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Perú assado em 13 dias - Lima, Huaraz, Caral, Cusco e Machu Picchu


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Olá, senhoras e senhores. Segue aqui um relato da minha viagem que fiz sozinho ao Perú, país do ceviche, do pisco e da buzina. Achei importante escrever o relato pois utilizei muito o site para organizar minha viagem, então nada mais justo do que contribuir também. No total, foram 13 dias de viagem, dias muito bem aproveitados!

 

Dia 1 – Lima limão

 

Minha viagem começou logo cedo no dia 18 de abril de 2014. Tomei um voô de São Paulo a Lima, com uma indesejável escala em Bogotá. No total, umas 9 horas de viagem. Voei de Avianca, sendo que comprei 3 trechos para toda a viagem: São Paulo – Lima, Lima – Cusco, Cusco – São Paulo. O preço de todas as passagens foi de 1.200,00 dilmas. A ida foi bem tranquila, sem maiores reclamações.

 

Chegando no aeroporto, o assédio de taxistas é grande. Fechei com um credenciado para me levar até meu Hostel em Miraflores por 50 soles (dá pra ir por menos, mas não barganhei muito). Fiquei no Hostel HitchHikers em quarto compartilhado com 6 camas por 11 obamas. Não recomendo! Achei o quarto apertado, escuro e o banheiro bem sujo e que se transformava na laguna mais feia do Perú. O café da manhã era pão com manteiga e café ou chá, igual na maioria dos Hostels de lá. A mulher que me recepcionou até que era simpática, embora não soubesse muito sobre o que fazer em Lima. Não cheguei a conhecer o pessoal do quarto, tirando um canadense que parecia um daqueles irmãos do Hanson e que já estava cansado de viajar e fazer qualquer coisa... Desanimo total.

 

Como não tinha muito o que fazer por já ser noite, saí para andar no Parque Kennedy que era perto do albergue. Foi muito gostoso, porque havia um piano no meio do parque em que as pessoas ficavam se revezando para tocar e muitas famílias passeando... Só fiquei lá ouvindo e deixando o tempo passar. Aliás, em inúmeras praças de Lima tinha um piano, uma iniciativa muito legal. Com a fome batendo forte, decidi que era bom me dar ao luxo de comer o famoso ceviche. Escolhi um restaurante ao lado do Parque. Um ceviche com bastante limão (estava excelente!) e um chopp de 1 litro me custaram 45 soles. Depois disso, só me restava voltar pro albergue e dormir.

 

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Parque Kennedy

 

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Ceviche e litro de chopp!

 

Dia 2 – Desbravando a Capital

 

Comecei o dia caminhando pela costa de Miraflores logo cedinho e conhecendo as praças e o shopping Larcomar. Sem dúvida essa é uma das coisas mais gostosas de se fazer em Lima! O clima nublado, o Oceano Pacífico e a geografia única do lugar criaram um ambiente bem propício para sair andando perdido pela costa. Quando deu 9hs, peguei logo um taxi para Huaca Pucllana, que é um sítio arqueológico que fica bem ali em Miraflores. A visita guiada dura um pouco menos que uma hora e meia e você vai caminhando por todo o sítio, conhecendo o que significava cada lugar. Sem dúvida vale a pena o passeio! Logo em seguida, voltei ao hostel para fazer o check out e peguei um taxi de Miraflores até o centro (15 soles). Quando cheguei, dei uma andada rápida e parei para comer num restaurante bem local (até porque nem sei se tinha opções turísticas lá perto e não era essa a intenção). Comi um Pollo Saltado com salada e suco por 10 soles. Esse é um prato típico de lá, que é basicamente um peito de frango com tomate, pimentão e temperos, geralmente acompanhado de arroz, batata e salada. Comida boa e preço bom!

 

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Miraflores

 

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Miraflores

 

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Larcomar

 

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Huaca Pucllana

 

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Huaca

 

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Cachorro andino em Huaca: esse aí foi apelidado de Neymar pelos guias.

 

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Huaca

 

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Huaca e o guia

 

Após o almoço, fui direto ao centro de informações turísticas perto da Plaza de Armas e fiz um monte de perguntas pro rapaz de lá. Ainda bem que ele foi extremamente simpático e me ajudou muito, já que poderia ter mandado eu ir pra punta del este de tanta pergunta que fiz... Deixei 5 soles de gorjeta (que ele nem queria aceitar). Se tiver no centro, não exite em passar lá, mesmo que queira informações sobre outros lugares do Perú. A próxima parada foi a Catedral de São Francisco, onde tem as famosas catacumbas e algumas pinturas que gostei muito. Essa visita custou 7 soles. Logo em seguida, parti pro Museu da Inquisição, que era de graça. Confesso que esperava um pouco mais do lugar... Eles falam um pouquinho da história e tem uns bonecos mostrando alguns tipos de torturas que eram utilizadas. Aconselho a substituir essa visita por algum outro passeio.

 

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Pollo Saltado

 

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Centro de Lima

 

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Centro de Lima

 

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Centro de Lima

 

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Museu da Inquisição

 

Quando sai do Museu da Inquisição, já era fim de tarde e voltei pro Larcomar em Miraflores (20 soles o táxi, 5 soles mais caro que a ida). Com a fome batendo, decidi experimentar um sanduíche de uma lanchonete que está bem famosa lá em Lima: La Lucha. Meu povo, eu sei que parece um pecado recomendar um fast-food no Perú, mas... Que coisa boa!!! Parada obrigatória! Comi uma opção que era bem simples, pão, queijo, carne (acho que era tipo um contra-filé), cebola e maionese.

 

Como ainda estava começando a anoitecer e meu ônibus para Huaraz era apenas às dez e meia, resolvi ir do Larcomar até o bairro de Barranco andando... é uma caminhada de uma hora!! Você pode ir andando ali pela costa, até atravessar uma ponte e chegar em Barranco. A ideia era ir conhecer esse bairro boêmio e a famosa Ponte dos Suspiros. Diz a lenda que se você atravessar a ponte sem respirar e fizer um pedido, ele se realiza. Como já tinha comido o glorioso La Lucha, decidi voltar logo lá pro Larcomar andando novamente (mais uma hora de caminhada!) e tomar um Milkshake para recuperar as energias. Também recomendo a barraca de Milkshake que tem lá no Larcomar (não lembro o nome). Tomei um de Snikers que tava bom pra carambolas!

 

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La Lucha!

 

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La Lucha no Larcomar

 

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Ponte dos Suspiros em Barranco

 

Depois disso, só me restava voltar até o albergue para pegar minha mochila e tomar um táxi até o terminal da Cruz del Sur (10 soles). Fiquei lá esperando até dar 22:30hs e pegar o ônibus para Huaraz. Fui em uma poltrona grande e confortável, que geralmente custa mais caro, mas que quando comprei o bilhete pelo site tava em promoção. Como tenho muita dificuldade em dormir em ônibus, pra mim valeu a pena esse conforto a mais, deu pra tirar uma boa soneca. Se também quiser mais espaço e uma poltrona bem melhor que a comum, recomendo comprar essa opção.

 

Dia 3 – Huaraz: cadê o soroche?

 

Cheguei 7 horas da manhã em Huaraz. Ao desembarcar, já tem um monte de taxistas e pessoal de agências de turismo oferecendo seus serviços. Fui caminhando para o Hostel Akilpo. A equipe de lá é muito atenciosa e simpática. O Hostel é gerenciado por alguns irmãos, dentre os quais Esteban e Benjamin, que me ajudaram bastante com os passeios (fechei todos pelo próprio Hostel, pois me passaram muita confiança e eram bem honestos) e informações da cidade e arredores. Fiquei em um quarto privado, com banheiro, porque a estratégia aqui era ter um lugar mais tranquilo para descansar, visto que os passeios exigiriam fisicamente. Me dei bem com essa escolha.

 

Logo às 9hs parti em uma excursão até o Glacial Pastoruri. Foram 35 soles transporte + guia, além de 10 soles para entrar no Parque Huascaran, que é onde fica o glacial. Dei sorte com o pessoal que estava na excursão, porque só havia peruanos e dois colombianos. O Glacial está a 5 mil metros de altitude, então a subida é bem desgastante, embora seja apenas uns 45 minutos de caminhada. Você pode andar uns 60% da trilha a cavalo, se quiser pagar por isso. Lá, mesmo com o sol, faz muito frio e venta... ::Cold:: Tive que comprar uma luva, se não minha mão congelava. Vale notar que foi minha primeira experiência com a altitude (e logo no passeio que chegava na maior altitude de todas que eu passei!) e, para minha felicidade, não senti absolutamente nada. Cadê o famoso soroche? Dei sorte! Tinha tomado um chá de coca antes, o que talvez ajude um pouco. O principal problema para mim, por incrível que pareça, foi o sol! Muito forte ali na montanha... O Glacial é muito bonito, um tipo de coisa que eu nunca tinha visto. É só uma pena saber que ele era muito maior e vai minguando a cada dia que passa.

 

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Pelas estradas de Huaraz, indo para o Glacial

 

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Pelas estradas de Huaraz, indo para o Glacial

 

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Puya Raimondi: a planta típica de lá

 

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Parque Nacional Huascarán

 

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Parque Nacional Huascarán

 

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Indo para o Glacial

 

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Glacial Pastoruri

 

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Glacial Pastoruri

 

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Glacial Pastoruri

 

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Vista do Glacial Pastoruri

 

Lá no Pastoruri conheci um peruano que tava na excursão, o Juan. Ele falou que antes de pegarmos o ônibus para voltar, eu tinha que experimentar uma sopa nas barracas que ficam ali onde param os ônibus e carros. Pensei comigo mesmo “não gosto de sopa e essas barraquinhas não são o exemplo de boa higiene. Medo de me arriscar a tomar uma sopa daí... Mas não posso recusar a iguaria local e o convite do rapaz, então, bora”. No final das contas não foi uma má ideia, embora a sopa não tenha sido nada muito genial.

 

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Dizendo adeus ao Parque Nacional Huascarán

 

Na volta, ainda deu tempo de um dos colombianos passar mal, bem como uma peruana. ::xiu:: Rápida parada para eles se recuperarem e no fim da tarde já estava no hostel. Sai pra comprar pão, manteiga, chocolate e uma Cusqueña de trigo. Definitivamente, é melhor o Perú se orgulhar com o maravilhoso pisco, porque a cerveja de lá tem um certo gosto de infelicidade. Antes de voltar pro albergue e ir dormir, ainda deu tempo de conhecer o mercado central, que ficava bem do lado do Hostel. Também não é um primor de higiêne. Só de pensar que a comida dos restaurantes de Huaraz vem daquele lugar, já faz você repensar nos seus hábitos alimentares durante a viagem. Ou não.

 

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A famosa Huaraz

 

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Mercado de Huaraz

 

Dia 4 – Desbravando a la mochileiro

 

Tinha marcado de ir para Chavin nesse dia, mas logo as 7:30 o rapaz do Hostel bateu na minha porta e disse que de segunda-feira não tem passeio pra nenhum museu, pois eles fecham. Então ele me recomendou uma caminhada até a Laguna Wilcacocha. Não é nenhum tour agendado, é você por você mesmo, pega um mapa e se vira. Bora!

 

Para chegar na trilha tive que pegar uma van pública (número 10, em direção a Bedoya) na frente do Hostel. Me custou 1 sol. Você tem que pedir pro motorista parar no Pueblo de Chiwipampa. Dá uns 15 minuto do centro de Huaraz. O bacana de andar no transporte público é que você vai com os locais, observando o dia-a-dia deles e seus costumes. A partir dali, basta subir a montanha até chegar no lago. São umas 2 horas de caminhada. Lá não tem absolutamente nada, então leve seu lanche e sua água!

 

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Começando a trilha

 

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Começando a trilha

 

Durante a caminhada só encontrei um casal: Nicky, uma canadense, e Simone, um italiano (lembrem-se que alguns italianos tem nome de mulher!). Os dois muito simpáticos. Durante a subida, nos deparamos com uma van que ficou entalada no barro, beirando o precipício. Tava o motorista e seu filho, tentando desentalar o carro. Bora ajudar a empurrar! E que se dane a altitude!! No fim, o cara colocou umas pedras debaixo do pneu e... o carro continuou atolado. Bom, ele nos agradeceu e disse que iria ir buscar ajuda. Fomos em frente, até porque não tínhamos mais como ajudar o cara. Não tínhamos nem certeza se estávamos na trilha certa! Enfim chegamos no destino. Vale muito o esforço, principalmente pela paisagem! E o melhor de tudo, só precisa pagar 1 sol na ida e 1 na volta!

 

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Wilcacocha

 

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Nicky e Simone no Wilcacocha

 

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Vista lá do Wilcacocha

 

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Vista lá do Wilcacocha

 

Quando estávamos descendo da Laguna, nos encontramos com 3 moradores locais no caminho. Ressalto, novamente, que é sempre bacana esses momentos, pois você consegue sentir um pouco mais de perto como é a vida por aquelas bandas. Primeiro apareceu uma velhinha toda sorridente, com umas folhas grudadas na bochecha. Ela perguntou umas coisas sorrindo, mas era aquela mistura de Quechua com espanhol que só nos restou dar uma risadinha e um adios! Depois apareceu um velhinho e perguntou se tínhamos ido até a laguna e pediu um gole de água pro Simone. Véinho ligeiro! Por fim, perguntei para um peruano que estava trabalhando em uma plantação se estávamos descendo pelo lugar certo. Daí ele disse que sim, perguntou de onde eu era e se no Brasil tinha lugares tão bonitos quanto no Perú. Por fim, perguntou como falava “cidade” em português!

::lol4::

 

Chegamos no fim-começo da trilha e pegamos a van para voltar para Huaraz. Fui até o mercado comprar banana, uva e mixirica por 4 soles e segui pro hostel para descansar, visto que já era fim de tarde. As 19hs, Nicky e Simone passaram no meu Hostel e saímos para jantar. Eles já sabiam de um restaurante barato, então fui lá conhecer. Tomei chá, comi uma sopa de entrada e um talharim salteado de prato principal por apenas 5 soles! Ficamos lá conversando e nos despedimos, pois eles iriam tentar fazer a caminhada de Santa Cruz no dia seguinte e não iríamos mais nos encontrar. Voltei para o hostel para dormir. Sem dúvida um dia que saiu barato!

 

Dia 5 – O ponto alto da viagem, nos dois sentidos.

 

Acordei de madrugada para sair as 5:50 do hostel. O objetivo? Laguna 69. No nosso grupo tínhamos 3 meninas francesas, um francês, 4 israelenses, 1 peruano, 1 indiano e 1 coreana. Fui conversando com a coreana (Sarah) durante a ida, pois ela estava no mesmo hostel que eu. Antes de chegar no lugar onde começa a trilha, a van parou na Laguna Llanganuco, que já dá uma prévia da maravilha que encontraríamos mais à frente. Eu nunca tinha visto uma água daquela cor!

 

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Llanganuco

 

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Llanganuco

 

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Llanganuco

 

Chegamos no local de início da trilha as 9:30. Eu e Sarah pulamos da van e saímos andando para tirar umas fotos antes de começar a trilha. De repente, olhamos para trás e... cadê todo mundo? A van estava lá parada e o resto do povo tinha sumido. E agora? “Bom, eles só podem ter subido essa colina aqui do lado da van, porque não tem outro caminho.”. E, assim, começamos a praticamente escalar a colina, que era cheia de pedras e uma mata nem tão amigável. Observamos que eles não podiam ter ido por ali por dois motivos: ainda não tínhamos achado ninguém e tava muito difícil andar por ali. Não ia ter como ir por aquele caminho por mais de 2 horas! Descemos até a van de novo e Sarah encontrou uma trilha bem na frente da van que descia pela mata. Ela estava bem escondida, por isso que nem percebemos de início. Era ali mesmo que o povo tava! Ufa!

 

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Foto que nos rendeu uma pequena aventura antes de começar a trilha... mas valeu a pena!

 

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Sim, estou tirando uma foto na frente de um painel de shopping...

 

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Só que não!

 

Depois de termos nos perdido antes de começar o passeio (sim, foi tosco, ridículo e bossal, eu sei disso ::toma:: ), demos início à verdadeira trilha. Ela demora entre 2:30 e 3hs na ida e cerca de 1:30 na volta. É uma trilha complicada, pois é uma subida que exige um bom esforço na altitude (entre 3.500 e 4.600 metros) e, na volta, exige bastante joelho. Não é o tipo de passeio que você vai comprar para dar de presente de aniversário para sua vovózinha.

 

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Trilha para a Laguna 69

 

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Trilha para a Laguna 69

 

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Trilha para a Laguna 69

 

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Cachoeira durante a trilha

 

A Laguna parece que não chega nunca, mas quando chega...

 

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Sim! É de verdade!

 

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Eu e Sarah.

 

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Laguna 69

 

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Laguna 69

 

Para mim, sem dúvida foi o ponto mais alto da viagem ao Perú!

 

Retornamos da maravilha e eu e Sarah fomos os primeiros a chegar na van, as 15:30, já que o guia falou que tínhamos que estar lá, no máximo, até 16hs, por questões de segurança e também porque tínhamos uma boa viagem de volta. Saímos de lá só as 18hs, porque uma das francesas machucou o pé quando chegou na laguna e tiveram muita dificuldade na hora de voltar. Para ter uma ideia, quando deu umas 17:20hs o guia saiu correndo atrás delas para resgatá-las, já que estava começando a escurecer e daí sabe-se lá o que ia acontecer com las chicas. Felizmente, o guia conseguiu achar as francesas e trouxe uma literalmente nas costas!

 

A viagem de volta demorou 2 horas. Quando cheguei em Huaraz, comi uma trucha a la parrilla no restaurante que tinha bem do lado do hostel. Boa comida! Depois disso, só me restava recuperar as energias para o dia seguinte.

 

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Truta na grelha

 

Dia 6 – Las Cabezas Clavas

 

Acordei logo as 7hs, tomei café e já fiz o check out, pois de noite já iria voltar para Lima. Para encerrar minha passagem por Huaraz, decidi fazer o passeio até Chavin de Huantar, que não tinha conseguido fazer dois dias antes, pois estava fechado. Como a van só iria me pegar no hostel às 9:30hs e eu tava ficando sem dinheiro, fui até uma casa de câmbio trocar dólar. O câmbio estava 2,79 o dólar.

 

O grupo que foi para o passeio só tinha peruanos e uma turca. Passamos antes na Laguna Querococha e depois seguímos para Chavín, que é uma cultura pré-inca. Lá você conhece o sítio arqueológico. O destaque fica para as famosas Cabezas Clavas, que são cabeças de seres mitológicos colocadas na parede do templo. Também achei bem diferente a representação da divindade superior dessa cultura: El Lanzón. É uma pedra com o formato de um dente canino e esculpida com o desenho da divindade máxima, uma mistura de homem com animais.

 

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Querococha

 

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O pessoal fala que é o mapa do Perú desenhado na montanha...

 

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Cristo das Neves, no caminho para Chavín

 

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Maquete das ruínas de Chavín

 

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Chavín

 

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Chavín

 

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El Lanzón

 

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Cabeza Clava nas paredes do templo

 

Logo que saímos do sítio arqueológico, paramos para almoçar. Comi um arroz a la cubana e uma coca-cola por 10 soles. Aproveitei a parada para comprar uns chaveiros das cabezas clavas que achei bem bacana e só tem lá! A próxima parada é no museu Chavin, recentemente construído. É uma parada bem rápida, onde tem mais um monte de cabezas e também várias peças de artesanato Chavín. É um passeio bem tranquilo e muito bacana pra quem gosta de história. Esse dá para ir com a vovó.

 

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Pueblo de Chavín

 

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Museu de Chavín

 

Saímos de lá 16:30hs e só chegamos em Huaraz às 19hs. Fiquei enrolando no albergue até 21hs e fui para a estação Cruz del Sur tomar o ônibus de volta para Lima. Dessa vez, fui no assento superior, bem menos espaçoso do que na ida.

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Dia 7 – Encarando Caral

 

Cheguei em Lima às 5:30hs e rachei o taxi com o francês que estava no passeio para a Laguna 69, já que ele também tinha voltado para a capital. Da estação rodoviária da Cruz Del Sur até o albergue Pirwa em Miraflores deram 13 soles. Dessa vez, me dei ao luxo de ficar num quarto privado, já que minha última experiência no albergue de Lima não tinha sido muito boa. Apesar de ter sido caro (75 soles), foi uma boa escolha, já que o quarto tinha uma cama confortável e um banheiro limpo, e era justamente de conforto que eu ia precisar nesse dia.

 

Logo ao chegar no albergue, o dono, Esteban, me indicou um passeio até Caral, por conta própria. É claro que aceitei a sugestão da aventura! Só deu tempo de tomar um banho ligeiro, comer um lanche e partiu Caral.

 

A viagem para Caral dura cerca de 4 horas, então, se você planeja visitar esse sítio arqueológico, deve partir bem cedo, visto que lá fecha às 16hs. Saindo do albergue, peguei um taxi para ir até a estação de ônibus no centro e pegar um ônibus até Supe, que é a cidade mais próxima das ruínas. O problema é que no centro de Lima tem umas quatrocentas mini estações de ônibus uma perto da outra que vão para vários lugares e, obviamente, o taxista não sabia qual era a de Supe. Ficamos rodando a esmo por quase 30 minutos, até que alguém finalmente nos indicou onde era o lugar certo. Peguei o ônius às 8hs, por 15 soles. É um ônibus velho, fedido e sujo. Para ajudar, tem até tv com DVD o ônibus, o que é sempre um péssimo sinal!! Acho que os peruanos são surdos, porque, puta madre, que altura que colocaram o maldito DVD!

 

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Indo para Caral

 

Pedi para a moça me avisar quando chegasse em Supe, já que são várias paradas na linha. Depois de quase 4hs, vi uma placa indicando uma entrada para Caral passando. A moça esqueceu de me avisar e passou de Supe. Daí ela me falou para eu pegar um ônibus da mesma companhia na próxima parada, na direção oposta. Logo que ela falou isso, para a minha sorte, estava vindo um ônibusem nossa direção. O motorista acenou, eu consegui trocar de ônibus e, em 10 minutos, estava em Supe.

 

Em Supe, você deve pegar um táxi compartilhado que vai em direção aos pueblos que ficam perto de Caral, sendo que esse é o último ponto. Caral fica a uns 30Km de Supe, que fica na costa. O problema lá é que você não vai encontrar um letreiro piscando “taxis compartidos” ou qualquer coisa do gênero, então o jeito é sair perguntando. Um senhor me apontou um carro na esquina e falou que aquele era um táxi compartilhado. Pensei: “e agora? Confio ou não? Esse cara pode me levar para uma clínica de retirada de órgãos e aí um abraço, bye bye, Brasil”. É fato que estou exagerando, mas é sempre importante ficar atento, não importa onde esteja. Lá fui eu no táxi de 5 soles: eu, mais dois caras e um menino no banco de trás, o motorista, uma mulher no banco do passageiro e uma menina em cima do câmbio. E um carro em condições precárias.

 

Depois de uns 30 minutos estava em Caral, finalmente. O sítio é fantástico e fica no meio do nada. Para se ter uma ideia, a civilização de Caral é, simplesmente, a mais antigo do continente americano. E mais, é uma descoberta que data da segunda metade do século XX, com o desenvolvimento do sítio só no fim dos anos 90. Ou seja, se você gosta minimamente dessas coisas, aqui é parada obrigatória no roteiro de qualquer viajante que se preze. O mais incrível de tudo é que, por ser um lugar afastado e ainda muito novo, quando eu cheguei lá tinha apenas um visitante solitário, indo embora. Era só eu naquela imensidão de história.

 

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Caral

 

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Caral: olha quanta gente!

 

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Caral

 

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Caral

 

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Pessoal fazendo restauração

 

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No absoluto nada

 

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No absoluto nada

 

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Caral

 

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Caral genial

 

Saí de lá às 16hs e fiquei com cagaço, porque não tem um sinal de vida do lado do sítio, iria começar a escurecer e eu precisava achar um taxi compartilhado para voltar até Supe e tomar o ônibus de volta até Lima. Fui andando por un 25 minutos até o pueblo mais próximo e uns peruanos me falaram para esperar ali no bar que o taxi iria passar ali. Deu tudo certo e consegui pegar o táxi, mas... Como eu havia dito anteriormente, na ida fui em um táxi com mais 6 pessoas em um carro, podemos dizer, podre. Agora, na volta, entrei num pseudocarro já com 5 caras. Pensei: “opa, que sorte, pelo menos são 5, não 6”. Um minuto depois entrou mais um cara no banco de trás. No minuto seguinte entrou mais um cara que foi praticamente em cima do câmbio. Pensei: “Ok, chegamos no limite de lotação. Próxima parada: Supe”. Inocente. No porta-malas cabiam mais 3! Resumo da ópera: 10 pessoas em uma carcaça ambulante!

 

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Saindo de Caral

 

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Tuc-tuc em Supe, enquanto esperava o ônibus

 

O fato é que cheguei inteiro em Supe e consegui pegar o ônibus para Lima, em mais de 4 horas de viagem. Cheguei tarde da noite no centro de Lima, o que é algo não muito legal... Isso porque no passeio da Laguna 69, em Huaraz, um colombiano disse que um amigo havia sido roubado por um taxista saindo da rodoviária do centro de Lima. Então, resolvi não pegar os táxis que ficam logo na saída da rodoviária e fui caminhando um pouco pela rua. Só que isso é pior ainda, porque a rua estava deserta. Então voltei para a rodoviária e arrisquei um táxi lá. Ainda bem que foi tudo ok! Mas fica o ponto de atenção: muito cuidado com o centro de Lima à noite, principalmente quanto ao táxi.

 

Cheguei no hostel meia-noite e sai para procurar comida no Parque Kennedy, o mesmo lugar que tinha ido no primeiro dia no Perú. A escolha era óbvia: La Lucha!! Comi um magnífico “Club Sandwich”. Mesmo sendo de frango (coisa que não sou fã), posso afirmar que é o melhor sandwich fast food da história contemporânea da América Latina! 20 soles por um monstro de comida! Só me restou voltar para o albergue e dormir.

 

Dia 8 – Cusco em marcha lenta

 

Acordei cedo para pegar o voô até Cusco que saía 11:20. Chegando lá, tinha reservado um táxi do hostel para me buscar no aeroporto por 25 soles. Preço levemente salgado, mas valeu pela segurança. Fiquei na Hospedaje Turistico Recoleta, em um quarto de 4 camas, 10 dólares a diária. Recomendoo fortemente esse albergue para quem quer uma estadia mais tranquila. Além disso, Javier, o dono, é muito atencioso e prestativo. Logo de cara, conheci um grupo de 3 americanos que estavam fazendo intercâmbio no Brasil e agora estavam de férias, viajando pelo Perú. Além disso, conheci Yoni, um israelense que estava no meu quarto e foi meu companheiro de viagem em Cusco e Machu Picchu.

 

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Saindo de Lima...

 

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Passando pelas montanhas no meio das nuvens...

 

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Perto de Cusco...

 

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Chegando em Cusco!

 

Saímos logo para almoçar e eu ainda tinha guardado o meu La Lucha do dia anterior! Mandei ver. Em seguida, saímos para conhecer um pouco a cidade e fechar o passeio para o Vale Sagrado no sábado. Fomos até a feira de artesanato e acabei comprando uma camisa da seleção do Perú. Passamos também pelo mercado central. Particularmente, gostei do clima de Cusco, embora não tenha muito parâmetro para falar da parte mais popular da cidade. Voltamos para o albergue só de noite, e eu, Yoni e David (um americano que estava no meu quarto) ficamos ali na varando do albergue tocando violão, bebendo umas cusqueñas e conversando. Depois, só deu tempo de sair para comer uma pizza perto do hostel (15 soles) e já fomos dormir para fazer os passeios do dia seguinte.

 

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Plaza de Armas

 

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Plaza de Armas

 

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Mercado Central

 

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Yoni passando na rua da morte

 

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Bandinha de mini-perús na Plaza de Armas

 

Dia 9 – Vale Sagrado

 

Eu e Yoni acordamos cedo para irmos no passeio do Vale Sagrado (25 soles, ônibus e guia). Esse é o típico passeio para quem está em Cusco, então sempre está lotado de turistas de tudo quanto é lugar do mundo. A guia da excursão era uma moça um tanto quanto caricata chamada Jenny. Sempre que ela ia falar alguma coisa dizia “familia”... “familia, vamos descer do ônibus agora”, “familia, familia, prestem atenção em mim”... Figura!

 

A primeira parada foi para ver artesanatos locais e ir no banheiro. Todos os passeios que fizer por lá terá uma parada em alguma loja de artesanato. A próxima parada foi Pisac, onde podemos observar os terraços agrícolas. Esse é o tipo de lugar que dá bem a cara do que é o passeio pelo Vale Sagrado. Paramos em seguida em uma loja de anéis e brincos de prata. Essa loja me pareceu um pouco mais interessante, com algumas coisas mais diferentes do que encontra em Cusco e um bom lugar para comprar um presente. Em seguida, fomos almoçar em Urubamba, mas, como tínhamos comprado coisa para lanchar, não experimentamos a comida do restaurante de lá. Enquanto o pessoal almoçava, eu e Yoni ficamos assistindo um jogo de futebol que tava rolando no campinho na frente do restaurante. A partida era alguma comemoração dos taxistas de tuc-tuc. Só sei que agora posso dizer que vi um jogo de futebol a 2.800m de altitude!

 

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Menina e alpacas

 

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Ooo bicho engraçado!

 

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Eu e Yoni no Vale Sagrado

 

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Pelo Vale Sagrado...

 

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Pisac

 

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Pisac

 

Encerrado o almoço, fomos para Ollantaytambo, cidadezinha que foi construída com o formato de uma alpaca e nosso ponto de partida para a tão esperada Machu Picchu. Conhecemos um pouco as ruínas e terraços de lá e abandonamos a excursão às 16hs, porque iríamos tomar o trem da Peru Rail em direção à Aguas Calientes às 19hs. Aguas é a cidadezinha minúscula que fica na base da montanha onde está Machu Picchu. Fícamos tomando um suco na praça de Ollanta e andando pelo vilarejo. É um lugar bem pequeno, porém muito simpático. Para quem quiser dormir lá e ir em algum trem matutino pra Machu Picchu, existe algumas hospedagens. Também é uma opção. Como pegamos o trem de noite, não conseguímos aproveitar a paisagem da viagem, embora a vantagem seria que no dia seguinte já acordaríamos praticamente na cidade sagrada dos Incas.

 

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Ollanta

 

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Ollanta

 

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Ollanta

 

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Ollanta

 

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Becos de Ollanta

 

O trem que peguei foi da categoria Expedition, por US$56,00 (sim, para passear de trem você vai ter que gastar uma boa grana). A viagem dura 1:30hs e eles te oferecem água, chá, refrigerante, pão e chocolate. Quando chegamos, a mulher do albergue já nos esperava para nos acompanhar até onde iríamos dormir naquela noite. Fícamos no Hostal Varayoc. Fiquei em uma suíte com cama de solteiro por US$20,00. Logo em seguida, eu e Yoni saímos para comer. Demos azar, pois comemos um hambúrguer (20 soles) bem sem graça em um dos inúmeros restaurantes que tem por lá. Aguas Calientes é mais cara do que os demais lugares do Perú, por ser, vamos dizer, uma cidade 100% turística. Voltamos pro hostel e fomos dormir, já que no dia seguinte marcharíamos para Machu Picchu.

 

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Trem para Aguas Calientes

 

Dia 10 – Marchando para Machu Picchu

 

Acordamos ainda de madrugada para começar a caminhada em direção à cidade sagrada mais incrível da América do Sul. Para ir de Aguas Calientes até Machu Picchu eu tinha duas opções: subir a montanha caminhando ou pagar US$19,00 e ir e voltar de ônibus. Eu e Yoni escolhemos subir com nossas forças, às 6:20hs. A trilha, no entanto, é bem cansativa e inclinada. Se me lembro bem, demora mais ou menos uma hora e meia para subir. Chegamos na entrada do parque ensopados de suor. Resolvemos contratar um guia, 20 soles por cabeça. Sem dúvida é um preço salgado, mas se você tiver sem nenhum livro que explique o lugar, acho que vale muito apena.

 

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Entrada do parque

 

Finalmente estávamos em Machu Picchu! Não acho que compensa descrever alguma coisa desse lugar, pois é o tipo de coisa que cada um tem sua experiência... O que mais me impressionou foi o tanto de mistério que envolve esse lugar, o tanto de coisas ainda por serem descobertas, lugares inexplorados...

 

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Enfim!

 

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Machu Picchu

 

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Machu Picchu

 

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Caminho inca descoberto bem recentemente

 

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Eu e Yoni em Machu Picchu

 

Assim que acabamos o tour, saímos do parque para comer um lanche. Só tem banheiros, uma lanchonete e um restaurante fora da entrada do parque, mas você pode entrar e sair quanto quiser no mesmo dia. Depois de lanchar, voltamos para o parque para fazer as trilhas da ponte inca e do portal do sol, que são pequenos caminhos que você pode ir por conta própria.

 

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Trilha da Ponte Inca

 

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A ponte do rio que cai

 

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Trilha da Ponte Inca

 

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Machu Picchu observada do Portal do Sol

 

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Dois seres irracionais

 

Saímos da montanha às 13:15. Descidi descer caminhando até Aguas Calientes, mas Yoni tava morto e pagou 28 soles para descer de ônibus. Meu joelho tava doendo um pouco, mas mesmo assim não acho que valha a pena pagar o ônibus para descer. Levei 50 minutos até Aguas Calientes, em ritmo lento e sem fazer esforço. Se for para pagar o ônibus, aconselho pagar já para subir, assim você poupa toda sua energia para gastar em Machu Picchu.

 

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Rio Urubamba e Aguas Calientes ao fundo

 

Nos encontramos novamente em Aguas Calientes e fomos comer, utilizar o wifi do restaurante e tomar uma coc-cola para recuperar as energias. Ainda deu tempo de ficar andando pela feira de artesanato enquanto esperávamos o trem de volta para Cusco. Dessa vez, voltamos no trem Vistadome, que é um pouco mais chic e mais caro (US$ 88,00) que o Expedition, mas era a única opção que tinha para esse horário quando fui comprar. Partimos 17:30 de Aguas Calientes, sendo que o trem vai até uma estação (não lembro o nome) e depois você toma um ônibus (já incluído no bilhete do trem) até Cusco. Esse Vistadome é bem para turista, porque tem pizza, dança local e até desfile de moda peruana com os atendentes do trem...

 

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Aguas Calientes

 

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Aguas Calientes

 

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Funcionários do trem assustando crianças e adultos com suas roupas bizarras e danças birutas

 

Chegamos em Cusco bem cansados e fomos novamente para o Hostel Hospedaje Recoleta. Ainda saí para comer lá por perto do albergue. Mandei ver um “montado” por 17 soles. É um prato com arroz, batata, bife, ovo e banana. Muito bom! Agora já tava de bucho cheio e já tinha visto Machu Picchu. Só me restava ir dormir.

 

Dia 11 – M&Ms: Maras e Moray

 

Tinha agendado um tour para Maras e Moray e lá fui eu sozinho para conhecer um pouco mais da região de Cusco. Dessa vez Yoni não foi, pois iria partir de Cusco à tarde. O tour custou 45 soles, transporte e guia, como de costume. A primeira parada, também como de costume, é em uma loja onde produzem e vendem roupas feitas de lã. Até que nessa parada tinha uma diferença, porque as moças explicavam todo o processo para produzir as roupas, o que é bem bacana.

 

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Galera tecendo e vendendo

 

A próxima parada foi Maras. Achei o lugar bem fascinante. É um conjunto de terraços que serviam como viveiros para as plantas, bem parecido com o que tinha visto em Pisac. O próximo destino era Moray, onde se produz 3 tipos diferentes de sal, no meio das montanhas. Lá tem um monte de barraquinhas vendendo tudo quanto é coisa feita de sal, inclusive, sal.

 

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Maras maravilha

 

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Maras maravilha

 

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Maras maravilha

 

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Eu e Maras maravilha

 

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Moray moreira

 

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Haja sal!

 

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Mais sal

 

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Muito sal mesmo!

 

Saindo de Maras retornamos para Cusco e fui ainda fazer um city tour às 15:30hs. Dessa vez não achei que foi uma boa escolha, porque tava bem cansado e com a garganta ficando ruim, ainda mais que só tinha comido um pão com manteiga, já que no tour de Maras e Moray não teve parada para almoço... Então, fica a dica: por mais que o passeio de Maras e Moray acabe no começo da tarde, não acho que vale a pena emendar um city tour logo em seguida. Use esse tempo para almoçar direito e andar por Cusco. Enfim, o roteiro do city tour é passar pelas ruínas que ficam ao redor de Cusco: Qenqo, Tambomachay, Saqsaywaman (sexy woman, como é conhecida)... Essas ruínas valem mais pela história do que pela própria aparência, já que não são coisas grandiosas. Após vermos todos os pontos turísticos, faltava apenas uma coisa... O que? Se você pensou “parar em uma loja de artesanato ou de lã”, parabéns, você acertou. Já passavam das 19hs e, ainda assim, o tour parou em uma lojinha. Cheguei no albergue, fiz um lanche e cama.

 

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City Tour pelas ruínas de Cusco

 

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City Tour pelas ruínas de Cusco

 

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City Tour pelas ruínas de Cusco

 

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City Tour pelas ruínas de Cusco

 

Dia 12 – Piscocusco / Dia 13 - volta

 

Acordei nesse dia sem pressa, pois iria visitar alguns museus que eu tinha no meu boleto turístico. No café da manhã conheci o Jorge, um argentino que também estava no meu albergue. Como ele tinha planos de visitar algumas igrejas e a arquitetura de alguns hotéis, combinamos de irmos fazer os nossos passeios juntos. O primeiro ponto foi o Museu Histórico Regional, que era a antiga casa de Garcilaso De La Vega, um grande escritor e historiador do século XVI. A parada seguinte foi Qorikancha. Não cheguei a entrar lá, pois não estava incluso no boleto, mas fui no pequeno museu que tem nesse lugar. É um museu bem ruim, diga-se de passagem. Logo ali perto, tinha uma loja chic de tecidos que também abrigava o Museu da lã!

 

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Qorikancha

 

Acabando essas visitas, fomos atrás dos hotéis e igrejas que o Jorge queria ver. Quanto aos hotéis, parece ser perda de tempo, mas realmente são sensacionais. Fomos em três deles e é impressionante a arquitetura desses lugares. Uma estadia lá acho que pagaria minha viagem inteira! Fomos em uma igreja perto de Qoricancha muito bonita, com inúmeros púlpitos talhados em madeira.

 

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Hall de entrada de um hotel

 

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Pelas ruas de Cusco

 

Com a fome batendo, Jorge sugeriu de almoçarmos em um restaurante vegetariano que ele já havia ido, no bairro de San Blas. É um restaurante extremamente escondido, que você jamais iria entrar caso não conhecesse ou não recebesse indicação. Salada, sopa, prato principal, sobremesa e suco por apenas 10 soles. Sem dúvida uma boa recomendação, mas não lembro o nome do lugar.

 

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Eu e Jorge no restaurante mais escondido de todos os tempos

 

Após o almoço, Jorge voltou para o albergue e, como iria passar um jogo da Champions (Barcelona vs Bayern!), decidi tentar assistir em um Pub que tem do lado da catedral. Pra que! Pub lotado de gente pra ver o jogo, não tinha nem como ficar lá. Então aproveitei para comprar uns presentes e voltei para o albergue na hora certa, pois começou uma chuva torrencial. Acabei assistindo o segundo tempo do jogo no hostel e nisso apareceu o Jorge e Carlos, que era um senhor uruguaio de uns 65 anos que estava hospedado no meu quarto. Jorge e Carlos ficaram discutindo sobre mate e jogamos umas partidas de pebolim! Duelo sul-americano! Ganhei do argentino, mas apanhei do uruguaio.

 

A noite sai sozinho andando meio que perdido para achar um lugar para jantar. Passei na frente de um bar que se chama Museo Del Pisco e não tive dúvidas! Cheguei lá e já fui pedindo uns coquetéis de pisco. Para quem nunca experimentou, pisco é uma bebida alcoólica à base de uva e é daquelas que te engana por parecer leve nos drinks (no clássico Pisco Sour, por exemplo), mas que depois de uns 2 você já está bem alegre. É uma bebida sensacional e um tanto quanto subestimada ainda.

Estava lá eu bebendo e daí percebi que o rapaz sentado ao meu lado no balcão estava hospedado no albergue também. Era um inglês bem gente boa. Ficamos lá bebendo e conversando e eis que aparece uma ótima banda de blues que começou a tocar no bar! Com a fome batendo, experimentei o sanduíche de carne de alpaca com batatas fritas. Extremamente saboroso! O bar é sensacional, com um clima muito bacana. Tinha até umas senhoras alemãs ou inglesas completamente para lá de Bagdá, cômico demais! Museo Del Pisco é parada obrigatória na noite Cusquenha. Depois disso, não tinha mais condições de nada e só me restou voltar para o albergue. A última noite da viagem tinha terminado.

 

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Museo Del Pisco

 

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Bandinha de blues e os gringos já pra lá de Bagdá!

 

No dia seguinte, parti para o aeroporto de manhã e lá fui eu nas conexões Lima e Bogotá, até chegar finalmente em São Paulo.

Se valeu a pena? O!!! ::otemo::

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Parabéns pelo relato e pelas fotos....

 

Vc lembra quanto pagou pelo passeio da laguna 69 e no chavin de huantar?

 

Olá, Suellen. Obrigado pelo comentário.

 

Não lembro exatamente o preço desses passeios, mas praticamente qualquer um desses tours de Huaraz custam de 30 a 45 soles... Só que fechei direto coma agência do meu albergue, então pode ser que pesquisando por lá, você encontre variações maiores nos preços, mas não vai fugir muito disso, acredito.

 

Abraço

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  • Membros

Olá, muito obrigado pelo relato, incrível a sua experiência.

Estarei indo para o Peru em 3 pessoas agora em dezembro, ficarei 14 dias e havia pensado em um roteiro bem parecido.

 

Será que você poderia me indicar os hostels que ficou em Lima? E por onde deixou reservado?

Também tenho dúvida em relação a troca do dinheiro, pelo relato você trocou para dolar né? compensa? As casas de câmbio em Lima são tranquilas?

Tem como ir de Lima para Cusco de ônibus? pensando em economizar...

 

Muito obrigado, abraços. :D

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Olá, muito obrigado pelo relato, incrível a sua experiência.

Estarei indo para o Peru em 3 pessoas agora em dezembro, ficarei 14 dias e havia pensado em um roteiro bem parecido.

 

Será que você poderia me indicar os hostels que ficou em Lima? E por onde deixou reservado?

Também tenho dúvida em relação a troca do dinheiro, pelo relato você trocou para dolar né? compensa? As casas de câmbio em Lima são tranquilas?

Tem como ir de Lima para Cusco de ônibus? pensando em economizar...

 

Muito obrigado, abraços. :D

 

Respondi pea sua MP! ::otemo::

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Ola, Marcos e Ligia.

 

Gastei cerca de 2.500 com tudo. Lembrando que as partes mais caras da viagem são a passagem de avião, o trem e o ingresso para Machu Picchu, além do ônibus para Huaraz, ou seja, transporte.

 

Não posso afirmar com certeza se vale mais a pena levar real ou dólar para trocar, pois levei dólares que eu já tinha há um tempo antes da viagem. Acredito que a melhor forma é tentar trocar real direto por sol, pois não pagará duas vezes as tarifas da casa de câmbio. Outra possibilidade é comprar com cartão, embora tenha incidência de IOF.

 

O clima de lá dependerá da época do ano que for, obviamente. Se for no frio, prepare o casaco. Se for no verão, pegará um forte calor. A particularidade fica por conta de Lima, que nunca chove, independentemente da época. E, claro, se for para montanha, tenha sempre um casaco em mãos. Como fui em abril, peguei tanto frio, como calor... Geralmente calor de dia e frio de noite!

 

Abraço!

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