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Bolívia em janeiro: é muito bom! Salar de Uyuni fica ainda mais bonito


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IMG_3021.jpg.d24094500e9f95246881d82cfd8a276c.jpgUma viagem pra Bolívia já começa com uma perspectiva positiva: sabemos que não vamos gastar muito! :-) Não que eu seja "pão dura", mas a idéia de gastar menos garante mais viagens, não é mesmo?

O segundo ponto: deveria ir em janeiro, época de chuva? Olha, para quem nasceu e viveu em Curitiba, chuva não é problema! Chuvitiba, como dizem...

E garanto: a "chuva" não atrapalhou em nada a viagem.

Com eu só tinha 9 dias de viagem (passagem comprada com milhas), decidi ir direto pra La Paz. Tive medo do "mal da altitude". Afinal, ele existe?

Pra mim, existiu: senti cansaço, falta de energia, não dava pra comer quase nada. Os sintomas são mais fortes nas primeiras 24 horas.

Cheguei em La Paz na tarde do dia 05 de janeiro. Fiquei inútil até a manhã do dia seguinte (tive que tomar uma Neosaldina antes de dormir).

 

Dias 05 de janeiro: logo cedo, fui para o tour do Lago Titica, pacote que fechei com a única agência que aceitou cartão de crédito: Platinum, cujo gerente Paul, excelente profissional de dupla cidadania: americano e boliviano ao mesmo tempo. Ou seja: Paul resolve qualquer problema, e nos dá um alívio ao falar em inglês quando estamos cansados de tanto castelhano. Aqui vai o cel dele pra quem estiver em La Paz: 78931030, uma das agencias da Platinum é na rua do Loki, um albergue super legal na Calle Loayza 420.

http://www.lokihostel.com/en/la-paz

Loki foi o melhor banho de toda a Bolívia! Ai, que delícia! Tem um bar que é muito legal, com música ao vivo, mesa de sinuca, animação o dia todo, internet ótima...quem tiver a sorte de reservar a suite matrimonial vai pagar apenas 20 bolivianos a mais (cada um, claro), e terá direito a banheiro particular, chá e toalhas limpas...ai, ai, ai, coisa boa!

O tour para a Ilha do Sol e lago Titicaca é o seguinte: são quase 4 horas de busão, pra chegar em Copacabana, que é uma cidade muito mais legal que La Paz. Daí pega-se um barco lento pra dedéu (10 km/hora), que vai te levar até a parte sul da Ilha do Sol. Povo, durma aí, curta muito, porque vale a pena fazer a caminhada da parte sul para o norte: são mais de 11 km com uma vista explêndida. Ficamos no Hostal Las Islas:

http://www.turismoboliviaperu.com/pagesp/bolivia/hotel-islas.php

Sobre esse Hostal: muito lindo, vista maravihosa, comida excelente. Melhor sopa de quinua de toda a viagem. Ponto fraco? O chuveiro perde muito pro Loki.

Ficamos porque nessa altura eu já tinha feito amizade com dois franceses e um brasileiro. Vale a pena fazer o pacote com a Platinum porque vc vai com o Guia da Ilha. OU seja: alguém que vai cobrar muito barato pra dizer tudo sobre a ilha, um local, um descendente dos índios Aymaras. Nosso guia foi o Franco, excelente guia com dentes de ouro, que toda vez que tomava cervaja, coca ou vinha, primeiro derramava um pouco pra "Pachamama", a deusa da terra. Muito lindo presenciar essa fé.

Porque tem que dormir na Ilha do Sol: é linda, muito típica, um lugar verdadeiramente mágico. A caminhada até a parte norte é exaustiva, sim, mas vale cada passo. O único porém é que a barca pra Copacabana sai às 13 horas da para norte, enquanto da parte sul é mais tarde: 15:30h. Ou seja: dá pra tentar fazer o contrário: dormir no norte (casa de nativos) e caminhar para o sul...

Mas eu não dispensaria o conforto e a comida do Hosta Las Islas! :-)

Nessa caminhada entre o sul e o norte vemos ruinas incas e aymaras, temos a chance de fazer um pedido para esses ancestrais poderosos, além de tomar água de fonte. Tudo com a explicação de Franco, nosso guia Aymara que aprendeu esse idioma antes mesmo do castelhano. Ele sabe TUDO sobre a ilha: altitude, lendas, comidas...

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Fizemos essa caminhada em 4 horas, almoçamos e tomamos o barquinho lento até Copacabana às 13:30 horas. Chegamos em Copacabana às 15:30 horas. Dica: fique na parte de baixo do barco. Em cima faz um frio danado, não vale a pena!

Esperamos até as 18:30 pra voltar a La Paz. Muitos viajantes aproveitam e vão para o norte, para a Ilha dos Uros, Peru, e em seguida a Machu Pichu. Achei essa idéia bem inteligente, numa próxima vez eu faria isso...

 

Dia 07 de janeiro: passeio de bike pela rodovia da morte! U-hu!!!!! Também pela milagrosa agencia que aceita cartão de crédito, a Platinum (com acréscimo de 10%). Gente, nunca se usa cartão na Bolívia! Não existe, esqueça!!!!!!!

O grupo era esquisito, muitos ingleses, não deu química boa...Mas o passeio é muito lindo!!!! Encantador. Se você se distrai, realmente pode ir direto pro precipício! kkkks Falando sério: só há acidente se a pessoa for imprudente. Mas é lindo demais!!!!! Pegamos um tempo muito frio no começo: neve!!!!! Metade dos bikers desistiu de descer todo o trecho de bike (eu inclusive). Os dedos doíam tanto que parecia que iam congelar e apodrecer. Não dava pra ver uma paisagem exuberante por causa da neve, então por que sofrer? Nem tinha vista...O primeiro trecho é no asfalto. Quando vira estrada de chão já descemos bastante de altitude, então o clima já é bem mais ameno. Descemos entusiasmados por uma paisagem de filme! Vale muito a pena!!!!

Por muitos trechos vc consegue ficar sozinho, sem avistar ninguém na frente ou atrás, dando uma sensação de liberdade total.

Durante o trajeto, duas quedas de participantes do no nosso grupo, nada sério, ufa!!!!

Chegamos em um hotel com piscina e comida à vontade: delícia tomar sol como lagartos saciados.

Camiseta e Cd com fotos. Alegria completa.

 

Dia 08 de janeiro: Subida da montanha Chacaltaya, dispensando o "Vale de la Luna" pra poder organizar a ida ao Salar, que seria à noite.

Essa foi a primeira manhã em que pude acordar um pouco mais tarde: o bus viria buscar no Loki às 8:30 horas. Coisa boa...

O passeio de bus até o Chacaltaya já é um prazer a parte: vista maravilhosa, com o onibus passando por estradas tortuosas, vc não acredita que ele vai ser capaz de passar por esses lugares! Divertidíssimo!

Sentei ao lado de um argentino. Quando me dei conta, estava mais enturmada com os argentinos (gatinhos) do que com os brasileiros, que eram a maioria do bus...

A caminhada até o topo do Chacaltaya é de apenas 200 metros, mas...como cansa!!!! Estamos a 5 mil metros da altura, gente! Aqui vai o meu dedinho de orgulho: fui a primeira a chegar no topo!!!! kkkks

Muitas fotos, brincadeiras e a volta maravilhosa: eu dividi minhas amêndoas com os argentinos, enquanto eles compartilharam o mate! Ai, que delícia!!!! Como gosto dos argentinos!!!!! :-)

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Dispensei o Vale de la Luna porque tinha que me organizar para a noite: finalmente eu iria ao Salar de Uyuni. Além disso, tinha que tentar resolver pepinos: o travelmoney do Banco Rendimento (que comprei pela empresa Cotação) tava dando problema! Gente, evite essas marcas. Acho que o travelmoney da Confidence funciona melhor...

À noite, fui com Simon, amigo australiano que fiz no Loki, para Uyuni, também pela Platinum (a essa altura eu já era fã do Paul!). Gente, queríamos o onibus turistico, mas não tinha mais vaga...Se puderem, vão de turistico! kkks O normal é muito ruim. Pior para quem viaja atrás, no último banco (números 44 a 48): não dá pra esticar direito o corpo! Ali foi Tommy, amigo de Costa Rica que também estava no nosso grupo do Salar, pela agencia, além dos irmãos Daniel e Vanessa, americanos, e da inglesa Gemma.

 

Dia 10 de janeiro: primeiro dia do Salar, dos 3 dias em que ficaríamos aos cuidados do guia Obby. Pra nossa sorte, Tommy estava de aniversário. Além da linda paisagem do Salar, bebemos vinho e compartilhamos essa data especial com esse costariquenho animadíssimo, que colocou o grupo a vontade! Paisagem incrível!!!! Tivemos sorte de ver uma parte do Salar com água da chuva, com os losangos do chão brilhando sob a luz do sol, e o infinito completo no horizonte. As nuvens refletidas no sal do Salar...

Ficamos tão entusiasmados que pedimos a Obby para mudar os planos: almoçamos no Salar, loucos de alegria pelo presente da natureza.

Dali, nos dirigimos até a Isla del Pescador. Tommy, sempre ele, sentou na janela da camionete, e descobrimos uma nova maneira de admirar a beleza daquele lugar, curtindo o vento e a visão 360 graus. Lindas fotos das montanhas, que se refletiam completamente no chão: parecia aqueles desenhos de criança, quando borramos tinta no papel e dobramos, pra formar imagens surreais...

Enfim chegamos na Isla del Pescador: incrível beleza de cactos e morros que lembram recifes. Aliás, eram recifes!!!! Vale a pena pagar 30 bolivianos para ter acesso a toda ilha!!!! Fotos lindas em um lugar que nunca tinha passado pela minha imaginação.

Ainda tínhamos que sair do Salar e uma tempestade se aproximava! Chuva forte, todas as camionetes seguiam em carreata, porque com a chuva não se vê as montanhas, que são as únicas orientações de direção que os guias dispõem!!!! Não funcionam bússulas! Não dava para ver nada. Naquele momento perguntamos a Obbby sobre mortes no Salar e descobrimos que é muito fácil ficar perdido ali...

Enfim saimos do Salar, depois de socorrermos uma camionete que tinha enguiçado no caminho, e de termos perdido a direção no auge da tempestade...Muita emoção, emoção demais para o nosso guia, que estava estafado!!!!!!

Chegamos no alojamento: nada de banha! O jantar foi salsicha com batatas...e mais vinho!!!!!

 

Dia 11 de janeiro: dia de conhecer as Lagunas da região. Lindo demais, flamingos, paisagens paradisíacas. Terminamos vendo um vulcão, chegando perto das lavas cinzas...Sem falar nas pedras com formatos distintos, entre elas a "árvore de pedra".

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Mais uma noite sem banho (dessa vez lavei meu cabelo na pia!), mas tivemos vinho! Dei o meu valioso leite condensado a Tommy, como presente de aniversário. De todos nós, quem gostou do "presente" compartilhado foram Tommy, Daniel, Gemma e eu. Simon nem experimentou!!! Ai, não sabe o que é bom!!!!! kkkks

 

Dia 12 de janeiro: estávamos cansados, era o terceiro dia, o retorno à cidade de Uyni. No total são 800 km de rodagem!!!! Vimos paisagens bonitas, vicunhas, lhamas, perdizes. A música, infelizmente reagueton. Povo: traga pen drive e cartão de memória com músicas! Os dois, porque tem carro que tem uma coisa ou outra, e carro sem nenhum som (aí tem que ter um celular que toque bem!).

Antes de chegar na cidade vimos o cemiterio de trens,que eu achei que seria bacaquice, mas na verdade é bem legal: vc se sente uma criança subindo em cima dos trens, feito James Bond!!! Lindas fotos.

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A noite retorno a La Paz para a maioria do grupo. Eu iria a Sucre, por um dia, para então chegar a Santa Cruz no dia 14 de janeiro, data do meu retorno ao Brasil...

Mas houve um imprevisto: minha passagem pra Sucre não tinha sido comprada! Resolvi voltar a La Paz porque me sentia protegida no grupo, e não tava a fim de passar meu ultimo dia na Bolívia. Ou seja: 12 horas no busão até La Paz!!!! Desconforto total! O pior é que senti de novo a altitude: sede, falta de ar, cansaço! O último dia em La Paz foi de espera, porque não tínhamos reservado o Loki. Tudo certo: check in depois das 13 horas, quando fomos ao Mercado de Las Brujas. Que conseguido tem bruxa nenhuma, mas é bom pra comprar tudo o que eu não tinha comprado até aquele momento...lembra do problema com o travelmoney? Só tinha conseguido algum dinheiro porque minha irmã me ajudou!!!!!

Dormir, dormir, dormir...

 

Dia 14 de janeiro: voo La Paz-Sta Cruz, Sta Cruz- Guarulhos; Guarulhos -Curitiba

 

Saudades!!!!!!

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Relato muito divetido, quero ir em novembro de 2013 com a minha esposa, ela não gosta muito de andar, pois já teve problemas na coluna. Você recomenda os mesmos passeios que você fez? O down hill demora muito.

Valeu.

Ollha, Willy, o Salar de Uyuni não é desgastante pra quem tem problema de coluna. Você fica bastante tempo na camionete, que geralmente é confortável. Então vale a pena. O que vai fazer ela ficar com dor nas costas pode ser o ônibus de La Paz até Uyuni. Talvez, no caso dela, seria melhor chegar em Santa Cruz de La Sierra, conhecer lá um dia, à noite ir até Sucre. Parece que a distância não é grande. E Sucre é um lugar que vale a pena ir (infelizmente eu não fui!). Parece que tem um museu muito legal sobre os Aymaras.

Aí, de Sucre até Uyuni é mais rápido. Assim ela evita as 12 horas de ônibus que eu passei de La Paz até Uyuni.

 

Aliás, não perca o Globo Reporter dessa sexta-feira! Fala tudo do Salar!

http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2013/01/globo-reporter-mostra-o-misterio-e-beleza-das-montanhas-da-bolivia.html

 

Subir o Chacaltaya (La Paz) é um esforço e tanto pra quem não gosta de andar, mas vocês vão ver neve!

 

Agora, definitivamente, a caminhada do sul para o norte da Isla del Sol não é pra quem não quer caminhar!!!!! Os dois lados são lindos, não sei qual ela iria gostar mais: o norte tem ruínas incas e yamaras. O sul tem pousadas legais e uma vista bonita também. Se ela quer conforto, deve ir ao sul...

 

Boa sorte!!!!

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