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Pico Paraná - Sozinho e Com Muita Chuva


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  • Colaboradores

Há um ano e quadro meses sem férias, resolvi pegar dês dias por contas das férias para poder curtir o inverno paranaense em suas montanhas. Parti de Maringá dia 22 de junho, pois após perguntar para nosso amigo Otávio Luis se os Montanhista de Cristo teria alguma atividade para o feriadão e se eu poderia participar, fui convidado para uma travessia incrível que fixemos, Garuva – Monte Crista, mas esta aventura outro amigo, Gvogetta, que nos acompanhou contara.

Então após uma travessia inesquecível, me hospedei no Hostel Roma e fiquei contando os dias esperando o próximo final de semana para voltar as montanhas. E enquanto esperava fazia contato com os amigos mochileiros de Curitiba na esperança de achar companhia para o PP, mas as respostas sempre eram as mesma ::putz:: , “ não vai rola, há previsão de 25mm de chuva para o final de semana”, mas mesmo assim não desanimei ::mmm: , afinal a muito tempo queria conhecer o PP e não voltaria de Curitiba sem tentar.

 

Sexta-01/07/11

E com este pensamento fixo na cabeça no dia 01 de julho embarquei sozinho no ônibus rumo ao posto do Tio doca, embaixo de uma chuva fina e uma temperatura agradável. O desembarque também não foi diferente, tomei meu café da manha na lanchonete do posto, peguei as ultimas informações, já estava equipado a principio com um conjunto impermeável Quéchua, e segui em passos largos com minha cargueira nas costas rumo ao sito do Sr. Dílson, já na primeira subida vi que a pernada seria osso, pois a chuva fina não parava e o chão estava bem liso de barro, mas como um bom mochileiro sempre há esperança de pegar uma carona, e depois de aproximadamente 2 Km de subida de barro, escutei finalmente o barulho de um veiculo se aproximando, fiz aquela pose de mochileiro e estiquei o dedão pedindo carona, mas do mesmo jeito, o cidadão respondeu esticando o dedo indicador, balançando da direita pra esquerda dizendo que não, fiquei triste mas não podia desanimar afinal só faltava mais 4 Km, me coloquei a caminhar não passou nem dês minutos apareceu uma Van, que desta vês não resistiu a minha cara de cachorro que caiu da mudança e me deu uma carona, um sujeito simpático com sotaque alemão e dois adolescentes que me deixaram apenas 1 Km do sitio do PP, com animo renovado logo cheguei na cabana de registro de entrada, o Dílson não estava lá, somente dois rapazes, paguei minha justa colaboração para o turismo sustentável, peguei umas informações se havia clareiras para acampamento antes do A1, pois comecei a sentir friu e não confiava muito na impermeabilidade das minhas roupas e segui feliz da vida por estar ali.

Cheguei até a bifurcação Caratuva- PP já bem molhado, resolvi acampar em uma clareira ali perto, pois com tanta chuva não estava conseguindo nem bater algumas fotos e tinha esperança que no sábado o tempo iria abrir e eu poderia aproveitar melhor. Montei minha T&R o mais rápido possível e tratei de tirar aquela roupa molhada e me aquecer tomando um bom cappucino, a noite chegou preparei meu almojanta com pene a quatro queijos e logo fui dormir embalado no som de uma chuva agora bem mais forte.

 

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Sábado-02/07/11

Amanheceu, já não escutava nenhum barulho, sai para fora o tempo não era dos melhores, mas não estava chovendo. Fui preparar meu café da manhã e comecei a refletir qual seria o melhor jeito de atacar o PP, pois meu equips estavam molhados e não haveria tempo de secar, por outro lado ir de ataque não poderia ficar muito tempo no cume, pois estaria bem longe do meu acampamento. Tomei café e resolvi ir de ataque para tentar chegar no cume sem chuva, na esperança de abrir alguma janela. Peguei meus equips básico, um lanche enfiei tudo na mochila e parti rumo ao PP. A trilha segue tranqüila sem muito desafio, uma verdadeira avenida e por vários momentos o tempo abriu me privilegiando com belíssimas paisagens. E em ri timo muito bom logo estava no A1, mas sem chuva a temperatura caiu bastante e o vento soprava forte, quando cheguei no paredão que ia pro A2 fiquei preocupado pois ventava forte, mas como vinha do vale para parede, tomei coragem e segui em frente até o A2 aonde parei pra lanchar e bater algumas fotos. E quando virei minha lente pro vale a oeste de onde o vento soprava notei que ele não estava sozinho, estava trazendo nuvens carregadissimas de chuva, e logo após conseguir contato com meu filho por telefone resolvi abortar, estavam tão perto de realizar meu sonho mas tudo tem seu tempo certo, estava sozinho, se aproximava uma chuva forte e seria muito arriscado descer os paredões lisos com a água da chuva.

Com sorte cheguei no A1 com tranqüilidade, momento que a chuva caiu com força e me acompanhou até meu acampamento. Quando cheguei estava todo encharcado e morrendo de friu, tratei de trocar de roupa, tomar um cappucino com canela bem quentinho e me aquecer no meu saco de dormir Trek 1000( Lafuma) que deu conta do recado e invitou de me dar uma hipotermia. Fiquei lá descansando, ouvindo Eddi Veder no meu aiphone e pensando que ia ser osso chegar no posto do Tio Doca, com aquele equipamento todo molhado na mochila . Preparei minha janta, saboreei um delicioso pene com ervas finas e fui dormir, torcendo para que para-se de chover e meus equips secar.

 

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Domingo-03/07/11

Acordei por volta das oito horas e nada da chuva parar, tomei meu café e fiquei enrolando mais um pouco até a chuva dar uma trégua, desmontei acampamento o mais rápido possível, enfiei tudo molhado na mochila e parti com aquele peso extra para o sitio do Dílson. Mal comecei a andar e adivinha... voltou a chover, cheguei na cabana e já estava cansado, fui muito bem recebido pelo Dílson, então tive a idéia de tentar negociar uma carona, a principio ele recusou devido a estrada estar muito lisa de barro, mais depois de ver melhor minha cara de cansado e bater um bom papo sobre turismo sustentável, decidiu me dar uma carona e me levou até o posto aonde chegamos em bem da hora de pegar ônibus para Curitiba, minha aventura tinha terminado com gostinho de quero mais, mas com certeza vou voltar muitas vezes para conhecer todas aquelas montanhas.

 

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  • Membros de Honra

Grande Mageta, com aquele tempo ruim pensei que tu nem tinha saído de Curitiba. Parabéns, não é qualqer um que encara montanha com chuva. ::otemo::

O PP estará sempre lá, sua decisão de abortar a missão foi acertada, tenho certeza que não faltarão oportunidades de conquistar seu cume. Quem sabe com a AMC num futuro próximo... :wink:

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  • Colaboradores

Fala Otavio !!!

É desta ves não deu cume, mas ficarei muito feliz de um dia chegar lá com AMC !!! E ja fica aqui o convite dia 13 de agosto vou levar um pessoal no Pico do Agudo, se vc tiver um tempo livre e querer participar, sera muito bem vindo ao grupo !!!!

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  • Membros de Honra

Grande Mageta!

 

Bacana o relato da tua empreitada solo no PP! Realmente não é qualquer um que tem coragem de enfrentar tempo ruim na montanha. Tu é guerreiro meu chapa!

Apesar de não ter dado cume a visão parece que estava razoável, pois vi pelas fotos que conseguiu avistar ao menos o PP. Na moral conseguiu ainda arrancar uma carona do Dilson. Tá no lucro!

 

O relato da nossa trip no Quiriri deve sair ainda esta semana. Depois te aviso, ok!?

 

Grande abraço!

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  • 5 semanas depois...

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