Ir para conteúdo

Fumacinha e Buracão - Chapada Diamantina


Posts Recomendados

  • Membros

Muito obrigado pelas dicas Peter!!

Estive em Ibicoara em 28,29 e 30/11/09. Segue o relato:

 

Iniciei a viagem de carro vindo da região sudoeste da Bahia, cidade de Brumado. Era um sábado de manhã e dessa vez deixei pra marcar os passeios e escolher uma pousada na hora, pensando até em ficar em Mucugê, visto que segundo os relatos seria a cidade com melhor infra-estrutura. Durante a viagem tentei contato com os guias, liguei para alguns informados aqui no fórum, Marcone estava fazendo passeios, Neinho de Guiné sua mãe atendeu e disse que estava na roça plantando, a associação de guias ninguém atendeu o telefone. Um pouco preocupado com as negativas recebidas resolvi procurar os guias pessoalmente quando chegasse na cidade. Cheguei em Ibicoara as 4 e meia da tarde indo direto na associação de guias(Bicho do Mato), estava fechada. Conversei com o pessoal que estava ali na frente, me indicaram uma pousada (Pousada Ibicoara) e garantiram que passariam o recado pra Marcone. Eu que pensei que talvez tivesse que procurar uma pousada ou hotel em Mucugê tive uma grata surpresa, conheci dona Lóia dona da pousada que me ofereceu quarto com banheiro, televisão e cama de casal por 30 reais a diária por pessoa, como ia ficar 3 noites fez por 25 a diária. A pousada tem estrutura e acomodações bem simples, mas limpas. Por coincidência dona Lóia é tia de Marcone, um dos principais guias locais. Ela rapidamente se prontificou a entrar em contato com ele e me garantiu que à noite ele passaria para conversarmos. Em frente à pousada têm um pequeno mercado com padaria, onde aproveitei pra tomar um bom café da tarde. Pelas 6 horas Marcone apareceu na pousada, expliquei que estava sozinho, tinha 2 dias e queria fazer os 2 passeios, Buracão e fumacinha por baixo, de preferência acampando perto da fumacinha. Ele me informou que realmente esse era o melhor roteiro e a melhor forma de fazer, mas não poderia me guiar pois já tinha passeio agendado para domingo e na segunda-feira haveria uma mobilização na cidade em torno de um projeto de recuperação ambiental e por isso todos os guias da bicho do mato estariam ocupados. Mas se prontificou a conseguir um guia da sua associação que me levasse na fumacinha na domingo e um outro da outra associação(ACVIB) que me levasse na cachoeira do buracão na segunda. Segundo ele os preços são “tabelados”, 100 reais a fumacinha e 50 o buracão. Os preços são por passeio e podem ir até 5 pessoas, o que na melhor das hipóteses dá 20 ou 10 reais por pessoa dependendo do passeio.

Mais tarde apareceu o guia, Marcio(nativo, faz trilhas há 10 anos, bem acostumado com a trilha da fumacinha) e combinamos tudo para a trilha do dia seguinte.

 

1º DIA - Conforme combinado as 6 da manhã Marcio estava lá, tomamos um ÒTIMO café servido por dona Lóia( no dia anterior avisei que sairia cedo e ela se prontificou a servir o café as 6hs mesmo sendo domingo). Partimos para a trilha as 6 e 30, são cerca de 39 km percorridos de carro(próprio ou alugado em Mucugê, na cidade é mais difícil conseguir, ainda existe a possibilidade de contratar um frete de moto), chegamos no início da trilha as 7:45, paga-se uma taxa de 3 reais na entrada da propriedade e o caseiro garante que cuida do carro... A caminhada é forte, 9 km segundo Marcio percorridos geralmente em cerca de 5 horas -dependendo do nível da água, que nesse dia estava médio. Gosto de caminhar e estou relativamente em forma( caminho 6 km 3 vezes por semana), conseguimos completar o percurso em 3h de caminhada rápida, por cerca de 5 vezes temos que atravessar de um lado ao outro do rio e diversas vezes o caminho é feito sobre as pedras no seu leito. A visão é indescritível, com certeza uma das mais bonitas do Brasil e o lugar é perfeito para fotos. Ainda tem uma pequena pedra( uns 4 metros) bem em frente a cachoeira onde é possível subir e fazer uma boas fotos. Ficamos umas 2 horas no local, eu tomei banho na cachoeira mas não recomendo pois como no local dificilmente entra luz a água é bem gelada, iniciamos o retorno pela 1 da tarde. Na volta aproveitamos para pular em umas 3 pequenas cachoeiras que encontramos no caminho. Chegamos no local onde estava o carro aproximadamente as 4 da tarde( o que é bem raro segundo o guia, normalmente chega-se pelas 6 e 30 da tarde já quando está escurecendo, por isso orienta a levar lanterna mesmo fazendo o passeio em apenas 1 dia). Cinco e meia estávamos de volta a cidade, já na chegada conversei com um guia da outra associação e marcamos o passeio para as 9 hs do dia seguinte. Morto de cansado tomei banho e café, liguei a televisão pra tentar dar uma olhada no fantástico e só acordei no dia seguinte as 7 hs (dormi umas 12 hs direto).

 

20091226165614.jpg

20091226165815.jpg

 

 

 

2º DIA – Cafezão caprichado de novo, 9 horas passei na associação e o guia estava esperando, Florisvaldo ( tbm nativo e guia há uns 8 anos, mais acostumado com a cachoeira do buracão), nesse dia o percurso de carro é um pouco menor, cerca de 34 km, mas a estrada é bem pior, levamos 1h 30 min. Na entrada tbm tem um responsável por cobrar uma taxa de conservação(3 reais), visto que a área faz parte do Parque Nacional e tbm garante que cuida o carro. Nesse dia são cerca de 1hr de caminhada até as primeiras vistas do buracão, é uma cachoeira com cerca de 80 metros e vendo de cima já dá pra ter idéia da grandiosidade. Depois descemos por um caminho de média dificuldade (tem até escada de madeira nos locais mais difíceis) e chegamos a visão imponente do canyon do buracão. Esse é um lugar mais movimentado, chegamos e já havia 3 grupos, cerca de 10 pessoas. Há coletes salva-vidas disponíveis para umas 30 pessoas (dá pra se ter uma idéia do quanto fica movimentado na alta temporada), é só pegar e se atirar na água, percorrendo a nado um percurso de cerca de 50 metros pelo canyon e ir até a base da cachoeira, quem não quiser nadar tem a opção de percorrer o trajeto pelas rochas à volta do canyon. Se a fumacinha é perfeita, a do buracão tbm é ..... difícil escolher a mais bonita, mas acredito que sejam as mais bonitas da chapada (além dessas conheço apenas a fumaça por cima, o poço do diabo e o cachoeirão do vale do paty). Esse dia é bem mais tranqüilo e sobra bastante tempo pra nadar e fazer fotos, ficamos tbm umas 2 hs no local. Retornamos pelas 5 da tarde pra cidade. Esse dia a fome apertou e aproveitei pra jantar (restaurante brilho da chapada – 12 reais o kg – ao lado do mercado, com ótimos sucos naturais feitos na hora). Enfim a segunda feira acabou, no dia seguinte tomei cafezão com dona Lóia, que aproveitou pra me mostrar os fornos onde preparava os bolos e pães do café, quando me perguntou a profissão e disse que era médico de imediato pediu meu telefone e disse que ia passar ao secretário de saúde pra que ele me fizesse uma proposta, eheheh. Passei rapidamente na Lan House e na farmácia me despedi dessa agradável cidade e segui rumo a Lençóis.

 

20091226165938.jpg

20091226170131.jpg

 

 

Como chegar: Ônibus semanal (sábados) partindo de Salvador e São Paulo e diário partindo de Vitória da Conquista – Empresa Novo Horizonte. Vans diárias de horário irregular partindo de Mucugê. A melhor opção é alugar um carro em Mucugê.

 

Associações de condutores: Bicho do Mato(Marcone e Marcio) - (77) 3413- 2040; ACVIB(Florisvaldo) - (77)3413-2048

Pousada: Pousada Ibicoara (dona Lóia) – (77)3413-2276

 

Alimentação: Mercado e padaria em frente à pousada( pode pedir pra eles prepararem o lanche pra levar na trilha no dia seguinte, fazem ótimos sanduíches naturais por reais 4,50) e restaurante brilho da chapada ao lado do mercado.

 

Atenção:

*Levar calçado adequado para fumacinha (atravessa diversas vezes o rio e tem muitas pedras escorregadias)

*Fumacinha - Nível difícil

*Buracão – Nível médio

*Levar proteção para a máquina (bolsa estanque), em ambas cachoeiras corre o risco de molhar a máquina mesmo estando longe das quedas principais.

  • Gostei! 1
Link para o comentário
  • 4 semanas depois...
  • 11 meses depois...
  • Membros de Honra

Ant:

 

Este trekking para Mucugê não é difícil mas não é trilha propriamente, no sentido de que vc vai encontrar no trajeto todo um caminho para seguir. Nos gerais do Machambongo, por exemplo, é uma vegetação baixa de campos de altitude. Vc avista ao longe seu objetivo (a forquilha ou tesoura) e ruma para lá, sem necessidade de trilha. Ao passar a forquilha tem uma trilha até a nascente do rio Mucugê e daí vc segue margeando o rio, sem trilha. Só mais embaixo é que vc vai encontar uma trilha bem definida.

 

Abs, peter

Link para o comentário
  • 4 semanas depois...
  • Membros

Muito bons os relatos. Uma dúvida: a fumacinha não chega a secar no inverno não? Eu estava pensando em ir ao Pati no carnaval, mas com esses relatos estou quase mudando de plano. O problema é que carnaval vai cair na época q ainda há risco de tromba d'água segundo Peter e no inverno (São João, por exemplo) as cachoeiras estão praticamente ou totalmente secas, como resolvo o dilema?

Ah, outra pergunta: o Bicho do Mato é uma associação de guias ou uma agência de turismo que fornece os guias?

Link para o comentário
  • Membros de Honra

Lycia:

 

Estive lá em outubro, que é a época mais seca na chapada e tinha uma bela queda d'água. Claro que pode variar de ano para ano, mas acho que sempre haverá água. O suficiente para ser bonito (possivelmente a mais bonita da Chapada) com um risco reduzido de tromba dágua.

 

Bico do Mato, que eu saiba, é uma associação informal de guias. Não é agência de turismo.

 

Abs, peter

Link para o comentário

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...