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Meu primeiro mochilão - Bolívia e Peru (março de 2014)


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Agradecimentos:

 

Claro que não poderia deixar também de agradecer a alguns mochileiros que me ajudaram seja pelas suas dicas e sugestões ou simplesmente ainda pela grande paciência em responder minhas dúvidas quase que diárias que eram enviadas por mim a suas respectivas caixas de entrada. Dentre os muitos que colaboraram para meu esclarecimento, quero agradecer em especial, a doce pessoa Maria Emília (MariaEmilia), cujo seus relatos e histórias sempre me inspiravam a aventurar por terras bolivianas, e ao Alexandre (aletucs) que além de muito participativo nos tópicos, é muito prestativo e sempre compartilhou seu conhecimento sanando muito de minhas dúvidas e a de outros mochileiros, seja nos tópicos destes dois países, como por MP; e por último ao Mauro Brandão (maurobrandao). E claro, a este excelente site, que é uma fonte inesgotável de conhecimento e a melhor referência no assunto, sempre com tantas experiências e novas histórias, contadas por aqueles que escolhem este estilo tão peculiar de viajar e conhecer novas pessoas e lugares.

 

OBS: Inicialmente a ideia era escrever o relato por dias tudo dividido bonitinho, mas acontece que eu já não me lembro detalhadamente dia a dia ::lol4:: , então vou tentar descrever os pontos altos da viajem. Prometo no próximo mochilão levar algo para escrever. Mas a ordem dos passeios foi esta:

 

Machu Picchu

Isla del Sol

Salar de Uyuni

Donwhill na Estrada da Morte

Lutas livre das Cholitas

Subida ao Chacaltaya

Visita ao Cristo de La Concordia

 

E o nossa rota foi esta:

 

La Paz

Copacabana

Puno

Cuzco

Puno

Copacabana

Iha do Sol

Copacabana

La Paz

Oruro

Potosí

Uyuni

Potosí

Oruro

La Paz

Cochabamba

Garulhos

 

E os gastos foram estes:

Citar

Passagem de Palmas a São Paulo ida e volta: R$ 430,00

Passagem de SP a La Paz pela BoA Airlines: R$ 612,24

Passagem de Cochabamba a SP pela BoA Airlines: R$ 697.02 ::ahhhh::

Despesas com alimentação+souvenis+transportes+hospedagem+ingressos etc: USD 1.026,00

Cheguei lá no dia 02/03 e voltei 22/03 e ainda sobrou USD 20 dólares ::lol4::

 

De Garulhos a La Paz

 

Não sei dizer ao certo quando surgiu em mim essa necessidade de colocar uma mochila nas costas e sair por aí, talvez sempre fora algo abstrato, ou ainda um vestígio de alguma ideia da adolescência, onde sempre em meio a um discussão com os pais ou com a chata da minha irmã mais velha o seu eu interior sempre pensava: - Um dia ainda saio por aí, e sumo no mundo e não vão saber nenhuma notícia minha! ::lol4:: - Mas na verdade tudo não se passava de um sonho escondido em meio a tantos outros que temos enquanto jovens e esperamos realizar um dia, entretanto esse sonho em particular foi o que aos poucos ganhava mais forma em relação aos outros. A medida que ia lendo os relatos aqui no fórum, fui tomando a decisão de que meu primeiro mochilão iria começar pela América do Sul, precisamente na Bolívia e no Peru. Eu passava horas e horas, em casa e as vezes até no trabalho, lendo os relatos de outros mochileiros que tinham feito esse destino, e ficava viajando nas histórias, algumas muito hilárias e inusitadas por sinal, e sem dúvida imaginando o momento em que minha vez fosse chegar. Inicialmente a ideia era ir sozinho, mas pensei comigo de que vale a felicidade se não for pra compartilhar com os amigos (tá eu sei ficou parecendo comercial de Coca-Cola) mas cara pensei bem, e realmente vi que não era uma boa ir só. Então fui buscar companhia, e encontrei o tópico da Kátia Briesch, paranaense de Marechal Cândido Rondon, que pelo título do seu tópico parecia na época estar indecisa entre ir em janeiro ou março de 2014, me juntei na ideia dela de ir nesse período e aos poucos eu e ela decidimos que o melhor momento seria definitivamente em março e não em janeiro, pois entraríamos de férias nessa época. Esboços e rotas eram traçadas com os passar dos dias no tópico dela, conforme eram definidas as atrações e pontos turísticos que mais achávamos fascinantes aos nossos olhos. E com o passar do tempo mais pessoas se juntavam ao tópico, e porque não dizer a causa de se dar ao descanso, pegar umas férias e viajar no final do primeiro trimestre do ano. O grupo foi se expandindo, e formamos uma turma também no facebook, lá se juntaram muitas pessoas, entre elas um amigo gamer o Jean Almeida, que havia conhecido em um antigo fã-site de Tomb Raider a algum tempo atrás, e como todo admirador de arqueologia, o Peru é um destino indispensável para se conhecer, visto que o país tem muitos sítios e ruínas :D , pensamento este que ambos compartilhávamos, e o Rômulo um publicitário de Belo Horizonte que adicionou a Kátia e eu, e posteriormente também se uniu a galera, juntamente com a Edna também de BH. Como moro em Palmas não existem voos internacionais que partiam direto da capital, eu teria que pegar um voo para outra cidade, então antecipei e comprei logo minha passagem de ida e volta para Garulhos com quase um ano de antecedência por boleto bancário. Datas de chegada e partida definidas era hora de planejar o trajeto de Garulhos ao exterior, e após pesquisar decidi que o meu roteiro tinha que começar e terminar na Bolívia, porque sairia mais barato pra mim. A tradicional rota da maioria dos mochileiros que viajam para a Bolívia, SP a Santa Cruz de la Sierra não me atraia, e pelo que lia sobre a cidade na opinião da maioria dos mochileiros, a cidade não oferece muitos atrativos turísticos para se conhecer, na dúvida não fiz questão de ir lá confirmar ::mmm: , embora o meu voo para La Paz tenha feito escala em Santa Cruz de la Sierra, queria logo descer no aeroporto de El Alto, e de lá conhecer o quanto antes a capital. Chegamos em El Alto, o taxista do Hostel República já estavam a nossa espera então logo já saímos em direção a La Paz.

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No caminho fomos conversando com o taxista, falamos de futebol, carnaval, Evo Morales e até das novelas brasileiras :mrgreen: acredite lá está sendo exibida atualmente Avenida Brasil ::ahhhh:: .

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Bem vou começar pelo salar porque acho que foi um dos pontos altos da viajem e esta mais recente nas minhas lembranças. A medida que for escrevendo os outros volto aqui e faço a postagem

E espero que vocês gostem, e me perdoem quaisquer erros de português

 

Salar de Uyuni

 

Contratamos o passeio ao salar em uma agência que não me lembro o nome, mas fica em uma sala comercial ao lado da antiga localização do Loki em La Paz, e lá eles contrataram o serviço com a Sandra Tours já em Uyuni. O passeio saiu BS 720 por pessoa. Chegamos em Uyuni por volta das 8:30 da manhã e no mesmo instante fomos procurar a agência para confirmar o passeio para com a saída da cidade ainda para aquela manhã. Uyuni é uma cidade pequena e tranquila no meio do deserto, o surgimento da cidade se deu graças a sua localização estar na rota do trem que corta grande parte do país. Depois de duas andar o equivalente a duas quadras chegamos em uma avenida dupla é parada dos ônibus de diversas companhias. A agência Sandra Tours estava localizada na esquina, entramos e apresentamos o nosso voucher para uma senhora de meia idade, morena, que logo realizou os procedimentos colhendo o nosso número de passaporte e nossas assinaturas, e disse que sairíamos por volta das 10:30. Como não tínhamos tomado café da manhã resolvemos procurar um lugar para tomar, damos a volta na quadra e nos deparamos com uma pequena padaria chamada Delicio.us, o ambiente era aparentemente limpo e agradável, pedimos algumas salteñas, pão acompanhados de milk-shakes e sucos de fruta acrescidos de leite. Como eu não havia tomado banho na noite anterior, e estava super cansado resolvi procurar um hostel para tomar banho, tentei negociar um bom preço com as recepcionistas afinal eu queria apenas tomar um banho, mas não teve jeito, tive que pagar uma hospedagem completa para conseguir realizar tal proeza, o que me custou nada mais nada menos que BS 50. É eu sei foi caro, mas acredite foi um dos melhores banho de toda viajem banheiro espaçoso e uma ducha quente ótima. Quase duas horas depois encontrei o Jean e o Rômulo, conversando em frente a agência, o sol já tinha começado a esquentar e na frente da agência estava estacionado dois carros 4x4. Logo depois dois guias subiram no teto dos veículos e começaram a acomodar as mochilas e pertencentes dos mochileiros envoltos em uma lona azul. Na calçada estavam mochileiros de vários lugares, como Alemanha, Chile, Espanha e Japão. O horário da nossa saída não se deu exatamente no tempo informado pela senhora, entretanto também não tardamos muito a sair. Minutos depois após percorrer uma estrada chegamos ao cemitério de trens, é uma área onde como o próprio nome diz estão abandonados trens, peças e ferragens da companhia que percorria esse trecho. Quando chegamos já haviam outros grupos de outras agências que estavam no local tirando fotos nas ferragens. O guia nos deu quinze minutos para que pudéssemos também obter umas fotos nos trens, o que foi algo muito divertido.

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Depois seguimos estrada a dentro rumo ao deserto que já se formava no horizonte. Com o passar do tempo, fomos conhecendo aos poucos os outros quatro integrantes do nosso tours, descobrimos que três deles eram espanhóis e que estavam mochilando pela América do Sul a pouco mais de um mês logo depois que terminaram a faculdade de medicina Noélia, e o casal Sérgio e Martha tinham passado pelo Peru e Equador e estavam agora na Bolívia. A outra integrante do nosso grupo Ravieira Beatriz era uma chilena, que iria cursar fotografia após sua viajem, e também estava mochilando sozinha a algum tempo pelo Peru, e havia conhecido Noélia, Sérgio e Martha por lá e desde então decidiu se juntar aos três. Cerca de uma hora depois chegamos em um pequeno povoado após passar por um pedágio, onde os 4x4 param para que os turistas possam ter a oportunidade de conhecer um pouco do artesanato local em pequenas tendas situadas a beira de uma rua e também para que possam usar o baño no valor de BS 2, e ainda comprar alguns chocolantes, e snackers antes de ingressar de vez no salar. O artesanato é típico da Bolívia, e tem de tudo um pouco, peças confeccionadas com lã de alpaca, miniaturas de cholitos e cholitas feitas em biscuit, amuletos, tokens, enfeites e quadros para parede, chaveiros feitos do sal extraído do salar etc. Enfim muitos trabalhos interessantes, mas infelizmente os preços não são melhores dos que encontrados nas calles de La Paz, então se você tem a intenção de levar alguns souvenis da Bolívia para seus familiares, a dica que lhe dou é: resista a tentação e deixe para comprar em La Paz porque você vai economizar. Minutos depois seguimos por uma estrada plana, rumo deserto a dentro e ingressamos de vez ao salar, o solo é estupidamente branco fazendo uso indispensável dos óculos escuros, por favor não esqueça de leva-los pois são muito importantes para proteger a sua visão e para que você não fique lacrimejando a todo instante. Também não esqueça do protetor solar, pois o sol reflete no terreno branco, e queima muito a pele.

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No meio do salar existem vários hosteis feitos com blocos de sal e palhas, e lonas alguns melhores que outros. O nosso guia nos levou em um deles, onde foi construído um monumento em homenagem ao famoso Rally Dakar.

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Ficamos por alí durantes alguns minutos enquanto o guia Omar preparava o nosso almoço na traseira do veículo, e aproveitamos para tirar umas fotos usando a famosa técnica de perspectiva que todo mundo que vai ao salar usa, e que dá um efeito pra lá de divertido.

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O almoço foi algo simples: macarrão, bife ao molho, batatas fritas e refrigerante Coca-Cola que já não estava muito gelada, porém estava tudo muito saboroso e muito bem preparado, todos ficaram mais que satisfeitos. Depois do almoço seguimos viajem pelo deserto, e logo chegamos em um hostel feito de blocos sal nas encostas de um conjunto de montanhas, é incrível como tudo basicamente é feito de sal no hostel, mesas, bancos e móveis por um momento fiquei imaginando o trabalho que deve ter sido para cortar, moldar e transportar tudo aquilo ali visto que estávamos em um ambiente íngreme e de terreno totalmente irregular, realmente é um grande feito boliviano. Entramos e conhecemos o nosso quarto que tinha sete camas também feitas de sal, cada um escolheu sua cama, deixamos as nossas coisas e descemos para sala de estar que também é a cozinha, e se dispõe de várias mesas, em algumas delas haviam grupos de gringos de todos os lugares, que estavam bebendo, comendo ou jogando UNO. Acomodamos em um mesa próxima a entrada, e minutos depois fomos para fora do hostel e havia uma moça loira cortando o cabelo de um rapaz também loiro com a uma máquina, e como outros grupos sentamos em algumas pedras ao redor e nos colocamos observar enquanto conversávamos. A noite chegou e voltamos para o interior do hostel e nos acomodamos em uma mesa próximo a uma das portas de entrada, era uma mesa longa e forrada com um tecido estampado com pequenas llamas e o cholito figuras presentes na cultura boliviana. Foi quando se aproximou da gente um outro grupo de Israel, que se tratava de três moças com deficiência auditiva e mudas, começaram a se interagir conosco e logo percebemos que se tratavam de pessoas simpáticas. Conversamos bastante e descobrimos que elas estavam viajando a quase três meses pela América do Sul, inclusive haviam passado pelo Brasil. Em determinado momento, um das moças Gilat Elbaz pegou um moeda de peso boliviano, e propôs a brincadeira clássica do “Passa anel”, só que no lugar do anel, seria a moeda. Começamos a brincar e a se divertir com elas, fomos divididos em dois pequenos grupos, um de cada lado da mesa, a pessoa que estava sentada em uma das extremidades da mesa era o porta voz do seu respectivo grupo, e era o responsável por assimilar a opinião geral dos demais integrantes do grupo e leva-la a público. Cada grupo possuía três chances de acertar a localização da moeda, que estava escondida sob a mãos dos integrantes do grupo oposto. O grupo que acertava pontuava um ponto no placar.

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Na foto da esquerda para a direita eu, Assia Uhanany, Hen Ohana, Jean Almeida e Gilat Elbaz.

 

O tempo passou e nem nos damos conta, e logo fizemos uma pausa para “cenar”. O prato de entrada foi uma sopa acompanhada de torradas, o prato principal foi frango assado servido com batatas, acompanhado de pequenas rodelas de banana fritas, e refrigerante Coca Cola. E mais uma vez tudo estava muito saboroso, acredite escrevo este relato recordando com água na boca. Após o jantar todos foram logo dando um jeito de tomar um banho, afinal já estava um pouco tarde e tínhamos que estar de pé “muy temprano” para dar continuidade ao tour. O banho quente tem o custo de BS 10 por pessoa, e está disponível só até as 22:30 hrs. Um de nossos amigos e uma jovem de Israel demorou para tomar o banho, e quando foi tomar, a água quente foi cortada no meio do banho, eles ficaram nervosos e foram reclamar com a senhora que administrava o hostel, mas suas reclamações não deram em nada, e acabaram por tomar banho na água fria sem outra escolha. No dia seguinte arrumamos as mochilas, escovamos os dentes, tomamos café da manhã e partimos em direção as lagunas. Pouco tempo depois chegamos na primeira laguna, localizada em meio as cordilheiras, com um visual de tirar o fôlego, tivemos um tempo para caminhar e tirar fotos. Durante a tarde outras lagunas, desertos, a montanha de sete cores e também visitamos a Árbol de Pedra, famoso cartão postal do Departamento de Potosí. Chegamos na entrada do parque Eduardo Avaroa, pagamos a taxa de ingresso que custa BS 150 por pessoa e entramos no parque, que possui paisagens e mais lagunas estupidamente fascinantes. A noite chegou e seguimos em direção ao hostel que passaríamos aquela noite. O hostel estava localizado em um das margens da famosa Laguna Colorada. Entramos e mais uma vez conhecemos o nosso quarto. Era um quarto maior que em relação ao outro do hostel anterior, porém a parede pintada de azul apresentava infiltrações e alguns lugares estava com mofo. Nesse hostel não tinha ducha, e o baño era horrível, além de não ter iluminação dentro do banheiro, os sanitários não contavam com descarga, e tudo se dava manualmente com o uso do balde com água. Mas isto não foi problema, porque em compensação a salar de jantar dispunha de uma chaminé logo ao lado das mesas que nos aquecia durante o frio intenso de 5º que fazia naquela noite. O jantar foi uma sopa acompanhada de pães, refrigerante e até um vinho tinto que caiu muito bem, naquela altura do campeonato já estávamos todos cansados, e esse vinho foi uma mão na roda para revigorar as nossas energias. No hostel estava hospedado também outro 4x4, e nele tinha um casal colombiano que iria se aventurar nos dias seguintes com o objetivo de conhecer Machu Picchu, e como já havíamos conhecido essa maravilha peruana, aproveitamos para passar algumas dicas preciosas aos pombinhos. Não tardou muito e logo cada um saiu a procura de sua cama. Chegando no quarto, os espanhóis deram uma crise de riso, que me contagiou por uns instantes e damos gargalhadas noite a dentro, e sorriamos dos perrengues e momentos que vivemos no decorrer do dia que tinha se passado, foi algo muito divertido, porém não demorou muito, e logo o cansaço nos venceu e todos pegamos no sono. No dia seguinte acordamos às quatro da manhã, e rapidamente tomamos o café que consistia em um café da manhã americano: pão, geleia, manteiga, iogurte com granola, café, leite e chá. Depois que tomamos café, saímos lá fora, fazia um frio enorme, nunca havia sentido um frio como aquele em toda a minha vida, o vento era cortante e estupidamente gelado. O guia Omar agasalhou nossas mochilas no teto e pegamos a estrada. O dia começou a amanhecer, e brevemente chegamos no primeiro gêiser, já havia outras turmas de agências diferentes conhecendo-o. Eu confesso que não consegui conhecer esse gêiser de mais de perto, e fiquei no interior do veículo, pois estava muito frio e eu já não sentia os dedos dos pés. Cerca de vinte minutos depois seguimos viajem em direção a outro local onde se encontrava vários gêiseres. O sol já estava quente, e o frio já estava mais ameno, pude descer e vê-los de perto, são fascinantes. O vapor que sopra da terra é quente, mas como o frio é grande, logo a temperatura se dissipa e o vapor esfria. Ficamos no local cerca de trinta minutos e logo seguimos em direção as termais, passando por desertos, onde se avistava montanhas ao fundo, grandes e com sua imponência montavam cenários perfeitos para ótimas fotos. Chegamos nas termais, é basicamente um alojamento a beira de uma estrada, que contorna uma grande laguna, donde se construíram uma piscina de pedra bem encima de uma das nascentes das águas termais. Existe um vestuário onde, é possível fazer a troca de roupa e vestir o seu traje de banho. Eu, Jean e o Rômulo não animamos a entrar nas termais, e nos contentamos em apenas mergulhar os pés nas águas “calientes” que brotavam da terra. A sensação e o bem estar proporcionado é indescritível, simplesmente algo super agradável, ainda mais levando em consideração todo aquele frio. Na laguna ao longe se avistava lhamas que pastavam e andavam tranquilamente, formando uma vista perfeita, e transmitindo uma paz sem igual para quem as contemplava. Quase uma hora se passou e havia chegado a hora de prosseguir viajem o Omar fez um sinal e nos chamou de volta ao carro, calçamos nossas botas e entramos no carro. Continuamos o nosso tour pela estrada a fora, até chegar na laguna verde, porém a coloração da água não estava nem um pouco verde, e mas tarde descobrimos que a água da laguna já não está verde a um bom tempo, e que tanto os guias quanto o pessoal das agências sabem disto, entretanto mesmo assim continuam vendendo o tour aos turistas afirmando com total convicção que ela está verde. Não me senti frustrado com relação a isto, afinal mesmo não estando verde a laguna ainda é bela, mas me senti enganado pela agência, o mesmo ocorreu com meus amigos Jean e Rômulo. Depois que tiramos algumas fotos, infelizmente era hora de despedirmos dos nossos amigos espanhóis Noélia, Martha e Sérgio, que iriam em pegar o transfer para San Pedro do Atacama no Chile e de lá seguir viajem subindo para o Peru, e também de nos despedir das nossas colegas israelitas que também iriam seguir para outro destino. Os carros 4x4 estavam todos estacionados próximos ao mirador da laguna verde, e de repente algo me surpreendeu, nossas amigas mudas, pediram para todos que se encontravam ali, se posicionarem em círculos, então todos formamos uma roda, e logo com um gesto meigo uma delas começou a gesticular sua mão e com um movimento parecido a um inseto em pleno voo tocou no ombro do colega mais próximo. E assim pediu para que o colega tocado por ela desse continuidade a dinâmica, com o próximo da roda, e assim ele o fez, tocando no ombro da pessoa seguinte. Logo todos deram continuidade a brincadeira, e fazendo gestos com as mãos que lembravam um inseto que voava e depois pousava em partes distintas do seu colega que estava ao lado, e em sentido anti-horário, todos se despediam de seus amigos. Quando todos terminaram, era hora de dar um beijo justamente no lugar que o seu inseto havia “pousado” na pessoa que estava posicionada ao seu lado. Admito que esta dinâmica, a despedida e toda aquele lugar lindo, mexeu com o meus sentimentos mas não cheguei a chorar como muitos que estavam ali, mas cheguei bem próximo disto. Essas israelitas me ensinaram muitos valores, só com o simples fato de observa-las pude aprender muito. Após essa dinâmica feitos por nossas amigas, tiramos umas últimas fotos do grupo todo reunido com o vulcão e a laguna com o plano de fundo, despedimos e era hora de voltar hora de fazer todo o percurso de volta a Uyuni. No nosso carro voltaram conosco o casal colombiano e duas meninas da Irlanda. Fizemos uma parada na beira de um riacho que cortava as montanhas onde próximo ali havia um grupo de lhamas que pastava tranquilamente a vegetação que crescia verde próximo da água. Alguns minutos depois chegou mais um 4x4 e nele uma surpresa a nossa amiga Raviera estava nele, ela nos disse que estava voltando pra Uyuni, e como as coisas em nosso carro estava um pouco apertadas, eu, Jean e Rômulo fomos no carro com ela que estava só com o motorista. O almoço ficou pronto, e o nosso cardápio era: arroz com legumes, atum acompanhado de uma salada feita com pepinos e tomates, e a bebida era um refrigerante Coca-Cola. Depois do almoço seguimos viajem até chegar no Valle de Las Rocas, onde como o próprio nome diz, é um vale onde existe grandes formações rochosas em tons de marrom, formando uma paisagem única, digna de cinema. Tiramos algumas fotos contando com a ajuda da Raviera que é aspirante a fotógrafa e logo voltamos para Uyuni, chegando na cidade no final da tarde. Já era quase noite, quando embarcamos no ônibus de volta a La Paz, pagamos o valor de BS 90 por pessoa em uma passagem até a capital em uma categoria semi-cama. A viajem foi longa e desconfortável. Chegamos em La Paz pela manhã, despedimos da Raviera e fomos para o hostel Bash And Crash. O hostel tinha ótimos quartos porém o baño masculino não tinha uma ducha das melhores, então no dia seguinte prontamente mudamos de hostel.

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Fala Edu, o relato e a galera com quem conseguiu viajar.. demais mesmo!!! estou interessado no seu relato sobre Machu Picchu, Cuzco, Copacabana e Isla del Sol.. não consegui ver no post.. fiz algo de errado? rs.. vou fazer essa trip agora em Maio.. e a princípio só.. estou esperando alguém se juntar.. rs..

absss

Roger

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Fala Edu, o relato e a galera com quem conseguiu viajar.. demais mesmo!!! estou interessado no seu relato sobre Machu Picchu, Cuzco, Copacabana e Isla del Sol.. não consegui ver no post.. fiz algo de errado? rs.. vou fazer essa trip agora em Maio.. e a princípio só.. estou esperando alguém se juntar.. rs..

absss

Roger

 

Olá Roger! Desculpa a demora, vou continuar o relato neste final de semana!

Uma dica para arrumar companhia, é criar um tópico aqui no site especificando o período em que pretende viajar no título, assim as pessoas com disponibilidade e intenção de viajar neste período se juntarão a você! E qualquer dúvida pergunte, estamos aqui pra isto!

Um abraço!

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Parabéns pelo relato, ainda penso em fazer tudo novamente. Foi uma das viagens mais emocionantes que já realizei. Acompanhando o termino do relato...

 

Bacana ver uma pessoa de Palmas-To por aqui, Eu morava na 604 sul Alameda 02, saudades desta terrinha.

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Dando continuidade ao relato, agora vou falar de um dos passeios, que sem dúvida foi um dos mais eletrizantes deste mochilão:

Downhil na Estrada da morte

 

Decidimos fazer o downhil assim que chegamos de Uyuni, e após pesquisar os preços fechamos o passeio com uma agência que é vizinha ao antigo Loki (sim isto mesmo o Loki de La Paz, mudou e não está mais próximo a Plaza Murilo) e a mesma contratou o serviço com a agência Pacha Adventures, pagamos o valor de BS 380 por pessoa, no pacote incluía transporte, aluguel das bikes e equipamentos, além da almoço e hospedagem em um hostel com piscina após a descida. Na manhã seguinte o pessoal passou por volta das 7:30 no hostel como combinado anteriormente na agência, entramos em uma van e passamos em outros hostel para pegar o restante da galera. Com a van completa seguimos viajem em direção a Coroico. Alguns minutos depois chegamos em um ponto onde recebemos os equipamentos, conhecemos as bikes e recebemos instruções do guia tanto em inglês quanto em espanhol. Equipamentos colocados era hora de iniciar a descida, que começa em um percurso de asfalto e a descida não é tão perigosa nesse trecho mais sempre é bom ficar atento visto que se trata de uma via onde há tráfico de veículos a todo momento.

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Seguimos descendo a estrada até chegar no ponto de controle do local, nesse ponto paga-se o ingresso no valor de BS 15 por pessoa. Os guardas te dão um ticket que deve ser guardado por precaução até o final do percurso. Compramos uns chocolates em umas tendas que existem nesse lugar, o guia recolheu nossas bikes, e entramos na van. Na van seguimos por uma estrada sinuosa em meio ao conjunto de altas montanhas, até um ponto onde é possível avistar uma espécie de quiosque de dois andares a beira do desfiladeiro, nesse local o guia distribuiu um sandwich, iogurtes, chocolates e uma garrafinha de água para cada um. Após o lanche pegamos a bike era hora de continuar a descida de bicicleta, estava uma chuva leve mas não foi problema, muito pelo contrário só aumentou a adrenalina da descida.

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Continuamos descendo pela estrada que é sinuosa e cheia de pequenas pedras soltas, é necessário ter muito cuidado porque qualquer deslize pode ser fatal. Durante o percurso um rapaz vai nos fotografando e fazendo vídeos da nossa descida. O guia as vezes realizava umas paradas pra ver se estavam todos bem, e também para que o rapaz pudesse tirar fotos nossas nas cachoeiras que cortam a estrada formando cenários incríveis.

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Chegamos em um trecho onde a passagem estava interditada devido a umas obras de manutenção que estavam sendo realizadas pela prefeitura de La Paz. Nesse ponto, houve uma espera de mais de meia hora, e a medida que o tempo passava iriam chegando mais e mais pessoas de outras agências, e logo estavam acumulado uma galera enorme querendo passar. Depois de um tempo foi liberado a nossa passagem, mas teríamos que passar em uma vala de mais de quatro metros de largura com dois e meio de profundidade, eu fui um dos primeiros a passar, seguido dos meu amigo Rômulo, que também se ofereceu prontamente para ajudar os demais, Rômulo ia atravessando as bicicletas, e eu dando uma mãozinha para as pessoas escalarem a vala. Após ajudar a atravessar todas as agências que se encontravam ali demos continuidade a descida, que seguiu sem interrupções até o final do percurso. No término do downhill foi recolhido todo o equipamento do pessoal e fixadas as bikes no teto da van, e fomos em direção ao hotel por uma estrada de asfalto. Chegamos no hotel que fica em um lugar bem agradável, cheio de vegetação e belos jardins, e como estávamos todos cobertos de lama, damos logo um jeito de tomar um bom banho na ducha quente que o hotel possui. Depois do banho, damos um mergulho na piscina, e almoçamos uma comida excelente uma das melhores de todo o mochilão, a que mais se assemelhou com a comida brasileira. Conversamos um pouco com duas meninas da Espanha que também estavam ali, e depois voltamos para La Paz.

 

 

Minha consideração final em relação a agência Pacha Adventures:

 

A agência não possui equipamentos de proteção novos, mas estão em bom estado de conservação. As bikes também não são novas, e a minha bicicleta apresentada um "jogo" tanto na roda traseira quando na dianteira, e tive que fazer todo o percurso com ela assim, o que não foi nada bacana, já os freios estavam em ótimo estado. O guia é bastante atencioso, é bilíngue, gentil e sempre explicou tudo com muita paciência. Em geral o que nos decepcionou na agência foram as fotos, saíram péssimas mesmo, pra você ter uma ideia de mais de duzentas fotos, salva-se menos que dez ::grr:: ! Em alguns momentos deu a se perceber que a câmera usada pelo cara estava molhada, sem falar que ele cortava as pessoas em várias fotos, e não parecia saber o básico de fotografia, e os vídeos é melhor nem eu comentar. Mas pelo preço pago por nós, não poderíamos esperar tanto. Fica a critério de você escolher esta ou outra agência, mas só não deixem se possível de fazer esse passeio porque vale muito a pena, é muito divertido e alucinante, e ao final da vontade de fazer tudo outra vez! ::otemo::

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Parabéns pelo relato, ainda penso em fazer tudo novamente. Foi uma das viagens mais emocionantes que já realizei. Acompanhando o termino do relato...

 

Bacana ver uma pessoa de Palmas-To por aqui, Eu morava na 604 sul Alameda 02, saudades desta terrinha.

 

Que legal você ser de Palmas!

Que bom que gostou do relato!

Um abço!

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