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Relato da Expedição ao Pico do Cabugi ou Serra do Cabugi em Angicos/RN 20/06/16


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  • Colaboradores

Fazia tempo que nosso grupo de expedições planejava uma ascensão ao cume do Pico do Cabugi ou Serra do Cabugi, vulcão inativo localizado cerca de 140km de Natal/RN, O plano inicial sempre foi subir, acampar no topo para poder contemplar todo visual que o Pico oferece e retornar no dia seguinte, porém, até então as agendas do grupo não batiam.

 

Pois bem, após várias tentativas conseguimos uma data e saímos de Natal no dia 20 de maio de 2016 às 12:00h com destino a cidade de Angicos, onde o Pico do Cabugi está localizado. A viagem até lá foi tranquila e durou aproximadamente 2:00h, já incluindo a parada para abastecimento e lanche em um posto de gasolina na cidade de Lajes/RN.

 

Chegamos na base do Pico na Fazenda do Sr. Luiz (Paraíso do Cabugi), ponto mais próximo ao início da trilha, por volta das 14:30h. Como o sol ainda estava a pino e o calor sufocante, resolvemos revisar todos material e aproveitar para conversar e conhecer um pouco mais com o proprietário da fazenda (Sr. Luiz), que por sinal é uma simpatia em pessoa.

 

As 15:00h resolvemos dar início a expedição.

 

A subida pode ser dividida basicamente em três trechos. O primeiro sem nenhum grau de dificuldade, caracterizado apenas por uma longa subida de chão batido com trilha bem definida de mata aberta, exigindo do trilheiro apenas razoável fôlego;

 

O segundo trecho é caracterizado com o início de algumas pedras vulcânicas de cor escura no meio da trilha, indo até a base do pico/serra. Nessa parte, apesar de não representar nenhuma dificuldade o trekker tem que ter um pouco mais de cuidado para evitar escorregões ou até uma torção de tornozelo pisando de forma inadequada nessas pedras lisas; Por fim o terceiro trecho que começa na parte mais íngreme do Pico. Nessa ultima parte a dificuldade aumenta significativamente em razão da inclinação da subida (bem acentuada) e do tipo de terreno, ou seja, rochas de todos os tamanhos empilhadas umas sobre as outras e todas instáveis.

 

No dia que fizemos a acessão estava ventando bem forte na região e o vento acabou sendo um agente adverso, pois, como acamparíamos no cume, nossas mochilas estavam abarrotadas de equipamentos, pesando em média 18-20 kg. Com isso, o vento forte acabou desequilibrando nossa equipe em alguns momentos, o que exigiu maior atenção nesse último trecho.

 

Finalmente chegamos ao cume do Cabugi por volta das 16:30h, ou seja, 1:30h após o início do trekking. O cume do Cabigi é muito pequeno e não possui partes planas, por isso, não comporta mais do que 2 ou 3 barracas pequenas e mesmo assim a montagem ainda é em cima de pequenas pedras o que deixou a dormida um pouco desconfortável. A paisagem lá em cima é indescritível e realmente vale a pena todo esforço despendido na subida.

 

Montamos acampamento rapidamente para podermos contemplar a beleza do pôr do sol que coroou de ouro o céu naquele momento. Poucos minutos após o por do sol, fomos glorificados com o nascer da lua do outro lado. Dia 20 de maio foi véspera de lua cheia e exatamente as 17:35h a lua apontou no horizonte leste do Pico do Cabugi.

 

Aproveitamos aquele momento para ascender uma fogueira e registrar o momento. Graças a presença de John do Portal Marte, tivemos registros fotográficos profissionais que certamente ficaram para sempre em nossos arquivos e memória.

 

Para o jantar convidei os participantes da nossa expedição (Marlon Aronson, Cris Alves e John do Portal Marte) para experimentarem o que chamo de atum defumado preparado na própria lata, servido com arroz de risoto e macarrão.

 

Para o preparo do atum defumado utilizei 1 lata de atum sólido, 1 parte (quadrado) de papel toalha e 1 fósforo. O modo de preparo é bastante simples, basta abrir a lata do atum com cuidado para não escorrer o óleo, colocar o papel toalha cuidadosamente em cima da lata de modo que o papel absolva boa parte de óleo e em seguida ascender o fósforo no papel e deixar queimar até que o óleo acabe. Esse procedimento demorou aproximadamente 26 minutos. Enquanto a atum estava defumando, nossa trilheira Cris Alves se encarregou de preparar o arroz de risoto e eu o macarrão ao molho.

 

Não sou muito fã de comida enlatada, mas confesso que o atum defumado ficou muito gostoso, fica verdadeiramente com um gosto de churrasco e após misturar tudo no arroz de risoto ficou perfeito! Praticamente um jantar 5 estrelas, ou melhor, a bilhões de estrelas sob nossas cabeças e sob a luz daquela lua formosa.

 

Após o jantar optamos em dormir cedo para contemplar a alvorada do dia seguinte. Novamente acertamos em nossa escolha, acordamos as 4:50h com o horizonte sinalizando os primeiros raios do sol, visual deslumbrante e indescritível. Fazia frio naquele momento, mas nem o frio foi suficiente para que todos saíssem das barracas para contemplar aquele visual! Fantástico! Nessas horas é que temos a certeza que existe algo muito maior que nós, responsável por tudo aquilo acontecer e principalmente responsável por permitir que naquele momento nossa equipe pudesse desfrutar aquele visual digno de todos os destaques nesse post.

 

Após o nascer do sol desmontamos acampamento e iniciamos a descida rumo a fazenda do Sr. Luiz. A decida exige muita atenção, principalmente no primeiro trecho (ultimo trecho do sentido inverso) que é o mais inclinado e o risco de uma pedra rolar é muito grande. Nesse trecho, durante a descida, tanto eu quanto Marlon Aronson e John do Portal Marte, em pelo menos um momento pisamos em pedras que só não rolaram pico a baixo graças a habilidade e experiência em segura-las antes que rolassem.

 

Tirando o trecho mais inclinado, a descida foi bem tranquila e durou apenas 53 minutos. Chegamos na fazenda do Sr. Luiz por volta das 06:15h onde ele já nos aguardava com um vasto café da manhã. Comemos ovos, cuscuz, salsicha, pão, queijo, mungunzá, café e o leite tirado a poucos minutos das vacas da fazenda do Sr. Luiz. Aproveitamos ainda para nos banhar em uma cacimba (cisterna) que tem na fazenda para iniciarmos a volta para Natal.

 

O Sr. Luiz cobrou R$ 7,00 reais por pessoa pelo vasto café da manhã e uma pequena taxa de permanência já que deixamos o carro estacionado lá e usamos toda estrutura de banheiro e água para banho, o que acabou sendo insignificante diante da beleza da trilha e da sua simpatia.

 

Bom, após essa primeira experiência, avaliamos o trekking e os níveis de dificuldade, bem como da estrutura na região. Com toda certeza organizaremos outras expedições com amigos que tenham o perfil adequado a esse trekking e que queiram se aventurar pela nossa região.

 

Por fim, agradeço ao Portal Marte na pessoa de John pela oportunidade de nos acompanhar e registrar todos os momentos dessa expedição, bem como disponibilizar um espaço para esse post. Agradeço ainda ao parceiro Marlon que também nos acompanhou e deu todo suporte na parte de logística de material e a nossa companheira Cris Alves que nos ajudou na preparação do jantar abrilhantando ainda mais nossa expedição.

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