Como começou minha paixão por viagens!

Seria trágico se não fosse cômico! Ou seria cômico se não fosse trágico?

Sabe aquelas histórias tristes com final feliz? Tipo novela? Aquela mocinha que sofre o filme inteiro e no final está feliz e saltitante com seu príncipe encantado que afaga sua linda barriga de grávida?

Pois é! Minha história foi mais ou menos isso, porém ao invés de casar com um príncipe encantado, casei com uma mochila e com o mundo.A minha história era para ter o mesmo rumo da história dessa mocinha que encontrou seu príncipe encantado. Vamos nomear essa mocinha de Gertrudes, para facilitar o entendimento.

Tudo na minha vida andava dentro da normalidade (tirando o fato de eu quase ter morrido por conta de uma embolia pulmonar). Emprego, família, namorado, amigos e por aí vai. E as coisas iam tomando seu rumo. Assim como na vida de Gertrudes!

De repente, sem aviso, aconteceu algo que eu nunca imaginava que aconteceria comigo. Algo que mudou para sempre minha vida. Já tinha ouvido falar de muitas pessoas que passaram por isso, e cada uma se adaptou de uma forma. Enfim, quando eu menos esperava, esse fato apareceu, mais rápido que o Papaléguas correndo do Coiote! Pois é… tomei galho! Diversos, de vários tipos e tamanhos. Descobri que eu era corna, e MUITO corna! E minha história não teria o mesmo final que a história feliz da Gertrudes. Bom… tudo tem sua primeira vez, e quem aqui nunca tomou um galho hein!? Feliz é quem nunca levou um!

Aquilo doeu muito! Doeu mais que injeção de penicilina, mais que bater o dedinho do pé no canto da mesa. Minha única vontade era sumir disso tudo, dessa dor, sumir pelo mundo com uma mochila nas costas…Rá!!! Já matou a charada né? É, foi aí que descobri que o meu ex não era a paixão da minha vida… que o mundinho que ele me deu era pequeno demais para mim.

Comecei a materializar minha vontade de cair pelo mundo. Por hora, decidi começar pelos nossos queridos países vizinhos. A ideia inicial era viajar com mais dois amigos, mas devido a particularidades de cada um, eles desistiram. Mas a ideia não me saiu da cabeça e comecei a procurar companhia na internet para fazer meu primeiro mochilão.

A essa altura do campeonato, eu já estava tão empolgada e envolvida com a ideia da viagem, que já não lembrava mais da existência daquele ser que me fez sofrer tanto, vulgo ex-namorado.

Encontrei 3 incríveis serumaninhos na internet para viajar comigo, os quais mantenho uma amizade até hoje! Nos conhecemos no aeroporto e seguimos viagem. Foi insanamente incrível!

Bom, o restante da história vocês já devem imaginar. Cai na estrada e viciei. O que inicialmente era uma fuga se transformou em uma grande paixão. Mas aprenda uma coisa: uma viagem não vai resolver seus problemas, você vai voltar de viagem e todos os problemas estarão aqui te esperando, com um grande cartaz de boas vindas e um balde de água gelada. Porém, você voltará com uma mente mais aberta, e será capaz de absorver tudo de uma forma diferente. Inclusive saberá como enfrentar todos esses problemas de uma forma mais leve e tranquila.

Em Tikal, na Guatemala | Foto: Muito riso, pouco siso!

Bom… quanto aos meus galhos, enterrei-os e tratei de esquecê-los muito antes de embarcar. E quanto ao meu ex tenho apenas duas observações: primeiramente um muito obrigada! Aquele galho me deu uma vida nova, e com certeza evolui muito por conta disso. E a segunda observação é outro muito obrigada! Muito obrigada por me dar a oportunidade de me descobrir, de saber quem eu realmente sou. E como dizem, até um pé na bunda te empurra pra frente!

Mas Luisa, a Gertrudes foi feliz com seu príncipe encantado e seu lindo bebê…você não pensa em ter uma vida como a dela?

Fico feliz pela Gertrudes! Ela é muito merecedora da sua felicidade. E cada um acha a felicidade onde o destino reservou. Entendo que as pessoas podem ser mais felizes com outra pessoa ao seu lado, mas primeiro aprendi a me amar. E sim, espero um dia ainda encontrar um parceiro ou quem sabe ate mesmo o mochileiro das galáxias pelo caminho, para seguir pelo mundo ao meu lado e quem sabe tenhamos um mochileirinho a tira colo… quem sabe! E se eu não o encontrar, é porque eu tenho outro propósito nesse planeta.Enquanto isso, a vida segue com muita coisa boa para fazer.

E repito…uma viagem não vai resolver seus problemas, mas certamente vai te ajudar a encontrar outras saídas!

Viaje! Permita-se!

Foto e texto: Luisa Helena Pires

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Luisa

Me chamo Luisa Helena, viajante independente, mochileira, que ama viagens, natureza e uma boa cerveja!

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