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São Paulo - Rio de Janeiro(Miguel Pereira) via Rio-Santos


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Olá pessoal!

 

Conheci o site mochileiros em uma pesquisa para um mochilão que fiz em janeiro agora. Porém antigamente não saia de cima da bike fazendo curtas viagens de fim de semana nos entornos de São Paulo, quando em 2003 sai de férias e pude colocar em prática uma idéia que a muito vinha me cutucando. Decidi que iria de bike até a casa de uma tia no interior do Rio de Janeiro.

Assim sendo, comecei os preparativos, que nem foram tantos assim. Comprei um bagageiro comum desses de R$10, e fiz umas adaptações na minha bike para que ele ficasse bem fixado e suportasse o peso da bagagem. Nada que umas 2 ou três entortadas com alicate e novos parafusos resolvessem. Para prender bem a barraca e o saco de dormir nas laterais desse bagageiro, fiz uma espécie de rede com abraçadeiras plásticas, que impediam que a roda pegasse nesses equipamentos. Adaptação feita era só esperar pelas férias na semana seguinte!

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Não tinha planejado onde ficaria, mas a idéia era rodar 100km por dia para gastar no máximo 6 dias de estrada.

Assim sendo, no Domingo por volta das 7:00 sai da zona leste de São Paulo com destino a Ribeirão Pires, onde peguuei a Rodovia Indio Tibiriçá até Suzano, seguindo até Mogi e depois pela Mogi-Bertioga. Como nunca tinha passado pela Mogi-Bertioga a expectativa era grande para a chegada da serra até porque a bicicleta estava bem pesada e os freios a cantilever preocupavam.

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Mas tudo correu bem e por volta das 13:00 com 125km rodados alcançava a praia de Boiçucanga em Bertioga e decidi acampar ali. Negociando com o dono do camping, por R$5,00 teria direito ao local para a barraca e um chuveirão frio! Ótimo esse era o intuito da viagem! Um banho de mar para relaxar um pouco e depois de comer um PF, fui descansar na barraca. Mais a noite fiz um miojo com o fogareiro que tinha levado e fui dormir cedo, pois a idéia era sair as 6:00 no dia seguinte.

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Acampamento levantado as 7:00 seguia viagem agora com destino a Ilha Bela. Esse foi o trecho mais curto da viagem com menos de 80km, onde tive e fiz companhia a uma ciclista muito inusitada. Na subida da serra de Maresias encontrei com a Aurora, na época com 59 anos e que tinha saido de Tramandaí-RS e tinha como destino final Fortaleza-CEhttp://www.anoves.flogbrasil.terra.com.br/sobre.html Conversamos bastante e andamos um bom pedaço juntos e depois de Maresias, trocamos contatos e eu segui pois ela pararia ali por mais tempo.

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Chegando um pouco antes do almoço a Ilha, procurei um camping e novamente montei a barraca. Uma volta por alguns lugares próximos e descanso de novo e dormir cedo para seguir viagem no dia seguinte.

O próximo dia se revelaria o mais longo de todos. A idéia era dormir em Ubatuba, mas as hospedagens estavam muito caras e decidi ir seguindo. Almocei em um bar na beira da estrada e continuei viagem, pois me informaram que na divisa bem mais afastado do centro as coisas eram mais baratas.

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E assim foi. Parei na praia de Cambury das Pedras, última praia em território Paulista e lá consegui um camping rustico e baratinho. Porém como havia chegado tarde fui logo tomar um banho e descansar... acordei mais tarde na escuridão total e mandei um miojão pra dentro e fiquei conversando com um motoqueiro que iria embora no dia seguinte. Aliás para um cicloturista conversa não falta. Basta parar para pedir um copo d'água que a conversa logo se inicia: Ta indo pra onde?? Vem de onde??? É promessa??? rsrsrsrs

Assim feito iniciei o quarto dia da viagem, passando por Paraty e seguindo com destino a Angra dos Reis. O local de parada mais uma vez não me agradou, então almocei e decidi pedalar ate mais tarde de novo. Esse dia não foi o maior em kilometragem, mas foi sem dúvida o mais puxado. Depois de passar pelas Usinas Nucleares, tomei rumo Oeste na RJ-155 deixando para trás a Rio-Santos e seguindo sentido Lídice. Pelo mapa seriam mais 35km, porém isso era uma serra de mais ou menos 25km. Era possível ver os caminhões que passavam por mim buzinando, depois de 15 ou 20 minutos menores que uma formiga no alto da serra... E tome carboidrato em gel. Nesse ponto vi a desvantagem que foi não ter alforje na frente pois a bicicleta empinava muito. Depois de uns 15km subindo em asfalto, outra surpresa... Paralelepipedo úmido! Seguindo com calma por conta do peso da bike e depois de atravessar 2 túneis escavados em rocha e sem iluminação acabava a serra e com mais uns 5km alcançava o povoado de Lidice... Pensei comigo, e agora, onde tem camping?? e perguntando para um e outro, consegui achar uma senhora que alugava quartos, como pousadas por R$10! Com chuveiro quente!!! Dormi muito bem e descansei para o próximo dia.

Começo do quinto dia e fazia muito frio em Lidice, mas me garantiram que logo ia esquentar... ia nada, tive que pegar a blusa, pois estava congelando, apesar do sol que fazia. Segui rumo na estrada sentido Rio Claro e depois para Piraí, onde cruzei com o través da via Dutra (para quem vai de SP para RJ esse ponto está antes da serra das Araras) e segui as indicações do mapa que indicava estrada de terra dali até Paulo de Frontin. E nada de achar as estradas de terra, e depois de conversar com algumas pessoas descobri que todo o caminho estaria asfaltado. Ótimo, ganharia tempo e talvez conseguisse chegar em Miguel Pererira ainda nesse dia. Isso deu um fôlego extra e por volta de 12:00 já estava em Mendes onde almocei e fiz as contas: mais 40km e chegaria a MP.

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Não sei o que foi mas a adrenalina começou a agir e pedalei como um ciclista em fuga no Tour de France e mesmo com todo o peso por volta das 15:00 chegava ao meu destino com pouco mais de 580km rodados desde SP.

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Uma viagem que ficou na história para mim, pelo pioneirismo e carência de informações e também pela aventura que me representou. As paisagens foram as mais bonitas que já havia experimentado e a tranquilidade e liberdade são indescritiveis. Nada como vc ver uma quedinha d'agua na beira da estrada e parar para lavar o rosto e descansar..

Depois vou postar umas fotos aqui do trecho!

 

Abraços Cicloturistas!

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