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Réveillon em Montevidéu


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A escolha de Montevidéu para passarmos o Reveillon foi meio que ao acaso. Rolou promoção de milhas do Smiles e gostamos da ideia. Zeramos nossas (parcas) milhas, reservamos com meses de antecedência e deixamos para decidir exatamente o que fazer depois. Reveillon no Brasil é altíssima temporada, com tudo muito cheio e muito caro, então sempre damos uma espiada para os países vizinhos. Já passamos em Bunos Aires, Lima e Assunção. Agora foi a vez de mais um lugar para vermos como rola a virada de ano. Com passagem para Montevidéu nas mãos, várias pessoas nos sugeriram escapar para Punta del Este para passar o Reveillon. Mas Punta seria praticamente ir para o que estávamos evitando no Brasil: muito cheio (talvez) e muito caro (seguramente). E não queríamos festa – ainda que Assunção em 2014/15 tenha sido muito divertido. Optamos por ficar em Montevidéu mesmo.

Já estivéramos em MVD antes. Dessa vez a ideia era rever a cidade, explorar coisas que nos faltaram. Além de, claro, curtir a virada de ano. Teríamos quatro dias para curtir. Ou melhor, 3 dias e algum tempo no último, visto que a logística da volta não era lá muito atraente, com um voo de tarde.

Chegamos já no começo de madrugada do dia 31. Pegamos um táxi pré-pago no aeroporto para Punta Carretas. Em ano de alguns de esquemas-patrão, estabelecemos mais um para fechar. Mercure em Punta Carretas. Com um belo desconto, mas ainda assim patrão.

Como era começo de madrugada, os bares nos arredores já estavam fechando. Mas foi possível celebrar a chegada numa esquina próxima. Foi bom para testar o lance do estorno de impostos no cartão de crédito. Já funcionou de cara (cartão Visa).

Dia 31 acordamos cedo e fomos passear. Primeiro queria fazer algum câmbio. Havia um shopping logo atrás do hotel, mas ainda fechado naquela hora. Pegamos um taxi para o Mercado Agrícola, que ainda não conhecíamos. É bacana, bem limpo e organizado. Ali já fizemos o câmbio necessário para a viagem.

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Mercado agrícola de Montevideo (MAM)

Habitualmente não nos permitimos beber antes de 12hs. É meio que uma regra estabelecida. Mas era dia 31 e abrimos uma exceção. Estava lá a Cervejaria Mastra, uma artesanal local, chamando para ser degustada. Várias bicas de chope! E assim começamos os trabalhos do dia.

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Início dos trabalhos

Degustadas algumas amostras, seguimos andando para o centro. Passamos pelo belo Palácio Legislativo (fechado, claro!) e chegamos na Praça Independência.

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Palácio Legislativo

 

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Palácio Salvo

Um lugar que eu queria muito ir era o Museu Andes 1972, que foi nossa parada seguinte. Quando fomos da outra vez na cidade o museu não estava aberto ainda (ou já tinha sido inaugurado e não tínhamos conhecimento), tornou-se meio que prioridade para esta vez. A história da queda do avião e, mais que isso, de sobrevivência de parte dos integrantes, é das coisas mais impressionantes que conheço – e conheço desde pequeno, graças ao filme (um tanto sensacionalista) “Os sobreviventes dos Andes”. Mais tarde fizeram o filme “Vivos” sobre a mesma história. Em português o ótimo livro do Nando Parrado, “Milagre dos Andes” pode ser comprado nas livrarias. Além de uma penca de documentários.

O museu é ótimo. Para quem conhece a história ou mesmo para quem ainda não conhece, mas tem interesse em saber. Pode-se ficar horas lá dentro, há bastante coisa para ler. Bem organizado (e relativamente caro), fica pertinho da Praça Independência.

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Museu Andes 1972

De lá, fomos andando em direção ao Mercado. Em meio à zona de guerra (guerra de água, que fique claro!) que fica a Ciuda Vieja num dia 31 de dezembro!

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As atiradoras de água, do alto de um prédio

 

Citar
Como é o Reveillon em Montevidéu: Não há grandes festejos. Há os tradicionais clubes, as ceias e etc. Das que vimos, todas na faixa dos 100 USD+, às vezes com festa, às vezes sem. Teve um na rambla que a festa acabou cedo: quando fomos de volta para o hotel, entre 2 e 3 da manhã, já estava bem fim de festa por lá. E custava 120 USD.

A festa do réveillon por lá ocorre nos arredores do Mercado do Porto. Ou na Ciudad Vieja. No dia 31 de dezembro, pela manhã/tarde. Fomos para lá já sabendo do esquema: moradores ficam no alto dos prédios, ou nas janelas, jogando água nos transeuntes, alguns deles incautos. Não é água de sacolé, é balde de água mesmo, é banho. Às vezes de mangueira. De um modo geral a galera leva numa boa o banho tomado. Vimos um cara bem arrumado que levava algo na mão tomando um mega balde de água na cabeça. Não ficou lá muito feliz, mas não reclamou. Mas vimos uma mulher, provavelmente uma trabalhadora que seguia para casa, reclamando muito. Foi exceção. No caminho da Praça da Independência até o mercado, optamos por fazer alguns desvios quando víamos algum exército de pessoas de baldo nas mãos do alto dos prédios. De qualquer forma é divertido.

No mercado o que rola é sidra. Vende-se garrafas de plástico de sidra a preços muito baixos, a galera compra e se diverte jogando nos outros. Todos levam numa boa. O cheiro daquela coisa doce quando o sol seca no chão (ou no corpo!) é que é meio estranho. Além disso rola um batuque legal na praça em frente ao mercado. E chove papel picado nas ruas do centro.

 

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Dia 31 na Ciudad Vieja

Enfim chegamos ao mercado do porto e curtimos um pouco a festa. Galera de cerveja litrão nas mãos, entornando. Seguimos a tradição e compramos nossos litrões também. Ficamos ali um tempo curtindo. Eventualmente algum curtidor era selecionado para tomar um banho de sidra. Nós não fomos selecionados.

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Sidra, selfie e água

Encontramos nossos amigos que estavam na cidade, com quem celebraríamos o réveillon. Curtimos mais um pouco a festa do lado de fora e depois fomos almoçar no tradicional El Palenque. Depois do almoço ainda rolava festa do lado de fora. No mesmo esquema, batuque, sidra, etc. Mas com menos gente. As vendinhas já tinham fechado, então não rolava mais aquela facilidade de encontrar as cervas litrão. Mas nossa ideia era mesmo encerrar nossa estada e voltar para a rambla. Ainda assim, tinha uma galera na rua com bacias e mangueira na mão molhando geral. Inclusive nós. Amem.

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O pós-festa, no entorno do Mercado

Descemos para a rambla, esticamos um pouco na Escollera Sarandí, mas achei muito vazio e voltamos. E então viemos caminhando pela rambla até Pocitos. Andamos muito, acho que uns 9km. A rambla tem marcação de 500 em 500 metros. E vai contando algo como o surgimento das espécies, ou coisa parecida. É interessante. Da outra vez em que estivemos na cidade, passeamos pela rambla de bicicleta. Foi das melhores lembranças que formei da cidade. Dessa vez fomos a pé. E também foi muito bacana.

Combinamos com nossos amigos de nos encontramos às 22hs na rambla. Era onde passaríamos nosso réveillon. Na rua, com cervas e champagne nas mãos. Mas ainda esticamos nossa estadia na rambla de Pocitos. Valia a pena uma cerva final ao entardecer na cidade – mesmo com o tempinho nublado. Foi quando nos deparamos com o quiosque Thelma, um dos raros (acho que só havia um outro) bares de praia em Pocitos. Conversamos rapidamente com a menina que atendia e ela disse que estava fechando naquele momento, mas que abriria para o réveillon. Não havia reservas, nem nada de especial, seria um (raro!) bar funcionando na virada. Podia ser boa ideia!

Voltamos para o hotel e saímos +- na hora marcada. Ainda bem que Katia antenou para a hora, eu chapei. Encontramos nossos amigos e curtimos as horas finais de 2015, assim como as iniciais de 2016. Uma rambla meio que internacional, com muito brasileiros (claro!), mas também argentinos e até indianos. Alguns fogos de artifício nos céus (não se deve esperar a magnitude do que ocorre no Rio, é injusto) que as pessoas compram e usam (havia banquinhas vendendo em várias esquinas). Enfim, simples e muito bacana.

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Réveillon na rambla de Montevidéu!

A Thelma de fato funcionou, mas bem cheia. Muita gente nos arredores (usufruindo do banheiro!), muita gente pedindo cervas diretamente no balcão (filas!), mas tudo numa boa, sem estresse. Nós levamos nosso farnel (de bebidas!) e curtimos numa boa.

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Thelma, um raro bar na praia de Pocitos

Dia 1º era dia de nada aberto. Raros restaurantes abrem para o almoço. Acordamos não muito tarde. Ressaquinha leve, nada que fosse problema. Depois do café, aproveitamos que nossos amigos estavam de carro e fomos conhecer o bairro de (do?) Prado. Seria melhor, claro, que fosse num dia em que o Jardim Botânico abrisse, mas ainda assim foi bem legal. Eu gostaria de ter ido à Fortaleza del Cerro, mas acabamos desistindo em função dos relatos sobre assaltos que rolam na área.

Curtimos o Prado e voltamos para catar algum lugar para almoçar. Acabamos encontrando o tal Mondo dela Pizza. Fraco, mas era o que havia. Ainda fomos curtir um pouco o Parque Rodó, e o fim de tarde na Playa Ramirez, que estava cheia. Nesse dia fomos jantar muito bem!) no La Hora. Estava aberto (há restaurantes que fecham no período inteiro de fim de ano).

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Rua arborizada no bairro de Prado

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Exposição ao ar livre num parque de Prado

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Parque Rodó

Dia 2 era sábado, então as coisas abririam. Saímos para passear. Fomos andando logo cedo do nosso hotel até a Av. 18de Julho. Encontramos uma livraria bem legal no caminho (mesmo fechada).

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A livraria com livros pintados na fachada

Chegamos na altura da Universidade e fomos percorrendo a avenida em direção à Ciudad Vieja. Fomos no mirante da cidade (grátis!). Mas não é sinalizado, verifique no centro de informações que fica na praça como fazer para chegar lá. Mesmo com explicação, entramos num lugar errado, mas a galera foi bem cordial e nos indicou o lugar certo.

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Mirador de La Intendencia

Tentamos o Museu dos Azulejos, mas estava fechado com plaquinha avisando que não havia gente para atender naquele dia!. Hein?! Visitamos alguns mercados na região, mas naquela hora não parecia nada de mais. Um deles era bem interessante, um mercado de artesanato local. Parecia uma grande cooperativa de artesãos, em que você, se gostasse de alguma coisa, observava o número e ia ao caixa pagar. Muita coisa bacana.

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Suprema Corte de Justicia

E chegamos na Praça da Independência e Ciudad Vieja novamente. Bem mais tranquilo que no dia 31, ehehehe. Não era preciso ficar atento para o alto dos prédios, não havia ninguém com mangueira nas mãos ou baldes na varanda para jogar. Fomos até o mercado para uma pausa de cerva com beliscos. Depois fomos conhecer o Museu do Carnaval, que é interessante. Até no Uruguai tem Museu do Carnaval! Enquanto isso, o Rio – cidade do Carnaval – carece disso. Pegamos um busum de volta para a região de Pocitos. Saltamos um pouco antes para procurar alguns bares de cervas artesanais que eu havia mapeado. Todos estavam fechados naquela tarde, claro. Isso sempre ocorre conosco: procurar bares de cervas artesanais, que invariavelmente estão fechados à tarde. Ou seja, procuramos em horários indevidos, eheheh.

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Museu do Carnaval

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Pocitos no fim de tarde

Ficamos passeando por Pocitos, em meio a paradas para recarga, curtindo a tarde. Acabamos indo no shopping para comer alguma coisa.

Nesse dia fomos de noite ao FunFun, famosa casa de shows (?) que fica no centro. Beeeeem turistona. Li muita gente falando que vai lá achando que rola night e sai decepcionada por ver uma galera de faixa etária maior e um esquema bem distante do que se esperava (mais família, mas turistona, etc.). Vimos algumas meninas por lá também s decepcionando. Então, se você planeja night, FunFun não é para você. Lá é para você assistir a shows de tango (Argentino? Uruguaio?), e músicas mais locais. Inclusive com direito a turistismos (“alguém do Brasil?”, “ alguém da Argentina?”, etc.) e até mesmo música brasileira em função disso (ainda que a música do Michel Teló seja bem internacional também). E fica bem cheio, ao menos naquele sábado. Curtimos e voltamos. Havia um táxi parado na porta, amem.

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Tango uruguaio (?) no Bar Fun Fun

Último dia era um dia quebrado. Nosso voo sairia no começo da tarde, teríamos pouco tempo para curtir na cidade. Ainda assim, saí para dar uma volta pela rambla de manhã cedo, para me despedir da cidade. Tempo nublado. Mas sempre bacana de passear por lá.

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Andei até esta emblemática árvore

E assim foi mais um réveillon explorando a América do Sul.

Bônus: Arte Urbana em Montevidéu.

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[contém fotos do Instagram da Katia]

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