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Monte Roraima - Relato de Viagem - Março 2011


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Fiz o trekking do Monte Roraima agora em março. A viagem foi decidida meio que em cima da hora, mas consegui pesquisar bastante. Através do site consegui conhecer o Willian de Manaus que acabou fazendo o trekking conosco, reduzindo assim o custo.

 

Por tudo que li e pesquisei, decidi fazer o trekking em 8 dias. É um lugar fascinante e com um clima instável, então queria mais que apenas um dia para aproveitar e conhecer o máximo do topo dessa montanha. Abaixo relato cada dia dessa aventura, que depois se extendeu ao Salto Angel e ao litoral venezuelano, relatos em outros tópicos.

 

Agradeço à todos que já postaram relatos e dicas pois foram de grande ajuda na minha viagem e espero poder contribuir um pouco para os futuros aventureiros desse lugar incrível

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14/03 – A partida

O vôo saiu de Curitiba às 16h45 rumo a São Paulo. De São Paulo voamos com destino a Manaus e em seguida para Boa Vista, já no dia seguinte.

15/03 – Chegando na Venezuela

Tomamos um taxi até a rodoviária (R$ 25,00). Na rodoviária compramos passagens na agência da Eucatur para Pacaraima (R$ 12,00 cada). Segundo a atendente, não existe mais a linha que ia direto até Santa Elena. O ônibus saiu às 07h00 e chegamos em Pacaraima lá pelas 11h00.

Da rodoviária de Pacaraima pegamos um taxi até Santa Elena (R$ 20,00). No caminho carimbamos o passaporte na aduana Brasileira e logo depois na Venezuelana. O pessoal venezuelano te faz umas perguntas mas nada de mais, verifica o passaporte, o certificado de vacina e só. Bem tranquilo. Chegamos no hotel Michele lá pelas 11h30.

Pegamos um quarto de casal (R$ 15,00), deixamos as coisas e fomos até o escritório da Mystic Tour que fica bem próximo. Conversamos com o Roberto, que nos atendeu super bem e nos deu dicas para o câmbio.

Fomos até a famosa “4 esquinas” onde as pessoas já te param para cambiar. No começo queriam trocar 1 dólar por 7,5, mas com as dicas aqui do site e negociando chegamos a 8,1. Como queria trocar U$ 2.000,00 pedi para irmos até um lugar mais apropriado. Entramos em um bar. Os dois caras começaram então a contar os bolívares e nos entregar bolos de 1.000,00 BsF (em notas de 100). As notas estavam novas. Eu acompanhava ele contar e passava para minha esposa contar de novo e segurar. Tudo verificado entreguei os 2.000 dólares e saímos com o bolso cheio de bolívares.

 

Dica: se for trocar uma grande quantidade como eu troquei, vá preparado com roupas ou materiais adequados para distribuir e andar com o dinheiro. Calça com vários bolsos, mochila, etc.

Voltamos ao hotel para separar e guardar o dinheiro distribuído nas mochilas. Encontramos o Willian que chegou um pouco mais tarde. Pegamos o dinheiro para pagar o trekking, para almoçar e para fazer umas compras. Passamos na Mystic e acabamos optando por um trekking de 7 dias, chegando até o lago Gladys (BsF 3750 cada). Fomos almoçar. Comemos um frango ao molho de laranja muito bom com um suco de goiaba alucinante (BsF 30,00 cada prato). Compramos água, bolachas e alguns alimentos para levarmos na caminhada. (BsF 108,00 para nós dois). Lá tem uma bisnaga de ovomaltine que é muito bom. Nunca vi no Brasil. Até comprei algumas pra trazer.

 

Dica: não se preocupe em levar muita água. Compre só uma garrafa de 1 ou 1,5 litro. Durante toda a caminhada existem locais para reabastecer sua garrafa com água pura. Levamos pastilhas de cloro mas acabamos nem usando. Além disso muita água acarreta em mais peso para carregar.

 

Voltamos para o hotel e às 16H00 (horário venezuelano) fomos até a Mystic para o “briefing” anterior à saída para o trekking.

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16/03 – O primeiro dia

Acordamos, arrumamos as mochilas, separamos o que não iríamos levar e fomos até uma panificadora tomar o “desayuno” (BsF 30 cada). Voltamos ao hotel, pegamos tudo e fomos até Mystic Tours para a saída. O Roberto tem uma salinha onde vc pode deixar malas e coisas que vc não quer e não precisa carregar. Vale a pena fazer uma boa seleção e deixar tudo que não importa.

Conhecemos nosso guia, o Alex, e o seu porteador, o André. Os dois eram Guianeses e falavam inglês. Tudo conferido, subimos no jipe e rumamos até a aldeia Paraitepuy às 10h00. Chegamos à aldeia lá pelas 11h15 e começamos a nos preparar enquanto o guia preparava o almoço (pão com salada e maionese e suco). Começaram a aparecer algumas pessoas retornando do trekking, acabados. Todos gringos. E também chegaram outros grupos que iriam começar a caminhada naquele dia. Também só tinha gringo. Aliás, nós também éramos gringos naquele lugar.

Comemos e começamos a andar às 12h00, abaixo de chuva (os ponchos já tiveram utilidade). Mas durou pouco, cerca de 20 minutos parou e o tempo abriu. Fomos o primeiro grupo a sair. Já a frente se vê uma grande subida. Após 1 hora de caminhada vencemos a primeira subida. Do topo já se avista os montes Roraima e Kukenan. No nosso caso as montanhas estavam encobertas pelas nuvens, mesmo com o tempo limpo em toda a volta. Essa característica do lugar será lembrada mais adiante. Encontramos um cascavel enorme, morta por algum guia. Os indígenas não poupam nenhuma cobra que atravessar seu caminho. Após um breve descanso, seguimos andando.

A trilha segue, sem erro, sempre tendo à frente as duas montanhas irmãs. Fizemos todo o caminho à frente dos guias, que ficaram mais pra trás. O caminho é sempre aberto, em região de savana. Só ficava mais fechado, com árvores próximos aos rios maiores que cortavam o caminho. Nesse primeiro dia de caminhada são dois rios assim.

A trilha segue sem muitas subidas e descidas íngremes nesse dia. É quase plano. Às 15:30 avistamos o acampamento Rio Tek, no qual chegamos após mais 15 minutos de caminhada. Ali passaríamos a primeira noite. O acampamento fica às margens do Rio Tek, no qual tomamos banho. O acampamento possui 3 construções de taipa (2 casas e um barracão) com telhado de palha. Em uma delas é possível comprar cerveja (quente é claro) por Bsf 15,00. Esfriou bastante com o pôr-do-sol. O Alex preparou um chocolate quente antes da janta. Jantamos macarrão com carne moída (muito bom) e suco. O acampamento estava com muita gente pois ali se encontram os que estão subindo e os que estão descendo. Russos, poloneses, italianos e dois brasileiros (pai e filho) do Rio de Janeiro.

 

Resumo do dia: 3h45 minutos e aprox. 12km de caminhada com um desnível de -100m entre a Aldeia Paraitepuy o acampamento do rio Tek.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514005612.JPG 500 375 Legenda da Foto]Chuva no início da caminhada[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514005705.JPG 500 375 Legenda da Foto]O Monte Roraima e o Kukenan ficam sempre à vista durante o caminho[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514005926.JPG 500 375 Legenda da Foto]Acampamento Rio Tek[/picturethis]

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17/03 – O dia mais cansativo

Acordei cedo (05h00) para fotografar o nascer do sol atrás do Roraima. Arrumamos as coisas enquanto aguardávamos o desjejum preparado pelo Alex. O café foi massa de pastel, ovo, presunto e queijo e chá pra tomar. Barriga cheia, malas prontas e às 08h00 começamos a caminhar novamente. Atravessamos o rio Tek e encaramos uma baita subida. No topo dessa subida existe uma igreja de pedra construída pelos indígenas locais. Após o topo vem uma grande descida até o rio Kukenan. Com a ajuda dos guias, atravessamos o Kukenan após 1 hora de caminhada e paramos para um refrescante banho em suas águas, já na outra margem. Tudo sob a visão do Monte Kukenan. Ali conversamos com um casal da Alemanha e dois russos. Refeitos, seguimos a caminhada.

No segundo dia o terreno muda, as subidas são constantes e puxadas. O sol também estava forte. Após uma caminhada pesada de 2,5 horas, chegamos ao local do almoço. Qualquer sombra era disputada. Tiramos as botas, meias e nos encostamos em uma árvore. Deu até pra cochilar. O cardápio foi sanduíche com salada e suco. Passados 30 minutos de descanso, barriga cheia e água reposta, continuamos a caminhada lá pelas 13h00. Mais subidas à frente. O paredão do Roraima parecia estar a poucos metros, mas não chegávamos nunca. Às 14:10 chegamos ao acampamento base. Mortos, cansados.

Fomos tomar banho, água muito gelada, de doer o osso da perna. Mas era preciso. O sabão azul ou sabão biodegradável é na verdade argila. Me lavei com aquilo e bóra pra barraca. Muitos não tiveram coragem de enfrentar a água.

Às 16:15 tivemos um grande presente após o dia mais cansativo do trekking: um arco-íris se formou bem na frente do paredão do Roraima. Incrível. Uma cena inesquecível.

A noite estava mais fria que a anterior. Rolou um chá quente e depois a janta que teve arroz e um frango temperado além do suco. Muito bom também. O vento soprou forte durante toda a noite, parecia que a barraca ia levantar vôo.

 

Resumo do Dia: 06h10 minutos e aprox. 10km de caminhada com desnível de +820m entre o acampamento do rio Tek e o acampamento Base.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514010450.JPG 500 375 Legenda da Foto]Travessia e banho no rio Kukenan[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514010632.JPG 500 375 Legenda da Foto]O que sobrou da Natália e Willian após o 2º dia de caminhada. Só a "capa da gaita" no acampamento base [/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514010953.JPG 500 375 Legenda da Foto]Arco-íris na parede do Roraima[/picturethis]

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18/03 – A ascensão final

O Roberto nos contou que o Roraima é um lugar místico, cheio de energias e com várias histórias. Ele falou para estarmos preparados para visualizar ou sentir coisas “diferentes”. Nesse dia, acordei cedo novamente para fotografar o nascer do sol e vi algo que me causou estranheza. Havia uma luz como a de uma estrela no topo do Roraima. Tirei uma foto. Alguns segundos depois tirei um nova foto, mas a luz já tinha se deslocado consideravelmente. Olhando para ela, ela não se movia, nada. Mais uma foto e a luz mais longe do topo, estava bem afastada. O que era, não sei. Mas ficou a experiência. Vai saber o que tinha no tempero do frango!

Às 07h00 tomamos o café da manhã que foi arepa com queijo e presunto e café preto. O sol venceu a parede do Roraima às 07h30. Nos arrumamos e começamos a caminhar às 08h00. A subida era bem íngreme, pois já estávamos na base da montanha. Após 1 hora e 50minutos toamos a parede do Roraima. Já sentíamos um ânimo maior. Depois de tantos km de caminhada, o objetivo já estava ao alcance de nossas mãos.

Nesse dia a paisagem muda, caminhamos entre árvores e com bastante sombra. Caminhávamos bem devagar, pois era bem íngreme, como subir escadas. Procurávamos descansar por no máximo 5 minutos para não perder o pique e não esfriar. Após muita subida e algumas descidas, chegamos ao “Paso de Las Lagrimas” às 11h00. A água não estava tão forte. Foi muito gostoso, apesar da dificuldade do caminho devido as pedras soltas. A visão da savana venezuelana é linda daqui, ainda mais com o dia aberto, com sol.

Entramos na reta final. Parecia que era logo ali. O Willian falava “mais dez minutinhos” mas não chegávamos nunca. Se passaram muitos “10 minutinhos” até que às 12h00 em ponto chegamos ao topo. Uma sensação muito boa, de vitória, de conquista. Aqui novamente sentimos a “energia” do Roraima. O que alguns segundos atrás era cansaço total, simplesmente desapareceu. Andávamos, pulávamos e até corríamos para tirar fotos, conhecer o local. A canseira sumiu. Além das formações, nos chamou a atenção um helicóptero caído há um mês, bem na entrada do Roraima. O guia explicou que um turista alemão se machucou e chamaram o helicóptero para o resgate, porém veio um piloto inexperiente. Após recolher a vítima, ao tentar levantar vôo, ele ateu com a hélice em uma pedra e o aparelho caiu. Um outro helicóptero teve que ser chamado.

Fomos os primeiros a chegar no dia. Ficamos um pouco ali, apreciando o local, andando e aguardando o porteador. Após 30 minutos de descanço, fomos atrás de um hotel. O Alex nos levou até o hotel São Francisco. Muito legal, com chão de areia e uma gruta bem protegida para o guia (que não levou barraca). Meia hora de caminhada e chegamos. Montamos tudo e almoçamos sanduíche de salada de atum e suco. Passamos o resto do dia andando pelas redondezas do hotel. Um grupo com 4 russos e 2 argentinos chegaram no hotel. Eles estavam fazendo em 5 dias, então foram até o ponto mais alto (pedra El Carro) e no dia seguinte já iam voltar. A sorte é que o dia estava aberto, limpo. Coisa que não se repetiu nos dias seguintes. Jantamos um sopão e fomos dormir. A noite estava muito fria, mas para dormir não estava tão frio por causa da proteção do hotel.

O nosso guia falou que não poderíamos seguir no dia seguinte até o hotel Coati como estava combinado pois o local estava cheio. Mesmo contrariado aceitamos e ele sugeriu alguns lugares a mais para conhecermos e acabamos topando.

 

Resumo do Dia: 04h30 e aprox 4,5km de caminhada com um desnível de 870m entre o acampamento base e o topo do Monte Roraima.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514011939.JPG 500 375 Legenda da Foto]Tocando o paredão do Roraima pela primeira vez[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514012121.JPG 500 375 Legenda da Foto]Após quase 3 dias de caminhada, finalmente o topo do Roraima[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514012342.JPG 500 375 Legenda da Foto]Willian e Natália no hotel São Francisco[/picturethis]

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19/03 – Primeiro dia exploração no topo do Roraima.

O dia amanheceu fechado, com uma garoa fina. Logo cedo fui estrear o nosso “banheiro”. Era um banco plástico furado no meio onde se colocava um saco, sentava e dá-lhe churros. Depois colocava-se um pouco de cal e amarrava o saco. Tudo era trazido de volta no final do passeio.

O desayuno foi café preto com uma panqueca com queijo, presunto e ovo. Às 08h45 saímos rumo ao Vale da Catedral, La Ventana, Precipício e Jacuzzis. O poncho foi essencial, choveu fino quese o tempo todo. Vimos o famoso sapinho do Roriama (Oreophynella quelchi), cristais, pedras com formatos muito interessantes... É um local diferenciado, muito bonito mas, ao mesmo tempo hostil e traiçoeiro. Ainda mais com neblina e pouca visibilidade. Às 10H20 chegamos ao local chamado Vale da Catedral. Suas formações lembram altares de igrejas, por isso o nome. Do Vale seguimos para A Janela ou “La Ventana” a poucos minutos dali. Como estava tudo fechado não vimos nada a não ser nuvens. A chuva apertou. Esperamos um pouco mais prosseguimos com água mesmo e passamos na beira do Precipício, local onde vc fica na beirada da parede do Roraima. Às 11h30 chegamos nas famosas Jacuzzis. Um lugar incrível. Piscinas de águas cristalinas com leito de cristais. Nem o frio e a chuva impediram que eu e o Willian entrássemos na água. Não dava pra resistir. Show de bola.

Pegamos o caminho de volta para o hotel. Como estava muito frio e não parava de chover. Dessa forma acabamos não indo até a caverna, que deixamos para o dia seguinte. Chegamos do passeio às 12h10 e almoçamos macarrão, calabresa e suco. Eu ainda provei uma iguaria indígena que esqueci o nome mas são formigas temperadas com pimenta. Forte. Dormimos e descansamos o resto do dia. O tempo abriu e o sol apareceu apenas às 17h00. Deu só pra dar uma caminhada por perto do hotel e apreciar o pôr-do-sol. Ficou a esperança que teríamos bom tempo no dia seguinte.

 

Resumo do dia: 03h25 min de caminhada.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514013300.JPG 500 375 Legenda da Foto]O famoso sapinho do Roraima[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514013713.JPG 500 375 Legenda da Foto]A chuva não deu trégua no primeiro dia de exploração[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514013810.JPG 500 375 Legenda da Foto]Mesmo estando frio e chovendo, eu e o Willian caímos nas jacuzzis[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514013323.JPG 500 375 Legenda da Foto]As formigas apimentdas deram um toque especial no meu almoço[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514014059.JPG 500 375 Legenda da Foto]No final do dia o tempo abriu, o sol apareceu mas tava bem frio[/picturethis]

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20/03 - Segundo dia de exploração do topo

Depois de um final de tarde limpo no dia anterior levantamos com a expectativa que teríamos um dia claro para conhecermos o topo. Levantei cedo (05h30) para ver o nascer do sol mas estava tudo nublado. Tomamos café e partimos às 08:10 rumo ao Ponto Triplo. A caminhada foi bastante cansativa. Choveu durante o percurso várias vezes. A visão esra sempre curta devido a neblina, mesmo assim pudemos apreciar as formações rochosas, vales, rios, lagos, plantas e tudo mais que o topo do Roraima proporciona ao aventureiro. Apesar de grande parte ser rochoso, existem alguns tipos de campos com gramíneas e arbustos e até um local que parece uma plantação de arroz.

Às 11h30 depois de muito sobe e desce em meio às pedras chegamos ao Vale dos Cristais, um lugar muito bonito mas também muito degradado. Várias pedras com cristais foram quebradas. O guia falou que várias pessoas foram de helicóptero para roubar cristais. Já estávamos cansados, o trajeto não foi fácil e nada do Ponto Triplo. À s11h50 avistamos o monumento. Estava chovendo e até a pedra do “Macaco Tomando Sorvete” estava pouco visível. Mais algumas subidas e finalmente chegamos ao Ponto Triplo, marco da divisa entre o Brasil, Venezuela e Guiana. Infelizmente devido à intenção da Venezuela em tomar parte da Guiana, a placa do monumento voltado para esse país foi retirada e pichada.

Ficamos um pouco, tiramos fotos e em seguida partimos rumo ao “El Foso”, local em que iríamos almoçar. 30 minutos de andança e chegamos. O porteador já estava lá e preparou nosso almoço igual aos outros dias, sanduíche com salada e suco. Nos protegemos em pequenos espaços entre as pedras e comemos. Após um descanço e fotos fomos conhecer a parte baixa do “El Foso”, um caminho complicado mas possível de ser feito. Dessa vez não entrei na água. Além do frio que estava, a água estava trincando de gelada.

Partimos rumo ao hotel às 14:30. A chuva nos acompanhou em todo o retorno. A Natália não agüentava mais, andava bem devagar pra não parar. Estava com muita dor nas pernas. Chegamos já no escuro no hotel. O caminho estava completamente alagado. O que na saída era um filete de água virou rio. Fiz uma massagem com calminex na Natália e ela tomou um relaxante muscular, pois no dia seguinte teríamos um baita caminho pro retorno.

 

Dica: Calminex ou outra pomada tipo gelol e algum relaxante muscular é muito importante ter na mala, para o final do dia. Nos ajudou muito a descansar legal durante a noite e recuperar a musculatura.

Resumo do dia: 09 horas de caminhada forte.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514015718.JPG 500 375 Legenda da Foto]Vale dos Cristais[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514015843.JPG 500 375 Legenda da Foto]"Macaco tomando sorvete" e dá-lhe chuva![/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514020212.JPG 500 375 Legenda da Foto]"El Foso" e abaixo o monumento do "Punto Triple"[/picturethis]

20110514020026.JPG

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21/03 – O Retorno – 1ª parte

Acordamos cedo,o dia não estava aberto, mas também não estava ruim. Estava melhor que os dias anteriores. Tomamos café e arrumamos todas as coisas nas mochilas. As roupas molhadas ficaram penduradas do lado de fora. Às 09:00 iniciamos nossa caminhada. O tratamento com calminex e relaxante muscular funcionou bem e a Natália não estava com dores. Em 30 minutos estávamos iniciando da descida da “La Rampa”. Mais 30 minutos e já tínhamos passado pelo “Paso de Las Lágrimas”. Apesar de mais rápido, a descida é mais tensa, pois vc tem um peso te empurrando pra baixo e com pedras soltas vc força muito mais os joelhos (ou rodillas, hehehe). Com uma sacolinha fui recolhendo o lixo que encontrava na trilha (papel de bala, canudinhos e até embalagem de querosene e roupas). Nesse local pudemos ver a peculiaridade climática do Roraima: toda a savana ao redor estava ensolarada, limpa e somente o topo do monte encontrava-se completamente nublado, fechado.

Às 11h00 tocamos pela última vez o paredão do Roraima e chegamos ao acampamento base às 12h30. Almoçamos o de sempre, descansamos e seguimos pois só iríamos parar no acampamento do rio Tek. No caminho o guia matou uma cascavel pequena. A sacolinha ficou pequena então peguei um saco de lixo do “banheiro” e continuei meu trabalho de juntar o lixo. O guia falou que ele costumava fazer isso, mas muitos não então acabou desanimando. É incrível a quantidade de lixo na trilha. Na parte da trilha após o acampamento base fica bem pior (latas de cerveja e de conservas, embalagens plásticas, pacotes de bolachas e até absorventes).

Às 15h50 chegamos ao rio Kukenan. Tomamos um banho enquanto aguardávamos o guia. Como estava chovendo no topo tanto do Roraima quanto do Kukenan o guia pediu para que nos apressássemos para não termos problemas na travessia do rio Tek. Nesse local eu não tinha mais sacos para por os lixos. Ainda juntei uma caixa de cerveja de papelão e levei na mão. Chegamos ao Tek às 16h50, atravessamos e ficamos por ali mesmo, descansando, tomando banho e lavando botas e roupas. As pernas doíam, não pela caminhada desse dia, mas pelo esforça dos 6 dias anteriores. Tomamos várias cervejas quentes para comemorar a chegada sem acidentes. O guia colocou os dois sacos de lixo num latão e disse que num determinado dia eles levariam de volta para Paraitepuy.

Jantamos, conversamos um pouco com os guias, nos contaram histórias, nos agradeceu e nós os agradecemos também e fomos dormir cedo, pois o corpo estava pedindo. Novamente fiz uma massagem com calminex na Natália e tomamos um relaxante antes de dormir. Não dormimos bem, não sei porque mas acordamos muito, não conseguimos relaxar.

 

Resumo do dia: 8 horas de caminhada e aprox. 14,5km com um desnível de -1700m entre o topo e o acampamento do rio Tek.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514020632.JPG 500 375 Legenda da Foto]Helicóptero "abatido"[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514020753.JPG 500 375 Legenda da Foto]Natália e o "Paso de Las Lágrimas"[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514021220.JPG 500 375 Legenda da Foto]E o Roraima foi ficando pra trás[/picturethis]

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514020914.JPG 500 375 Legenda da Foto]Depois de andar tanto, até uma Polar Light quente desce redondo[/picturethis]

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22/03 – O Retorno – Parte Final

Último dia. Acordamos cedo e tomamos café com aquele sabor de “já acabou?”. Apesar do cansaço, das dores no corpo, parecia que tudo tinha sido feito em um dia só. Às 08:40 começamos nossa caminhada final. A bota estava incomodando nossos pés então resolvemos caminhar de sandálias e penduramos as botas na mochila para secar junto com as meias e roupas que lavamos no dia anterior. O sol estava forte.

O lixo ainda era presente na trilha. Consegui mais um saco de lixo do nosso “banheiro” e continuei o serviço de gari. Em um ponto perto do primeiro rio tinha um “carregamento” de latinhas de cerveja jogado, acho que precisaria de uns 50 sacos pra trazer todas. Seguimos nossa caminhada, com as pernas duras de cansaço. Às 11h50 chegamos na aldeia Paraitepuy, exaustos, mas com a alegria de ter conhecido um dos lugares mais incríveis do planeta. Lá já estava o carro nos esperando e com uma surpresa: um belo almoço com risoto e uma Pepsi geladinha.

No retorno passamos conhecemos a Quebrada Jaspe, uma pequena cachoeira num lajeado de pedra jaspe, mineral de cor avermelhada, muito bonito. Compramos uma lembrança na aldeia do local e retornamos à Santa Elena. Pagamos meia pensão no hotel Michele (BsF 54), tomamos banho e levamos a roupa pra lavar (BsF 65). Dormimos um pouco e depois pegamos um taxi para a rodoviária. Na rodoviária pegamos um ônibus até Porto Ordaz de onde seguiríamos até o Salto Angel, mas isso é assunto para outro relato.

 

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514021610.JPG 500 375 Legenda da Foto]A tropa toda. Eu, André (porteador), Natália, Alex (guia) e Willian (agachado) prontos para a última caminhada do trekking[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514021835.JPG 500 375 Legenda da Foto]As botas, meias, calças e tudo que estava molhado foi pendurado na mochila para ir secando[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110514022214.JPG 500 375 Legenda da Foto]Quebrada Jaspe[/picturethis]

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