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Eu sou da região próxima à Serra do Caparaó, da cidade de Carangola e desde a adolescência pensava em subir o Pico da Bandeira. Porém, sai muito jovem da cidade para estudar em Juiz de Fora e fui deixando passar as oportunidades, mudando para o Rio de Janeiro onde resido. Em junho desse ano e em férias, bem próximo da aposentadoria aos 62 anos, pensei, é agora realizarei o sonho. Sempre ouvi falar que o legal é subir durante a madrugada para ver o sol nascer. Mas, eu sou do conforto e esse negócio de dormir em barraca não faz minha cabeça. Gosto é de cama macia. Fazer o que? com a idade você vai criando mania. Assim me organizei para subir e voltar durante o dia. Minha filha e minha mulher tentaram me demover. "Vai que tem onça!!!" "e aqueles guerrilheiros da década de 60, não tem perigo?" "Você sofre de pressão alta, não é mais criança" e outras ameaças.

 

Sai do Rio na quarta, 08/06, ainda cedo e peguei a Rio-Petrópolis na direção de Três Rios. A BR 40 apesar de algumas obras está muito boa. Apesar das curvas é segura e gostosa para se dirigir. Antes de Três Rios, entrei na direção de Além Paraiba e enfrentei uma estrada repleta de caminhões e quebra-molas. É preocupante atravessar cidades como Sapucaia disputando espaço com caminhões de 8 eixos e cheia de quebra-molas. Até entendo que são necessários nesta situação, mas já é tempo nesse século XXI de o governo federal fazer contornos nessas cidades para evitar que se transformem em cidades-estradas. Poderia ter subido por Teresópolis, mas também tem obra na Serra. Dai até chegar em Alto Caparaó, onde está o Pico da Bandeira pelo lado de Minas Gerais, as estradas estão boas, exceto pelo trecho Fervedouro-Carangola que merece um recapeamento para eliminar alguns buracos, mas nada para desanimar. Surpreendeu-me positivamente o trecho entre Carangola e Alto Caparaó, cujo asfalto está bom. No total 460 km e 6 h de viagem, com uma parada em Leopoldina para um lanchinho bem legal na Lanchonete da Cooperativa de Leite que fica à beira da estrada. Os preços dos laticínios estão bem em conta e a qualidade é muito boa.

 

Em Alto Caparaó hospedei-me no Caparaó Parque Hotel. Como sabia que o Hotel estava vazio aproveitei, como bom mineiro para chorar as pitangas e pedir menor preço. Consegui 30% de redução. Jantei no restaurante ao lado do Hotel que tem decoração bonita. Em frente ao Hotel há uma chocolateria que serve chocolate quente delicioso. Não dá para perder.

 

Já deixei o guia (Joãozinho) acertado para começar a subida às 7:30 do dia seguinte (09/06). Assisti Vasco x Coritiba, final da Copa do Brasil. Que sofrimento. O primeiro tempo terminou 2 x 1 de virada para os coxas. Fui dormir. Acordei à meia noite vendo a molecada do Vascão pulando de alegria em pleno Couto Pereira. Vasco Campeão, apesar da derrota por 3 x 2. Até que enfim.

 

A manhã estava esplendorosa com um friozinho agradável. Peguei o Guia Joãozinho no Posto BR. Perguntou-me se tinha água, protetor solar e comida. Só tinha as barrinhas de cereais e comprei o protetor solar e a água mineral. Foi o suficiente. Usei um tênis que eu já testara na trilha do Morro da Urca com bons resultados porque não escorregava, calça jeans, uma blusa de flanela, um agasalho com capuz para proteção contra o frio e principalmente contra o vento e claro a camisa do Vasco por baixo para tirar foto lá em cima e ser o primeiro Vascaíno a atingir o Pico após a histórica conquista da Copa do Brasil.

 

O Toyota Corolla subiu bem até a Tronqueira depois de passar pelo Posto de entrada, onde paguei R$10,00. A estrada até a Tronqueira, dentro do parque está boa, sem dificuldade.

Daí em diante é a pé, cerca de 9 km de subida íngreme e alguns pontos planos que nos permitem um descanso. A trilha é bem demarcada com setas amarelas mostrando o caminho. De dia é fácil ver. Joãozinho procurou um caminho um pouco diferente da trilha usual, mostrando ângulos diferentes. Como o dia estava limpo podia se ver, creio, bem, num raio de 50 a 100 km. É emocionante ficar acima das nuvens e ver as cidades nos vales abaixo. A vegetação é bem baixa formada por pequenos arbustos. Não há árvores grandes neste terreno arenoso e cheio de pedras. Quando chegamos no Terreirão (amplo local de acampamento) já eram 10:30 da manhã. Eu estava um pouco cansado, acho que era efeito da altitude somada ao esforço da subida. A partir dai a cada cem metros de altitude tive que parar uns minutos para me refazer e tomar fôlego. Olhava para cima, via o cruzeiro no alto do pico e me animava, incentivado pelo Guia que é da minha idade (ainda bem!). Por fim chegamos encontrando la em cima alguns mineiros de Belzonte. Tiramos fotos do lado de Minas e também do espírito Santo e claro, apesar do vento forte e frio, com a camisa do VASCÃO. A descida foi muito fácil. No total 6 horas de aventura e orgulho de chegar a esse local lindo do Brasil e que merece ser visitado.

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