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Férias de uma voluntária no Rio Grande do Sul!!


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Saudações mochileiros! ::otemo::

 

Este é o meu primeiro relato, ele é especial por muitos motivos:

 

1. Primeira viagem de férias do trabalho (depois de 3 anos sem férias!)

2. Ficar sozinha em um lugar desconhecido, na casa de um desconhecido, em contato com gente desconhecida, e por um mês!!!

3. Motivo 3 (o mais importante) – o trabalho voluntário!

4. Conferir muito do que o RS tem de lindo pra mostrar!

 

Capítulo 0 – a idealização da minha viagem!

 

Quando eu comecei a minha viagem só certeza de duas coisas, a primeira que eu tinha o endereço do local que eu precisava ir e que tinha alguém lá que tinha prometido me receber e hospedar, e a segunda é que eu tinha a passagem de volta comprada para a data que eu tinha planejado (quase um mês depois!). Acho que nada acontece por acaso, porque é impossível as coisas terem dado tão certo só por conta de um acaso...

 

Na verdade eu tinha outros planos para as minhas férias, mas comecei então a pensar na possibilidade de conhecer um pedaço do Brasil em um mês sem gastar muita grana. Moro em São Paulo, não dá pra ficar nesse lugar por um mês sem ter o que fazer! O voluntariado sempre foi uma vontade minha, imaginei então que se conseguisse um lugar em que eu pudesse fazer o trabalho e também me hospedar sem muitos gastos tudo poderia ficar dentro do meu budget (pouco!).

 

Comecei então a procurar informações na internet, e encontrei o site Portal do Voluntário:

https://portaldovoluntario.v2v.net/

 

 

Nesse site é possível visualizar diversos trabalhos de instituições pelo Brasil de várias categorias (responsabilidade social, saúde, segurança, infância, juventude, etc.). É possível fazer contato com as instituições via site, e nele você pode se cadastrar como voluntário e também disponibilizar o seu contato para alguém que precise de ajuda.

 

Meus objetivos eram: crianças ou idosos, não doentes e carentes de atenção. Depois de procurar algumas oportunidades e trocar emails com alguns responsáveis pelas ONGs explicando minha situação, minha proposta foi muito bem aceita num lugar em que confesso que eu fugiria por causa do frio que faz lá... mas fiquei tão encantada com o que tinha visto de informações sobre a ONG que dois meses antes das minhas férias já estava certa do meu local de destino!

 

***Vale reforçar que pesquisei tudo o que pude sobre a ONG antes de ir pra lá, para a minha própria segurança.

 

 

Capítulo 1 – primeira impressão de tudo!

 

Quando cheguei na ONG não fiquei surpresa com nada em relação à estrutura do local...era justamente como eu tinha visto pela internet, talvez mais bonito porque você vê que é tudo cuidado com muito carinho mesmo, me senti em casa!

 

Agora está na hora de apresentar a ONG pra vocês..o local onde morei por quase um mês: ONG Agentes do Amor Divino, ela cuida de crianças da comunidade que não conseguiram vagas nas creches locais ou de crianças que ficam ociosas no período em que não estão na escola.

Site: http://www.amor.org.br/

Facebook: https://www.facebook.com/agentes.amor

 

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Foto da fachada da ONG.

 

O mais legal mesmo foi a primeira impressão que tive com quem me recebeu lá, o Milton, responsável pela ONG e sua irmã Isolda, nunca imaginei que fosse me sentir tão confortável da forma como me senti logo no primeiro dia. Era como se estivesse visitando uma parte da minha família que não via há muito tempo, e da minha parte os considero como família a partir de então!

 

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Foto da vista do parquinho de pneus da ONG.

 

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Na parte de cima ficam as crianças maiores e na debaixo é praticamente uma creche.

 

 

 

Capítulo 2 – Meu dia-a-dia na ONG.

 

Bom, nos primeiros dias conheci umas 60 crianças atendidas pela ONG, são todas de baixa renda. A creche comporta 20 destas crianças, de 0 a 6 anos que ficam no período da tarde. As outras 40 crianças são de 7 a 17 anos e se dividem nos períodos de manhã e tarde, onde passam o tempo em que não estão na escola.

 

Eles são como nós...não confiamos nos outros logo de cara, senti que o meu desafio inicial especialmente com os maiores seria o de ganhar a confiança deles, com os pequenos foi mais fácil!

 

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Uma parte das crianças atendidas pela creche da ONG.

 

Por que foi mais fácil com os pequenos? Talvez porque muitos deles precisam mais de carinho e atenção do que os grandes, muitos deles não têm isso dentro de casa...

 

Já os maiores você tem que ganhar a atenção deles primeiro, já que os computadores são muito mais atraentes, eles não tem isso em casa e querem passar o maior tempo possível na frente de um.

 

Inventei de tudo pra chamar a atenção, e trazê-los pro meu lado de forma amigável, sem precisar impor nada, não gosto disso e não sei lidar com gente rebelde também.

 

Brinquei de carrinho, de boneca, de fazer desenho de aranhas e florzinhas, ajudei a fazer lição de casa, ajudei a escrever e ler as primeiras letras do alfabeto, contei histórias, dei aula de dança, de ritmo, ensinei a mexer no computador, a ver jogos novos, a mexer no Google maps, joguei futebol, vôlei...enfim, fiz coisas que NUNCA tinha feito tão intensamente pra qualquer pessoa que seja, mesmo pros meus irmãos menores.

 

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Aula de ritmo e dança com as crianças maiores do período da tarde.

 

Paciência??? Ela incrivelmente aparece! ::mmm:

 

Medo da rejeição deles??? Eu tive o tempo todo, queria muito que eles me vissem com bons olhos.

 

Com o tempo você percebe que é muito importante pra eles que você esteja ali, que você pode de fato plantar uma sementinha de esperança na vida tão difícil que eles levam, e principalmente, que o carinho é incondicional, cria-se uma expectativa neles.

 

Como experiência pessoal eu pude perceber o quão cada um é diferente e influenciado pelo meio que vive, e que precisamos aprender a entender e lidar com estas diferenças para que possamos trazer algum benefício na vida daquela pessoa.

 

Vi crianças que pediam para comer, para tomar banho, para dormir (que criança pede para dormir???), mas principalmente, para brincar, eu não sabia que sabia brincar de tanta coisa e que isso era tão importante pro desenvolvimento deles.

 

Não, não é difícil fazer o que fiz se você é como eu que sente a necessidade de poder mudar a vida de alguém menos favorecido. Não sei se minhas férias poderiam ser mais prazerosas.

 

 

Capítulo 3 – Os fins de semana de mochilão!!!

 

Primeiramente, queria dizer que me apaixonei pelo RS por alguns motivos: um deles é a beleza natural que me motivava a viajar sozinha de ônibus só pra passar pelas serras e reafirmar as minhas ideias de que aquilo tudo é divino; o outro é o povo incrível que mora nesse lugar, o sotaque e o vocabulário são sensacionais!

 

Passei três finais de semana viajando. Segui as dicas dos mochileiros.

Já vi muitos relatos muito bons aqui e vou só escrever o que acho que talvez tenha faltado nos relatos que li.

 

Primeiro fim de semana: Cambará do Sul...Uau! De tirar o fôlego! Você TEM que conhecer.

 

Recomendações:

 

- Faça a trilha do Rio do Boi!

- Coma na pizzaria toda fofa que fica no centrinho de Cambará do Sul, peça a pizza de filé mignon, ou se quer uma coisa diferente, tem até pizza de pinhão!

- Se você gosta de aventuras, pergunta pros guias de lá sobre a Trilha do Rio do Tigre e do cânion Laranjeiras.

- Pelo que li nos relatos os guias de Cambará cobram mais caro do que os de Praia Grande/SC (no caso da trilha do Rio do Boi), mas achei os serviços prestados pelo pessoal de Cambará muito bons (cobraram 120 por pessoa depois de chorarmos desconto).

- Não faça trilhas no Itaimbezinho e Fortaleza (as que são por cima do cânion) com guia, não compensa porque dá pra fazer tudo sozinho, são muito tranqüilas, até esperava mais emoção, rs

- A neblina lá é uma super incógnita, não é porque o tempo está feio na cidade que estará nos cânions, experiência própria!

- Leve tênis velhos e confortáveis se for fazer as trilhas grandes, provavelmente você vai jogá-los fora depois!

- Compre coisas no supermercado da cidade, é tudo muito, muito barato! (tipo água a 65 centavos a garrafa...).

- Se você for de carro próprio para a região dos cânions, especialmente o Fortaleza, vai sofrer...dá dó de carros que não são 4X4.

- No caminho do cânion Fortaleza ande até a pedra do segredo...vale muito a pena!!!

 

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Vista do Cânion Itaimbezinho – de cima.

 

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Vista do Cânion Itaimbezinho – por baixo!!!

 

 

Segundo fim de semana: Gramado, Canela e Nova Petrópolis.

 

Recomendações:

 

- CONHEÇA o Parque do Caracol, e sim, desça aquelas escadas intermináveis para ver a cascata lá de baixo!!

- O teleférico do parque do Caracol volta a funcionar em Agosto desse ano...dizem que vale a pena!

- Não fui mas também não acho que compensa subir o elevador panorâmico do parque, é caro e a vista é quase a mesma do mirante pelo que falaram.

- A igreja de Canela é um espetáculo, eu particularmente gostei mais de tudo de Canela (comparando com Gramado), pra quem vai sozinho recomendo o Hi Hostel de lá!

- A lojinha Mãos do Mundo que tem do lado esquerdo da igreja de Canela é sensacional!

- Tome muito vinho! É MUITO barato!

- Gramado é uma cidade muito boa para se comprar calçados e bolsas de couro, no meu caso que moro em São Paulo achei as lojas de casacos com preços ok...não mto diferentes daqui.

- Passe em TODAS as lojas de chocolate e peça para provar em cada uma...mas de todas as lojas recomendo a Prawer, as trufas de uísque de lá são as melhores!

- Conheça Nova Petrópolis, o labirinto é uma graça.

- Tem Ônibus o tempo inteiro de gramado para canela e vice-versa, dá pra andar tranquilamente entre as cidades.

 

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Vista panorâmica do parque do Caracol.

 

 

 

Terceiro fim de semana: Nova Petrópolis.

 

Na verdade fui pra Nova Petrópolis porque minha nova amiga de Gramado recomendou que eu conhecesse o Ninho das Águias, um lugar que dá para saltar de paraglider com vista para Caxias do Sul, Farroupilha e até Porto Alegre (mais de 100km de lá).

 

A vista das serras gaúchas já vale né? É muito lindo! ::love::

Foi o meu primeiro salto, foi rápido mais foi incrível!!

 

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Furando nuvens no ninho das águias! (Vista para Caxias do Sul à direita e Farroupinha à esquerda)

 

Depois do salto me dei ao luxo de tomar o famoso café colonial da região...fui para Nova Petrópolis só para apreciar a cidade e me deliciar! Rsrs

 

Em Nova Petrópolis ou Canela tudo é mais barato do que Gramado! E a vantagem do Café Colonial de Nova Petrópolis que eu vejo é a variedade de salsichas alemãs que você pode comer...fiquei por três horas comendo no Café Vera Cruz e paguei 38 reais. :D

 

Depois disso fiquei só mais uma semana na ONG e já voltei pra SP...no total fiquei 4 semanas lá e gastei muito menos do que gastaria mesmo ficando em hostel no lugar mais barato que fosse, e ainda por cima pude viver experiências e conhecer pessoas incríveis e inesquecíveis.

 

Seguem meus contatos para quem quiser conversar comigo sobre mais detalhes da viagem:

 

E-mail: janainasin_silva@yahoo.com.br

 

 

Fico à disposição e faço questão de poder ajudar de alguma forma quem tenha o interesse de fazer o mesmo que eu fiz!

 

Abraços!! ::Ksimno::

 

Janaina S. Silva

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Déia, muito obrigada!

Fico feliz porque foi o meu primeiro relato, e espero poder colaborar mais por aqui! :P

Passei também por Caxias do Sul! A cidade é uma gracinha! :)

 

 

Thamires, obrigada!!

O meu intuito é despertar a curiosidade e até mesmo a vontade de fazer trabalho voluntário em alguém, se um dia eu conseguir vou me sentir realizada, hehe :D

 

 

Milton, mais uma vez vou te dizer, o grande presente de tudo isso quem ganhou fui EU...a ONG, as crianças, o RS, e vcs, minha nova família!

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