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  • Membros

Olá galera,

 

Farei aqui um breve relato da minha recente passada pelas Missões Jesuíticas. Procurarei não ser repetitivo naquilo que outros viajantes já postaram, colocando minhas impressões e deixando novos desafios aos mochileiros. Vamos lá:

 

1º dia - PORTO ALEGRE-SANTO ÂNGELO: comprei a passagem com 2 dias de antecedência na rodoviária de Porto Alegre pela Viação Ouro e Prata. Lá eles só aceitam pagamento em dinheiro (parece que as rodoviárias do RS foram privatizadas e você não compra direto com a empresa). Embarquei às 12:45h chegando próximo das 20h. O ônibus para em Soledade e Ijuí. Hospedagem no Hotel Nova Esperança, em frente à rodoviária

 

Escolhi ir a Sto. Ângelo antes de ir a São Miguel por 02 motivos: comprar a passagem para Posadas (o que só fiz no dia seguinte, pois o guichê da Reunidas fecha às 19h) e visitar o Memorial da Coluna Prestes (imperdível) e sua Catedral Angelopolitana.

 

2º dia - SANTO ÂNGELO/SÃO MIGUEL : Peguei o ônibus às 11h para São Miguel. As ruínas já são avistadas antes de se chegar à cidade (lindas!). É importante conhecer um pouco da história desse período para "entrar no clima". As ruínas de perto são deslumbrantes. Entrar no que seria a nave da igreja, fascinante. O espetáculo de som e luz também é interessante, mas deixa um pouco a desejar - precisa ser atualizado. Outra coisa que precisa ser melhor cuidado pelas autoridades é o papel dos índios nas ruínas, pois depois de ouvir todo o discurso pró-índigenas, fica a sensação que foi só discurso. Hospedagem na Pousada das Missões (associada ao HI).

 

3º dia - SÃO MIGUEL/SANTO ÂNGELO/POSADAS/SAN IGNACIO: peguei ônibus às 08h em S. Miguel. Cheguei às 09:10h em Santo Ângelo. O ônibus para a Argentina estava programado para às 09:30h (por precaução peguei os telefones do pessoal da Reunidas para o caso de atraso, mas deu tudo certo). Parada em São Borja para almoço, passada pela aduana e chegada em Posadas às 15:35h. Na rodoviária peguei o primeiro ônibus para San Ignacio que saiu às 16h. Depois de guardar as mochilas no ônibus o funcionário pediu "propina", que em espanhol significa gorjetas. Empresa M. Horianski (legal).

 

Chegada em San Ignacio um hora e meia depois (várias obras no caminho, pois estão em véspera de eleições provinciais). A rodoviária fica na beira da estrada, mas se anda pouco até o Adventure Hostel (associado ao HI). Não deu muito tempo de descansar, pois o espetáculo de som e luz começa às 19h. Lá eles utilizam hologramas o que torna mais interessante o espetáculo. São poucas as opções de restaurante. Alguns estavam fechados por ser baixa temporada, eu acho.

 

4º dia - SAN IGNACIO: visitando as ruínas de dia percebei que sobrou menos da igreja na redução argentina do que a do Brasil, mas as casas dos índios estavam lá. Um problema, os estudiosos no assunto que me corrijam, é que houve muita intervenção para tentar colocar a ruína como era no passado. Nas paredes percebe-se pedras de proporções diferentes, piso cimentado e vergalhão. Isso não tira o brilho da redução que é linda. Apenas uma observação mais criteriosa.

 

Não visitei as reduções de Santa Ana e Loreto. Não estava me sentindo muito bem e também avaliei ter visto a mais preservada, o que tiraria o brilho das outras. Muito legal a presença de gente de outras nacionalidades no Hostel

 

5º dia - SAN IGNACIO-POSADAS: ônibus para Posadas e táxi para a Plaza 9 de Julio, bem central e perto da avenida onde passa o ônibus para Encarnacion. Fiquei no Hotel City (antigo e simples). Na ponte internacional passa-se na aduana para carimbar a entrada no Paraguai. Desci do ônibus junto com os outros passageiros e a funcionária me perguntou se voltaria no mesmo dia. Respondi afirmativamente e ela me liberou. Achei que estava tudo certo e isso me custou caro!

 

O ônibus seguiu e passou pela rodoviária. Achei que aquilo não era a Rodoviária, mas era (é sempre bom perguntar). Avistei um ônibus que tinha a frente de caminhão que só vi na minha infância no Brasil. Estava escrito Trinidad. Parecia um ônibus de circo. Não acreditei que era aquele e era! Normalmente os ônibus são aqueles que fazem a ligação Encarnacion-Ciudad del Leste. Mas aquele era direto para Trinidad e graças a uma senhorinha muito simpática eu entrei nele e não teve erro. Ela trabalhava em Buenos aires e visitaria seus parentes no Paraguai. Essa linha que não é mais comum deixa um pouco mais próximo das ruínas, mas nada muito diferente das demais linhas.

 

As ruínas de Trinidad são lindas. Visitar as três principais ruínas completam a sua visão sobre o assunto das Missões Jesuíticas, as disputas entre Portugal e Espanha e a situação dos índios e da população. Foi legal observar que os paraguaios se comunicam oralmente em Guarani, mas na escrita isso se dá mais em castelhano. Essa foi a minha impressão.

 

Por que paguei caro na minha visita ao Paraguai? Na volta para Posadas desci na aduana paraguaia para carimbar minha volta. Só que não não havia carimbo de entrada. A pessoa que me perguntou se voltaria no mesmo dia era da aduana argentina e eu achei que estava falando com alguém da aduana paraguaia. Ou seja, me joguei no boca dos lobos. Queria fazer a coisa correta e por um vacilo estava numa situação irregular. Os funcionários obviamente não perderam tempo. Primeiro, veio um que pediu meus documentos. Um segundo me falou de uma multa e não parava de olhar para minha carteira. Percebi logo o que eles queriam. Argumentei que estava de boa fé e no final um terceiro funcionário foi bem claro: pediu para deixar um café para poder atravessar de volta. Dessa vez era propina mesmo. Cheguei a pedir um telefone do consulado, mas no final tive que deixar 20 pesos para passar. Conversando com algumas pessoas depois me disseram que saiu até barato. Aprendi a lição de sempre perguntar. É uma pena que os paraguaios levem uma fama que é de apenas alguns.

 

Apesar do contratempo, achei extremamente válida a visita que fiz às Missões dos três países. Cada qual com seus encantos.

 

Gostaria de deixar um desafio aos mochileiros: existe uma travessia de San Ignacio para Trinidad passando pela localidade de Corpus, uns 15 km depois de San Ignacio, via balsa, sem você precisar voltar até Posadas e Encarnacion. Deve ser bem interessante. Ainda não vi nenhum relato sobre este trajeto e me pareceu bem interessante. Só não o fiz porque no domingo a aduana fica fechada.

 

Para quem vem do Sudeste do país para visitar só as Missões, é legal desembarcar em Porto Alegre e voltar por Foz do Iguaçu. Torna o trajeto mais fácil. Só não o fiz porque voltei ao RS para conhecer outros lugares interessantes. Mas isso fica para um outro fórum.

 

Obrigado a todos,

 

Vilson.

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  • Membros de Honra

Vilson, bacana sua história.

 

Permita-me algumas considerações.

 

Um problema, os estudiosos no assunto que me corrijam, é que houve muita intervenção para tentar colocar a ruína como era no passado. Nas paredes percebe-se pedras de proporções diferentes, piso cimentado e vergalhão.

 

Algumas partes realmente são reconstruídas e algumas outras são originais e estão indicadas com plaquinhas (piso original, por exemplo). Isso você vai encontrar até em Machu Picchu. Em Santa Ana tem até uns aparatos de ferro que sustentam algumas paredes.

 

Não visitei as reduções de Santa Ana e Loreto. Não estava me sentindo muito bem e também avaliei ter visto a mais preservada, o que tiraria o brilho das outras. Muito legal a presença de gente de outras nacionalidades no Hostel

 

A ruína de Santa Ana tem uma particularidade de ser a única com o piso da igreja elevado a 1,5m do solo. E ela conta com escadas circulares e retas. O cemitério dessa ruína também é diferente, pois foi utilizado até a década de 80 pela civilização local. Ainda tem vários caixões e túmulos à mostra. Está toda saqueada, mas dá para ter uma noção. O sistema de captação de água também é o mais bacana de todas. Então, com excessão a você não estar se sentindo muito bem, acho que você avaliou mal em não conhecê-la por achar que já tinha visto a mais preservada. Fica aí a dica para os próximos.

 

Avistei um ônibus que tinha a frente de caminhão que só vi na minha infância no Brasil. Estava escrito Trinidad. Parecia um ônibus de circo. Não acreditei que era aquele e era!

 

Ele faz parte das ruínas kkkkkk

 

Sobre ao seu problema no retorno, acho que faltou aí um pouco de experiência e de informação, mas que com certeza você nunca mais vai esquecer. Você poderia ter voltado simplesmente sem descer na imigração. Já que você não deu entrada no PY, você não teria como dar saída. Os funcionários da alfândega perceberam isso e se aproveitaram para tirar dinheiro, e realmente ficou barato, pois a multa seria mais caro.

 

Outra coisa, se você se distanciar mais de 30km de uma fronteira, você tem obrigatoriamente que dar entrada legal no país. Então você correu o risco (sem saber, claro) de ter um problema maior se por algum motivo (azar bem grande) você fosse 'pego' no país sem autorização. É uma análise fria do que poderia ter acontecido, ok?

 

Mas aduana argentina fez o correto, pois se ela tivesse dado a sua saída de manhã, muito provavelmente você não poderia ter voltado a Posadas no mesmo dia.

 

Ah: a propósito, normalmente os hostels tem gente de toda parte do mundo, mesmo aqui no Brasil é comum isso ;)

 

Intééé

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  • Membros

É isso aí, Lico

 

A experiência foi boa e com certeza não passarei mais pela situação vivida na aduana paraguaia. Vivendo e aprendendo.

 

Quanto às intervenções feitas nas ruínas de San Ignacio, que também existem nas demais, em alguns aspectos é um pouco exagerada. Creio que na época não havia uma preocupação maior com isso, mas como falei nada que lhe tire o brilho.

 

A presença de estrangeiros em hostels é mais do que sabida. Frisei o caso do Adventure Hostel porque na Pousada das Missões (associada ao HI), além de estar vazio, não é muito frequentada por gente de fora, como na Argentina. Isso eu já tinha percebido até pelos relatos aqui.

 

Quanto aos ônibus foi show. Realmente são um desdobramento das ruínas.

 

Valeu,

 

Vilson

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  • Membros de Honra

Vilson...

 

então foste por terra mesmo...

 

Que bom q vc gostou.

 

O comentário que fizeste sobre as ruinas terem sofrido influencia do homem atual, é verdade, inclusive na Redução de Sant´Ana é um horro, atrás da igreja tem um cemitério que esteve em uso por 50 anos e está desativado (porém com todas as tumbas e caixões por lá mesmo) há 12 anos.

 

Os ônibus do Paraguai, aqueles coletivos urbanos são uma atração à parte, em Assunção aquele colorido todo, colorido, enferrujado junto, etc faz parte da paisagem....

 

Ah, e quanto ao carimbo, indo de carro certa vez, o infeliz do fiscal da aduana não preencheu a placa do carro. E eu ia saber??? Enfim, tive que molhar a mão deles........ A impressão é de que tudo que fazem, fazem pela metade só pra vc se estressar depois. Mas é vivência.

 

Parabéns pelo relato.

 

Bjk

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  • 2 meses depois...
  • Membros de Honra

Gostaria de deixar um desafio aos mochileiros: existe uma travessia de San Ignacio para Trinidad passando pela localidade de Corpus, uns 15 km depois de San Ignacio, via balsa, sem você precisar voltar até Posadas e Encarnacion. Deve ser bem interessante. Ainda não vi nenhum relato sobre este trajeto e me pareceu bem interessante. Só não o fiz porque no domingo a aduana fica fechada.

 

Oi Vilson,

 

Eu fiz essa travessia saindo da Argentina para o Paraguay.

 

Peguei um ônibus em San Ignacio para Corpus, depois caminhei até até o porto (+/- 4km) e atravessei na balsa (9 pesos argentinos).

 

Tem posto de imigração dos 2 lados mas no lado paraguaio nem sempre tem táxis (remisses) para ir até o centro, eu fui de carona com um senhor (são 12km).

A última travessia é às 15h, pois a imigração fecha às 15:30, e cruzar de um lado para o outro leva uns 5min aproximadamente.

Quem quiser passar por ai o ideal é fazer isso o mais cedo possível, depois de ir ao centro peguei um ônibus e em meia hora já estava nas ruínas de Trinidad.

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  • 4 semanas depois...
  • Membros

OI GALERA ESTOU QUERENDO IR NA EPOCA DO NATAL E REVEILLON, MINHAS FERIAS. FIQUEI NA DUVIDA COM RELAÇAO A ESTES CARIMBOS NOS POSTOS DE IMIGRAÇAO, CARIMBOS? VISTOS? NECESSITA DE PASSAPORTE, OU CARTEIRA DE HABILITAÇÃO SERVE. VOU DE MOTO, COMO É? VOCES ME INDICAM IR DE ONIBUS E DEIXAR A MOTO EM ALGUMA GARAGEM NO BRASIL? OU É FACIL? OBRIGADO QUEM PUDER AJUDAR.... ABRAÇOS

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  • Membros de Honra

No Paraguai e na Argentina você pode entrar mostrando a sua carteira de identidade mas tem que ser uma cédula nova, com menos de 10 anos de emissão. Carteira de motorista não serve.

 

Se você estiver com o passaporte basta mostrar no posto de imigração, não precisa de visto.

 

Para ir para estes países com a moto você só vai conseguir passar se tiver a carta verde.

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