10 coisas sobre o Brasil que deixam estrangeiros boquiabertos

Um dos ícones de Brasil, a p-o-r-t-u-g-u-e-s-a, Maria do Carmo Miranda da Cunha, a 'Carmen Miranda' | Foto: siastars14.com
Um dos ícones de Brasil, a p-o-r-t-u-g-u-e-s-a, Maria do Carmo Miranda da Cunha, a ‘Carmen Miranda’ | Foto: siastars14.com

Ah, os estereótipos… e, quando somados à falta de informação, que catástrofe! Hoje me deparei com um texto de um site gringo (o domínio é registrado no Arizona, EUA – olha eu estereotipando também – risos) que listou ’10 coisas sobre o Brasil que deixam estrangeiros boquiabertos’. Vamos à lista, rebatendo-a é claro, mas com simpatia e gentileza, afinal somos o povo mais legal do mundo!
Se você acha que é preciso rebater mais, engrosse o coro aí 😛

1- Botecos
A publicação diz que no Brasil o estrangeiro não encontrará bares parecidos com os de outros países.
Para beber e conversar com os amigos por um preço acessível você terá que dirigir-se a lugares conhecidos como ‘botecos’ (também buteco ou botequim, ressaltam). Entre outros comentários falam que o boteco é um pequeno espaço com mesas e cadeiras plásticas fora do local.

Rebatida: Sim, o Brasil tem vários botecos e dignos ‘pés sujos’, mas não só eles. Há outros tipos de bares (de diferentes arquiteturas, preços, estilos, cardápios etc) como em qualquer outra parte do mundo.
Exceto por ter havido uma interpretação de texto errônea de minha parte, esses bares sobre os quais os gringos se referem não são exclusividade do Brasil. A América do Sul e Central tem vários deles (salvo em invernos rigorosos em alguns desses países, mesas e cadeiras vão pra dentro).

Temos todos tipos de bares. Este por exemplo, fica na região de Jericoacoara (CE) | Foto: Silnei L Andrade/Mochila Brasil.
Temos todos tipos de bares. Este por exemplo, fica na região de Jericoacoara (CE) | Foto: Silnei L Andrade/Mochila Brasil.

2- Pessoas abertas
O texto afirma que os brasileiros são conhecidos por serem abertos e a distância que utilizamos para com o outro numa conversa por exemplo, não é tão ampla. Por isso, algumas pessoas podem sentir um ‘certo incômodo quando um brasileiro se aproxima demais para conversar’. Destacam também que nos cumprimentamos com um ou dois beijos e às vezes três, dependendo da região.

Rebatida: Bem, o modo de agir para com os outros é algo bastante pessoal e sim, talvez sejamos um povo ‘mais aberto’ que alguns outros por aí, e essa questão espacial (achei engraçada a colocação deles) também posso considerar como de pessoa pra pessoa. Eu que sou paulista, vivendo (temporariamente) no Rio às vezes estranho um pouco os tantos abraços que ganho por aqui – risos. Acho que acabei conhecendo gente legal demais, mas não me conformo por exemplo, com a falta de gentileza e educação no comércio carioca. (Tá. Generalizei. Mas tem gente daqui mesmo que concorda).
Sobre os beijos, é assim mesmo.

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Foto: ganeshaisis

3- Não toque a comida
Comer sanduíches, pizza ou frango frito com as mãos é sinal de má educação no Brasil. É preciso usar guardanapo ou às vezes usar faca e garfo para comer esses tipos de alimento.

Rebatida: Quem aqui come ‘frango à passarinho’ com garfo e faca ou com guardanapo? Bem, eu sou mal educada então.

Foto: Arnold Gatilao.
Foto: Arnold Gatilao.

4- Há barulho por todas as partes
As ruas do Brasil não são lugares tranquilos. Além das pessoas cantando, assoviando ou falando, escuta-se todo tipo de ruídos produzidos por automóveis, vendedores ambulantes e gente alegre. Mas não se queixe e simplesmente divirta-se, aconselha o portal.

Rebatida: As ruas das grandes cidades realmente são barulhentas, mas gente cantando e assoviando? Acho que eles estavam falando de um bloco de Carnaval não?

Foto: Peter F.
Foto: Peter F.

5- Os diminutivos
O sufixo ‘inho/inha’ é utilizado frequentemente depois de nomes e palavras para expressar mais carinho. Bonitinho, bonitinha, obrigadinha.

Rebatida: não tem. Eu acho fofinho – risos – e pra mim é sim para expressar mais carinho. Ponto proSgringO.

Foto: Flik.
Foto: Flik.

6- O polegar pra cima
Em boa parte do mundo é um sinal de aprovação, mas no Brasil se usa mais frequentemente para expressar ‘sim’, ‘bem’ ou ‘obrigado’, por exemplo.

Rebatida: OOOOOO lôcô se é sinal de aprovação é sim sim, bem, obrigado… Concordo que a gente deveria usar menos. Ah e eles certamente não entenderam que às vezes a gente usa o ‘joinha’ como ironia.

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‘Joinha’ com essa cara? Quem nunca? | Foto: Reprodução Internet.

7- Demonstração pública de afeto
A publicação diz que os brasileiros são muito carinhosos na hora de mostrar seus sentimentos para com seu par e que se pode vê-los beijando-se em qualquer parte.

Rebatida: Yes. Ok. And? Ok ok, eles só acham estranho.

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Essa foto foi feita em 1945 e pelo jeito acharam estranho (em 45) | Foto: Alfred Eisenstaedt/Life Magazine.

8- O abacate é doce
Os brasileiros não usam abacates para preparar Guacamole ou em saladas e sanduíches.
Falam que por aqui o abacate é uma fruta e que por isso não devem ficar surpresos se encontrarem sorvetes, batidas ou doces de abacate.

Rebatida: É, não é muito comum usarmos o abacate como algo salgado, de fato. Eu particularmente gosto de Guacamole. Faço em casa e não é das melhores, mas todo mundo come.

Foto: James.
Foto: James.

9- Guardanapos
Os estrangeiros que visitam o Brasil costumam ter problemas com os guardanapos dos restaurantes do país.
Elas parecem papel encerado e não ajudam muito a limpar os lábios ou os dedos. Mas alertam: leiam o terceiro ponto desse artigo e entenderão que elas são úteis para cobrir os dedos para comer uma pizza ou sanduíche, por exemplo.

Rebatida: Não existem somente esses tipos de guardanapo nos restaurantes e bares do Brasil, mas estão presentes na maioria. Ponto proSgringO no que se refere a porcaria que são esses guardanapos (só espalham a sujeira – risos), mas servem para, ainda à mesa, fazer ‘Origamis’, desenhos, bolinhas e bilhetinhos.

Foto: Jeff Werner.
Foto: Jeff Werner.

10- Brazil ou Brasil
Se nos basearmos na língua portuguesa, o nome do país deve ser escrito com ‘S’. No mundo anglo-saxão é escrito com ‘Z’.

Rebatida: Eu não entendi como alguém fica boquiaberto com isso.

Foto: Reprodução Youtube (Entenda, aqui).
Esse tipo de coisa sim a gente estranha | Foto: Reprodução Youtube (Entenda, aqui).

Ah, há uns dois anos circulou pela internet um curioso e divertido texto de um parisiense que vivia em Belo Horizonte e que falava de suas impressões sobre o país. Talvez você goste de ler, aqui.
Você também pode achar interessante um guia criado para entender o que os brasileiros dizem (ou querem dizer), feito pelo The Economist. Leia aqui.

Nota: O post do site When on Earth, não é nenhuma catástrofe (palavra que utilizei no início do texto) é até curioso. E o melhor, não falou de samba, bunda ou futebol!
Ah e ainda sobre o início do texto: Pra nós todo o resto do mundo é gringo. Exceto latinos, principalmente argentinos, que são argentinos. Faltou no post deles.

Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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