Roteiro de extremos: os ‘mais mais’ do Brasil

Um país continental como o nosso é repleto de diferentes paisagens, climas e sotaques e também de diferentes extremos: pode ser um destino que está no extremo norte ou o que está no extremo sul, o de temperatura mais baixa, a cidade mais alta, a maior ilha ou a maior faixa de areia de praia.

Acampamento em Uiramutã, cidade ponto de partida para expedição rumo à nascente do Rio Ailã | Foto: Ed Andrade Jr (Flickr | Facebook).
Acampamento em Uiramutã, cidade ponto de partida para expedição rumo à nascente do Rio Ailã | Foto: Ed Andrade Jr (Flickr | Facebook).

Abaixo 5 sugestões de destinos extremos (os ‘mais mais’) do Brasil. Dá pra incrementar o roteiro!

– Extremo norte do Brasil: Nascente do Rio Ailã (RR)

Uma das opções é partir com a expedição por terra em 4 dias de caminhada na mata fechada | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.
Uma das opções é partir com a expedição por terra em 4 dias de caminhada na mata fechada | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.
Mata fechada e travessia de rios fazem parte de uma das opções pela região | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.
Mata fechada e travessia de rios fazem parte de uma das opções pela região | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.

O extremo norte do país não fica no Oiapoque (AP), mas na Nascente do Rio Ailã, em Roraima. Uma operadora local, a Roraima Adventures, oferece dois tipos de roteiro para desbravar o local:
– o primeiro é partindo de helicóptero, com saída do município de Uiramutã – o mais setentrional do Brasil – até o topo do Monte Caburaí. De lá, os turistas fazem uma caminhada de cerca de uma hora até a nascente, onde passam o dia.
– o segundo é uma expedição por terra. O grupo parte de avião do aeroporto de Boa Vista até uma comunidade indígena da etnia Ingarikó. De lá, partem a pé por dentro da mata fechada durante cerca de quatro dias até chegar à Nascente do Ailã. Essa modalidade só é feita por agendamento e grupos de quatro a 12 pessoas.
A melhor época para a expedição é entre outubro a março, quando diminuem as chuvas na região.
Dicas: confira aqui, dicas e informações de viajantes que já estiveram pela região de Uiramutã e Monte Caburaí.
Onde ficar: opções de hospedagem em Boa Vista, aqui.
Opera no local:
Roraima Adventures. Confira informações no site e na fanpage no Facebook.

2 – Temperatura mais baixa: Urupema (SC)

Cachoeira congelada | Foto: Marília Oliveira/Prefeitura de Urupema.
Cachoeira congelada | Foto: Marília Oliveira/Prefeitura de Urupema.

A pequena cidade de Urupema, na serra catarinense, tem pouco mais de 2,4 mil habitantes e registra temperaturas negativas que, em 2014, chegaram a 8° Celsius negativos. Entre as atrações da cidade está o Morro das Antenas, cujo topo está a 1.759 metros acima do nível do mar e há maior chance de ver neve e geada. Aos pés do morro, uma cascata chega a congelar nos dias mais frios, um cenário para contemplação dos turistas. Na gastronomia regional, a truta – peixe abundante nos rios da cidade – é um dos pratos mais populares.
Dicas: confira aqui, dicas e informações de viajantes que já estiveram por lá.
Onde ficar: opções de hospedagem em Urupema, aqui.

3 – Cidade mais alta: Campos do Jordão (SP)

raça do Capivari - Campos do Jordão - SP | Foto: Paulo Roberto de Souza.
raça do Capivari – Campos do Jordão – SP | Foto: Paulo Roberto de Souza.

Campos do Jordão, a cidade mais alta do Brasil (1,7 mil metros acima do nível do mar) é conhecida pelo clima frio e pela arquitetura europeia. Um dos principais destinos paulistas, tem 212 pousadas e hotéis, além de intensa programação cultural, como o Festival Internacional de Inverno, em julho. Um valioso acervo de obras de escultores e pintores brasileiros e estrangeiros se distribuem ao ar livre e em museus. Para quem prefere atividades mais contemplativas, a beleza natural da cidade é um convite às caminhadas e passeios de bicicleta. O ar limpo convida a explorações, que são facilitadas pelas temperaturas amenas e agradáveis durante o ano todo.
Dicas: Confira aqui, dicas e informações de viajantes que já estiveram por lá.
Onde ficar: opções de hospedagem em Campos do Jordão, aqui.

4 – Maior faixa de praia: Barra do Chui, no extremo sul (RS)

Acampamento em trecho da travessia Praia do Cassino - Chuí | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.
Acampamento em trecho da travessia Praia do Cassino – Chuí | Foto: Divulgação/RoraimaAdventures.

Uma curva do Rio Chuí, no Rio Grande do Sul, é o ponto mais ao sul do país. O curso d’água funciona como divisa entre o Brasil e o Uruguai e desemboca no Oceano Atlântico, junto à Praia da Barra do Chuí. Uma das atrações da região de fronteira é o Farol da Barra, com 30 metros de altura e conhecido como o último posto brasileiro. A região de fronteira também é procurada para o turismo de compras. Na Barra do Chuí começa a maior extensão de praia da América do Sul, com 254 quilômetros, uma faixa de areia que segue até a Praia do Cassino, no município de Rio Grande (RS). Estima-se que a praia do Cassino receba uma média 30 mil visitantes por ano. Um dos pontos mais conhecidos da praia é onde ficam os restos do Navio Altair, que encalhou na beira da praia em 1976, após uma tempestade, e acabou incorporado à paisagem do litoral gaúcho.
Dicas: Confira aqui e aqui, dicas e informações se viajantes que já estiveram por lá.
Onde ficar: opções de hospedagem na Praia do Cassino, aqui.

5 – Maior ilha fluviomarinha: Marajó (PA)

Entardecer na Ilha do Marajó - PA | Foto: Fernando Stankuns.
Entardecer na Ilha do Marajó – PA | Foto: Fernando Stankuns.

Marajó está entre os mais importantes cenários ecológicos do Brasil. Com cerca de três mil ilhas e ilhotas, é o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta. Exibe riquezas naturais exuberantes espalhadas por cerca de 50 mil quilômetros quadrados da principal ilha, Marajó. A ilha de Marajó abriga fazendas tradicionais e o maior rebanho de búfalos do país. Há também trilhas abertas pelo povo marajoara, extinto antes da chegada de colonizadores europeus, que deixaram traços nas cerâmicas com desenhos que inspiram artistas até os dias de hoje. As cidades com melhor infraestrutura da ilha são Soure e Salvaterra. Separadas pelo rio Paracauari, as duas cidades oferecem pousadas e fazendas que são um campo fértil para acolher os visitantes que apreciam turismo rural.
Dicas: Confira aqui, dicas e informações de viajantes que já estiveram por lá.
Onde ficar: opções de hospedagem na Ilha de Marajó, aqui.

Texto: Gustavo Henrique Braga/Ministério do Turismo e Redação Mochila Brasil.

Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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