes, com profundidade e tempo.
A primeira viagem durou 11 meses. Weber saiu do Sul do Peru e foi até o centro-norte do Alaska, só por terra e água, em sistema multimodal de transporte – de ônibus, barco, trem, carona, cavalo, bicicleta, motocicleta, caiaque, ferry boat e a pé. Na volta lançou o livro “De Mochila pelas Américas – Histórias, Reflexões e Experiências” (publicado pela Literal Link) organizou duas exposições fotográficas e realizou palestras em todas as regiões do Brasil. Mais tarde, saiu para explorar algumas regiões da Ásia, por sete meses. Agora acaba de retornar da Expedição Extremo Oriente.

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O viajante é autor do “De Mochila pelas Américas” | Foto: Divulgação.

Mais sobre o livro, sobre esta e outras viagens do autor podem ser conferidas no site, Instagram e Facebook.

A foto (da home) que traz até este post é do viajante na Coreia do Norte | Reprodução Facebook.

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