
Marshal®
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Olá amigo.
Sinto muito em informar mas acho que vcs não vão voltar pelo Paso Agua Negra nessa época do ano, pois o mesmo só reabre no verão, começo de Dezembro.
Segue um link de um site do governo chileno que pode ser útil.
http://www.pasosfronterizos.gov.cl/cf_aguanegra.html
Abraços..
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Ftgrear05,
Quanto a nova viagem, estamos na fase de pesquisa. Infelizmente esse ano não vai rolar acho que só em 2017.
A parte do Chile é uma parte que tenho especial interesse. e que não vou abrir mão.
Fico a sua disposição para qualquer ajuda, boa sorte e forte abraço.
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Olá Ftgrear05,
Com relação as suas dúvidas.
No meu caso fui de boa pois não sou de correr, na estrada mantenho a velocidade média de 100 km/h e nessa faixa a moto vai bem. Com relação a conforto a moto é muito boa, tanto na ciclística como no nível de ruido.
Não tive problemas mecânicos pois minha moto era muito nova e estava bem revisada, no entanto no mesmo dia em que nós saímos um conhecido de Face saiu do Rio Grande do Sul com uma igual a minha, nós iriamos nos encontrar no caminho. No entanto ele nem chegou a sair do Estado e a moto deu pau.
Então o que posso dizer é que se a moto estiver bem revisada você tem boas chances de fazer a viagem sem problemas.
Na ida a moto rendeu pouco durante a subida da cordilheira, após abastecer em Susques - AR piorou muito. Creio que por conta do combustível ruim e do vento contra, em trechos de aclive tinha que ir a 3ª marcha e a velocidade não passava de 60 km/h, mas note que a Falcon do colega se comportou igual e até a Shadow 2012 do outro camarada também sofreu.
Na volta a história foi outra, acredito que por conta do combustível melhor e do vento a favor as motos não andaram a menos de 100 km/h e não era preciso reduzir as marchas.
Resumindo, se tivesse que escolher entre ir de XRE ou não ir. Eu iria de XRE tranquilamente.
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Olá Osires Felisbino.
Obrigado por ler o relato e fico feliz por ter gostado.
Então com relação a CB500X, comprei a moto e estou gostando muito, a mesma está com + ou - 4.000 km e está perfeita. Por enquanto sem nenhum problema, ótima em todos os quesitos.
Optei pela CB500X pois a mesma é um pouco mais baixa que a XT 660cc e a Teneré e no meu caso isso é importante pois sou baixinho.
Abraço
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Olá Sidneisanches.
Desculpe a demora para responder, mas não ando muito por aqui. Com relação as suas dúvidas em relação às motos, o que tenho a lhe dizer é que dá para ir nessa viagem literalmente com qualquer veículo, desde que o mesmo esteja em boas condições e que sejam respeitados os limites tanto da maquina quanto do homem.
Mas é logico que com motos maiores e mais apropriadas a viagem fica mais fácil e confortável.
No entanto já vi videos e li relatos de gente que se enrolou viajando de BMW 1.200cc, passando aperto em lugares que tiramos de letra.
Então acho que tem um monte de fatores e variáveis, tem que pesquisar, planejar e ir...
De minha parte estou preparando outra viagem, desta vez para San Carlos de Bariloche-AR e Puccon e Villarica-CH, dessa vez vou de CB500X.
Sigo a disposição, forte abraço e boa sorte.
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Olá Roberta, obrigado por ler o relato fico feliz que tenha gostado.
A ideia original era voltar pelo Paso Agua Negra, mais como naqueles dias ainda estava fechado , decidiríamos o retorno quando chega-se a hora. Na ocasião não surgiu nenhuma ideia e como já estávamos satisfeitos resolvemos voltar pelo mesmo caminho.
Desejo toda sorte do mundo em sua viagem, e que aproveitem cada km, pois vale muito a pena.
Abraço
Marshal®
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Dois anos depois, com uma nova viagem em vista, as lembranças continuam vivas.
Parque eólico de Calama, Deserto do Atacama, Chile
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16º Dia de viagem
Astorga – PR X Rancharia – SP
Acordei muito feliz, finalmente estaria chegando em casa para poder matar a saudade da família, dei uma conferida no Face e lá o Carlos informara que havia chegado em casa no começo da noite do dia anterior, sem nenhum contratempo.
Rapidamente arrumei toda a tralha que estava espalhada no quarto, para secar pela ação do ar condicionado que ficara ligado a noite toda. Montei pela última vez a moto que passou a noite acorrentada na frente da portaria do hotel. O tempo havia mudado e o céu estava azul e o vento soprava forte.
Entrei e fui tomar café, fiquei em uma mesa que tinha uma visão perfeita da moto. Na mesa do lado quatro rapazes bem grandes com sotaque diferente puxaram conversa, pois me viram arrumando os baús na moto. Contei-lhes nossa viagem e eles ficaram bem admirados e um até comentou... Há, há, há. E nós se achando os “fodôes” por termos vindo de Brasília para lutar no Paraná! (Eram lutadores de Jiu Jitsu).
Enquanto conversávamos vimos a moto dar uma chacoalhada e antes que tivesse qualquer reação a mesma deitou de lado sobre o baú, um dos rapazes comentou...Caracas ela caiu sozinha!
A essa altura eu já havia levantado e já estava correndo para erguer minha companheira, que tombara sob a ação do vento. Dei um tapa em minha cabeça por não ter previsto isso. Pois deveria ter virado a moto contra o vento para ela ficar apoiada no pezinho.
Como a queda não teve maiores consequências, terminei meu café acertei a conta e parti. Percorri os 168km finais da viagem, bem devagar. Curtindo cada curva, cada paisagem já relembrando os momentos que havíamos vivido nos dias anteriores.
Cheguei em Rancharia antes do meio dia e fomos todos almoçar fora para comemorar meu retorno. Naquele dia ainda encontrei vários amigos da cidade e conversamos bastante sobre a viagem, mas nossa preocupação era com o amigo que havia ficado em Foz do Iguaçu.
No dia seguinte de manhã o Marino entrou em contato e disse que estava a caminho e que chegaria em casa na hora do almoço. Pois o ferimento não fora tão grave e que depois de tomar uns analgésicos e colocar uma joelheira estava conseguindo pilotar.
Muito do que planejamos na viagem não aconteceu e outras coisas que nem sequer sonhávamos acrescentaram muito. Conhecemos pessoas e lugares, cheiros e sabores, contemplamos paisagens e cidades, vimos outras culturas e quando voltamos já não éramos as mesmas pessoas.
De minha parte digo que valeu muito a pena!
Moto suja, alma lavada.
Início da viagem.
Final da viagem. 6.488km mais rico.
Dedico esse relato para você meu querido filho Samuel Chesini.
Acabou.
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15º Dia de Viagem
Monte Carlo x Astorga - PR
Esse deveria ser o nosso último dia de viagem, seguimos juntos até El Dourado. A partir daí o Carlos seguiu rumo à cidade de Dionísio Cerqueira – SC e nós Seguimos rumo a Foz do Iguaçu - PR.
O dia amanheceu nublado prometendo chuva e essa não demorou a cair de forma abundante. Chegamos a El Dourado e nos despedimos de forma melancólica sem descer das motos. Mais adiante paramos abastecemos e seguimos direto até Puerto Iguazu, onde finalmente entramos no Brasil, chegamos à cidade e rapidamente estávamos na Aduana que estava bem movimentada, fizemos os tramites e saímos da Argentina.
Nos congratulamos por termos chegado no Brasil e seguimos, Antes de sair do complexo aduaneiro do lado brasileiro, vi o Marino ser arremessado da moto ao passar sobre uma lombada, o mesmo pulou no ar e quase caiu firmando a moto com a força da perna, logo em seguida mesmo antes de ter recuperado o equilíbrio tinha outra lombada que jogou o amigo para cima novamente. O cara é muito forte pois agüentou a Shadow duas vezes e não deixou a mesma cair.
Encostei do lado dele e ele me falou. - Cara meu joelho deu um estalo feio acho que machucou. Ele tentou ficar em pé mais não deu, realmente tinha machucado, ficamos ali uns minutos decidindo o que fazer.
Ele tem amigos em Foz e decidiu tocar a moto até um lugar melhor e ligar pedindo ajuda, paramos em um posto de gasolina. Telefonamos para o amigo que é fisioterapeuta, explicamos o ocorrido o mesmo falou para ligarmos para o SAMU e que depois ele nos encontraria no hospital, mas o SAMU não tinha viaturas disponíveis por conta de vários acidentes naquela manhã.
" game over"
Retornamos a ligação e em minutos o amigo estava lá, deu uma olhada na perna do parceiro e falou “game over” tem que ir para o hospital fazer exames, acho que não vai terminar a viagem de moto.
Tocamos até a casa do amigo e lá, ponderando os fatos, decidi então deixar o Marino que estava muito bem alojado e terminar a aventura sozinho naquele mesmo dia, pois a saudade era muita.
Ao deixar Foz já era mais de 11:00hs e eu teria que andar muito para chegar em Rancharia naquele dia. Rapidamente me arrependi da decisão, pois chuva começou a cair forte e o transito estava intenso, a viagem não rendia.
Reduzi o tempo das paradas e não almocei, mais mesmo assim cheguei em Maringá lá pelas 20:00hs, de baixo de chuva com o sol se pondo. Levei uma hora para cruzar a cidade que tinha um transito de sexta feira, típico de São Paulo.
A noite caiu e ficou escuro, como não chegaria em Rancharia antes das 23:00hs, decidi parar no primeiro hotel que encontra-se, pois não estava mais aguentando o cansaço. Em Astorga fiquei no melhor hotel da viagem o Astorga Park Hotel.
Liguei para casa dando noticias e informando a minha chegada no dia seguinte de manhã, tomei banho e fui jantar no restaurante em frente ao hotel.
Pensa num arroz e feijão gostoso.
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14º Dia de viagem
Presidencia Roque Sanz Peña x Monte Carlo
De minha parte eu já estava satisfeito com a viagem, queria chegar logo em casa e de preferência inteiro. De modo que esses últimos dias não passaram de deslocamento.
Na vinda esse trecho é sem graça na volta então nem se fala. Mal tínhamos saído de Presidência demos com um comando da Policia Camineira, com suas características fardas azuis. Os policiais estavam parando carros e motos e fazendo um pente fino de causar inveja aos Carabineiros da aduana Chilena.
O responsável por mim foi um jovem policial que não devia ter nem 20 anos de idade. O mesmo ficou visivelmente agitado ao ver as motos, mais não desviou o assunto e foi muito profissional, pediu para abrir todas as malas, desdobrar as roupas e abrir os frascos de xampu, olhou a moto de todas as formas e pediu até para abrir o tanque de combustível. Acredite se tivesse drogas ali ele teria achado! O rigor foi igual para todos inclusive para os carros argentinos. Ao termino da “geral” o jovem policial pediu desculpas pelo incomodo e me desejou boa viagem.
Passamos pela maldita ponte de Corrientes onde fomos extorquidos, ficamos rogando praga nos guardas que estavam na guarita do outro lado da pista, com certeza esperando para roubar mais algum motociclista brasileiro. Para evitar problemas saímos à direita e atravessamos a cidade pela “via coletora” que seria a nossa via local.
Como não parávamos para fotos a viagem seguiu rendendo bem, em um determinado ponto, parei no acostamento à sombra de uma arvore, pois achei que havia me distanciado muito dos amigos, fique ali esperando mais de meia hora, vi uma kawazaki Versys 1000cc com piloto e garupa que passou e acenou, depois os amigos passaram. Montei na moto e quando ia sair notei o “rolão de cobra” que estava bem do meu lado e eu não tinha visto. Como estava de botas possivelmente não daria nada mais teria tomado um baita susto se tivesse pisado na “zoiuda”...
Chegamos em Monte Carlo ainda com a luz do dia. Nos hospedamos no mesmo hotel e jantamos no mesmo restaurante.
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13º Dia de viagem
Salta x Presidencia Roque Sanz Pena
Seguindo a rotina, acordar, tomar café, arrumar as coisas e partir. Abastecemos as motos e seguimos rumo ao Chaco. Antes da primeira abastecida o mesmo grupo de motos do dia anterior passou novamente por nós, novamente sem nos cumprimentar.
Mesmo com o GPS comemos bola e perdemos a entrada para a rodovia RN 16, que nos levaria a Presidência Roque Sanz Pena, quando demos conta estávamos chegando a cidade de Metan, resolvemos abastecer e nos informar. Entramos na cidade e encontramos as BMW da estrada, o motociclista que estava na bomba abastecendo, olhou para mim com desprezo quando encostei atrás dele, observei a placa e vi que era do Rio Grande do Sul.
Depois que o frentista completou o tanque e se afastou para pegar o troco o sujeito puxou conversa e perguntou de onde éramos eu respondi e perguntei se vinham de San Pedro e ele me respondeu que vinham de Matchu Pitchu via Acre e que estavam a quase um mês na estrada, perguntei se iam via Cafayate e ele me respondeu que perderam a entrada para o Chaco que ficara a uns 10km para traz e que teriam que voltar e que teriam que andar muito pois hoje iriam dormir em Corrientes. Desejamo-nos boa viagem e não nos vimos mais.
Abastecemos e seguimos os gaúchos. Lá pela hora do almoço quando estávamos chegando à cidade de Taco Pozo, já dentro da região do Chaco, tomei o segundo grande susto da viagem. O Carlos vinha liderando o grupo uns 100 metro na frente, olhei e vi um rebanho de ovelhas soltas ao lado da pista na sombra de uma arvore e antes de reduzir a velocidade vi que elas levantaram a cabeça aí pensei...Phodeu! as infelizes partiram em disparada na direção da pista e faltando um metro para entrar na frente da moto inexplicavelmente pararam e eu passei por elas são e salvo. O Marino que vinha atrás emparelhou comigo abriu a viseira e ficou me olhando eu fiz para ele o sinal de que foi por pouco ele concordou, na seqüência paramos para almoçar e repercutimos o ocorrido.
Se as ovelhas não tivessem parado a viagem teria acabado para mim e para minha moto e a conclusão que chegamos foi que Deus havia me ajudado naquela situação. Almoçamos e tocamos, com muito cuidado, com medo dos animais soltos, durante a tarde fiquei pensando no ocorrido e no perigo que eu passei e dei graças a Deus por ter escapado ileso.
Chegamos a Presidência no começo da noite. Ficamos no mesmo hotel da vinda e fomos jantar na mesma lanchonete.
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12º Dia de viagem
San Pedro de Atacama X Salta
Como nós já havíamos nos tornado motociclistas estradeiros veteranos, Saímos bem cedo e agasalhados de San Pedro, para chegar o mais cedo possível em Salta. Sabíamos que a travessia não era brincadeira e não cometeríamos os erros da vinda.
Aos pés do Vulcão Licancabur
Carlos e sua Falcon
Saímos de San Pedro contentes por não termos de fazer os tramites aduaneiros ali e depois de rodar uns vinte quilômetros já havíamos subido bastante e estávamos aos pés do vulcão Licancabur, onde paramos para bater umas fotos. O frio da vinda persistia mais dessa vez o vento soprava a nosso favor e não sei se por conta disso ou pelo fato de contarmos com um combustível de melhor qualidade a viagem foi outra, as motos rendiam bem e raramente eu reduzia a marcha mantendo uma velocidade constante de 100km/h. Talvez os dois fatos juntos combustível e vento, tenham se associado.
Chegamos à fronteira e fizemos os tramites para deixar o Chile e sem complicações entramos na Argentina. O oficial da Gendarmeria argentina conferiu os papeis e nos abriu a cancela sem problemas. Paramos no YPF para abastecer e tomar um café além de comer um salgado.
A fronteira de um lado.
A fronteira do outro lado.
Complexo fronteiriço de Paso Jama.
Conversamos com uma brasileira do sul do país, bem jovem e bonita que carregava uma menina de uns 5 ou 6 anos meio desfalecida nos braços. Elas estavam acompanhando o marido que junto com outro motorista pilotavam duas carretas transportando enormes tratores que se destinavam a alguma mina no Chile.
Ela nos contou que havia passado a noite ali, esperando o dia clarear para atravessar para o Chile e que estavam sofrendo muito com a altitude, particularmente a menina que havia chorado muito devido ao mal estar. Ficou admirada com nossa viagem e nos chamou de loucos por estarmos ali, pensei mais não falei, que louca e desinformada era ela em expor uma criança tão nova aquela situação, passar a noite naquela altitude.
Antes do meio dia estávamos almoçando no posto YPF de Susques o mesmo da vinda, detalhe é que eu vinha na frente dos amigos, entrei e fui abastecer. Como os amigos estavam demorando um pouco fiquei na beira da pista para sinalizar para eles, se tivesse guardado a moto na garagem do restaurante, com certeza teriam passado direto.
Não perdemos tempo ali comemos rapidamente um lanche e nos mandamos. Gozado ver as paisagens no sentido contrario, parece outra viagem. Vimos muitos animais silvestres nesse trecho o que mais gostei foi um pequeno lobo que comia um resto de carcaça na beira da pista, mais que por ser muito tímido não ficou esperando eu pegar a maquina fotográfica.
Lhamas selvagens
Cruzamos o restante da cordilheira praticamente sem paradas e consequentemente sem fotos. Lá pelas 16:00hs já estávamos na Encuesta Lipan. Descendo a cordilheira do lado argentino.
O Carlos vinha liderando o grupo a uns 200 metros na minha frente, eu vinha curtindo as curvas fechadas deitando a moto e “viajando” nas curvas. Quando ao entrar em uma dei de cara com uma faixa de uns 50 metros de terra solta, profunda e fofa como talco. Perdi o equilíbrio e a moto balançou de um lado para o outro, sem brecar meti os pés no chão para tentar estabilizar. Sai do outro lado todo sujo de poeira, ao chegar em Purmamarca parei ao lado do Carlos que nos esperava e fui espanar um pouco da poeira. O Marino perguntou o que tinha sido aquilo e eu disse que estava pensando em terminar a descida voando, mais mudei de idéia. Esse foi o meu primeiro grande susto da viagem, mais infelizmente não seria o último.
Conversamos e decidimos tocar até San Salvador de Jujuy onde abasteceríamos. No trecho entre Purmamarca e San Salvador o tempo fechou rapidamente e juntamente com a neblina começou a cair uma chuva fininha, paramos e colocamos nossas capas. Pelo retrovisor vi algumas motos que se aproximavam e rapidamente varias motos grandes todas de brasileiros nos ultrapassaram e foram embora e nem sequer se deram ao trabalho de nos cumprimentar (espírito de motociclista??).
Chegarmos em San Salvador,.a chuva já estava parando, como não encontramos posto de gasolina na estrada entramos na cidade, que por sinal é bem grande.
Enquanto abastecíamos, fui conversar com um taxista que dirigia um Uno Mile igual ao que eu dirigia quando era taxista e pedi informação sobre uma concessionária Honda, para trocar o óleo da Falcon do Carlos, note que eu estava mais preocupado que ele, hehe...
Combinamos e o motorista nos levou lá pelo preço de alguns Pesos. A oficina da concessionária era muito bem equipada e a galera ficou bem feliz de nos ajudar, se interessaram pela viagem e particularmente pela XRE, que era uma novidade na Argentina. Além de trocar o óleo e o filtro, regularam a corrente e o preço foi uma merreca, se comparado com a facada que tomaria se fosse no Brasil.
Quando terminaram o serviço já era mais de 18:00hs, eu queria procurar um hotel e ficar ali, mais os colegas queriam tocar até Salta, para comemorar o aniversário do Carlos no Paseo Balcarce. Seguimos pela auto pista RN 66 que realmente se mostrou muito mais rápida para fazer o caminho até Salta. Então digo novamente, se for para San Pedro a partir de Salta, ou sai bem cedo para ir pela RN 9 ou vai pela autopista.
Apesar do movimento intenso, chegamos em Salta ainda com luz do dia, no horário pico da tarde, havíamos resolvido não voltar ao Hostel Coloria, então marcamos alguns hotéis no GPS e saímos na captura. Já no primeiro hotel na avenida Entre Rios, Hotel Pacha encontramos qualidade e preço, como dispunha de garagem e estava mais perto do “Paseo” não pensamos duas vezes.
Havia no estacionamento duas XRE argentinas, com configuração de cores bem diferentes das nossas, montadas para viagem e bem sujas. Infelizmente não consegui conversar com os proprietários.
Á noite saímos e fomos comemorar o aniversário do amigo no Paseo Balcarce, tomando Cerveja Salta e comendo uma dozena de empanados de lhama.
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11º Dia de viagem
Antofagasta x San Pedro de Atacama
360km
Após tomarmos nosso café da manhã, partimos do apart-hotel, a manhã de segunda estava movimentada. Nosso plano foi seguir para o sul em busca de La Mano del Desierto, depois retornar a San Pedro por outro caminho (o caminho mais curto).
Seguimos brigando com o GPS que nos deu umas três indicações furadas, até conseguirmos pegar a rodovia. Em um dado momento o Marino emparelhou comigo levantou a viseira e falou que um chileno havia me xingado até, pois eu havia cortado a frente obrigando o mesmo a brecar e desviar, confesso que nem vi. Mais valeu o aviso do amigo para eu ficar mais esperto.
Rapidamente subimos novamente a montanha pela Ruta 28, rodovia movimentada que lembra a Rodovia dos Imigrantes em São Paulo, com muito movimento de carretas que transportam minério das minas da região.
Paramos em um posto para abastecer as motos e tomar um café, isso já na famosa Ruta 5 ou Ruta Panamericana. Perguntamos sobre o monumento mais estranhamente as pessoas do posto não conheciam o lugar, tocamos e minutos depois chegamos ao nosso destino. Esse foi o ponto mais distante da viagem.
Vibramos bastante, batemos as fotos, curtimos bem o lugar e depois começamos nosso retorno.
Nessa parte da viagem achei bem interessante o fato da rodovia (Ruta Panamericana) ser cercada de ambos os lados por uma cerca de tela interminável, como o lugar é estéril não tem plantas ou animais, acredito que a cerca sirva para manter as pessoas fora.
No deserto observei muitas ruínas abandonadas, de casas e de projetos econômicos. Penso que com exceção das minas qualquer outra atividade econômica ali é inviável e a manutenção de população lá seja um desafio para as autoridades.
A estrada seguia reta e com bom asfalto e um pouco de vento lateral tornava a motocada muito agradável. Seguia na frente do grupo quando observei uma pedra bem grande no meio da pista, não tive tempo nem de sinalizar, só vi pelo retrovisor o Marino pulando do banco da Shadow, passando por cima do único obstáculo na pista neste dia. Por sorte não houve maiores conseqüências, a não ser por uma roda amassada.
Chegamos a Calama antes do meio dia, abastecemos as motos tomamos um refrigerante e decidimos almoçar e San Pedro. Lá conheci um motociclista local que se dirigia para Iquique, pilotando uma V- Max 1.200 o mesmo estava enchendo um galão azul característico da rede de postos Copec, pois segundo ele o tanque não dava autonomia para chegar porque ele andava muito forte.
Batemos um pouco a cabeça para sair da cidade, novamente o GPS deu umas duas ou três dicas furadas. Vimos uma cena horrível, onde um caminhão basculante fazendo uma conversão proibida quase passou sobre um carro de passeio, só por Deus para não sair uma desgraça dali. Pois é lá também tem idiotas no transito.
Seguimos pelo caminho já conhecido da ida e não batemos mais fotos, chegamos pouco depois das 13:00hs em San Pedro A nossa amiga consolação queria nos colocar no mesmo quarto, mais como o hostel estava vazio, demos uma chorada e ela nos instalou no maior quarto da casa, um que dispõe de seis camas, então sobrou espaço. Saímos para almoçar e fomos comer arroz com feijão e bife acebolado.
À noite eu e o Carlos fomos tomar cerveja o Marino ficou no hostel.
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10º Dia de viagem
San Pedro x Antofagasta
440km
Nosso roteiro para esse dia foi, sair de San Pedro e seguir até a cidade de Tocopilla e a partir daí, pela Ruta 1 chegar até Antofagasta, encerrando o dia percorrendo pouco mais de 440 quilômetros.
Partimos do Hostel Intipara pouco depois das 08:00hs, deixamos reservado um quarto para o dia seguinte, quando já estaríamos voltando e nos despedimos de nossa amiga Consolação.
Como as motos já estavam preparadas, carregadas e de tanque cheio, nossa partida foi rápida, em minutos já estávamos na estrada passando pelo “Vale de la Muerte” rumo a cidade de Calama.
Nesse trecho o que nos chamou a atenção além da paisagem desolada do deserto foi um imenso parque eólico poucos quilômetros antes da cidade de Calama.
Ao chegarmos na cidade, notei um carro da policia estacionado atrás de uma placa, como nos filmes americanos. Parei tirei o capacete e perguntei ao policial se havia um posto de combustível na estrada, de modo a abastecermos sem precisar entrar na cidade. O policial conversou algo com o parceiro e ambos desceram do carro, nos cumprimentaram de forma muito simpática, fizeram as perguntas rotineiras, tipo, de onde vem? Para onde vão? E nos disseram que nos acompanhariam até um posto de combustível.
Foi meio maluco, nós três seguindo em comboio a viatura dos carabineiros de giroflex aceso. Ao chegarmos ao posto de gasolina que era um BR os policiais desceram novamente do carro para conversar conosco, batemos um papinho motociclistico, então eu pedi para tirar uma foto com eles e eles ficaram muito contentes.
Um táxi com placas da Bolívia cheio de garotas (?) parou do nosso lado buzinado, eu achava que era para nós, mais não era, era só para o Marino, as mulheres queriam porque queriam bater uma foto com ele (nada de novo)... hehe ...
Terminamos o abastecimento e os guardas perguntaram se queríamos escolta para fora da cidade, agradecemos e recusamos e eles foram embora. Essa atitude legal dos policiais é a imagem que eu guardo do povo chileno.
Tocamos viagem e logo estávamos descendo a serra, já quase chegando a Tocopilla. Eu na minha ingenuidade achava que ao nível do mar estaria mais quente que na montanha, que contava naquele momento com uma temperatura em torno de uns 20 ou 23ºC. Ledo engano e desagradável surpresa descobrir que ao nível do mar a temperatura estava uns 10ºC mais baixa.
A descida da serra é abrupta, em poucos quilômetros despenca-se mais de dois mil metros. Em curvas bem legais, tocamos com cuidado, pois apesar de ser domingo havia um forte movimento de caminhões, provenientes das minas na região. Então após a última curva chegamos ao Oceano Pacifico.
Encostamos em um refugio à beira da estrada bem próximo ao portal da cidade para bater fotos, comemoramos e nos parabenizamos. Para o Carlos o gostinho era ainda mais especial, pois ele havia cruzado o continente de um litoral ao outro.
Já era hora do almoço e decidimos procurar um lugar para almoçar e depois tentar achar alguém para trocar o óleo da Falcon do Carlos e só então seguir viagem.
Entramos na cidade e achamos um restaurante bem simples, mais com uma bela vista para o mar, entramos e fomos muito bem recebidos pelo proprietário que fez questão de se sentar a mesa conosco para conversar sobre a viagem.
Do lado de fora do restaurante.
Pedimos uma sugestão de peixe e nos foi sugerido um tipo de cação a milanesa que realmente não decepcionou. Ficamos ali conversando com o proprietário que nos deu uma série de dicas e conselhos e foi aí que demos a maior mancada da viagem.
O nosso amigo entre outras sugestões nos orientou de forma veemente que não seguíssemos até Antofagasta, pois a cidade era grande e muito perigosa, que nós deveríamos pernoitar em um balneário chamado Mejillones que fica uns 20km antes de Antofagasta, pois lá era muito bonito e encontraríamos com facilidade um lugar para se hospedar, seria muito mais proveitoso para nós! Bem o conselho entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
O nome dessa cidade “Antofagasta” estava a uns bons anos martelando na minha cabeça e eu não iria deixar de passar por lá!
Conseguimos o endereço de uma oficina de motos e talvez daríamos sorte de encontrar o dono por lá, mais nada feito. Decidimos então tocar viagem, foi quando vi um posto da Shell muito grande e estruturado, aí pensei, com as ferramentas do posto conseguiríamos trocar o óleo!
Entrei com a moto e fui falar com o frentista, os colegas ficaram para trás. Todo simpático expliquei ao frentista o nosso problema e que tínhamos o óleo e só precisávamos das ferramentas, ele sem cerimônias disse não e virou as costas, eu toquei a moto e insisti. O dito cujo virou par mim e disse em voz alta. NO! VÁ PARA TU CASA!
Foi a primeira vez que fui tratado assim na viagem, fiquei meio chocado, mais pensei que enquanto ele estava trabalhando no domingo talvez por um salário pífio eu estava ali desfrutando do país dele, curtindo minhas férias, fazendo algo que ele provavelmente jamais faria. Então dei de ombros e fui embora.
Os meus amigos estavam sem fôlego de tanto rir, acabei rindo também.
Seguimos o GPS e rapidinho estávamos curtindo a Ruta 1, com o Oceano Pacifico de um lado e a Cordilheira dos Andes do outro. Na verdade a cordilheira acaba no mar a estrada é escavada na encosta da cordilheira. Pilotar naquelas curvas foi inesquecível o visual é incrível.
Na minha cabeça ficou a pergunta. Como eles conseguem fazer uma estrada tão boa sobre a areia? Deveriam ser contratados para ensinar nossas autoridades a fazer estradas...
Não demos sorte, pois o dia que estava lindo e ensolarado, foi fechando e antes de chegarmos a Antofagasta já estava nublado e cinzento. Passamos direto pela entrada do Balneário de Mejillones, e em poucos minutos estávamos rodando em Antofagasta.
Apesar de ser domingo à tarde a cidade estava bem movimentada com bastante gente na rua e um forte movimento no transito. Não havíamos feito reserva, então marcamos alguns hotéis no GPS e saímos na captura.
Fomos a uns quatro ou cinco e não demos sorte, todos lotados. Encontramos até o Hotel Marsal que deve ser de algum parente...hehehe...A noite já estava chegando e nada de acharmos, já estávamos preocupados. Então encontramos lugar em um Apart Hotel com vaga de garagem, num precinho razoável e pegamos.
Quando entramos para ver o quarto, não era um quarto e sim um apartamento de três dormitórios, sala cozinha e lavanderia com dois banheiros. Beleza dormir sem nego roncando na cama do lado.
Os amigos não gostaram nada-nada da cidade e resolvemos não sair a noite, então eu e o Carlos fomos a um supermercado que ficava a umas duas quadra e compramos mantimentos para fazer na cozinha do apartamento uma macarronada acompanhada por um garrafão de vinho Gato Preto.
Meu sonho de ver o por do sol no Oceano Pacifico morreu assim...Literalmente na praia. Phoda é que se tivéssemos ficado em Mejillones como o amigo do restaurante sugeriu teríamos aproveitado muito mais, talvez até com banho de mar.
Lembrança de Antofagasta.
Poderíamos ter aproveitado também um pouco mais, descendo no dia seguinte, até algum balneário mais para frente, mais no momento, nenhuma ideia surgiu, só a vontade de voltar.
Essa foto não é minha, peguei em um site turístico do Chile. Se quiser uma foto do por do sol no Pacífico tenho que voltar lá!
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Dia 23 de Novembro - 9º dia de viagem.
Gêiseres Del Tatio
Nos reunimos na noite anterior após voltarmos da rua a fim de discutir o itinerário da volta. Nossa disposição meio que derreteu após o passeio às lagunas e tendo em vista esse fato discutimos duas alternativas.
A primeira seria descer até Santiago e voltarmos cruzando o túnel Cristo Redentor, essa alternativa aumentaria a nossa viagem em mais de mil quilômetros e consequentemente no mínimo mais dois dias. A segunda alternativa seria retornar pelo caminho da vinda, cruzando novamente a cordilheira pelo Paso Jama. Como batia forte a vontade de voltar para casa, a segunda opção foi uma escolha natural e unânime.
Na madrugada seguinte quando o micro ônibus chegou, já estávamos esperando na porta do Hostel, a noite estava gelada e escura, sem lua. Nem havíamos deixado o vilarejo e eu já havia pegado no sono, acordando somente na hora que paramos na entrada do parque dos gêiseres, não vi nem a hora em que um dos meus amigos pagou a minha entrada.
Nosso guia no passeio
Poças de água congeladas
Fomos informados pelo guia que a temperatura externa estava em torno de -8ºC e que o dia ainda levaria alguns minutos para começar a clarear. Como estávamos espertos, todos fomos bem agasalhados.
Lá o ar rarefeito torna qualquer esforço bem difícil e se você não estiver com o espírito preparado, com certeza vai azedar o seu dia. Particularmente achei o passeio as Lagunas bem melhor, de modo que hoje eu recomendo fazer primeiro o passeio dos gêiseres, deixando o melhor para o fim.
Demos umas voltas por ali, batemos umas fotos e fomos tomar o café da manhã que foi devidamente aquecido com energia geotérmica. Depois nos encaminhamos a piscina de água termal, que oferecia águas a 35ºC, resolvemos não arriscar a entrar, pois encarar uma semana sobre a moto com gripe não seria fácil.
Melhor não arriscar...hehe...
Como o passeio é “curto” os chilenos inventaram uma parada no meio do caminho da volta, em um vilarejo chamado Machuca, na minha opinião esse é o maior “Fake” da viagem.
Churrasquinho de lhama...
Lá uma dúzia de casinhas de adobe trancadas e uma igrejinha com cara de antiga, recebem os turistas, oferecendo churrasquinho que dizem ser de lhama e empanadas com coca cola. Acho que quando os turistas vão embora, os chilenos fecham tudo aquilo e vão para S. P. de Atacama, retornam no dia seguinte.
Igrejinha de "San Fake" em Machuca
Quebrada do Rio "Putana"
Antes das 13:00 hs, já estávamos na cidade, fomos almoçar e depois da cochilada da tarde arrumamos as coisas para a partida do dia seguinte. Aproveitamos para dar uma revisão e fazer a manutenção nas motos, trocar o óleo do motor, lubrificar correntes e completar os tanques de combustível.
Eu o Marino trocamos o lubrificante de nossas motos sem problemas, mas o Carlos não conseguiu soltar o parafuso do bujão da moto dele e após maldizer o nome do mecânico que fez a revisão, saiu a procura de uma oficina mecânica. Uns 40 minutos depois voltou sem conseguir fazer o serviço, ficamos preocupados pois se no sábado não trocou, no domingo muito menos. Logo ele teria que seguir viagem sem trocar o óleo e tentar achar alguém em Calama ou Antofagasta.
À noite Eu e o Carlos saímos afim de tomarmos umas cervejas e ao chegar ao boteco, fizemos sinal ao garçom que queríamos uma mesa o mesmo nos respondeu em português que teríamos que esperar pois estava lotado.
Pedimos uma Corona e começamos os trabalhos meio que do lado de fora do boteco encostados na ponta do balcão, havia ali também um senhor já bem maduro que estava tomando uma cerveja e roendo as unhas e como nós a espera de uma mesa, acompanhando o jogo de futebol pela TV do bar.
Alguns minutos depois dois rapazes com cara de europeus levantaram e desocuparam uma mesa, o garçom nos fez sinal. Eu me dei conta que o Sr. estava na nossa frente e conseqüentemente teria preferência à mesa, então disse para ele sentar-se, ele fez sinal de negativo com a mão e nos deu a preferência. Virei para mesa do lado e pedi uma cadeira que estava vazia, peguei o camarada pelo braço e sob protestos de “no, no, gracias” arrastei o mesmo para se sentar conosco.
O camarada que já não me lembro o nome é um advogado de Santiago e estava de férias com a família e havia fugido para o bar para acompanhar o jogo de futebol. Ficamos ali umas boas horas, desfrutando da cerveja e da companhia do nosso amigo chileno que se declarou apaixonado pelo Brasil e assíduo freqüentador de nossas praias.
Voltamos meio “borrachos” para o hostel.
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Chegamos em San Pedro por volta das 13:30hs. Estávamos pensando e em voltar e almoçar no mesmo restaurante do dia anterior, mais os colegas já estavam enjoados da comida local e queriam encontrar um lugar que oferecesse arroz com feijão. Achei que não encontraríamos, mais ao passar em frente a um pequeno restaurante, lemos numa lousa que indicava no menu, arroz com feijão.
Entramos, o Marino e o Carlos pediram e veio um feijão preto com o caldo bem grosso acompanhado de arroz e bife acebolado, eu pedi uma empanada de frango, comemos empurrando tudo para baixo com um litro de coca cola.
Voltamos ao hostel e fizemos a tradicional siesta, lá pelas 15:00hs, acordamos e partimos de moto para o passeio no Vale de La Luna.
Vale de La Luna
Cordilheira do Sal
Não é gelo e sim sal!
As "três" Marias???
Em Sam Pedro todos os parques são pagos. No micro ônibus o guia recolhe o dinheiro dos turistas e acerta a entrada, no Vale nós acertamos diretamente no caixa que fica na portaria. O preço do ingresso é bem baratinho, tendo em vista a limpeza e organização do local, vale muito a pena pois é um dinheiro bem gasto.
Fui lá de moto!
A Honda tinha que nos pagar um cascaio...olha como ficaram lindas
Saudade de casa.
Uma funcionária nos indicou os pontos de interesse no parque utilizando um mapa que posteriormente nos foi entregue, entramos com as motos e seguimos o roteiro indicado. Devido ao fato desse ser o passeio mais perto da cidade, menos de 10km, tinha gente até de bike. Tornando dessa forma (na minha opinião) desnecessária a contratação de um pacote para esse passeio, acho que é muito mais legal para quem estiver sem veiculo, alugar uma bike e curtir o caminho.
Meu amigo Carlos no "topo do mundo".
Seguimos o roteiro e realmente se tivéssemos entrado no dia anterior teria sido corrido. Lá tem bastante coisa para se ver e como boa parte se faz a pé, leva bastante tempo. É importante levar água e um agasalho, pois no final da tarde dá uma esfriada. O tempo passou logo e rapidinho já estávamos curtindo o que na opinião do povo de lá, seria o por do sol mais bonito do mundo. - Sei não em!?!?
Fiquei decepcionado por não encontrar um promontório de pedra que se destaca sobre o abismo, que vi em muitas fotos tiradas no local.
Esse é o Lugar.
Voltamos ao Hostel no escuro. Depois de tomarmos banho, o Marino não quis sair para jantar. Dessa vez foi o Carlos quem comeu empanada e eu comi arroz com feijão. Demos umas voltas na cidade, gastamos um tempo em uma Lan House e voltamos ao hostel para dormir, pois sairíamos às 03:00hs na madrugada seguinte.
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Dia 22 de Novembro - 8º dia de viagem.
Lagunas Altiplanas
Acordamos um pouco depois das 05:00hs, despertados pelo relógio do celular, rapidamente nos trocamos e antes das 06:00hs estávamos em pé no frio do lado de fora do hostel esperando a van que nos levaria ao passeio, nosso roteiro seria. A partir de san Pedro conhecer a Laguna Chaxa (Leia-se Tcháqsá), onde tomaríamos café e depois as Lagunas Miscanti e Miñisque de onde retornaríamos com parada no povoado de Tocanao, deveríamos estar de volta a San Pedro por volta da hora do almoço.
Nos fomos informados que deveríamos estar a postos esperando nosso transporte às 06:00hs, a fim de não atrasar o passeio, estávamos meio que na expectativa pois se nosso transporte não aparecesse perderíamos mais um dia, então pontualmente às 06:40 nosso micro ônibus voltando de ré na rua parou e nos chamou, ufa... estávamos a caminho.
Vulcão Lascar, fotografado de dentro do onibus
Salar de Atacama
Percorremos pouco mais de 100km, até chegar a Laguna Chaxa em pouco mais de uma hora. Nosso guia foi um peruano com cara de índio que passava as informações em espanhol e depois em inglês, figura bem humorada.
Laguna Chaxa
O micro ônibus ficou quase cheio, alguns europeus, argentinos e brasileiros.
Permanecemos na Laguna Chaxa, mais ou menos uma hora e depois tomarmos café da manhã, seguimos ao próximo destino.
Café da manhã
As Lagunas Miñiques e Laguna Miscanti estão localizadas na comunidade Atacameña de Socaire e fazem parte da Reserva Nacional Los Flamencos. Além do frio há outro desafio, a altitude de 4.195m. O visual dessas lagunas é incrível, sem dúvida o melhor passeio da região, palavras e fotos não podem definir a beleza do lugar.
Vista do vulcão a partir da Laguna Miscanti
Laguna Miscanti
Chegada a Laguna Minscanti
Marshal e Carlos Mendes, tomando posse do local
Marino, tomando posse também, só para garantir.
Laguna Miñisque ao lado da Minscanti
Retornamos a San Pedro com a uma parada no povoado de Socaire e depois a Tocanao, para tomar um refrigerante e bater umas fotos.
Agricultura modesta, nos arredores dos povoados, irrigação com água do degelo.
Povoado de Socaire
Povoado de Tocanao
Igreja em Tocanao
Chegamos em San Pedro a tempo para o almoço.
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Dia 21 de Novembro - 7º dia de viagem.
San Pedro de Atacama
70km
Apesar de não termos nenhum compromisso, acordamos relativamente cedo em nosso primeiro dia em San Pedro de Atacama. Por termos chegado à noite não conseguimos comprar nenhum pacote de passeio para esse primeiro dia, de modo que combinamos aproveitar a parte da manhã para explorar a cidade e na parte da tarde sairíamos para um passeio de moto com destino ao Vale de La Luna.
Motos na garagem do hostel
No café da manhã encontramos um senhor brasileiro, o mesmo comentou que era de Recife e que sempre vinha de férias ao Chile e que essa era a primeira vez no norte do país. Ficamos escutando os comentários do sujeito, desfazendo de todos os lugares que tinha visitado, hoje tenho a impressão que o velho é um idiota, pois não da para ser “blasé” com as paisagens do Deserto do Atacama.
Parte interna do hostel
Tomamos nosso café solúvel e saímos para a rua, batemos muitas fotos e aproveitamos para fazer cotação de preços dos passeios além do Marino e do Carlos trocarem Dólares por Pesos Chilenos é possível trocar Reais por Pesos Chilenos sem problemas em San Pedro.
Fachada do hostel
O maior preço que encontramos para os passeios, foi o da agencia Grado 10 que leva os turistas em um caminhão amarelo adaptado, que tem um visual show, o menor preço foi o de uma agencia que não me lembro o nome, era quase a metade do preço da Grado 10 e oferecia praticamente as mesmas coisas, menos o caminhão, acabamos contratando dois passeios (Lagunas Altiplanas e Gêiser Del Tatio) para os próximos dois dias no próprio hostel com a nossa anfitriã e o valor saiu R$ 80,00 por pessoa, mais barato que o menor valor encontrado na cidade.
Ruas de San Pedro
Em San Pedro os passeios partem bem cedo e a cidade fica vazia até à hora do almoço quando as excursões começam a voltar, aí fica aquela briga dos restaurantes fazendo de tudo para chamar a atenção dos turista.
Ruas de San Pedro 2
Ruas de San Pedro 3
Clichê turístico de San Pedro
Uma mulher parada numa esquina com um cardápio na mão falando português, nos chamou e mostrou o cardápio com preços bem convidativos, concordamos e então ela nos acompanhou a um restaurante, que infelizmente não me lembro o nome, é pequeno e bem rústico, mais com o cardápio bem caprichado os pratos preparados com esmero por um chefe vestido a caráter. Infelizmente não bati nenhuma foto nem do chefe nem do prato.
Cerveja Cristal, bem inferior a Cerveja Salta da Argentina, depois dessa aí, só tomamos no Chile Cerveja Corona.
Voltamos para o Hostel por volta das 13:00hs e fomos descansar, demos aquela dormida básica e lá pelas 15:30hs, já estávamos nos preparando para sair á rua com nossas motos. Decidimos sair de tanque cheio então partimos a procura do único posto de combustível de San Pedro.
Roda para lá, roda para cá e nada de achar, aí o Marino pediu informação para um taxi e uma tiazinha de meia idade que estava de passageira quase voou sobre o galã....UI mui rico...brasilenho... mui precioso....Rachei o bico de rir e a mulher fez o motorista do taxi nos levar até o posto de combustível.
Chegando ao posto, outra comédia, havia ali uma fila, pois estavam esperando descarregar combustível no posto e nessa fila havia umas cinco ou seis motos grandes, com placa do Rio Grande do Sul, BMW 800, Super Teneré 1200, Vstron entre outras, acompanhados por uma Hilux zerada, toda adesivada (carro de apoio). Quando eu encostei atrás, com minha XRE seguido pelo Carlos com a Falcom os olhares dos companheiros gaúchos foram cômicos, um deles até se afastou para nos ver melhor. Nossos cumprimentos foram respondidos com frieza, pois com certeza não éramos considerados, “motociclistas” a altura deles, então também não nos demos ao trabalho de conversar com eles.
Ficamos parados ali bem uns 40 minutos e quando partimos já era quase 17:00hs, encontramos sem dificuldades a entrada do parque do Vale de La Luna e lá fomos aconselhados a deixar o passeio para o dia seguinte pois já era bem tarde e daria para aproveitar pouco as belezas do lugar. Concordamos e não entramos, continuamos a rodar pela região aproveitando para bater fotos.
Estrada, caminho ao Vale de La Luna
Vulcão Licancabur
Voltamos para o hostel, tomamos um banho, secamos uma garrafa de vinho e fomos jantar. Íamos dormir cedo, pois no dia seguinte nosso transporte nos apanharia ás 06:00hs.
Fomos surpreendidos com uma gentileza de nossa anfitriã (Consolação) que preparou para cada um de nós uma sacolinha, com café da manhã, dentro tinha, um lanche de presunto e queijo, um achocolatado, um pacotinho de bolachas e uma banana, achei bem legal isso da parte dela pois ela não tinha obrigação de fazê-lo.
Nossa anfitriã Srta. Consolação, depois descobrimos que Ela é peruana e não chilena.
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Dia 20 de Novembro - 6º dia de viagem.
Purmamarca x San Pedro de Atacama
374km
Acordei cedo e fui procurar noticias a respeito da greve da Aduana Chilena e para nossa alegria descobrimos que a greve havia terminado e como eles dizem lá “se levanto el paro”.
Café da manha
Saímos para trocar dólares, pois esse dia a mais na Argentina havia consumido o resto de Pesos Argentinos que tínhamos e necessitaríamos dinheiro argentino para mais uma abastecida em Susque e o almoço, além de deixar uma reserva para o dia que retornássemos para a Argentina.
Andamos pela cidade e em vários lugares encontramos quem trocava, mais todos com uma cotação irreal, quase no valor do cambio oficial, hehe... Andamos mais um pouco e uma jovem em uma loja ofereceu uma cotação mais perto da realidade $9,60 por dólar. Aceitamos e ela por telefone chamou o “irmão” que após uns quinze minutos apareceu e fez o cambio conforme combinado, cada um trocou US$ 50,00.
Voltamos ao hotel pagamos a conta, nos despedimos do amigo Orlando e partimos após as tradicionais fotos.
Partindo do hotel
Ao sair de Purmamarca já se está subindo a Cordilheira, o visual é deslumbrante e em pouco tempo já estávamos nas curvas da Cuesta Lipan. Aí não tem jeito é um sobe na moto, roda um pouco, para, desce da moto, fica contemplando, bate foto e sobe na moto para rodar novamente, dessa forma os quilômetros vão passando devagar e o tempo vai voando.
Cuesta Lipan
Quando chegamos ao ponto mais alto do lado argentino (4.170 mts), um lugar chamado Abra de Potrerillos, já era mais de 11:00hs da manhã e ainda tínhamos muito chão para andar. A partir desse ponto a altitude diminui e eu já esperava pela chegada das Salinas Grandes quando resolvi parar para colocar mais uma blusa e a bala clava, pois o frio estava intenso. Tínhamos combinado que quando um parasse para bater fotos os outros seguiriam em velocidade mais reduzida sem parar de modo a não atrasar tanto a viagem.
Local mais alto do lado argentino
Entroncamento com a RN40
O desconforto por conta da altitude se fez presente e me fez lembrar os velhos tempos de infância quando eu padecia com a falta de ar provocada pela bronquite, acredite a sensação é a mesma, você tenta respirar e não tem ar.
Alguns quilômetros a mais e já pude ver ao longe as Salinas Grandes e fiquei pensando se daria para sair da estrada com a moto para bater umas fotos. Ao começar a atravessar a salina observei que a pista segue uns dois metros acima do nível do lago seco e eu não me animei em descer aquela altura com a moto.
Salinas Grandes
Vi o Marino parado à beira da pista filmando e o Carlos lá embaixo com a moto, o Marino fez sinal para eu passar para ele filmar, então decidi procurar um lugar mais fácil para poder descer também. Um pouco mais a frente cheguei a um retiro em que se faz comércio com artesanato de sal, parei ali para bater fotos e esperar os amigos.
Logo eles chegaram e contaram que nas margens da estrada o terreno não é sólido e a lama poderia atolar as motos, inviabilizando qualquer tentativa de entrar ali com segurança.
Ficamos um tempo por ali curtindo o lugar e comendo umas bolachas, quando reparamos em um gringo que chegou de Lander, com placa da Argentina ele levava uma traia bem leve, bateu umas fotos e partiu apressado, nós também partimos rumo a Susques.
Altiplano argentino
No altiplano tudo é bem árido, mais bem bonito e diferente, varias localidades iam passando e notei que o lugar não é desprovido de civilização como pensava. Campo Amarilo, Trez Pozos, Cerro Negro e varias estradinhas variantes que derivam da rodovia principal, levando Deus sabe para onde.
A moto vinha respondendo bem até então, mantendo a velocidade constante (100km/h), embora o acelerador estivesse no talo, mais a partir da Salina Grande, começou a soprar um forte vento no sentido contrario que fez o rendimento da moto despencar, a velocidade ia caindo nas subidas e a moto pedia marcha, 4ª, 3ª, aí na descida ganhava velocidade e na subida caia novamente.
Seguimos nessa tocada, o Marino à frente nos esperando com sua Shadow e depois eu e o Carlos nos arrastando com nossas motos. Eu achava que a XRE ia dar uma surra na Falcon do Carlos que havia tirado o snorkel em Purmamarca, mais em nenhum momento a Falcon andou menos que a XRE, a única vantagem da injeção eletrônica da minha moto, foi o fato de ela não falhar. Ela ia perdendo força de forma linear ao paço que a Falcon, engasgava, tossia e peidava, como louca....hehe
Chegamos em Susques depois das 13:00hs, embora tivéssemos visto uma placa na cidade indicando YPF a 4km, decidimos abastecer ali mesmo e não arriscar. Abastecemos no posto de gasolina mais feio da Argentina e provavelmente com a pior gasolina do país inteiro. Não animamos em almoçar em Susques, rodamos mais uns 4 km e chegamos ao YPF.
Cidade de Susques
Posto em Susques
Aqui vai a dica que eu não tive. Esse posto 4km à diante de Susques dispõe de toda infra-estrutura, posto, restaurante e pousada. Não aconselho dormir lá por conta da altitude e do preço, mais em uma emergência, você não vai passar privação.
Ficamos chapados com a beleza do lugar, parece feito para motociclistas, a propósito, havia na garagem umas dez motos grandes, todas com placa do Brasil, uns vindo e outros indo para San Pedro.
No restaurante conversamos com o gringo da Lander que nos contou em um espanhol bem mais ou menos que era da Áustria e que estava em férias na Argentina e vinha rodando desde Buenos Aires, onde havia alugado a moto, ele comeu alguma coisa e saiu rapidinho. Almoçamos bem, comemos outro bife monstro com batatas fritas e refrigerante, enrolamos um pouco conversando com outros brasileiros depois batemos umas fotos e partimos rumo ao Paso Jama, isso depois das 14:30hs.
A viagem seguia rendendo pouco, por conta do baixo desempenho de nossas motos e por conta das paradas para fotos. Em um determinado momento passamos o gringo que estava batendo umas fotos, logo depois ele nos ultrapassou sem tomar conhecimento de nossa velocidade, acho que por conta da moto dele estar bem mais leve. Nós não o vimos mais.
Demorou uma vida para percorrermos os 150km que separam Susques do Paso Jama, quando chegamos lá já era quase 18:00hs. Paramos no enorme YPF que tem antes da aduana onde fizemos um lanche usamos o banheiro e abastecemos as motos.
Posto de fronteira
Salar de Jama
Em todos os relatos que li, a informação era que a saída da Argentina se dava no Paso Jama e a entrada no Chile era feita em San Pedro, mais para nossa surpresa quando chegamos ao Paso, nos deparamos com uma estrutura enorme, tudo novinho. Na qual na mesma sala se faz a saída e entrada Argentina x Chile e vice-versa.
A saída da Argentina é rapidinha já a entrada no Chile é mais demorada, por conta de uma revista soviética para inglês ver, pois eles olham tudo e não olham nada.
Após os tramites apresentamos um papel na guarita da Gendarmeria chilena do outro lado do complexo, ele levantou a cancela e a partir daí já estávamos rodando no Chile. Rodamos mais alguns quilômetros para chegarmos à placa que indica o limite internacional dos dois paises.
Para minha frustração as fotos não ficaram boas por conta da posição do sol que batia bem na nossa cara, foi aí que me caiu a ficha......Puta merda olha a hora!! Ainda falta 160km para chegar em San Pedro!
Eu sabia que o trecho chileno da cordilheira era o mais alto e por conseqüência o mais difícil e com aquele frio se por algum motivo ficássemos presos à noite por ali teríamos problemas. Não quis preocupar os amigos então não comentei nada, mais na medida do possível tentei ir apressando as paradas. O Marino já estava meio diferente, não estava curtindo muito a altitude e também não animava muito em parar.
Os quilômetros iam passando revelando as belezas do lugar, a cada curva uma nova e espetacular paisagem, montanhas, lagos, vulcões e gelo! Quando observei um trecho do acostamento coberto por uma camada de gelo, comecei a ficar preocupado. Ainda estávamos subindo e o sol já ia se esconde atrás das montanhas, aí o frio ia pegar para valer, tínhamos que nos mandar rapidinho.
Atingimos o ponto mais alto da viagem, algo em torno de 4.800mts, não me lembro bem a altitude que indicava no GPS, mais eu acho que era 4.847metros acima do nível do mar (foto do GPS? Sem chance..hehe). A temperatura deveria estar em torno de uns 5ºC, na moto em movimento a sensação era de frio negativo.
A roupa que eu vestia se mostrou bem adequada, não sentia frio no corpo só nas mãos que ficavam duras, paramos e aproveitei para esquentar a mão no motor da moto, eu tinha mais dois pares de luvas baú mais como estava dando para agüentar resolvi não perder tempo procurando.
No limite do tempo, quando o sol sumiu no alto da cordilheira, nós transpomos a última montanha e começamos a descer e ganhamos mais alguns minutos de luz solar, nesse momento o Carlos deu seta e parou fez sinal com a mão para pararmos e falou.
- Cara não dá mais minhas mãos vão congelar, pega a outra luva que você tem aí para mim!
Pelo GPS eu observei que faltáva um pouco mais de 20 km para chegar em San Pedro, eu sabia que a altitude iria despencar mais de 2.000 mts nesses vinte quilômetros e que a temperatura lá embaixo estaria bem mais amena. Então eu disse isso ao amigo e o incentivei a agüentar mais um pouco, pois em minutos já estaríamos em uma situação melhor e que não valia a pena perder tempo ali.
Conforme íamos descendo podíamos sentir a temperatura subindo e em minutos já estávamos na entrada da cidade, iluminados pelas luzes dos postes. Paramos para esticar o corpo que estava tenso e duro pelo frio, aproveitei para telefonar para casa e contar que havia chegado a SAN PEDRO DE ATACAMA!
Foto tirada no dia seguinte
San Pedro estava movimentada, seguimos o GPS, desviamos de uma rua, proibida para motos e carros e chegamos sem dificuldade ao Hostel Intipara.
Fizemos o chek-in com a mulher que tomava conta do hostel, que nos atendeu com educação mais sem muita simpatia (típico dos chilenos), guardamos as motos e nos acomodamos no quartinho que era bem apertadinho.
O Hostel Intipara é bem simples, mais muito limpo e relativamente confortável, o atendimento é competente e honesto, na véspera havia trocado e-mails com a responsável que entendeu a situação e adiou o nosso check-in sem custos.
Após arrumar as coisas e tomar um banho, eu e o Carlos saímos para dar uma volta, o Marino não quis sair. Aproveitamos para arrumar dinheiro chileno e comer alguma coisa.
Conversamos e resolvemos testar nossos cartões que até agora não tinham sido usados, achamos um Banco com caixa eletrônico que se recusou em nos dar seu dinheiro, perguntamos e encontramos uma bela farmácia que tinha em seu interior dois caixas eletrônicos. O cartão do Carlos negou fogo mais o meu não, fiz uma conta meio que de cabeça e saquei 150.000,00 Pesos chilenos para min e depois mais 40.000,00 Pesos chilenos, que emprestei para o Carlos.
Na minha conversão eu cortei 3 zeros e multipliquei por 5, então achei que teria algo em torno de R$ 1.000,00. Dinheiro suficiente para uns 4 ou 5 dias no Chile.
Eu tinha o desejo de conhecer o Café Adobe, então aproveitamos e fomos para lá. O lugar estava cheio e realmente não decepciona, vale muito a pena. Eu pedi uma sopa e uma garrafa de vinho de 1/4 (devia ter pedido 1/1...hehe..), o Carlos pediu outro prato que não me lembro, acompanhado de cerveja.
Café Adobe
Jantamos e depois voltamos ao Hostel, pelas ruas escuras de San Pedro.
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Blz de relato! Belas fotos. Vamos acompanhando. Parabéns...
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marshal, estamos ansiosos para descobrir como terminou essa aventura...
abraço
Olá Matiasp9, vamos devagar mais vamos...hehe...abraço
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Dia 19 de Novembro - 5º dia de viagem.
Salta x Purmamarca - 137Km
Quando o errado da certo.
Já havíamos discutido na véspera o caminho a ser seguido para chegarmos a Paso de Jama, saindo de Salta, duas alternativa oferecem condições bem distintas para chegar a cordilheira, a primeira que é sair de Salta pela zona norte seguindo pela ruta 9, percorrendo 92 km até San Salvador de Jujuy, caminho esse recomendado pela beleza das paisagens, no entanto bem mais demorado e a segunda alternativa, sair pela zona leste (o caminho pelo qual chegamos) e seguir para San Salvador de Jujuy pela ruta 34, percorrendo cerca de 120km pela alto pista, onde a velocidade média é bem mais alta, apesar do transito.
Antes das 8:00hs já estávamos de partida, deixando para traz o Hostel Coloria que tinha sido nossa casa nas últimas duas noites. Com o GPS programado fomos cortando a cidade e logo estávamos completando o tanque de gasolina em um YPF na saída da cidade, de onde tivemos nossa primeira visão clara da grande montanha, que preenchia o horizonte de Norte a Sul.
Cordilheira dos Andes
Estatua gigante do armadillo na saída de Salta
Seguindo as indicações do GPS e sempre tomando cuidado para não desrespeitar a sinalização, saímos da cidade e começamos a curtir o belo visual da Ruta 9. A estrada segue ao lado do leito seco do rio que é formado pelas águas do degelo da montanha, alguns quilômetros a mais e começamos a subir a serra que separa as províncias de Salta e Jujuy.
A estrada vai serpentando, subindo a serra em curvas fechadas, que devidamente sinalizadas indicam a passagem de um veiculo de cada vez, pois a pista é de mão dupla e nas curvas só cabe um veiculo, então pela lógica a preferência é sempre do maior.
Fomos bem econômicos nas fotos nessa parte da viagem, pois o dia seria longo e o melhor ainda estava por vir. Seguimos adiante e paramos no portal que indica a fronteira entre as províncias, a partir desse ponto começa-se a descer a serra. Passamos pela indicação de duas barragens que devem ser bem bonitas e com certeza deve valer a visita, mais não entramos para conferir, na seqüência a pequena cidade de El Carmem e a partir daí uma tocada só até San Salvador de Jujuy.
No planejamento iríamos parar para abastecer as motos em S. S. de Jujuy, pois o próximo posto seria em Susques e talvez poderíamos ter problemas de abastecimento. Mais como estávamos meio que “viajando”, por não vermos nenhum posto nas margens da estrada tocamos direto.
A altitude subia rápido e a temperatura caia na mesma proporção e logo depois de S. S. de Jujuy, já podemos notar alguma diferença, tanto nas motos como nos pilotos.
Passamos batido pelo posto da Gendameria que fica no entroncamento da Ruta 9 com a ruta 52 e eu fiquei com a nítida impressão de ter lido uma placa escrita a mão que dizia “Paso Jama cerrado”, não sei se os outros viram, eu fiquei grilado mais fingi que não vi e não comentei.
Cegamos na cidade de Purmamarca e tiramos algumas fotos do Cerro de los 7 colores, na saída da cidade o Marino perguntou a respeito do meu combustível e eu disse que ainda tinha mais de meio tanque e alertei novamente que combustível agora só em Susques lá no meio da cordilheira. Decidimos então tentar abastecer em Purmamarca.
Perguntamos a uma mulher que nos indicou um deposito de materiais de construção como o único lugar que vendia combustível na cidade. Voltamos e encontramos o lugar, mais o proprietário lamentou que não houvesse recebido combustível e estava sem.
Posto de combustível em Purmamarca
Conversamos um pouco e optamos em voltar e abastecer em Tilcara, pequena cidade que ficava a uns vinte e seis quilômetros de distancia. Tilcara está no caminho que deixa a Argentina com destino a Bolívia, numa região chamada “Quebrada de Humahuaca” e tem um forte apelo turístico sendo freqüentada principalmente por europeus.
Posto em Tilcara
Tilcara
Turista europeu
Abastecemos em um grande YPF e aproveitamos para comer um lanche, pois já passava de 11:30hs. Aproveitei que um motorista de ônibus estava conversando com um frentista do posto e fui me informar a respeito da possível interdição do Paso e a resposta me veio como um soco no estomago. Segundo o motorista, o Paso estaria fechado por causa de uma forte nevasca, isso ia contra tudo o que eu sabia a respeito da região, pois essa passagem era a única fora o Túnel Cristo Redentor, que ficava aberto o ano todo, então não era possível estar fechado por neve!!!
Fui contar a novidade aos amigos e decidimos voltar até o posto da Gendarmeria onde tinha visto a tal placa, lá com certeza teríamos informações precisas.
Chegamos ao Posto da policia e de pronto fomos atendidos por um soldado da Gendarmeria que de imediato confirmou a interdição do Paso, mais por conta de greve da aduana chilena e não de neve, como pensávamos.
Estávamos discutindo o que fazer e já estávamos decididos a tocar assim mesmo para ver que bicho ia dar, quando um outro policial, dessa vez um sujeito bem mais velho e com uma patente bem superior interveio em nossa conversa e frisou com veemência que não deveríamos tentar seguir ao Chile, pois o “parô” não tinha previsão de termino e poderíamos ficar presos na cordilheira sem opção de entrar no país vizinho, sob pena de ter que voltar atrás.
O sujeito foi convincente de modo que desistimos de seguir adiante, enquanto decidíamos o que fazer, uma oficial vestida com um uniforme diferente dos demais, nos abordou e puxou assunto sobre a viagem e as motos e como já era de costume, meio que envergonhada pediu para sacar uma foto. Deu um berro ao soldado que estava perto, dizendo algo como:
- Andale, andade! Va buscar mi maquina!
Aí ela ficou ao lado do Marino e o soldado bateu umas fotos, depois ela pediu para eu e o Carlos também posarmos ao lado deles. Quando disse que isso já era de costume, me referi ao fato de tal sena já ter acontecido pelo menos umas três vezes na viagem, uma vez no segundo dia, quando duas mulheres cercaram o Marino e ficaram pedindo para eu bater a foto, outra vez no posto do Chaco e a terceira vez em Salta onde duas mulheres bem jovens e bonitas, acompanhadas de uma menina, ficaram se abrindo como para-quedas, pedindo para sacar uma foto com “lo brasilenho”. O grandão só dava risada!
Meio que perdidos, sem poder acreditar na falta de sorte, fomos procurar acomodações em Purmamarca, para esperar o dia seguinte e ver no que ia dar.
Foi aí que o errado começou a dar certo. Pois após perguntar em algumas posadas o Carlos lembrou de uma que ele viu, meio que na saída da cidade, chegamos ao lugar que se chama El Refugio de Coquena e conhecemos o cara que viria a se tornar nosso amigo, o Orlando, gerente o hotel e gente finíssima.
Orlando na véspera nos esperando na beira da estrada...hehe...
Acertamos o preço e fomos descarregar as motos para poder dar uma fuçada na internet e manter contato com parentes e amigos.
El refugio do coquena
A tarde estava fria, saímos para dar uma volta em Purmamarca e podemos curtir o clima da pequena cidade, paramos em um café e comemos uma empanada com refrigerante, compramos umas lembranças eu comprei um vinho bem baratinho para dar uma “calibrada” antes da janta.
Rua de Purmamarca
Rua de Purmamarca 2
Voltamos ao hotel e ficamos na recepção conversando com o Orlando e tomando o vinho que era muito bom (para meus padrões). A essa altura já era mais de 20:00hs, então o Orlando pediu licença e foi ao centro da cidade para comprar o nosso café da manha. Mais tarde nosso anfitrião nos acompanhou ao bar Peña entre amigos muito bom com musica ao vivo e ótima comida, onde fomos jantar.
Aproveitamos e curtimos o show do musico local Duende cardozo
Marino
Carlos
Tivemos um dia muito agradável, não estava programado, mais não poderia ter sido melhor, de modo que eu recomendo. Saído de Salta, parem em Purmamarca e aproveitem a cidade, de preferência fique no hotel de nosso amigo Orlando.
Link do hotel: http://www.elrefugiodecoquena.com.ar/
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Dia 18 de Novembro - 4º dia de viagem.
Apesar de termos ido dormir tarde na noite anterior e do cansaço acumulado dos três dias seguidos de viagem, acordei no horário de costume. Tomei um banho e desci para tomar café, fiquei esperando os colegas mexendo no computador que fica a disposição dos hospedes na sala de estar da casa.
Algum tempo depois já estávamos na rua com dois objetivos marcados para o dia, dar uma caminhada para conhecer os prédios históricos que ficam no centro da cidade e conhecer o teleférico que leva as pessoas ao alto do Cerro San Bernardo.
Por ser segunda feira as ruas estavam movimentadas com muitas pessoas e carros, num burburinho típico de cidade grande. Confirmamos a impressão do dia anterior que a cidade era bem grande e agitada além de bem limpa apesar da enorme quantidade de cachorros soltos nas ruas, cachorros de médio e grande porte que vagam pelas ruas em busca de alimento.
Mas estávamos em lua de mel com a Argentina e achávamos tudo bem legal. Bem no centro da cidade na Plaza Nove de Julio encontramos uma casa de câmbio muito grande chamada Dinnar e lá trocamos mais Dólares em uma ótima cotação.
Ficamos andando por ali batendo fotos e admirando a arquitetura dos prédios e não nos animamos em ir ao Museu de Arquitetura de Alta Montanha para ver as múmias e então decidimos partir a pé até a estação do teleférico que fica a umas 8 ou 10 quadras do centro.
Apesar do forte calor, rapidamente chegamos à estação do teleférico, nos hidratamos e descansamos um pouco curtindo a bela arquitetura do lugar, pagamos o ingresso e subimos para apreciar a cidade de um ponto de vista diferente.
È possível chegar ao topo do Cerro San Bernardo de carro ou de moto, mais acho que vale muito a pena ir de teleférico. Lá existe infra-estrutura completa para turistas, restaurante, bar, banheiro, além de feirinha de artesanato.
Estávamos aproveitando o lugar, batendo fotos quando vi duas Falcon equipadas para viagem subir a estrada e pararem do outro lado do local, então eu e o Marino fomos ver. Eram dois Argentinos de Buenos Aires que estavam viajando pelo norte do pais, conversamos por um tempo com eles que se mostraram bastante curiosos em relação à XRE, depois pegamos o teleférico para voltar a cidade.
A essa altura já se aproximava o horário do almoço e ficamos espantados pois a cidade estava vazia e o comércio de portas fechadas, aí lembramos que naquela região da Argentina o povo aproveita para fazer a cesta, devido ao forte calor do meio do dia. Assim a cidade para na hora do almoço e retorna a atividade depois da 16:00hs e o comercio funciona normalmente até às 22:00hs.
Encontramos um restaurante típico da Argentina e por insistência do Carlos entramos para experimentar a tão famosa “Parrilada”, acompanhada de uma”Quilmes 1890”, de minha parte gostei tanto da cerveja que lembre a Brahama como da Parrillada que além das carnes oferece uma variedade de miúdos de boi grelhados, os amigos não gostaram e o chinchulim que nada mais é que a tripa do boi, virou gozação no resto da viagem, pois tudo virou chichulim.
Outro acontecimento foi termos feito amizade com uma jovem turista argentina a Celeste que mora na cidade de Córdoba, garota meio maluca e muito divertida, boa companheira de boteco, fã de rock dos anos 80, muito articulada e que à noite nos acompanhou ao Paseo Balcarce.
Saindo do restaurante, aproveitamos para comprar umas lembranças na única loja aberta e depois voltamos ao Hostel para descansar da parrillada, à noite curtimos mais uma vez o Paseo Balcarce, onde tivemos a oportunidade de saborear “una docena de empanadas de lhama” empurrada para baixo por mais alguns litros de “Cerveza Salta”.
Voltamos mais cedo para o hotel, pois no dia seguinte iríamos cruzar a grande montanha e chegaríamos a San Pedro do Atacama. De saldo essa parada em Salta no deixou a nítida impressão de que se esse fosse o destino da viagem ela já teria valido a pena.
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17 de Novembro – 3º Dia de viagem.
O nosso terceiro dia de viagem começou encontrando o amigo Carlos que não quis esperar por nós em seu hotel de modo que mal tínhamos acabado de arrumar as coisas nas motos e ele já estava lá.
Pagamos a conta do Hotel Presidente (o qual recomendo) e partimos, nosso destino do dia seria a cidade de Salta a 650km de distancia. Nos vários relatos que li, esse trecho sempre foi descrito como sem atrativos, mais é o caminho mais curto para San Pedro de Atacama.
A manhã de domingo estava ensolarada e estava prometendo forte calor, rodamos alguns kilometros e chegamos à rotatória em Avia Terai, que divide o caminho, quem vira a esquerda vai rumo Santiago del Estero e quem vai reto segue para o meio do Chaco.
A estrada vai em uma reta só a uma altitude de mais ou menos 90 metros sobre o nível do mar, não tem curas, nem subidas ou decidas, a vegetação é bem feia, tipo um campo cerrado com arvores baixas e espinhosas e tudo é bem seco, disseram que fazia seis meses que não chovia na região, o asfalto é de boa qualidade e tem uma tonalidade diferente, meio alaranjada, que me chamou a atenção eu achei bem bonito, a medida que vai se afastando de Presidência o tamanho e vigor das propriedades as margens da estrada vai diminuindo e o cenário vai ficando mais pobre. Por ser domingo o movimento era pequeno e bem de vez em quando ultrapassávamos ou éramos ultrapassados por alguém.
UM lado.
O outro lado.
À medida que íamos adentrando no Chaco, percebemos como tinha sido acertado esticar o segundo dia até Presidência, pois somando-se os 150km percorridos na noite anterior aos 650km de hoje, teríamos 800km dessa monotonia.
Dizer monotonia é força de expressão, pois viajar de moto em uma estrada com animais soltos na pista não da tédio em ninguém. Lá tem, bois, cavalos, burros, cabras, ovelhas, porcos e galinhas soltas na pista em grande quantidade. No inicio parávamos, mais com o tempo vai-se acostumando aí só se diminui a velocidade e vai para a outra pista, vimos muitas carcaças de animais atropelado e de alguns caros destruídos. Seguíamos com muita atenção e às vezes quem vinha na frente fazia sinal com a mão e o grupo parava na pista para esperar um rebanho cruzar de um lado para o outro.
Tocamos até a cidade de Pampa del Inferno aí paramos para bater umas fotos, como havíamos rodado bem pouco decidimos abastecer mais para frente, em Pampa de los Guanacos e aproveitamos para almoçar e nos refrescar no ar condicionado do restaurante que fica no posto, se não me engano o posto chama-se “Refinor”, a temperatura do lado de fora era de 38ºC e eu fiquei imaginando em Janeiro ou Fevereiro como aquilo deve ser.
Conversando com um motorista de caminhão fomos alertados que encontraríamos cerca de 50km de asfalto em mal estado nas proximidades da cidade de Monte Quemado e que a quantidade de animais soltos na pista nessa região era bem maior.
Eventualmente passávamos por postos da Policia Caminera, mais não fomos parados em nenhum. As pequenas cidades estão espalhadas pelo caminho em distancias que variam de 30km a 50km todas tem posto de gasolina, restaurante e algum tipo de acomodação, de modo que não é o fim do mundo como comentam.
Rodamos mais uns 120km e paramos novamente em Monte Quemado, nos hidratamos e abastecemos as motos. Mais um tiro e paramos em Joaquin V. Gonzales, onde não encontramos combustível. A essa altura a paisagem já começava a mudar a altitude aumentou um pouco e a vegetação se tornou mais verde e bonita, algumas belas propriedades agrícolas com grandes maquinários e algumas plantações de soja e girassol. Como ainda tínhamos bastante combustível tocamos sem preocupação até Ceibalito, onde abastecemos em um bom Posto YPF, alias essa marca na Argentina é sinônimo de qualidade nos serviços.
Ao sairmos da cidade, observei uma imensa cadeia de montanhas no horizonte e fiquei emocionado, pois pensei que aquela era a minha primeira visão da cordilheira, fique meio chateado pois não consegui bater uma foto bacana, mais depois descobri que aquelas montanhas eram na verdade uma serra que fica antes de Salta.
A tarde já se estendia e depois das 18:00hs chegamos ao fim da RN16, num entroncamento sem graça viramos a direita e seguimos em direção a Salta na excelente RN09. Fizemos uma última parada na sombra de uma arvore e depois tocamos direto até Salta.
Numa praça de pedágio aproveitei para marcar no GPS o endereço do Hostel que havíamos reservado. O contratempo do dia foi termos nos separado na entrada da cidade, mais fiquei tranqüilo pois o Marino também estava com o GPS ligado e alguns minutos após eu ter parado a moto na frente do Hostel eles encostaram.
O nome do hostel que ficamos é Hostel Coloria e trata-se de uma casa de classe média, com uns 30 anos de idade, muito bem decorada, que nos leva de volta aos anos 80. a casa é bonita mais os equipamentos são antigos, é relativamente limpa e o atendimento mais ou menos, menos que mais, por termos ficado em um quarto muito pequeno com duas beliches achei que a economia não valeu a pena.
Ao planejar a viagem pensei em ficar duas noites em Salta para poder ter um dia livre para conhecer a cidade. Essa idéia se mostrou muito boa, pois vale muito a pena e acaba dando vontade de ficar mais tempo.
Pela primeira vez chegamos com luz do sol no destino e após arrumar as coisas e tomar um banho, saímos em busca de um lugar legal para tomarmos uma cerveja e podermos bater um papo sossegado e sem pressa. Pergunta daqui pergunta dali e um argentino nos indicou um lugar chamado “Paseo Balcarce”, que a princípio achávamos ser um bar ou restaurante e depois descobrimos que se tratava de um trecho de uma rua com um monte de bares e restaurantes, que servem uma infinidade de pratos típicos, regado a uma boa cerveja além de música e dança regional. Bem legal! Era o que estávamos procurando!
Escolhemos um bar na esquina e pedimos uma cerveja de litro chamada “Salta”, só para experimentar e a partir daí a Quilmes virou segunda opção. Ficamos curtindo o movimento no “Paseo” até um pouco mais tarde, pois no dia seguinte estávamos “de folga”.
Marshal® no Deserto do Atacama de XRE 300.
em Viagem de Moto: Relatos de Viagem
Postado
Olá amigo.
Na época, gastei algo em torno de uns R$ 1.500,00 me preparando no Brasil e uns R$ 2.500,00 na estrada entre combustível, hotel, alimentação e os passeios em San Pedro.
Detalhe é que na época a gasolina foi reajustada na Argentina e pagávamos US$ 0,99/litro, isso a gasolina de melhor qualidade, 100 octanas se não me engano.
blz?