Ele fez 4 voltas ao mundo de carona

Eu e você aqui querendo um aninho sabático que seja e este senhor teve uma “vida sabática” – expressão usada por ele mesmo em entrevista dada no Chile, país que visitou recentemente.
Trata-se do francês André Brugiroux, de 79 anos, que é considerado (por algumas publicações que tratam sobre o tema) um dos “mais importantes viajantes do século XX”.

No mapa, viagens feitas por André entre 1955 e 2005 | Foto: Divulgação.
No mapa, viagens feitas por André entre 1955 e 2005 | Foto: Divulgação.

Nascido em 1937 no subúrbio de Paris, sua história viajante começou aos 17 anos quando ele deixou sua casa e não voltou até completar 35. Num primeiro momento viajou pela Europa aprendendo idiomas. Lavava pratos e engraxava sapatos para arrecadar fundos para seguir na estrada. Depois prestou serviço militar no Congo e trabalhou por um tempo em Toronto, no Canadá para juntar dinheiro para suas viagens, dentre elas uma longa volta ao mundo entre 1967 e 1973 quando conheceu os cinco continentes gastando apenas 1 dólar por dia mais 1 dólar de material para sua câmera.

André à espera de carona em algum ponto do Japão nos anos 70 | Foto: Arquivo pessoal.
André à espera de carona em algum ponto do Japão nos anos 70 | Foto: Arquivo pessoal.
E anos depois em outro ponto do mundo, ainda "caronando" | Foto: Arquivo pessoal.
E anos depois em outro ponto do mundo, ainda “caronando” | Foto: Arquivo pessoal.

André chegou a percorrer 400.000Km de carona (contando caronas também em barcos e aviões). Já foi roubado, já foi preso por suspeita de espionagem, ficou gravemente doente por beber água poluída no Paquistão e no Alasca se converteu ao bahaísmo, algo que diz ter mudado sua vida o que o fez se autoproclamar um “apóstolo da paz”.

Mapa mostra viagens entre 1967 e 1973: 400.000Km de carona | Foto: Divulgação.
Mapa mostra viagens entre 1967 e 1973: 400.000Km de carona | Foto: Divulgação.

De volta à França lançou um filme e publicou o primeiro livro narrando suas aventuras, o ‘La Terre n’est qu’un seul pays’ (“A Terra é um país só”, em tradução livre). Posteriormente visitou a Guiana Francesa, onde conheceu também sua esposa. Realizou viagens curtas pelos países que lhe faltava conhecer (algumas acompanhado da mulher) e mais três voltas ao mundo, até que em 2002 chegou à Coreia do Norte, “seu último país da ONU” e depois ao que na época era o Reino de Mustang (hoje área do Nepal).

"Uma vida sabática". Como dizem... Sambou! - risos | Foto: Divulgação.
“Uma vida sabática”. Como dizem… Sambou! – risos | Foto: Divulgação.
O autor e seu primeiro livro publicado (a obra está à venda na Amazon e no site) | Foto: Divulgação.
O autor e seu primeiro livro publicado (a obra está à venda na Amazon e no site) | Foto: Divulgação.
Seu mais recente livro publicado "O homem que queria ver todos os países do mundo" (em tradução livre) | Foto: Divulgação.
Seu mais recente livro publicado “O homem que queria ver todos os países do mundo” (em tradução livre) | Foto: Divulgação.

Em suas contas, entre territórios e países, ele conheceu 250. Alguns o criticam pela “superficialidade de suas viagens”.
Sobre suas voltas ao mundo, respondeu a um jornalista colombiano: “No século XXI qualquer um pode dar uma volta ao mundo em dois dias. O que eu fiz foi dar uma volta pela Humanidade e isso toma muito mais tempo” – Parece que não foi algo tão superficial assim, críticos.
André hoje segue viajando, sobretudo para suas conferências sobre viagem em universidades e feiras literárias.
Mais sobre suas histórias de viagem, suas biografia e bibliografia podem ser conferidas em seu site (em francês e algumas áreas em inglês).

Abaixo André Brouginox fala um pouco sobre como é viajar por 50 anos e o que o fez perceber que a Paz é possível:

 

Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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