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Pedra do Faraó com travessia Theodoro-Macaé de Cima-Cachoeiras de Macacu (RJ) - mai/14


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Pedra do Faraó

 

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/PedraDoFaraoComTravessiaTheodoroMacaeDeCimaCachoeirasDeMacacuRJMai14.

 

O tracklog está aqui: Pedra do Faraó com travessia Theodoro-Macaé de Cima-Cachoeiras de Macacu.gpx

Dificuldade técnica: alta

Dificuldade física: alta

 

A subida da Pedra do Faraó por Macaé de Cima (bairro de Nova Friburgo) é uma caminhada bastante difícil em termos de orientação dentro da mata fechada, principalmente nas muitas travessias de riachos, e muito exigente fisicamente já que a trilha encontra-se um pouco fechada pela vegetação em grande parte do trajeto.

 

Mesmo com muito pouca informação, resolvi fazê-la em forma de travessia para tornar a experiência mais interessante. Assim, posso dividir a caminhada em três etapas: a primeira começa em Theodoro de Oliveira, último bairro de Friburgo antes da descida da serra em direção a Cachoeiras de Macacu, e chega a Macaé de Cima; a segunda vai de Macaé de Cima ao cume do Faraó e a terceira desce o Faraó em direção a Cachoeiras de Macacu. Das três somente a primeira pode ser considerada fácil quanto à orientação já que não tem bifurcações e a trilha está bem marcada. As outras têm muitos trechos confusos em que a picada parece sumir, fato agravado pela quantidade de árvores caídas e travessias de riachos em que a continuação na outra margem não é óbvia.

 

Resumindo, essa é uma travessia indicada apenas a trilheiros experientes e acostumados a trilhas em ambiente de mata fechada. A trilha está lá, porém pouco marcada em muitos trechos e encoberta muitas vezes pelas árvores caídas que arrastam grande quantidade de vegetação consigo. Não arrisque fazê-la sem uma pessoa bem experiente no grupo.

 

A Pedra do Faraó é também conhecida como Pedra da Visão e Pedra do Corcovado (ou Corcovado de Friburgo).

 

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Vista da Pedra do Faraó na direção do litoral norte do Rio e região dos lagos

 

1º DIA - DE THEODORO DE OLIVEIRA A MACAÉ DE CIMA E ACAMPAMENTO DA BASE DA PEDRA DO FARAÓ

 

Parti de Cachoeiras de Macacu na van das 6h20 para Nova Friburgo e saltei 35 minutos depois no alto da serra, limite entre os dois municípios, no primeiro ponto depois do posto da polícia rodoviária.

 

Do ponto de ônibus avistam-se as antenas do Pico da Caledônia a noroeste, outra montanha obrigatória já que tem uma das melhores vistas da região (e dá para subir até de carro, vencendo depois uma pequena escadaria de 630 degraus...). Exatamente atrás desse ponto de ônibus, já no bairro Theodoro de Oliveira, começa a travessia. Altitude de 1074m. Peguei a rua de asfalto às 7h21, entrei na primeira rua à esquerda (sem placa e não asfaltada) e na bifurcação subi à direita a Rua Edina Ribeiro, que foi se tornando uma estrada de terra com casas cada vez mais esparsas até que terminou às 7h44 numa porteira de madeira. A trilha para Macaé de Cima começa exatamente à direita dessa porteira e dura 1h47.

 

No geral essa trilha é bem fácil, sem dificuldade de orientação, porém uma boa quantidade de galhos e bambuzinhos obstruem a passagem e enroscam na mochila cargueira. A dica aqui é não deixar a cargueira muito alta para tornar a passagem mais fácil.

 

Logo cruzei um riacho e cinco minutos depois desci um pouco à esquerda para admirar a bonita cachoeira formada por ele, com um largo poço logo abaixo. Esse local é o mais aprazível dessa primeira etapa da caminhada.

 

O caminho segue por uma subida bem suave e após cruzar mais dois riachos chego às 8h41 ao topo da trilha, onde há um portão de madeira e uma placa de "propriedade particular", mas não há problema em passar. Altitude de 1287m. Do outro lado uma casa, que estava fechada, porém encontrei um homem na porteira logo abaixo. A partir da casa começa uma longa descida de 47 minutos até a igrejinha de Macaé de Cima. O caminho mais parece uma trilha larga do que uma estrada realmente e tem dois pontos de água, mas depois da porteira seguinte ele se abre como uma estrada mesmo. Continuei descendo sempre em direção ao fundo do vale do Rio Macaé de Cima, cruzei uma porteira com trinco (diferente essa!) e cheguei enfim à graciosa igrejinha do bairro exatamente às 9h31. A primeira etapa da travessia estava cumprida. Altitude de 978m.

 

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Três Picos de Salinas

 

O bairro Macaé de Cima me surpreendeu pela beleza e tranquilidade, com muito verde, poucas casas e muita água, aliás essa região serrana é farta em rios, riachos e cachoeiras e por onde se caminha ouve-se o som agradável das águas, com fartura para saciar a sede. Quer lugar melhor para fazer trilhas?

 

Segui pela rua de terra à esquerda da igrejinha (para quem a olha de frente), atravessei a ponte do Rio Macaé de Cima (com poços convidativos se não estivesse tão fria a água) e segui pela estradinha tendo o rio à minha direita. Às 9h49, numa curva à esquerda, avisto a bonita Cachoeira do Roncador bem à frente. Assim que a estrada dobra à direita, uma trilha meio escondida desce até ela. Após algumas fotos, segui por mais 10 minutos e resolvi parar na Pousada Amantes da Natureza, onde conheci o atencioso Cláudio, que me mostrou o agradável e tranquilo lugar, com barulho de rio e de pássaros, e ficou um pouco apreensivo por eu ir sozinho para a Pedra do Faraó já que a trilha não é fácil. Fiquei com seu número de telefone por segurança.

 

Parti então para a segunda etapa da travessia às 11h08. Continuei pela estrada de terra me mantendo sempre na principal e ignorando as entradas de sítios e às 11h35 cheguei a uma grande porteira no fim da estrada, com placas de "entrada proibida" e "cão bravo". Passei à direita dela e caminhei 160m, quando avistei uma casa amarela aparentemente sem ninguém. Antes da casa entrei numa estradinha mais estreita à esquerda que subiu 350m até uma outra porteira de madeira trancada, com passagem estreita nas laterais (tive que tirar a cargueira para conseguir passar). Depois dela uma boa descida. Todo esse trecho estava com marcas recentes de máquinas de terraplanagem, com a terra mexida e grossos pneus. Logo depois que as marcas cessaram surgiu a última casa no alto à direita, de tijolos aparentes, também deserta. A estradinha estreita um pouco, desce e cruza duas pontes de madeira. Às 12h25 ela termina na mata e consegui localizar o início da trilha à direita. Agora sim começaria a aventura!

 

Parei para um lanche e calcei as perneiras pois não sabia o que iria encontrar pela frente. Às 12h44 entrei na mata, na altitude de 1095m. De cara topei com uma árvore caída e não conseguia ver se a trilha seguia para a direita ou esquerda. Subi no tronco e vi meio escondida a continuação para a esquerda. Cruzei o primeiro riacho (de muitos) e vi uma fita amarela amarrada numa árvore. Bom sinal!

 

Mas as dificuldades de uma trilha pouco usada dentro de uma floresta densa foram surgindo. Bambus entrelaçados obrigam a passar arrastado ao chão, vegetação caída sobre o caminho requer a procura da continuidade da picada, capim cortante fere os braços, galhos e cipós prendem-se à cargueira.

 

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Corcovado e Pedra da Gávea, no Rio

 

Na primeira bifurcação (13h05) fiquei em dúvida se subia à direita pela trilha mais aberta ou se seguia a fita amarela à esquerda. Na verdade tanto faz, mas sugiro subir à direita pois o caminho está um pouco mais marcado e menos obstruído. A trilha sobe mais e depois desce forte ao fundo de um vale, onde me deparei com outra bifurcação com bastante mato caído. Ali pulei o tronco à esquerda e segui.

 

Depois de dois pontos de água alcancei um afluente do Rio Macaé às 14h12. Peguei água e gastei algum tempo procurando a trilha do outro lado, mas acabei a encontrando bem visível à esquerda do ponto onde cheguei, sem atravessar o rio. Pouco mais de 100m depois um trecho confuso me fez perder quase uma hora procurando a continuação da trilha em meio a muita vegetação caída. O caminho mais pisado me levava ao rio e não havia continuação do outro lado. Depois de muito procurar ali, resolvi voltar aos poucos e vi uma bifurcação à esquerda que me lançou ao rio também porém tinha continuidade na outra margem. Para falar a verdade, havia visto essa bifurcação no princípio (à direita), mas esqueci dela e segui pelo caminho que parecia mais aberto e pisado. Ao cruzar esse riacho, é preciso ter cuidado com o profundo buraco que aparece bem no meio da trilha.

 

A partir daqui a picada segue por quase uma hora pelo fundo do vale, bem junto ao rio, obrigando a cruzá-lo ainda mais onze vezes! Isso se não errei na marcação. Nenhuma das travessias chega a ser difícil pois basta pular de pedra em pedra (considerando que não tenha chovido forte), porém esse trecho é o mais confuso em termos de orientação pois várias vezes tive que procurar a continuação da picada do outro lado, gastando muito tempo nisso.

 

Às 16h21 consegui sair do fundo do vale e me afastar do rio. Na primeira bifurcação fui para a esquerda. Às 16h46 (já bem cansado) tive de encarar mais uma árvore caída com grande quantidade de vegetação fechando o caminho e não me permitindo ver a continuação, mas passei. Continuei subindo e na dúvida procurava o caminho para cima. Cruzei mais um riacho e às 17h25 (já com pouca luz natural) cheguei enfim a uma bifurcação importante: à esquerda a subida final para a Pedra do Faraó e à direita o acesso à clareira de acampamento da base da pedra, a apenas 50m dali. Cheguei exausto e desabei, com a luz se esvaindo dentro da mata fechada. Mesmo assim pude vislumbrar a enorme pedra por entre as árvores. Altitude de 1396m.

 

A subida da Pedra do Faraó ainda levaria cerca de 1h30, com alto grau de dificuldade pela forte inclinação e desnível de 367m. O ponto de água mais próximo desse acampamento foi o riacho que atravessei 13 minutos antes de alcançar a clareira.

 

Nesse dia caminhei 17,2km.

 

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Serra dos Órgãos

 

2º DIA - DO ACAMPAMENTO DA BASE AO CUME DA PEDRA DO FARAÓ E DESCIDA PARA CACHOEIRAS DE MACACU

 

Sem nenhuma informação sobre a trilha de descida para Cachoeiras de Macacu, tratei de começar cedo o ataque à pedra e a terceira etapa da travessia.

 

Às 7h11 voltei 50m até a bifurcação e tomei a direita para subir a Pedra do Faraó. Escondi a cargueira no meio do mato e segui. A subida já começa forte, bem inclinada, mas com a trilha bem aberta e marcada, bastante diferente do que enfrentara no dia anterior. Às 7h42 o terreno nivela e numa abertura da mata é possível ver perfeitamente a pedra-mãe e a cabeça do faraó em destaque. Mas logo se alcança a crista da pedra-mãe e aí a inclinação fica realmente bem forte, com escalaminhada de raízes e a necessidade de apoio nos troncos ao redor para ascensão. Mas não é necessário o uso de corda e até aqui não há exposição ao abismo.

 

Às 8h17 enfim saí da mata e passei a ter maior visão do horizonte. A vegetação passa a ser de arbustos e um tipo de capim alto. Em 7 minutos alcancei o primeiro mirante, com vista para Cachoeiras de Macacu, Pedra do Colégio, Serra dos Órgãos e bem ao fundo a Baía da Guanabara. O dia estava espetacular! A partir desse primeiro mirante a trilha torna-se mais estreita e passa a percorrer uma fina crista, com grande quantidade de bromélias no chão. À direita alguns arbustos me separam do abismo e depois o paredão do rochedo onde se encontra o cume. Às 8h30 parei num segundo mirante para fotos do Pico da Caledônia e dos Três Picos de Salinas, ambos em Friburgo. Às 8h36 alcancei o cume da Pedra do Faraó, com seus 1763m de altitude, junto a um mirante espetacular para o litoral e região dos lagos, com destaque para o Morro São João, em Casimiro de Abreu. Mas também à direita era possível distinguir perfeitamente, para minha admiração e deleite, o Corcovado e a Pedra da Gávea, no Rio. Incrível!!! Mais 3 minutos e a trilha finda na clareira de acampamento do cume, onde ventava bastante apesar da proteção das árvores.

 

Depois de algum tempo identifiquei também o grande vale por onde havia caminhado no dia anterior, ladeado por duas montanhas desconhecidas nomeadas na carta como Pedra de São Caetano e Pedra Bicuda.

 

Permaneci um bom tempo fotografando e admirando a paisagem de cada um dos mirantes e só comecei a descida mesmo às 10h20. Resgatei a mochila e alcancei a clareira de acampamento do cume às 11h47. Passei rapidamente e tomei a trilha que desce diretamente no sentido do vale do Rio Boa Vista, a sudoeste.

 

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Pedra do Faraó vista da trilha para Cachoeiras de Macacu

 

Essa trilha inicia bem limpa e marcada, porém mais à frente alterna trechos mais fechados e confusos com outros mais abertos e fáceis. Havia menos árvores e vegetação caída, assim como um número bem menor de riachos para atravessar, o que a torna bem mais fácil do que a do dia anterior. O que incomoda nela é a quantidade de taquarinhas atravessadas no caminho, que se agarram à roupa e ferem a pele como uma lixa.

 

Às 12h21 me deparei com o primeiro riacho e gastei algum tempo para perceber que deveria descer por ele uns 10m para reencontrar a trilha do outro lado, num local sinalizado por uma fita branca. Cerca de 10min à frente segui à direita numa bifurcação também marcada por uma fita branca. Cheguei a pensar que todo o trajeto estaria sinalizado com elas, mas depois de um tempo sumiram. O que foi constante em quase todo o caminho foram as marcas de facão nas árvores. Às 12h52 outro riacho que tive de descer à esquerda alguns metros e logo depois uma árvore caída.

 

Às 13h08, após um regato, encontrei uma nova clareira com sinais de uso por caçadores, com a infalível bancada de varas já caída. Depois desse ponto a trilha fica menos pisada e um pouco confusa. Às 13h26 ela desceu diretamente a um rio à minha esquerda e novamente nada de trilha do outro lado. Procurei e encontrei a continuação um pouco escondida uns 10m à esquerda, rio acima, sem nenhuma sinalização. Uma subida forte e ao nivelar a trilha tem um longo trecho mais fácil e bem marcado. Mais um riacho para atravessar e às 14h02 tive que passar com cuidado por um terreno alagado pois não estava nem um pouco a fim de viajar à noite com a bota e o pé molhados.

 

Daí para a frente o caminho se torna cada vez mais aberto e fácil e às 14h25 saio da mata e me deparo com a primeira casa, de taipa, deserta, mas com alguns pés carregados de mexericas maduras que encheram meus bolsos e depois minha barriga. A saída está bem à direita da casa, é só seguir a cerca nessa direção que se encontra um caminho bem largo que levará ao Rio Boa Vista em 6 minutos, passando próximo a uma outra casa, essa de tijolos. Depois do rio não há mais nenhuma dificuldade na trilha pois ela se torna caminho habitual dos moradores, permanecendo por isso bem marcada e aberta. Altitude de 761m.

 

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Poção no Rio Boa Vista

 

Logo após o rio uma outra casa de taipa à direita e em seguida uma saída para a direita que deve ser ignorada. Às 15h11 outra saída larga à esquerda leva também a uma casa, portanto deve-se continuar descendo à direita. Às 15h27 uma trilha à esquerda leva à Cachoeira do Escorrego, mas não havia tempo para visitar nenhuma das cachoeiras do caminho. Com mais 3 minutos a trilha termina junto a uma ponte de troncos sobre o Rio Boa Vista à esquerda, na cota dos 503m. Aqui há duas opções: pode-se continuar mais 4,4km por trilha para depois cair numa estrada ou pode-se tomar diretamente a estrada de Santa Fé. Os dois caminhos levam ao bairro Boa Vista, onde toma-se a kombi-lotação para Cachoeiras de Macacu. Se o horário estiver um pouco avançado e você não quiser caminhar por trilha na mata (onde escurece mais cedo), sugiro seguir pela estrada, que fica à esquerda, logo depois da ponte.

 

Eu tinha tempo suficiente de luz natural ainda e prefiro sempre a trilha à estrada. Subi à direita então por uma canaleta escavada pelas motos e na bifurcação à frente segui à esquerda, pelo caminho mais estreito (à direita fica um sítio). Esse é o chamado caminho do bonde pois contam que por ali passava um trenzinho de carga com produtos vindos de Santa Fé. Nem parece verdade que um dia um trem passou por aquele caminho estreito no meio da mata, porém é só prestar atenção que estão lá os cortes na rocha para a passagem dos trilhos, dos quais não restou nem sinal.

 

A trilha continua acompanhando o Rio Boa Vista e o som de suas quedas é a trilha sonora da caminhada. Às 16h passei pelo acesso ao Poço do Jequitibá à esquerda, a trilha desceu bastante e fui para a direita na bifurcação, desci até o riacho, atravessei-o (havia um pedaço de trilho fincado entre suas pedras) e alcancei uma trilha mais larga acima, onde fui para a esquerda. Às 16h14 passei pelo acesso ao Poço Tenebroso e às 16h38 a trilha desce forte até um riacho com uma grande cachoeira à direita. Na subida seguinte já se atinge o final de uma estrada. Já era possível admirar à esquerda toda a imponência da Pedra do Colégio (que subi em 2011), com suas paredes a pique lindamente iluminadas pelo sol do final de tarde.

 

Uma vez na estrada, deve-se desprezar uma saída à direita e seguir em frente no local onde há um fusca queimado (!?). Às 17h uma bifurcação onde ambos os caminhos levam ao ponto final da kombi, porém o da esquerda é mais curto. Tomada a esquerda, tanto faz pegar a primeira à direita ou seguir em frente e quebrar à direita no final da rua. Eu escolhi essa última opção e cheguei ao ponto às 17h11. Altitude de 83m. A última lotação do domingo sai dali às 17h30.

 

Nesse dia caminhei 15,9km.

 

Informações adicionais:

 

Para chegar ao bairro Theodoro de Oliveira a partir de Cachoeiras de Macacu, pegue o ônibus da 1001 ou a van para Nova Friburgo e peça para saltar no primeiro ponto após o posto da polícia rodoviária do alto da serra.

 

A passagem Cachoeiras-Friburgo custa R$8,85 e os ônibus partem a cada meia hora, mas é bom verificar no guichê da 1001 pois eles costumam cancelar horários sem aviso prévio, o que causa revolta nos usuários.

 

Já se você vier de Nova Friburgo é só descer no ponto final do ônibus 405-Theodoro, justamente no posto da polícia rodoviária, e voltar pela rodovia 200m até o primeiro ponto de ônibus à direita. É um ponto coberto, bem visível.

 

A kombi-lotação sai do bairro Boa Vista para Cachoeiras de Macacu de hora em hora de segunda a sábado até 19h30. Nos domingos e feriados os horários são os seguintes: 8h30, 11h30, 14h30 e 17h30. Se você perder a kombi, são mais 3km de caminhada até a rodoviária da cidade.

 

Desníveis da travessia:

. do ponto de ônibus do bairro Theodoro ao portão da casa: 213m

. do portão da casa à igrejinha de Macaé de Cima: -309m

. da igrejinha de Macaé de Cima ao cume do Faraó: 785m

. do cume do Faraó ao ponto final da lotação no bairro Boa Vista: -1680m

 

Muito cuidado: se chover no dia ou no dia anterior, não recomendo fazer essa travessia pois é preciso cruzar rios e riachos dezenas de vezes e sabemos que nessas condições mesmo pequenos riachos se transformam em rios de forte correnteza.

 

Em todo o trajeto de 4h40 do início da trilha (do lado de Macaé de Cima) à clareira da base da Pedra do Faraó não há nenhum local apropriado para acampamento, portanto é recomendável começar a caminhada o mais cedo possível.

 

Encontrei muito lixo e restos de coberturas de plástico na clareira de acampamento da base da Pedra do Faraó, com sinais de uso do local por caçadores. Novamente venho pedir para não deixar lixo nas trilhas e se possível faça como eu, recolha todo o lixo que encontrar, descartando em local adequado na cidade, onde há coleta regular.

 

O acampamento do cume do Faraó estava impecável, muito limpo e sem sinais de uso por caçadores. Tomara que permaneça sempre assim.

 

Carta topográfica de Nova Friburgo: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-Z-B-II-4.jpg

 

Rafael Santiago

http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br

maio/2014

 

 

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Etapa 1 na imagem do Google Earth

 

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Etapa 2 na imagem do Google Earth

 

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Etapa 3 na imagem do Google Earth

 

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Etapa 1 na carta topográfica do IBGE

 

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Etapa 2 na carta topográfica do IBGE

 

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Etapa 3 na carta topográfica do IBGE

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  • Membros

Cara, meus parabéns. Ainda mais por ter feito sozinho, está bem fácil de se perder por ali. Esse ano eu já tentei duas vezes fazer essa travessia (mas começando de Cachoeiras) e não consegui.....mto mato, trilha mto fechada, mto bambu.... ::grr::

 

O próximo passo era fazer no sentido inverso, como vc fez, hehe

 

Vou comparar o seu tracklog com o meu para ver onde errei. Mas não conseguimos avançar mto mais daquele descampado que tem uma casa. Cruzamos o riacho ali, varamos bastante mato. Inclusive passamos por uma pequena gruta, mas depois perdemos a trilha....

 

Qdo for trilhar por essas bandas dá um toque!

 

Abraços

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  • Membros de Honra

Parabéns Rafael!

 

Relato muito bom, grande aventura. É bem difícil fazer navegação em mata fechada e com terreno acidentado.

 

Levou GPS? O tracklog foi vc que fez? Fico me perguntando se consegue sinal no meio da mata.

 

As fotos ficaram muito boas. Parece que vc acabou acampando num acampamento de caçadores.

 

Abs, Peter

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  • Membros de Honra

Olá, Leo

 

Parece que você perdeu a trilha já no riacho... digo isso pois ela continua depois dele, sem necessidade de varar mato. Ela está bem à esquerda, descendo um pouco pela margem. Essa foi a grande dificuldade que tive do outro lado, do lado de Macaé de Cima, pois cruzei riachos umas 13 vezes e várias delas com dificuldade para encontrar a trilha do outro lado. Tinha que andar para um lado e para outro, me fazendo gastar bastante tempo.

 

Ainda pretendo voltar à região para mais travessias. Aí te falo.

 

Abraço!

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  • Membros de Honra

Fala, Peter

O que eu tinha na mão era um relato de como chegar ao início da trilha (que só dizia que dali em diante a caminhada na mata seria bastante complicada) e meia dúzia de pontos no gps que foram bem pouco úteis. A recepção do sinal foi muito boa com o etrex 30, não tive problema.

 

Sim, dos três acampamentos que encontrei dois eram com certeza usados por caçadores, com as bancadas de varas/bambus e restos de plásticos usados como cobertura. Só o do cume parecia ser usado apenas por trilheiros. Quem sabe se houver um pouco mais de trânsito de trilheiros por lá, a ação deles diminua. Toda a área dessa travessia (exceto a última hora de caminhada) está dentro do Parque Estadual dos Três Picos, mas sabe como é, fiscalização para coibir caçadores ainda é um sonho...

 

Obrigado pelos comentários!

 

Abraço

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  • 11 meses depois...
  • Membros

Oi Rafael,

 

Muito bom o relato de sua experiência no Faraó. Eu gostaria de saber, se é possível ir e voltar no mesmo dia, sem a necessidade de acampamento, considerando as dificuldades de orientação na trilha. Não completando, ou seja, não fazendo como travessia, mas apenas um bate e volta ao cume do Faraó? Seu relato está entre primeiro e segundo dia, e primeiro dia com 17kms e o segundo uns 15, saberia me dizer mais ou menos uns quantos kms até o cume, partindo de Macaé de cima?

 

 

Obrigada, abraços! ::otemo::

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  • Membros de Honra

Juliana, são 9km da porteira no fim da estrada (onde pode-se chegar de carro) até o cume, mas é preciso considerar a dificuldade da trilha e o desnível de 716m. Acho difícil fazer em forma de bate-volta num único dia pois como você pode ver no relato eu levei mais de 7 horas dessa porteira até o cume. A trilha não está bem marcada o tempo todo e são 12 travessias de rio sem uma continuação óbvia do outro lado. Mas tudo depende do seu preparo e da sua experiência. Tenho amigos que fazem a travessia da Serra Fina em um dia... quer dizer, tudo é possível!

 

Abraço!

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  • 1 mês depois...
  • Membros de Honra

Olá, Leo

 

No cume há um pequeno espaço para barracas sim. Não acampei lá pois cheguei à clareira da base quando já caía a noite, como descrevi no relato. Considere que a partir dessa clareira você irá subir mais 367m de desnível com a cargueira para no dia seguinte descer tudo de volta. Se tiver esse tempo disponível, vale muito a pena.

 

Boa trilha!

Abs

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  • 1 mês depois...

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