O primeiro relato. Como comecei a viajar e fui pra São Thomé das letras.

Quando você escolhe viver intensamente, e tem pressa em ser feliz, uma rápida olhada no mapa-múndi, no mapa do Brasil e no de São Paulo já te faz entrar num pequeno desespero e em seguida um olhar para dentro te faz entender que precisa conhecer mais, muito mais do que já viu, pois existem muitas pessoas que vão te dar lições importantes, pessoas simples que vivem nestas cidades interioranas das quais nenhum dos seus amigos da cidade ouviu falar, ou até já ouviu mas a correria do dia-a-dia não os deixa ir lá buscar a paz. E mais, infinitamente mais motivos te fazem procurar meios de ir, de seguir, de fazer dos seus finais de semana algo suficientemente inspirador e recarregador para poder passar cinco dias de rotina, não que a rotina seja assim tão ruim, não é, eu acredito que a escolha da profissão também deve ser consciente, pois a qualidade de vida mora no quanto você consegue tornar o seu dia-a-dia agradável, afinal, o sol nasce radiante todos os dias em todos os lugares, você só precisa estar num lugar que lhe permita ver.

Pois bem, eu me recordo que foi em novembro de 2013 que eu quis ir até a beira, experimentar a liberdade, e sem muitos amigos que viajassem eu não vi problema em ir procurar a "minha turma", é sim, o que precisamos pra ir? Companhia? Carona? Dicas de roteiro? Eu achei tudo isso, e ainda muito mais no "2º encontrão de mochileiros", apenas digitei São Thomé das Letras na rede social e procurei por eventos, foi um dos primeiros, e estava a um mês de acontecer, li comentários, conversei com algumas pessoas até sentir que eram todos de bem, e eu queria acampar, não tinha barraca, peguei emprestada com um dos mochileiros também, não sabia montar, e outro amigo mochileiro que acampou ao meu lado, Maltus me ajudou, era um dia frio e chuvoso, arrumamos uma lona e deu tudo certo, na primeira noite posso ter passado um friozinho nos ossos, mas nada que eu não tenha ignorado tamanha era a minha felicidade de estar ali tão longe de casa e cercada de pessoas de bem, numa cidadezinha fantástica, toda de uma atmosfera de pedras e magia, eu não sou esotérica, sou apenas sonhadora, mas ali tem energias boas é simples mesmo sendo "selvagem" e cheio de pedras, da forma que eu gostaria que fosse tudo na vida.

Todas as vezes em que fui me senti muito bem, visitei cachoeiras lindas em todo o redor da cidadezinha, com natureza abundante e a noite as estrelas no breu total são um show! Lá tem toda uma lenda de que existem E.T.E.s e é engraçado, lembro de ver uma escultura em um num hotel, não opino muito sobre isso, quem sou eu pra ter compreensão total do universo, mas da última vez fui na época de chuva meteórica, e estrelas cadentes eu sei que existem e são lindas, no Cruzeiro da cidade, ponto alto, sem qualquer iluminação nós subimos, deitamos no chão de pedra e ali posso ficar a noite toda, não foi preciso fazer nenhum pedido para as estrelas pois tudo que eu queria era vê-las, estar ali, tendo uma amostra do que é ser um mochileiro livre e sem frescuras com frio, o frio sempre está presente, as manifestações da natureza em si sempre estarão presentes, e eu quem sou a intrusa, preciso respeitar, aguentar e ainda agradecer.

E foi assim, bem assim que fiz uma viagem em que deu tudo certo, comi um legítimo café mineiro, almoço também mineiro, conheci os mochileiros que são as pessoas mais felizes, gente boa que eu conheço e gostei, gostei tanto que agora eu sempre digito o nome da cidade que quero ir, acho um grupo e vou, e com eles também já conheci Belo horizonte, Bueno Brandão em Minas também, Florianópolis e outras mais aventuras menores, mas não menos intensas.

Antes desses episódios, eu fiz um mochilão com um ex namorado para Embu das artes, do ladinho de sampa, e também viajei numa excursão para Paraty. Há muito tempo eu desisti de tentar convencer alguns amigos e conhecidos de que não gasto todo meu salário viajando, de que tudo o que eu fiz e faço cabe perfeitamente no meu orçamento, e repito só deixar de gastar horrores com cabelo, roupas, eu felizmente já percebi que higiene, praticidade e outras coisas são infinitamente mais importantes do que vaidade e luxo; jamais me hospedo em locais caros, e só me hospedo se não houver camping, ao viajar nada pode ser problema, você tem que zelar pela sua saúde, não beber demais, voltar inteiro, se estiver frio, agasalhar, se estiver calor cair na água (rs), as coisas são tão tão simples, que quando eu explico até me sinto boba - È que algumas amigas tem tantas frescuras, e mesmo assim eu consigo imaginá-las e tenho vontade de levá-las lá no meio do mato, eu não acho que elas vão conseguir ignorar um céu estrelado ou uma das muitas visões do paraíso que eu já tive em cachoeiras por causa de algum inseto, de frio, de medo do escuro, de água quente ou gelada, viver o momento é tão mais importante.

Fica aqui meu primeiro relato, um tanto confuso talvez, mas com certeza continuarei relatando e espero melhorar nos outros textos. Admiro todos os mochileiros e também os trilheiros, fazer trilha é um outro "hobbie" que surgiu aí em alguma bela mochilada e conto em outro relato (hobbie soa muito superficial, é mesmo um estilo de vida, trilhar!).

Grupo do Encontrão, caso queira se juntar á nós : https://www.facebook.com/groups/133430266866017/?ref=ts&fref=ts

Fotos em meu álbum no facebook: https://www.facebook.com/nathachi.silva/media_set?set=a.605944879476124.100001818516401&type=3

Show! Viajar é algo inexplicavel...dificil pessoas que tenham sensibilidade para valorizar as pequenas coisas da vida...boa proxima trip

Valeu Carol!

Não foi bem um relato de uma viagem, foi mais ou menos um desabafo. Mas gostei muito das suas palavras, pois através delas você acaba motivando muitas pessoas a dar o primeiro passo rumo ao único vicio que faz bem a saúde que é Viajar...

Isso ae. Da hora.