Uma Chuy e uma Chuí

Chegando a uma das fronteiras Uruguai-Brasil, desta vez a Chuy/Chuí (uruguaia/brasileira) não faltaram elogios à fronteira pela qual entramos: Santana do Livramento – Rivera.
As ‘chuy/i’s não são assustadoras, mas desanimadoras – risos. Não sei se pelo fato de estarmos deixando um país do qual gostamos muito, depois de ter passado por tantos lugares maravilhosos e tranquilos, com gente bastante solícita, simpática e educada chegamos a uma fronteira bem bagunçada, sobretudo do lado brasileiro – E olha que não sou daquelas pessoas que critica o país ‘gratuitamente’ não! Nada de ‘só podia ser no Brasil’ (aliás, é incrível como muita gente fala isso sem ao menos ter dado uma volta na rua de trás do próprio bairro).
Sujeira, ruas de terra, buracos e um trânsito (ok, pequeno) bastante desordenado faziam parte das duas cidades que, assim como Santana do Livramento e Rivera se misturam.
Por ali, além dos moradores, muita gente utilizando a cidade somente como destino final, um destino de compras (nos free shops da Chuy uruguaia).
Para nós este era um destino inicial, de volta pra casa ou final, de despedida do Uruguai
Comemos, abastecemos e seguimos pela BR 471.

Se não voasse, gavião também seria vítima da imprudência de alguns motoristas | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil
Se não voasse, gavião também seria vítima da imprudência de alguns motoristas | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Se você estiver fazendo o mesmo trajeto que o nosso, com veículo próprio, com estômago e tanque vazios, aproveite pra fazer o mesmo, pois outro lugar pra comer ou posto de gasolina somente em Santa Vitória do Palmar (RS) a 20km dali.
Pela BR 471, vastos campos de criação de gado, arroz e alguma soja. Uma grande reta rural.
Beleza por conta de um gavião ou outro cruzando a paisagem e várias outras aves que sobrevoam as plantações.

Área da estação ecológica abriga muitas aves | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil
Área da estação ecológica abriga muitas aves | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Em certo trecho, na altura da Estação Ecológica do Taim, uma unidade de conservação brasileira, um pouco de natureza se mostra. A natureza de alguns humanos também; e feia: carros e caminhões muito acima dos 60Km/h velocidade permitida no trecho. Muitas (pobres) capivaras mortas às margens da rodovia. Nenhuma fiscalização.

"Família" de capivaras na Estação Ecológica do Taim, já no Brasil | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil
“Família” de capivaras na Estação Ecológica do Taim, já no Brasil | Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Seguimos pela estrada na tentativa de conhecer a região da Lagoa dos Patos (RS). Como já ficava tarde dormimos em um camping no meio do caminho, na Praia do Cassino, balneário gaúcho.

Ave observa plantação próxima a estação ecológica do Taim| Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil
Ave observa plantação próxima a estação ecológica do Taim| Foto: Silnei L Andrade / Mochila Brasil

Do camping partimos cedo pela mesma BR 471 sentido Rio Grande (RS) de onde pretendíamos seguir de balsa para São José do Norte (RS), já na pontinha da Lagoa dos Patos.
Depois de 1h30m de espera pela balsa, os portões de embarque se fecham dois carros à nossa frente. Que azar! Era esperar mais 1h30m ou partir. Partimos. Deixamos a Lagoa para a próxima, embora fosse possível visitá-la a partir de outros pontos da BR 116, como por exemplo, via as cidades de Tapes ou Arambaré.
Voltamos então à estrada (um trecho da BR 392, sentido Pelotas) para pegar a BR 116 rumo à Porto Alegre, capital gaúcha pela qual passamos e conhecemos um pouquinho. Sobre ela a gente fala nos próximos dias…

Ah, agora precisamos ir para o Oiapoque (no Amapá) e quem sabe descer até o Chuí para ter novas impressões do comecinho, ou finalzinho do Brasil!

Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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