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Ilha de Páscoa - 06/2013 (Fotos anexadas às postagens)


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Amigas e amigos mochileiros,

 

Como muitos outros brasileiros, viajei para a Ilha de Páscoa, realizando um sonho antigo. Sempre tive interesse em algo que poderíamos chamar de "turismo histórico-arqueológico", mas ir a Rapa Nui (nome do ramo linguístico falado originalmente na ilha) sempre foi um sonho mais distante, não estava nos planos mais próximos de viagem para o presente ano. No entanto, uma promoção da LAN/TAM em janeiro, anunciada pelo Melhores Destinos (http://www.melhoresdestinos.com.br/promocao-passagens-ilha-pascoa.html), mudou os meus planos. Nesta promoção, era possível sair do Rio em direção a Ilha de Páscoa por menos de R$ 600,00 + taxas. Imperdível! Os valores normais são mais que o dobro disso.

 

Passagem comprada para Junho! Não consegui convencer nenhum amigo a ir comigo. Viajei sozinho, o que não é nenhum problema para mim. ::hãã2:: No entanto, confesso ter refletido muito sobre as nossas escolhas para viajar. Um amigo, pessoa muito amada, chegou a insinuar que esta não seria uma "viagem de verdade". Volto nisso ao final.

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Viagem de ida

 

Sai do Rio, aeroporto do Galeão, às 18:20 do dia 14/06. Voo pela LAN num Airbus A320. Voo tranquilo em direção a Santiago. Cheguei a Santiago às 22:25, horário local, um pouco mais de 5 horas de voo.

Como não pretendia passar algum tempo em Santiago na ida, permaneci no aeroporto. Um grupo de brasileiros que iniciou contato pelo Mochileiros e depois organizou um grupo no Facebook marcou de sair para beber durante a madrugada. Além de não ter mantido contato com eles, resolvi não sair. Passei a noite no aeroporto. A experiência foi péssima, especialmente estando sozinho. Fiquei no Gatsby do embarque internacional usando a rede Wi-Fi.

Não há como chegar à ilha sem ser pelos voos da LAN e, para nós, necessariamente teremos que ficar em Santiago uma noite. Os voos para Ilha de Páscoa saem pela manhã. Há a promessa de um segundo voo diário à tarde, segundo fui informado por moradores.

 

Embarquei para ilha às 08:15 e chegamos às 12:10 em Mataveri, o aeroporto internacional com uma pista gigante, quase indo de uma ponta a outra em um dos vértices da ilha. Como foi informado depois, a pista tão grande (3438 metros) remete aos usos feitos pela NASA até uma década atrás como pista de emergência para pouso de ônibus espaciais.

 

A pista gigante contrasta com a estrutura do próprio aeroporto. Pequeno, sem grandes estruturas ou serviços especiais.

 

Fica no desembarque a bilheteria para a compra dos ingressos para os parques da ilha. O valor do bilhete foi US$ 60,00. Toda a ilha é um parque nacional. No entanto, para entrar especificamente em Orongo e Rano Raraku é preciso apresentar este bilhete. Segundo a guia local, infelizmente, o recurso oriundo destes bilhetes não ficam na municipalidade, mas são remetidos ao governo central chileno.

 

No desembarque aquela fila de funcionários dos hostels e hotéis esperando os hóspedes. Não foi diferente comigo. Recebi (recebemos) lindos colares de flores e folhas.

 

*E aqui cabe outra observação: os ilhéus são majoritariamente polinésios. Os traços culturais mais tradicionais referem-se à cultura polinésia, muito acessível nas representações sobre a Polinésia Francesa e o Hawaii.

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A hospedagem

 

A ilha é um local caro. Caro para tudo! Caro para se hospedar. Novamente, neste caso, viajar sozinho impõe o seu primeiro problema prático: hospedagem. Com todo respeito aos demais companheiros, já sei que não me agrada dividir quarto e banheiro com estranhos. Não fico feliz e nem à vontade com isso. Logo, em respeito aquilo que sou, opto, sempre que possível, mesmo em hospedagens de baixo custo, ficar em um quarto com banheiro privativo. E, neste sentido, viajar sozinho sempre pode acarretar um custo adicional. Isso tudo para justificar a minha escolha de hospedagem.

 

Fiquei no Apina Tupuna (http://www.hostalapinatupuna.com/hostal.htm). Escolhi este hostel porque era o que tinha o melhor custo x benefício (US$ 30 x diária sem café da manhã) para um quarto com banheiro privativo dentre todos os pesquisados. No entanto, as avaliações (http://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g316040-d1770424-Reviews-Hostal_Apina_Tupuna-Easter_Island.html) não eram as melhores. O local é uma casa de família muito bem localizado. No entanto, ainda é uma casa de família administrada pela senhora Blanca Hucke, uma moradora muito simpática da localidade. O quarto, assim como todas as demais estruturas, era simples, mas confortável e funcional. Um chuveiro com água quente e uma cama limpa já me deixam feliz quando eu viajo. E isso não faltou na semana em que estive lá.

 

Ainda sobre a hospedagem: a matriarca da família, mãe da senhora Hucke, é uma figura! Nada simpática, mas muito preocupada comigo. Sempre me achando um louco por sair debaixo de chuva para fotografar.

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1º dia

 

Depois de uma cansativa espera no aeroporto de Santiago, voo atrasado, cheguei ao hostel e dormi.

Mais tarde sai pela beira-mar e encontrei um simpático local que viria, posteriormente, a definir como o melhor restaurante da ilha (e um dos mais caros também). O Restaurante Haka Honu (http://www.tripadvisor.es/Restaurant_Review-g1049073-d2075945-Reviews-Haka_Honu-Hanga_Roa_Easter_Island.html), ao lado do Banco Santander, na beira mar, é um espetáculo. O atendimento é excelente, o ambiente é simpático, apesar de rústico, e o cardápio é fantástico! Não é um local para comer todos os dias se está viajando com o orçamento apertado. Eu sempre gosto de reservar grana para comer em um restaurante local legal quando viajo, nem que para isso tenha que economizar em outras refeições. Além disso, sempre gosto de comer em locais diferentes, se for possível e orçamento deixar. E este foi a minha escolha de restaurante legal para me despedir da ilha. Não somente pelo cardápio, mas também pelo atendimento. Afinal de contas, acabei saindo para beber com o gerente e os funcionários em meu penúltimo dia na ilha. A melhor experiência de todas. Mas voltemos ao cardápio deste primeiro dia: porção de pastel sem recheio de entrada acompanhado de salsa (próximo ao nosso vinagrete); o prato principal foi Pescado Chutney de Papayas; e, de sobremesa, uma taça gigante de sorvete com frutas vermelhas. O valor final foi de CL$ 24000,00, aproximadamente US$ 50. Como disse acima, não é um local barato, mas valeu cada centavo.

 

Como já era tarde e a iluminação noturna na ilha é bem precária, resolvi voltar para o hostel. Caminhar pela beira-mar, numa noite linda, em um céu sem nuvem alguma e super estrelado. Esta foi a primeira impressão quanto a noite de Rapa Nui.

 

*Uma nota sobre a iluminação: a ilha é abastecida por geradores. Mas a iluminação pública só existe, de fato, em Hanga Roa, o pequeno vilarejo central. E, mesmo assim, é pouco eficiente. Logo, se pretende andar a noite e não estiver de carro, leve uma lanterna. Há oscilações no fornecimento de energia e alguns trechos não possuem iluminação, mesmo em Hanga Roa. Fica a dica!

 

 

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2º dia

 

A ilha tem variações climáticas bruscas. A linda noite anterior foi sucedida por uma chuva torrencial na manhã seguinte. Fiquei frustrado, confesso. Ainda assim sai do hostel para conhecer Hanga Roa. A ideia original era conhecer a cidade no dia da chegada, mas o cansaço não permitiu. Sai no momento em que a intensidade da chuva diminuiu. Sou péssimo em me localizar, sem senso de direção, e, por isso, adoro sair andando para fazer reconhecimento dos locais novos que visito. Fui caminhando do hostel até o centro, pelo caminho que havia feito no dia anterior com o taxi. A pior escolha de caminho, o que ficaria claro logo adiante. Chove demasiadamente na ilha e as ruas não centrais, mesmo em Hanga Roa, são esburacadas ou de barro batido. Logo, há poças gigantescas de lama em certos locais.

 

*Assim sendo, vá de bota impermeável, preferencialmente as que possuem cano médio e de fácil limpeza. Em dias de chuva pode ser útil ter um calçado prático para este tipo de clima e solo. Eu não tinha. Dois meses depois ainda não consegui retirar a lama do meu tênis.

 

Este primeiro passeio deu para notar a população, o comércio local, e mapear locais baratos para comer. Como sempre, fui verificando onde os moradores locais comem. Verificar onde os habitantes comem é sempre uma boa estratégia para achar os locais mais em conta.

 

Almocei empanadas (6 por CL$ 2000) e nuggets (7 por CL$ 1000) no Pini Moa, ao lado de um mercado local. Comprei água, pães, atum e maionese para fazer sanduíche à noite por CL$ 5000.

 

* Há vários pequenos mercados na ilha. É mais barato comprar as coisas neles. Não é difícil de achá-los em Hanga Roa. O vilarejo é pequeno e relativamente adensado.

 

Mesmo chuva, visitei Vinapu, nas proximidades do aeroporto, onde fica o Ahu Tahira. Nesta pequena enseada, próxima às estruturas militares chilenas, encontrei o meu primeiro Moai. Não era o mais bonito e nem o mais encantador, mas foi mágico me deparar com o Ahu (altar, base de pedra sobre as quais se erguem os moais), realização de um sonho de infância. Em Vinapu também me deparei uma constante na ilha: os cachorros. Há muitos cachorros soltos em toda Hanga Roa. E são grandes, simpáticos e companheiros. Fui escoltado por vários. Para quem estava viajando sozinho, eles foram uma excelente companhia. Foram devidamente fotografados como merece todo bom companheiro de viagem.

 

Sai de Vinapu e retornei ao centro. Segui em direção ao Complexo Tahai, o local que mais visitaria na ilha e de onde faria minhas melhores fotografias. Acho que não comentei isso anteriormente, mas a viagem tinha um intuito claro: queria aprimorar minha prática fotográfica. Gosto do campo, mas confesso não ter muito talento. Segui pela orla até Hanga Kio'e, onde fica o Ahu Akapu. O caminho é lindo. E comigo, mais um cachorro amarelo de escolta. Não havia ninguém por aquelas bandas naquela momento. A chuva intermitente dava uma sensação de solidão poética. Eu e um cachorro desconhecido andando por aquela paisagem vulcânica contemplando o Oceano Pacífico e vendo a chuva se desfazer sobre o mar. Poético! Não fui ao Ahu Tepeu por não saber de sua existência naquele momento. Ademais, a chuva se intensificava. Um percurso de 2 horas, com muita calma, tirando fotos, vendo coisas, sentando nas pedras para ver o mar e fugindo da chuva.

 

Já no final da tarde voltei ao hostel, tomei um delicioso banho e segui a caçar um lugar para jantar. Encontrei um "fast food" na rua em que fica a loja da LAN. Comi uma inusitada e deliciosa batata frita com molho de queijo, tirinhas de bacon e linguiça fritos, camarão ao vapor, cebolinha e pimenta branca. Acompanhado de um suco de goiaba. Valor total da refeição: CL$ 8000 pesos. Após o jantar, fui ver a cidade a noite. Como já dito acima, a cidade é muito escura. Com a chuva, as poças de lama são enormes em alguns locais. Nesse percurso comprei duas barra de chocolate por CL$ 800 cada e voltei para o hostel. Estava cansado e precisava me preparar para o dia seguinte.

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3º dia

 

Como no dia anterior, chovia demasiadamente neste dia. Os planos eram fazer sanduíches e levá-los comigo para visitar o Rano Kau. O vulcão não fica tão distante de Hanga Roa e menos ainda distava muito do hostel no qual estava hospedado. Inicialmente queria fazer o caminho andando, mas não foi possível. A chuva e o vento não me permitiram. Mudados os planos, resolvi partir para plano B: visitar o museu da ilha. Segui andando até lá. Caminhada perdida, museu fechado. Era segunda-feira! Não havia atentado para isto. O museu da ilha fica mal localizado, nas bordas do centro, com um acesso ruim, mesmo de carro. Também não fui ao Ahu Tepeu como pretendia. Chovia demais! Sem poder realizar o plano A e o plano B, parti para o plano C. A esta altura do campeonato, a minha programação já tinha feito água.

 

Voltei ao centro com um dilema: o que fazer para salvar a minha programação se continuasse a chover daquela maneira? Para explicar: não deveria estar chovendo daquele jeito em junho. Segundo informações, a época de chuva terminaria em maio. No entanto, chovia demais. Eu estava sozinho e não podia alugar um carro para visitar os locais que desejava pelo simples fato de que não tenho carteira. Não há transporte público na ilha e os locais mais interessantes ficam distantes de Hanga Roa, com acesso por estradas pouco pavimentadas. A minha viagem chegava a um ponto crítico. E refaria todos os planos neste dia.

 

Voltei ao comércio e intentei comprar um tênis novo, impermeável. Não lembro os valores cobrados, mas foi por volta de R$ 600. Tudo na ilha é muito caro. Resolvi não comprá-lo. O mesmo calçado custa menos de R$ 200 no Brasil. Ainda no centro, fui ao escritório da SERNATUR, próximo ao Banco Santander, pedir informações sobre os grupos locais de dança típica e sobre as agências de turismo. Já cogitava contratar um serviço especializado para remediar os contratempos de deslocamento.

 

Almocei no Club Sandwich (http://www.tripadvisor.com.ar/Restaurant_Review-g316040-d4176389-Reviews-Club_Sandwich-Easter_Island.html), rua principal de Hanga Roa: chá de maça (CL$ 1000) e um "doble hamburguesa" maravilhoso (CL$ 8500). Este local foi um achado. Tudo era gostoso. E o melhor, um dos atendentes foi super simpático ao me dar várias dicas sobre a ilha, especialmente onde sair para dançar. Anotou o nome dos locais em um papel, horários e dias de funcionamento e até o número local de taxi. Além de orientar quanto ao público das casas noturnas. Infelizmente esqueci seu nome.

 

*Casas noturnas na ilha: não conheci nenhuma das três. A Topatangi funciona sextas e sábados, de 23:30 até 04:00. Já Toroko e a Piriti funcionam entre 0:00 e 05:00, nas quintas, sextas e sábados. Assim como esqueci o nome dele, esqueci também qual delas é um espaço em que rolariam muitas brigas dentre os frequentadores. Segundo ele, ademais, os homens locais não nutriam muita simpatia por uma eventual proximidade entre visitantes e as mulheres da comunidade.

 

Há três grupos de dança tradicional na ilha: o Kari-Kari (http://www.tripadvisor.es/Attraction_Review-g1049073-d1902070-Reviews-Ballet_Kari_Kari-Hanga_Roa_Easter_Island.html); o Vai Te Himi (https://www.facebook.com/pages/VAI-TE-MIHI-REO-O-TE-MATA-TOA/116789275022868?fref=ts); e o balé do restaurante Te Ra'ai (http://www.teraai.cl/old/index.php). Optei pelo Vai Te Himi. Comprei o ingresso (Cl$ 15000) e fui ao espetáculo. Lindo! Salvou o dia, a apresentação foi encantadora. Escolhi o Vai Te Himi porque ficava numa área que eu já conhecia (Tahai) e tinha apresentação naquela noite.

 

Retornei ao hostel novamente. Noite clara, ainda chovendo, mas pouco. Céu lindamente estrelado, ruas escuras... No caminho para o hostel, pensando na vida, é que me dei conta de que quase todos os visitantes eram brasileiros. Até o comércio local estava perplexo pela "invasão" de verde e amarelo.

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4º dia

 

Fui para a cama, feliz com o show e cheio de esperanças de que amanhecesse com sol. Não aconteceu. Ainda chovia quando amanheceu. O dia começa tarde na ilha, às 8 da manhã está começando a amanhecer. No quarto, ainda na cama, ouvia as ondas arrebentando e a chuva intermitente. No auge da minha desolação resolvi contratar um serviço especializado. Não gosto de guia turístico, a ideia era fazer as atividades com a maior autonomia possível. Romantismo e amadorismo da minha parte. Não era viável visitar toda a ilha sem carro com chuva.

 

Contratei os serviços da Kia-Koe Tour (http://www.kiakoetour.cl/). Foi a melhor escolha que poderia ter feito. ::otemo::

Assim sendo, no dia seguinte, faríamos um percurso envolvendo toda a ilha, chamado de Full Day Anakena. O valor do serviço: CL$ 20000, sem o almoço no restaurante. Foi o melhor custo x benefício que encontrei.

 

Almocei no restaurante Aringa Ora: atum grelhado com purê de batata e uma Coca-Cola. Valor total CL$ 15000. Nada barato e o restaurante tem certo ar de decadência. O prato, apesar de gostoso, não era bem servido. Não foi a melhor escolha, deveria ter comido em outro local.

 

Após o almoço, fui para a região de Hanga Piko. O pequeno porto da ilha guarda um Ahu solitário com apenas um Moai em pé, os demais estão derribados. No entanto, foram as estruturas de pedra que mais me encantaram nessa tarde. Enquanto contemplava o mar, em meio ao gramado, acompanhado de cachorros que brincaram no gramado, avistei uma tartaruga marinha enorme descansando no cascalho. Confesso que achei que estivesse morta ou doente. Conversei com um pescador que avisou que ela apenas estava descansando. Eu e ela ficamos juntos por um bom tempo. Deixei-a sozinha e segui em direção às pedras. As formações rochosas da larva em encontro com o mar produzem um cenário que parece ficção científica. Na porção final da beira-mar, na direção de Rano Kau, há um local excelente para visitar, meditar, fotografar e contemplar. A tartaruga encontrou um excelente local para descansar. E eu fiquei muito feliz com as primeiras horas sem chuva desde que cheguei.

 

Voltei ao centro para comprar água (CL$ 1800), além de desodorante (CL$ 2400) para tentar salvas dignidade de algumas roupas que secaram a sombra. Enquanto comprava desodorante na farmácia Cruz Verde, a única da cidade, descobri que havia um clube das mulheres com uma apresentação exótica de um pugilista nigeriano. Confesso que fiquei tentado! Curiosidade pura.

 

Já tendo anoitecido, voltei ao Club Sandwich e comi o Luco, um cachorro quente com muito queijo, por CL$1800, além de dois refrigerantes de laranja (CL$ 1000 x 1) e uma empanada de ostiron com queijo por CL$ 2500. A empada estava maravilhosa! Nunca havia comido ostiron na vida, fiquei com receio de não me fazer bem. Mas adoro correr riscos culinários. E valeu a pena.

 

Voltei novamente ao hostel, precisava de um banho e cama.

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5º dia

 

Finalmente amanhece um dia lindo. Um sol gostoso. Ele e eu estávamos radiantes. Acordei cedo para visitar Rano Raraku (o vulcão de onde se retirava o material para a fabricação dos Moais) e Akena, a mais famosa praia da ilha. Cabe frisar que a ilha não é um paraíso tropical com praias lindas e coqueiros por todos os lados. A ilha tem origem vulcânica, só há duas praias, dois bolsões de areia. O carro com a guia chega cedo. Vamos com ele até um posto de gasolina onde a empresa marcou o ponto de encontro. Vários viajantes, diferentes países, dentro do ônibus.

 

Este foi o melhor dia da viagem. A visita a Rano Raraku, ao Ahu Tangariki e ao Ahu Nau Nau, em Anakena, foi demais. Incrível pensar no modelo social, cultural e técnico que possibilitou a construção daquela civilização. Os antigos reis escolheram um local maravilhoso para viver, a região de Anakena. Fizemos, ademais, Aka Hanga, com um visual impar, contém as estruturas arqueológicas de uma vila cerimonial de outrora. O lugar é lindo, além de ser possível mapear a localização das antigas residências. Esta foi a primeira parada.

 

*Em Aka Hanga há artesãos e comerciantes vendendo peças de pedra, muito bonitas, e com preço bastante convidativo quando comparado aos praticados nos mercados de artesanato no Hanga Roa. Se for visitar este local, faça pesquisa de preço antes nos mercados no centro para ver onde o custo x benefício é melhor.

 

Logo em seguida, fomos para o Ahu Tangariki, a estrutura mais impressionante da ilha. O gigantismo surpreende. Os Moais restaurados são lindos. E, novamente, a paisagem envolta encanta. O mar atrás do Ahu e a sua frente à costa do Rano Raraku.

 

Seguidos de lá em direção ao Rano Raraku, a fábrica de Moais. Confesso que achei alguma semelhança entre o visual do vulcão e o cenário dos Teletubbies, uma eventual viagem, mas achei. Ver os Moais ainda em processo de fabricação é ótimo, especialmente se você tive lido um sem número de bobagens com relação à origem alienígena das estruturas, como se não tivessem sido feitas ali. Foram! E as centenas de peças ainda em processo demonstram isso.

Não conseguimos visitar a borda e o lago vulcânico, a administração do parque havia fechado o acesso por conta de um acidente ocorrido no dia anterior. Parece que um grupo desrespeitou as regras de segurança. ::toma::

 

Seguimos em direção ao Te Pito Kura, onde se localiza o maior Moai transportado do canteiro de fabricação até o Ahu. Peças maiores estavam em processo de fabricação ou se danificaram quando do transporte. Ademais, especula-se, que a guerra civil que pôs fim a era megalítica na sociedade Rapa Nui tenha se desenvolvido no momento em que a fabricação de peças de pedra chegava ao ápice. Ademais, nessa região se encontra o Te Pito o' TE Henua (O umbigo do mundo), uma pedra magnética gigante que, segundo a tradição, foi transportada desde a Polinésia pelos fundadores da sociedade Rapa Nui.

 

Chegamos à região de Anakena. Um lugar lindo! O coqueiros, transportados para lá no século XX, tentam dar um ar de Polinésia Francesa ao local. Não funcionou e ainda produziu um perigo: a ameaça quanto à queda de cocos sobre as pessoas que caminham em direção ao Ahu ou a praia. Esse risco é tão sério que há guardas municipais muito avisando sobre isso aos visitantes, além de pedir que não toquem nos Moais. Isso deveria ser uma obviedade, mas não é. O Ahu Nau Nau, localizado na praia, é lindo. Não surpreende pelo gigantismo de Ahu Tangariki, mas pela beleza dos traços, o cenário praiano... Enfim, ele é lindo! Este foi um daqueles momentos em que não desejei estar com um guia em grupo. Passaria muito tempo lá do que passamos. Ficamos um pouco mais de uma hora. Eu queria mais. Tanto dias de chuva, aquele sol, praia, moais lindos e gente bonita eram um convite para admirar mais o local. Não foi possível. Ainda assim, estava satisfeito.

 

*Em Anakena há quiosques com empanadas, saladas, peixes, carnes e massas. Uma opção mais barata que o restaurante na entrada do Rano Raraku. Logo, se você adquirir este serviço com uma empresa de turismo atente para isso. Elas vendem o pacote já com um adicional pelo almoço neste restaurante. No entanto, existe a opção de fazer um lanchinho e deixar para comer algo mais substancial quando chegar à praia.

 

Retornamos a Hanga Roa. No caminho decidi contratar mais dois tours com a mesma empresa. Confesso que, como demonstrarei mais adiante, um deles não valeu a pena. Deixado na porta do hostel, fui descansar para sair mais tarde.

 

Sai para ver o anoitecer no Tahai. Como foi o primeiro dia de sol intenso na semana, vários viajantes também queriam ver o mesmo. Sentados no gramado do que outrora foi uma praça cerimonial defronte aos Ahus, fiquei fotografando e vendo as lindas imagens que o pôr-do-sol pode produzir. O Pacífico estava mais lindo que nunca. O jantar foi no La Kalena, um restaurante a beira-mar, próximo ao Tahai. Atendimento excelente, como é comum nos restaurantes da ilha. Optei pelo Ceviche. Simplesmente fantástico! Terminei o dia deveras satisfeito, fazendo fotografia noturna.

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6º dia

 

A minha semana já se aproximava do fim, iria embora no dia seguinte. Era preciso otimizar o meu tempo e ainda não havia visitado um dos locais que mais desejava conhecer quando planejei a viagem: Orongo e sua via cerimonial. Como já havia sacrificado à autonomia no dia anterior, contratei os serviços da mesma empresa de turismo no dia seguinte. Comprei dois produtos distintos. O primeiro faria o percurso Puna Pau, no interior da ilha, o local no qual se fabricavam os Pukões, os chapéus utilizados na cabeça dos Moais; seguido do Ahu Akivi, a única plataforma de Moais no interior da ilha, referente aos primeiros viajantes, localizados na direção da Polinésia; e, por fim, Ana Te Pahu, uma caverna utilizada como residência e também como área de plantio, uma estratégia bastante interessante. Desse percurso, o menos interessante foi a visita a Puna Pau. Além do dia não estar ensolarado como o anterior, não há muito que se ver por lá. O Ahu Akivi e o entorno de Ana Te Pahu são mais interessantes.

 

Voltamos a Hanga Roa. Segui direto para o museu da cidade. Simples. Numa ilha em que o patrimônio histórico está nas ruas, a céu aberto, ser um museu é uma tarefa impar. O museu se propõe a organizar as informações, montar uma narrativa histórica e geológica da formação da ilha e de sua cultura particular. Com pequenos objetos cerimoniais e da vida cotidiana, o museu talvez deva ser o primeiro local a ser visitado em um roteiro menos conturbado como foi o meu. Ele ajuda a entender melhor o que se verá a frente. Esse lacuna foi suprida nas minhas visitas com o auxílio de um livro que conta a história da ilha adquirido ainda em Santiago e devorado nas minhas noites no hostel.

 

*Uma prática recorrente dentre os visitantes da ilha é carimbar o passaporte em diversos locais. O museu tem o carimbo mais bonito, mas é possível carimbar o passaporte em Orongo, na biblioteca, nos Correios (o carimbo mais legal) e na entrada de Rano Raraku.

 

Retornei a Haka Honu, o meu restaurante favorito para tomar sorvete, voltaria adiante para jantar. Após o sorvete, recebi uma carona do simpático gerente do Haka Honu e fui aos mercados de artesanato. Era hora de fazer pesquisa de preço para comprar lembranças. Confesso que numa viagem de custo tão elevado, não tinha a pretensão de fazer compras. No entanto, como sempre faço quando viajo, era preciso comprar um presente para mim, algo que fizesse com que eu revivesse aqueles dias quando retornasse. Eu queria um Moai de pedra. Os preços variavam muito, a qualidade também. Vi preços, mas não comprei nada naquela tarde. Tinha que voltar ao hostel, a guia ia passar para me pegar e irmos visitar Orongo.

 

Como estava uma tarde quente, o grupo que iria para Orongo desistiu e resolveu seguir para Anakena. Cabe o registro positivo quanto ao fato da Kia Koe Tour não ter cancelado o serviço contratado por ausência de público. Na verdade, fomos apenas eu e Ana (a guia) para este tour. ::cool:::'> Ficaria mais feliz se estivesse com o grupo, mas tudo bem. Não é tão ruim ter uma guia particular. ::tchann::

 

A primeira parada foi em Ana Kai Tangata, uma caverna repleta de pinturas rupestres, a beira-mar, escondida do visitante mais distraído. Os motivos desenhados na caverna referem-se a Tangata Manu, ou homem pássaro, uma referência às competições clânicas pelo governo da ilha já no declínio do modelo monárquico tradicional.

Logo após a caverna, seguimos em direção a Rano Kau e Orongo. Assim como em Rano Raraku, para acessar Orongo é preciso do bilhete comprado no aeroporto. Leve o passaporte, o carimbo do parque é bem simpático.

 

A vila cerimonial de Orongo é uma preciosidade. Restaurada com um erro grosseiro no número de portas, as casas de pedra utilizadas nos cerimoniais de Tangata Manu são lindas. Perfeitamente inseridas na paisagem. Recobertas por grama verde, na borda de um vulcão e em frente ao oceano, Orongo é um espetáculo a parte. A cratera de Rano Kau, utilizada durante décadas ou séculos como fonte de água potável e terra fértil para a o plantio, é outra referência de beleza. Do alto da cratera, uma vista deslumbrante do Pacífico e, ao mesmo tempo, uma cratera recoberta de árvores frutíferas e um lago profundo com água doce.

 

Saímos de Rano Kau em direção ao Ahu Tahira. Este sítio arqueológico inspira as mais variadas especulações. As pedras da base do Ahu são polidas, a única estrutura deste tipo na ilha. Esta estrutura é semelhante a utilizadas pelos Incas nas suas edificações sagradas, o que gera a especulação de que o império cuzquenho tenha chegado ao meio do Pacífico e estabelecido contato com os Polinésios de Rapa Nui. Apesar de improvável que o império andino que não conseguiu avançar para além das proximidades da atual Santiago e que tinha dificuldades em manter controle sobre as tribos do litoral chileno, além de pouca expertise em navegação, tenha chegado à ilha distando mais de 4000 quilômetros em mar aberto. Torçamos para que a arqueologia nos surpreenda com mais este feito incano algum dia. Seja como for, as estruturas produzem uma série de hipóteses a respeito de um eventual contato dos polinésios com o Tawantinsuyu.

 

Retornamos ao hostel. Banho, descanso e rua novamente. Queria jantar no Haka Honu e depois sair para dançar em um dos locais da ilha. Era quinta-feira à noite, última noite em terras Rapa Nui. Não me recordo qual tenha sido o prato, não anotei no diário de viagem. Menos ainda os valores. Mas não preciso fazer referências adicionais ao restaurante é bom e caro! Após o jantar, já tarde da noite, fiquei conversando com o gerente e a garçonete. Na verdade, apenas com ele, que havia visitado o Rio de Janeiro (e odiado), já que não entendia nada do que ela falava. Fiquei conversando com eles e bebendo. Até os ajudei a fechar o restaurante. Saímos e fomos beber. Ficamos conversando por mais algumas horas, até que a noite nos dispersou. Fim do dia em Rapa Nui. Não rolou a planejada ida a boate, mas valeu a pena passar horas conversando com os moradores locais. Nutro um super carinho por estes dois.

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7º dia

 

Malas arrumadas. Hora de seguir para o mercado de artesanato e comprar coisas. É agora ou nunca. Como deixei para última hora (estratégia de sobrevivência, não queria gastar com presentes recursos que eu poderia precisar na ilha), fui muito pragmático nas minhas escolhas. Já sabia qual loja vendia o Moai de pedra que desejava, assim como os demais presentes. Comprei tudo em menos de uma hora. Retornei ao hostel, me despedi das proprietárias e segui em direção ao aeroporto de taxi.

 

*Não taxímetro na ilha e nem exclusividade no uso do taxi. Assim sendo, você pode ter que dividir involuntariamente o seu taxi com outro passageiro. Os valores também são sobrados segundo a sua cara. CL$ 1000 é o preço padrão para moradores. Já o preço padrão para o deslocamento de viajantes em Hanga Roa é o dobro, mas é negociável.

 

Centenas de pessoas embarcando em direção a Santiago. Foi a primeira vez que encontrei o grupo de brasileiros com os quais, inicialmente, faria a viagem. O voo foi super tranquilo. Embarcamos às 13:10 e chegamos ao destino às 20:00. Um frio cortante em Santiago. Peguei o serviço de deslocamento da Transvip (http://www.transvip.cl/), por US$ 12, e segui em direção ao Andes Hostel (http://www.hostelworld.com/hosteldetails.php/Andes-Hostel/Santiago/16290?source=googleadwordshostelsbynamebroadbff&KID=478648&AID=2&sub_keyword=andes%20%2Bhostel%20santiago&sub_ad=b&sub_publisher=ADW&gclid=CPKKltD1hrkCFVCf4Aod1CwA_Q). Hospedagem excelente, preço ótimo.

 

Devidamente alojado, fui ver um pouquinho de Santiago já que retornaria ao Brasil na manhã seguinte. Não me distanciei muito da região de Museu de Belas Artes, mas gostei do que vi. Jantei em um restaurante chinês e tomei sorvete numa noite seca de inverno andino, por volta de 8ºC. Estava achando tudo barato depois de uma semana na Ilha de Páscoa. Retornei ao hostel e fui dormir satisfeito pela jornada que chegava ao fim.

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