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  1. Nenhuma viagem é idêntica e qual o nosso próximo destino? Ainda é incerto... Certeza mesmo é que a cada itinerário das viagens enxergamos o mundo com um olhar novo e inspirado. É como se fosse um mergulho profundo num mar desconhecido. Acreditamos que podemos sintetizar o planejamento de irmos a um destino tão controverso, na qual muitos não têm ou teriam coragem para realizar ou a oportunidade mesmo. A seguir compartilhamos aqui a experiência dessa viagem de março de 2024, em um relato e apara que os leitores do mochileiros.com façam suas impressões. __________________________________________________ → Malecón de La Habana e Hotel Nacional; → El Asturianito, El Capitolio Nacional, Passeio de Carro Super Clássico, Catedral de la Virgen María de la Concepción Inmaculada de La Habana, Hotel Ambos Mundos, Basílica de San Francisco de Asís, Habana Vieja, La Plaza Vieja, Hotel Raquel, Iglesia San Francisco el Nuevo e La Zorra y el Cuervo; → Castillo de la Real Fuerza de La Habana, Castillo de los Tres Reyes del Morro, Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, Museo de la Revolución, Antojos, El Modelo e Fábrica de Arte Cubano; → Varadero - Deslocamento por Vía Azul, Playa, igreja de Santa Elvira e Monumento a los Martires; → Doña Eutimia La Habana, Libretas, CADECA e Viagem Cuba para os EUA; → Deslocamento de Miami para Orlando, Disney Springs e Golden Corral; → EPCOT - Walt Disney World Resort; → Key West - Duval Street, Mallory Square, Southernmost Point e The Cable Hut; → Miami - Passeio de Barco em Biscayne Bay, hospedagem em Miami Beach e extras.
  2. A PARTIDA O embarque aconteceu as 01:40 da manhã do dia 26/01/2019, com o vôo realizado pela empresa Copa Airlines, itinerário: Salvador/BA (SSA) x Havana (HAV), escala na Cidade do Panamá (PTY), com a duração de 09h entre a cidade de Salvador/BA até a Cidade do Panamá. A partir da Cidade do Panamá foram mais 02h de vôo até Havana, com a previsão de chegar as 10:20 da manhã deste mesmo dia. DIA 01. 26/01/2019 – sábado Cidade: Havana | Província: Havana Chegada no horário pontual, as 10:20. Nesse primeiro dia Graziela e Eu passamos uns perrengues para ser liberados do aeroporto internacional Jose Marti, devido aos funcionários serem “complicados”. Trocamos dinheiro na CADECA do aeroporto, comprando CUC e CUP. Saímos do assédio dos taxistas, que cobram 25 CUC até o centro da cidade. Depois de muita espera conseguimos embarcar em um ônibus coletivo, que passa a cada 1h, desembarcando no terminal 1. Caminhamos mais 1 km até Av. Rancho Boyeiros, onde o ônibus da linha P12 estava parado na sinaleira. Corremos e conseguimos embarcar, pagando o valor de 20 CUP nas duas passagens. A passagem custa 0,40 CUP, mas em Cuba não se da o troco quando paga valores altos, sempre deve pagar com o dinheiro trocado. Do Aeroporto até o centro de Havana é uma distância considerada, 26 km aproximadamente, com duração de quase 1h. No Centro de Havana seguir com Graziela até a R. Hospital (Calle Hospital), me hospedando no Albergue Hammel. Paguei 03 diárias, cada dia saindo 5,20 CUC, por pessoa. Inicialmente achava que o albergue é a hospedagem mais econômica para duas pessoas (me enganei). Nesse primeiro dia não sair, apenas fui almoçar e descansar. Um bom lugar para almoçar é na Rua Calzada de Infanta, localizada no centro da Cidade. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Ao trocar dinheiro na CADECA peça o favor a funcionária para inserir cédulas de 1CUP, facilitando o transporte nos ônibus coletivos. 2- Quando embarcar no primeiro ônibus que sair do Terminal 3 do Aeroporto Internacional José Marti, desembarque na Av. Rancho Boyeros que é a referência. A parada de ônibus é após o terminal 1 do aeroporto. Os ônibus para a Centro passam na margem oposta do desembarque. 3- Em Havana possuem muitos arrendadores em divisa (casas particulares de família). Se for sozinho priorize os albergues, mas se for a partir de duas pessoas priorize as casas. 4- Os paladares e serviços em Havanas estão no Centro da Cidade. A referência é a Calle Calzada de Infanta. DIA 02. 27/01/2019 – domingo Cidade: Havana | Província: Havana Nesse segundo dia em Havana acordei cedo com Graziela e iniciamos a caminhada pelo Malecon (orla), passando pela Praça Maceo e a frente da Fortaleza (não entramos porque paga uma taxa de 5 CUC, por pessoa), o bairro da Havana Velha, a Catedral, o bar bodeguita del médio, o Capitólio e o bairro Chino. No final da tarde o tempo fechou e caiu uma forte chuva. Voltamos para o albergue e ficamos recolhidos para no dia seguinte. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Tome café nos paladares. O café da manhã dos cubanos é pizza com cafezinho. Peça logo uns 05 cafezinhos que da um copo cheio. Não estranhe quando um cubano parar e ficar surpreso, os cubanos pensa que um copo de café é ruim para a saúde. 2- Em cuba a higienização não é das melhores. A Pizza mesmo se come na mão e as xícaras de café passam uma água e pronto! Com o tempo se acostuma. 3- Para vegetarianos e veganos a única opção é o Arroz Congri ou macarronada. Na maioria dos cardápios os cubanos possuem a prática de temperar com presunto. 4- Leve uma sacola de pano para acomodar os alimentos que compra e os pães, pois a maioria dos estabelecimentos em Cuba não tem sacolas. Os poucos que possuem cobram pela sacola de plástico. DIA 03. 28/01/2019 – segunda-feira Cidade: Havana | Província: Havana Nesse terceiro dia, depois de uma noite desafiadora para dormir, devido as fortes chuvas e a queda de energia, acordei com a noticia do tornado que aconteceu em Havana, matando quatro pessoas. Quando sair com Graziela, para iniciar mais um dia de caminhada por Havana, percebi o que é um luto oficial. As casas com panos pretos, lojas fechadas e ruas vazias, população abatida e bastante comovida. Seguimos pela Av. Simon Bolívar até visualizar a Plaza da Revolução. A frente da praça está localizado o monumento Jose Marti. Para conhecer a parte interna do monumento Jose Marti paga uma taxa de 5 CUC, por pessoa. Claro! Não fui. Deixa para os dias finais, se sobrar dinheiro. No dia seguinte o destino é a Baía dos Porcos, localizada na Cidade de Cienaga de Zapata, Província de Matanzas. A Via azul está uns 3 km de distância, segundo o aplicativo MAPS.ME. Conversei com Graziela e fomos a pé, conforme orientação do aplicativo. Comprei a passagem no valor de 13 CUC, por pessoa, com destino a Playa Larga, nosso próximo destino e local para dormir. O guinche da Via Azul, na Cidade de Havana, está em frente ao Zoológico. A noite fomos conhecer a Universidade de Havana. Para nossa surpresa, nesse dia estava ocorrendo um evento sobre a nova constituição de Cuba em frente da universidade. Graziela e Eu fomos convidados por um funcionário a nos retirar por um funcionário, pois o evento é exclusivo para cidadãos cubanos. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Existe a opção de ir utilizando o ônibus coletivo para a Plaza da Revolução. As linhas são a P16 e a P12. 2- Para a Via Azul, que fica longe do centro, é aconselhável a pegar o ônibus coletivo da linha A27. 3- O MAPS.ME é um aplicativo que funciona sem a necessidade de está conectado com a internet e a maioria dos pontos e trajetos estão atualizados. DIA 04. 29/01/2019 – terça-feira Cidade: Cienaga de Zapata (Playa Larga) | Província: Matanzas A partida do Centro de Havana, até o terminal da Via Azul, foi de ônibus coletivo da linha P27, embarcando no ponto localizado na Rua Calzada de Infanta. O ônibus só passou as 06:00 da manhã, chegando ao terminal no horário limite do embarque, as 06:40 da manhã. Embarquei com Graziela em um ônibus da Via Azul simples, com o ar-condicionado muito forte, sem cinto de segurança nas poltronas e um banheiro que não funciona. Acredito que ele só tava me esperando para sair. A viagem durou por 3 horas, com uma parada em um ponto de apoio (tudo com valores altos) na Cidade de Jagüey Grande. Chegamos em Playa Larga as 09:45 da manhã, desembarcando na rotatória principal da localidade. Em Playa Larga fiquei hospedado na Casa Cezar, uma indicação feita pela dona do Hostel Hammel, dando a palavra com os donos da casa Cezar através de contato por telefone. O quarto disponível está nos padrões que o Governo de Cuba exige, bem estruturado e composto por duas camas de casal, ar-condicionado, banheiro com chuveiro quente, uma TV, um guarda roupa, uma banca com espelho e um frigobar com itens disponíveis para venda (cerveja, suco, refrigerante e água) Nesse primeiro dia fiz uma grande caminhada entre Playa Larga e o mangue, localizado após a Praia Caleton. A Praia Larga, localizada a direita do centro, possui piscinas de águas cristalinas, formada entre corais. Mais adiante está a praia principal, com grande faixa de areia e poucas barracas, águas calmas e menos transparentes. A esquerda está localizada a Praia Caleton, de águas calmas e mais escuras. Nessa praia existe uma espécie de siri enorme e bravo. Sofri dois ataques doloridos. Em Playa larga é um pouco complexo achar um local legal para se alimentar. Graziela e Eu tivemos muita dificuldade em encontrar, o que salvava eram os poucos paladares simples, localizados na margem da estrada. Apelidamos de “biboquinhas”. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Saia da “rede de arrendadores”. 2- Procure casas um pouco afastada da praia, são mais barata e o conforto é o mesmo. 3- Após a Playa Caleton existe um criadouro de crocodilo, ficar esperto porque ao lado tem uma área aberta de pântano. 4- Nas praias de Playa Larga existe um pequeno mosquito que morde, provocando coceira e ardência. Levar repelente. 5- Em Playa Larga existem poucas opções para comer. 6- A Baía dos Porcos é a Região mais relevante de Cuba a respeito da História da Revolução. 7- Na Playa Caleton tem uma espécie de Siri grande, que avança. DIA 05. 30/01/2019 – quarta-feira Cidades: Cienaga de Zapata (Giron) e Cienfuegos| Províncias: Matanzas e Cienfuegos Acordei as 06:30 com Graziela e ajustamos as mochilas. Fomos à rua tentar tomar café, sem sucesso. Tudo fechado. O único local aberto foi um paladar na entrada do Centro de Playa Larga, que só vende pizza. Para nosso azar o rapaz pediu para aguardar porque estava preparando uma dezena de pizza por encomenda. No centro fomos até uma delegacia para saber como chega até a localidade de Giron, o Policial orientou que sai um ônibus coletivo as 09:00 da manhã da rotatória da praça. A Passagem custa 5 CUP, por pessoa. Passou as horas e não deu tempo de comer a pizza. As 09:00 despedir da esposa do Sr. Cezar e embarquei no pequeno ônibus, lotado, com destino a Giron. Uma senhora cubana nos ajudou a embarcar, colocando em um local para acomodar a mochila cargueira e a menor que levei. Fomos informados que a passagem é paga quando desembarca. A paisagem é fantástica, a estrada que leva até Giron vai margeando toda a Baía dos Porcos. Águas cristalinas e azuis se destacavam. Passamos em uma das localidades em que os moradores de Playa Larga informaram que considera o mais fantástico da Região, conhecido pelo nome de Cueva De Los Peces. Do ônibus já dava para visualizar a água azul piscina, típica caribenha, mas não fui até lá. A barriga começou a “reclamar”, pois sair sem tomar café. O percurso de Playa Larga até Giron durou 45 minutos, quando desembarquei e fui pegar a carteira para pagar as passagens o motorista acelerou o ônibus e foi embora. Fiquei um pouco sem reação, pois não paguei as passagens que totaliza 10 CUP. Á área urbana de Giron é bem maior que Playa Larga, com mais estrutura. O que me chamou a atenção é a quantidade de arrendadores em divisa, perdi a conta. No trevo caminhei sobre um forte sol, carregando a mochila cargueira. Graziela carregava as duas mochilas menores. Passamos pela frente de um mini-shopping e um museu, com um grande avião na entrada, chamando a atenção. No horário em que passamos estava fechado e resolvemos seguir. No final da rua existe um hotel, caminhei pela esquerda e cheguei até uma bela praia, conhecida pelo nome de Los Cocos. Nesse quinto dia destaco que a Praia Los Cocos foi a mais bela que visualizei e me banhei, a clássica caribenha. O melhor é que tinha poucas pessoas, a maioria parecia ser de nacionalidade de italianos. Larguei as mochilas na areia, troquei de roupa atrás de uma amendoeira e fui me banhar. Graziela fez a mesma coisa. A esquerda caminhamos pela faixa de areia e pelo fundo do hotel, saindo na famosa e histórica Praia de Giron. Foi nessa localidade que Fidel Castro derrotou os Estados Unidos em 1961, após a invasão planejada pelo Presidente Kennedy. A praia não é muito bela, existe uma construção imensa, parecendo um muro, feita de concreto, que se estende pelas águas da Praia de Giron. As águas não são cristalinas, mas são quentes e calmas. Na praia possui algumas barracas, mas só tinham 04 visitantes, desanimando os vendedores. Fiquei na faixa de areia, na sombra de um coqueiro e curtir a paisagem com Graziela. Já passava das 11:30 e a fome “apertou” de vez. Deixei Graziela em um ponto de ônibus e fui procurar um local para comer. Acredite! Em Giron é pior que Playa Larga para encontrar um local popular para comer, só visualizava arrendadores em divisa e dois restaurantes de turistas. Para minha sorte encontrei um contêiner que é uma pizzaria e comprei uma pizza de legumes no valor de 2 CUC. O valor foi caro, mas era a única opção. Levei para Graziela e nosso almoço foi uma pizza média e água. No mini-shopping, em frente ao museu, está um guinche da empresa Via Azul. Comprei duas passagens para a Cidade de Cienfuegos, cada uma no valor de 7 CUC, no horário das 14:35. Embarquei com Graziela no ônibus da linha: Havana x Santiago de Cuba, no horário pontual. A viagem durou 1h e 10 minutos até Ciudad de Cienfuegos. No terminal rodoviário fomos abordados por um rapaz oferecendo hospedagem. Como “quebrei” a rede de arrendadores em Playa Larga, comecei a negociar os valores das hospedagens. No planejamento o valor máximo é 15 CUC. O rapaz fez a proposta oferecendo o valor máximo para mim e comecei a fazer a contra proposta e fechamos em 12,50 CUC pela diária do quarto. A Casa é da irmã dele, a Sra. Mariela. Fomos recebidos por ela e nos tratou super bem. Conhecemos sua família e ela ficou feliz por hospedar os primeiros brasileiros em sua casa, pois ela é fã das novelas brasileiras, programação predileta dos cubanos. A casa fica no centro da cidade, perto de tudo. Isso é bom que faço tudo a pé e aproveito para conhecer a cidade com mais detalhes. Nesse quinto dia não estava com tanta disposição, pois fiquei com fome, viagem cansativa, sol no rosto o dia todo e mais fome, priorizamos em comer e comprar pães para a noite. O almoço foi fácil em achar, tendo vários paladares na Avenida Passeo El Prado, principal da Cidade. Entretanto, na padaria ficamos duas horas para comprar pães que são bastantes disputados. E para piorar, em Cuba não tem aquela fila padrão, sendo que a pessoa chega e pergunta: “quem é o último?” e tem aquela pessoa que respondeu como referência. Ai fica a pergunta: existem os “furadores de fila”? Claro! Tanto que dois tentaram furar a fila e a própria população que estava aguardando enquadraram e disse que ia chamar a polícia. Pense! Chamar a policia para organizar a fila do pão. Pois é, o cubano tem medo da policia, parecem ter pavor. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se puder conheça a Cueva de los peces. 2- Em Giron conheça o museu. 3- A praia de Los Cocos é a mais bonita da Região. 4- Assim como em Playa Larga, Giron possui poucos locais para se alimentar. 5- O transporte só tem via azul ou taxi, o guinche da empresa fica no mini-shopping. 6- Em Giron existe uma CADECA, localizada no mini-shopping. DIA 06. 31/01/2019 – quinta-feira Cidade: Cienfuegos| Província: Cienfuegos Tempo bom em Cienfuegos, com a manhã ensolarada e quente. Sair bem cedinho com Graziela e fomos tomar café da manhã no centro comercial, localizado a duas ruas da casa em que estamos hospedados. Em Cienfuegos experimentei o pão de manga, que para minha surpresa ficou muito saboroso com o café. As pessoas que nos observava começara a puxar assunto e alertava sobre o café, dizendo que a bebida é prejudicial à saúde. Em Cuba as pessoas bebem uma pequena xícara. Graziela e Eu bebemos um copo grande de café. Claro! Os cubanos que observavam ficavam “espantados”, ou até mesmo “assustados”. Seguimos para o terminal rodoviário e compramos a passagem com destino a Playa Rancho Luna. Nessa compra conhecemos a “malandragem cubana” de querer cobrar um valor a mais e a recusa de devolver o troco. O valor oficial informada pela funcionária da rodoviária é de 1 CUC, sendo que minha menor cédula era de 3 CUC e como o total vai dá 2 CUC (pela ida e volta), vai sobrar 1 CUC de troco. O Valor é cobrado dentro do veículo, porque é particular. Quando entreguei a cédula o cobrador, fui informado por ele que não tinha como devolver o troco e que estava me ajudando, pois, segundo ele, “estrangeiros não podem utilizar os serviços que os cubanos usam e caso utilizem devem pagar a mais”. No inicio, como não conhecia muito, aceitei. Mas isso é mentira e alerto a você que está lendo e for para o País. Não caia nessa conversa, é tudo “treta”. A viagem foi em um ônibus urbano velho e lotado, de propriedade particular que tem a autorização para fazer essa linha. O percurso durou 35 minutos até Rancho Luna, no desembarque o cobrador informou que o ultimo horário é as 16:40. A Praia Rancho Luna é formada de águas calmas, cristalinas, com uma tonalidade mais escura, não sendo uma praia clássica caribenha. Sua faixa de areia é pequena, menos de 1 km. Possui poucas barracas que oferecem serviços e existem alguns sombreiros feitos de palha que ajuda o visitante a descansar. Apesar da temperatura passando dos 32°C e o calor forte, as águas da praia Rancho Luna estavam geladas. Banhei-me com Graziela e observamos alguns peixes ao nosso redor. A água é muito cristalina que possibilita visualizar ao fundo sem a necessidade do mergulho. Junto com Graziela caminhei do farol até o manguezal, totalizando quase 2 km (só a ida). Não deu para prosseguir devido a vegetação de mangue densa. Na praia tinha poucos freqüentadores, a maioria branca, mas tão branca que estavam ficando com a pele rosa. Graziela e Eu já estávamos desconfiando que as pessoas (cubanos e estrangeiros) nos observavam achando que éramos cubanos, devido as nossas características. Já começávamos imaginar a usar a nosso favor. As 16:00 fui para a parada de ônibus aguardar o veículo. Ele passou as 16:10, indo até o final de linha Fe fazendo o retorno. Decidir com Graziela embarcar para poder viajar sentado, já que são quase 20 km de distancia. Meu almoço foi pizza com macarrão e molho de tomate, uma loucura. Repetir o prato e bebi uma limonada para “inchar”, quero ver a barriga “reclamar” agora. A noite fui com Graziela até uma feira de artesanato, comprei uns objetos e conversei por vários minutos com o vendedor sobre assuntos políticos, históricos e sociais de Cuba e do Brasil. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Não caia na conversa de que turista não pode usar serviços dos Cubanos. Uma das poucas coisas restritas são os ônibus da EON. Isso é verdade porque são do governo. 2- A passagem na rodoviária para Rancho Luna custa 1 CUC, aconselho a embarcar fora do terminal rodoviário, deve ser bem mais barato. Observei pessoas pagando em CUP 3- A praia Rancho Luna, apesar de não ser clássica caribenha, é bonita, valendo está no roteiro. 4- Se for para praia aconselho a levar o seu lanche e o que necessitar para se alimentar. 5- Ficar atento com o horário da volta do ônibus. Caso perca, terá que negociar com o taxi coletivo e são pessoas difíceis de barganhar. DIA 07. 01/02/2019 – sexta-feira Cidade: Cienfuegos| Província: Cienfuegos Hoje o dia está frio, tentei visualizar o nascer do sol da área de serviço da casa, que tem uma bela vista da Baía de Cienfuegos, mas sem sucesso. Uma grande nuvem predominou e cobriu o nascer do sol. No café da manhã, após uma conversa com Graziela, decidimos conhecer os bairros e monumentos da Cidade de Cienfuegos. A área urbana foi constituída por franceses, possuindo moldes de construções orientados pelos colonizadores da França. Na Avenida Passeo el Prado os estabelecimentos e as casas são todas nesse formato. No ano de 2005 a Cidade de Cienfuegos foi considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO. Conhecemos a Avenida 54, conhecida pelo nome de Bolevard, devido à concentração de lojas, sendo algumas de luxo. Fomos abordados várias vezes por pessoas oferecendo a tarjeta de Internet. No Centro Histórico da Cidade estão as principais atrações: prédios, teatro, palácio, monumento do arco e praças, de tudo e mais um pouco. Não entrei em nenhum dos estabelecimentos mencionados, pois todos pagam taxas e nesses dias iniciais não faz parte do planejamento o gastos com essas taxas, lembrando que todas são cobradas em CUC. Curtir muito as praças Direcionei-me com Graziela a sul da Cidade e conheci o Malecon (a orla), não propicia ao banho, mas com uma paisagem bonita e vista para a Baía de Cienfuegos. Ao final está o bairro da Punta Gorda, um local das residências grandes, chamativas, considerado um bairro de alto padrão residido pelas famílias mais ricas da Cidade de Cienfuegos. Ao final existe um píer que possibilita uma bela vista das serras ao fundo do mar. Graziela e Eu descansamos em um pequeno coreto próximo do píer, ficando no local por vários minutos e observando as águas calmas da Baía de Cienfuegos. Após almoçar, Graziela fez um pedido em conhecer o hospital universitário, referência em saúde básica. No local se visualiza pessoas de várias nacionalidades. O prédio é imenso, apesar de ser antigo está conservada. O local é bem arborizado. Na volta visualizamos o pôr do sol na área portuária, após caminhar por vários minutos debaixo de um sol escaldante. A frente se encontra um belo prédio azul, que é a aduana de Cienfuegos. Infelizmente presenciamos a morte de um gato afogado. Duas crianças chegaram a pular na água suja e funda do porto para salvar o animal, sem sucesso. Graziela começou a chorar e fiquei bastante emocionado e com muita raiva ao ver o corpo do gato boiando. A cena do gato com os olhos arregalados olhando para mim e gritando não sai da minha cabeça. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se tiver uma grana e quiser conhecer o interior dos monumentos de Cienfuegos é bom. 2- Tente visualizar o nascer do Sol na Baía de Cienfuegos e o pôr do sol na área portuária. 3- A tarjeta de internet é fácil de comprar na Avenida. 54, o Boulevard de Cienfuegos. 4- O hospital universitário está localizado na Cidade. Pessoas de todas as nacionalidades vêm para esse Hospital se especializar em saúde básica e estudar medicina. DIA 08. 02/02/2019 – sábado Cidades: Santa Clara e San Juan de Los Remédios| Província: Villa Clara As 04:30 despedir de Mariela e seguir com Graziela ao terminal rodoviário, hoje será nossa primeira viagem de caminhão (batizei de guaguona). Esperamos poucos minutos e embarcamos em um caminhão bem antigo, mas conservado, estilo “pau de arara”, com bancos de metal duros e desconfortáveis. O valor da passagem saiu 20 CUP, por pessoa. Poucos minutos já estava lotado. As 04:50 o veículo partiu com destino a Cidade de Santa Clara. Eu tenho um problema de saúde chamado Cinetose, conhecido como transtorno de movimento. O caminhão tava lotado e forrado de lonas porque ventava muito e fazia frio, entretanto me sentia abafado e comecei a abaixar a cabeça e isso é terrível para mim. Poucos minutos já estava com sensação de vômito e tontura. Graziela me deu um apoio psicológico e me ajudou até chegar a Santa Clara. Já percebi que viajar de caminhão são “para os fortes”, e mesmo com esse transtorno irei continuar viajando. A duração foi de 1h e 10 minutos, chegando ao amanhecer no terminal de apoio dos caminhões provinciais de Santa Clara, por volta das 06:00. Tomei um café com Graziela e caminhamos ao terminal provincial principal. Nosso destino final é a Cidade de San Juan de Los Remédios, onde pretendemos passar dois dias. Mas antes de embarcar irei ver a possibilidade de conhecer o mausoléu de Ernesto Chê Guevara e o museu que está ao lado. Além disso, ver se é possível conhecer a Plaza da Revolução da Província de Villa Clara. Cada Província possui sua praça da revolução, acredito que todas constituídas nas capitais das províncias. As mais conhecidas são a de Havana e de Santiago de Cuba. Por enquanto só conheci a de Havana. A caminhada ao terminal provincial foi de 10 minutos, mas o sol castigava. Chegamos por volta das 08:00, pois fizemos uma parada para tomar café. Para nossa surpresa, o ônibus para Cidade de Remédios parte as 10:00 da manhã, só restando duas horas para conhecer o nosso atrativo em Santa Clara. Pesquisei no MAPS.ME e observei que o monumento de Chê Guevara está a 1,1 km do terminal. Chamei Graziela e ela topou em arriscar ir a pé e conhecer. Seguimos debaixo de um sol forte e em 15 minutos chegamos. No local visualiza uma grande estatua de Chê Guevara e suas frases estampadas nas paredes. Dizem que abaixo do monumento estão os seus restos mortais. O local, todo revestido de granito, com a carta que ele fez a Fidel. A Frente está a imensa Plaza da Revolução, mas sem nenhuma árvore. O sol estava de “rachar na cabeça”. Ao fundo está o museu e o cemitério, que só abre as 09:00 da manhã. Resolvi arriscar com Graziela. As 09:00 uma funcionária pede nossos passaportes e diz que a taxa é facultativa. Segundo soube que as pessoas dos Estados Unidos, independente da sua posição política, não podem entrar no museu, por isso a solicitação do passaporte. Na portaria avisei que não iria pagar a taxa, sendo obrigado a deixar as mochilas no local e posteriormente fui liberado com Graziela. Na saída da portaria está uma imensa maquete da Sierra Maestra, detalhando a organização das frentes libertadoras da revolução Cubana. A obra é bem feita com riqueza de detalhes, fiquei encantado. No interior do museu estão objetos usados por Chê Guevara, destacando: documentos, roupas e fotografias. Existem quadros com palavras contando um pouco da sua história e a sua participação na revolução. O espaço interno do museu é bem estruturado e organizado. Infelizmente a passagem foi rápida, por conta do horário. No final fui com Graziela até o cemitério, localizado ao lado do museu. Lá estão enterradas as pessoas que participaram das frentes libertadoras na revolução cubana de 1959. Regressamos e embarcamos no ônibus para a Cidade de San Juan de Los Remédios, no horário das 10:00. A passagem custou 2 CUP, por pessoa, em um veículo estranho, sanfonado, parecendo que foi emendado duas carrocerias. Pelo menos as poltronas eram confortáveis. A viagem durou 1h, com uma única parada na Cidade de Camaranji. Desembarcamos no pequeno terminal rodoviário da Cidade de San Juan de Los Remédios as 11:00. Na saída, pela própria garagem, o ônibus que viajei quase me atropelava. Um rapaz passou na hora e começou a rir, que sacana! Caminhei com Graziela a procura de uma casa para nos hospedar. Na primeira e segunda os preços cobrados estavam acima de 15 CUC, na terceira conseguimos conversar e fechou o valor de 15 CUC, acertamos duas diárias na casa da Dra. Lilian. A Casa de Dra. Lilian é estilo colonial. Muito conservada, grande e arejada, é uma atração a parte. Pensado bem, vale os 15 CUC. Acho que no Brasil essa casa já teria sido tombada pelo IPHAN. Ficamos hospedados em um dos quartos, sendo que na casa possuem três e um já estava ocupado por um casal dos Estados Unidos. A Lilian conversou conosco e puxou muito assunto quando descobriu que somos brasileiros. Até uma merenda foi oferecida, sem custos. Em Cuba deve cismar quando se oferece algo. Isso foi alertado em todos os relatos que li, inclusive dos “perrengueiros”. Na mesma rua da casa da Dra. Lilian está localizado o paladar La Colonial, onde um prato do almoço custa 8 CUP. Graziela e Eu pedimos 04 pratos, todos eles de arroz congri com salada. Sair satisfeito. No final da tarde, na praça principal, um rapaz no abordou oferecendo taxi coletivo para o Cayo de Santa Maria, nosso próximo destino, cobrando 10 CUC, por pessoa. Aceitamos a proposta e marcamos para as 09:00 da manhã do dia seguinte. A noite conhecemos, rapidamente, algumas ruas da pequena Cidade de San Juan de Los Remédios e sua praça, atrativo principal. Mas voltei para casa cedo porque estava cansado e com muito sono. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se tiver disponibilidade de poucos dias em Cuba, pode fazer esse roteiro para conhecer as duas cidades em um único dia. 2- A passagem de caminhão custa 20 CUP, enquanto a via azul custa 7 CUC. 3- Para acessar o museu é obrigatório apresentar o passaporte. 4- Do terminal provincial de caminhões, ou até mesmo no principal terminal, da para ir caminhando até o monumento de Ernesto Chê Guevara, localizado na Cidade de Santa Clara. 5- A Cidade de San Juan de Los Remédios é a que possui o menor custo de todas as visitadas e uma das mais tranqüilas e sossegadas em conhecer. 6- A Dra. Lilian é uma das casas que indico e que vale apena se hospedar. 7- Se for para o Cayo de Santa Maria a melhor Cidade para se hospedar é San Juan de Los Remédios, distante 70 km. DIA 09. 03/02/2019 – domingo Cidade: Caibarién (Cayo de Santa Maria) | Província: Villa Clara Hoje é um grande dia, principalmente para Graziela. Um dos principais objetivos delas, nessa viagem em Cuba, é conhecer os Cayos (ilhas), onde estão localizadas as praias clássicas caribenhas. Cheguei até acordar cedo, mas as lojas na Cidade de San Juan de Los Remédios só abre as 09:00. Fiquei aguardando com Graziela para tomar café e comprar água. As 09:30 embarcamos em um taxi coletivo, um Chevrolet conversível, anos 1950, branco, bem conservado e bonito. Mais um casal, que parecem ser de algum País da Europa, embarcou conosco. Esse belo e clássico carro pertence ao Luis, que vai levar e trazer até o Cayo de Santa Maria, cobrando o valor de 10 CUC, por pessoa, pela ida e volta. Passamos pela Cidade de Caibarién e um imenso Pedraplan, uma construção feita com um amontoado de rochas compactadas no mar, sendo posteriormente planada e asfaltada. Nesse trecho parece que o pedraplan está “flutuando no mar”. Durante o trajeto observei que as margens são rasas. O Pedraplan do Cayo de Santa Maria possui 48 km de extensão. Chegando ao Cayo de Santa Maria, Luis fez uma pequena parada para mostrar uma lagoa onde se concentra os flamingos. Quando chegamos visualizamos centenas deles, que estavam se banhando com a luz do sol. As 10:30, após uma hora, chegamos a uma localidade de Las Terrazas, onde o casal europeu desembarcou. Seguir com Graziela e desembarcamos no inicio da trilha da Playa Las Gaviotas, que segundo relatos, é uma das mais bonitas de Cuba. Fiquei bem curioso após visualizar as fotos no planejamento. Desembarquei com Graziela e acordamos com o Luis o regresso, sendo acertada a espera no complexo da La Terrazas, distante 7 km da Playa Las Gaviotas. O inicio da trilha tem uma portaria e cobra uma taxa de 4 CUC, por pessoa. A trilha é bem batida, numa distancia que deve ser de 1,0 km, caracterizada por uma vegetação de restinga e poucas árvores. Poucos minutos já dava para visualizar um belo azul-piscina ao fundo, se “confundindo com o céu”. Ali está a Praia Las Gaviotas. Águas azuis, cristalinas, areais brancas e limpas. É uma praia fantástica, uma clássica caribenha, das mais belas praias que visualizei. Graziela ficou encantada e feliz por está ali, pois o Cayo de Santa Maria está em um dos seus locais preferidos em Cuba. Na praia tinha muitos pelicanos pescando e bando de gaivotas tomando banho de sol. O nome da praia faz jus aos bandos das aves que ficam nas areias, em grupos, se banhando no sol forte de Cuba. O céu estava limpo, proporcionando uma forte intensidade de azul nas águas da praia las gaviotas. Fui mergulhar com Graziela e a água estava muito gelada. Para chegar num trecho profundo deve caminhar muito, apesar das águas estarem perto da faixa de areia. Visualizei várias estrelas do mar e peixes. Uma ressalva que faço são os carrapichos que voam da parte com a cobertura vegetal e fica na areia, chamo atenção devida as várias vezes em que os carrapichos furaram o meu pé e fui obrigado a caminhar com a sandália. Ficamos por mais de 3 horas na praia, após fazer uma tendinha com palhas de coqueiro seco para se proteger do forte sol. Na praia de Santa Maria visualizamos uma família de brasileiros, percebendo após ouvir as falas. Os demais freqüentadores pareciam ser europeus, estadunidenses e canadenses. Cubanos só os funcionários e isso me deixava incomodado. Graziela é a única que possui um tom de pele pardo/negro, os demais frequentadores brancos. Essa foi uma realidade bem incomoda para mim. As 14:00 iniciamos a caminhada para Las Terrazas, passando por várias praias desertas e outras com poucos freqüentadores que estão hospedados nos luxuosos hotéis localizados de frente ao mar. O trecho possui 7 km de uma caminhada tranquila, com poucos pontos rochosos que é necessário utilizar uma sandália para não furar os pés. As 15:10 chegamos em Las terrazas e fomos abordado por um funcionário de um hotel solicitando para nos retirar, pois a praia é exclusiva aos clientes. Inicialmente ele pode ter achado que éramos cubanos, mas quando falamos o rapaz ficou até um pouco surpreso e assustado, mas não mudou sua posição. Graziela e Eu ficamos bastante indignados, aproveitando o momento para ressaltar que tem um casal na praia que vieram no mesmo carro conosco, ao ponto de apontar-los, mas o funcionário insistiu para que pudéssemos sair da praia. Saímos e ficamos na portaria aguardando o Luis. Na parte de fora um funcionário se aproximou e começou a puxar assunto. Explicamos o fato e o rapaz ficou surpreso, e ao mesmo tempo sem entender, o comportamento do colega. As 16:30 regressamos com direito a assistir um belo pôr do sol no pedraplan. A noite almoçamos no paladar La Colonial. Achei a comida com um sabor estranho, amarga. Falei com Graziela e ela disse que poderia ser o tempero. Persistir dizendo que tem algo azedo, mas me alimentei. As 20:00 assistimos um festival de música no museu da cultura, um evento local bem legal. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Em Remédios o comercio e serviços só funcionam a partir das 09:00 da manhã, não adianta acordar cedo. 2- Indico o Luis para conduzir até o Cayo de Santa Maria. O carro é muito bom e o preço também. 3- Em Remédios visitem o museu da cultura e a feira de artesanato. 4- Ficar atento ao chegar em Las Terrazas, pois existem funcionários preconceituosos e xenofóbicos. DIA 10. 04/02/2019 – segunda-feira Cidade: Moron | Província: Ciego de Ávila Existe uma linha de ônibus direta, que sai da Cidade de Remédios e tem o seu destino final da Cidade de Moron. Porém, que faz esse trajeto é a EON, empresa de ônibus cubana do Governo. As passagens são restritas as pessoas que não são cubanas. Apesar de não ser proibida, a venda é restrita. Inicialmente pensei em ir pela EON, aproveitando que Graziela e Eu somos confundidos com nossos irmãos latinos cubanos. Iríamos embarcar sem chamar a atenção, tomando uma única atitude: não falar. Fui ao guinche e a funcionária pediu o documento, que após a análise retrucou que não poderia me vender. Depois fui chamado pela mesma funcionária que disse: “chama o motorista e conversa com ele, oferece um dinheiro que vocês embarcam”. O velho suborno. As 09:00, o ônibus chega ao terminal rodoviário vazio. Conversei com o motorista e ele pediu 10 CUC pela passagem minha e de Graziela. Pensei em pagar, mas depois minha consciência pesou e desistir, saindo do terminal rodoviário. A única opção é contornar por Santa Clara e ir no “pinga-pinga” até chegar na Cidade de Moron, arriscando a sorte. Na minha visão existem linhas para Ciego de Ávila, principal Cidade que está localizada na autopista de Cuba (uma espécie de BR-116). Aguardamos 30 minutos e nesse intervalo se passaram dois ônibus da TRANSMETRO lotados. Os ônibus da TRANSMETRO são do governo e tem um valor acessível, disponíveis para os trabalhadores cubanos. Além disso, os ônibus são confortáveis, todos no estilo de viagem. Quando algumas pessoas nos confundiam como cubanos, pensei em utilizar isso ao nosso favor em algum momento e a oportunidade chegou. Embarquei no TRANSMETRO com Graziela e um senhor que conhecemos na parada de ônibus, sentado em uma poltrona bem confortável, pagando o valor de 5 CUP com destino a Santa Clara. Depois de 1h na estrada desembarquei na universidade de medicina e fui caminhando com Graziela, debaixo de um forte sol, por 3 km. Fiz essa escolha errada, em vez de seguir o senhor e ir com ele em um ônibus urbano. No terminal rodoviário de Santa Clara, para nossa decepção, só descobrimos que tem caminhão até a Cidade de Sancti Spiritus, distante 76 km de Ciego de Ávila. Sem muita escolha embarcamos em um caminhão bem desconfortável, pagando o valor de 25 CUP, por pessoa. A viagem de 86 km, com uma parada na Cidade de Placetas, durou mais de 1h, chegando em Sancti Spiritus por volta das 13:00. Uma passageira nos orientou a seguir no mesmo caminhão até Jatibonico, uma pequena cidade localizada há 32 km de distância. Pagamos mais 10 CUP e seguimos. A viagem nesse trecho foi até rápida, também o motorista do caminhão foi “sentando o pé”. Chegando à pequena e pacata cidade de Jatibonico, onde me direcionei até o terminal rodoviário com Graziela. Para nossa surpresa não tinha passagens para CIego de Ávila, só no dia seguinte. A moça que nos orientou sumiu! Sem saber muito quem procurar, decidir arriscar uma carona na estrada após observar outras pessoas pedindo. Em um dos relatos foi mencionado que a maneira mais simples de se pegar uma carona é estender uma cédula. Puxei 20 CUP e fui. Poucos minutos uma carreta carregando um contêiner estaciona e manda subir. Chamei Graziela e seguimos. Para nossa sorte o Sr. Israel está indo para Ciego de Ávila. Iniciamos uma conversa e após contar um pouco da nossa história ele devolveu o dinheiro que tinha lhe dado, a cédula de 20 CUP do Camilo Cienfuegos. A viagem foi tranquila e desembarcamos no anel rodoviário da cidade as 18:00. Sr. Israel nos orientou a seguir no ônibus coletivo urbano da linha 22. No local onde desembarcamos aguardamos poucos minutos até embarcar em um micro-ônibus bem pequeno. Desembarcamos no terminal rodoviário de Ciego de Ávila as 18:20 e para nossa surpresa os funcionários não informava nada sobre ônibus e nem horários para a Cidade de Moron, dizendo que existem taxis coletivos que faz o transporte. Fiquei bem chateado e fui para rua buscar informação, mas estava um pouco difícil. Para piorar estávamos sem almoçar que me deixava em um nervosismo, desestabilizando a mim e Graziela. Observei vários ônibus da TRANSMETRO e deduzir deve está seguindo para os Cayos Coco e Gullermo, ou voltando. Parei alguns e os motoristas não informavam. Quando estava perto de desistir e procurar um arrendador em divisa em CIego de Ávila, aparece um funcionário da TRANSMETRO e nos orienta a esperar no ponto de ônibus que está em frente ao terminal rodoviário, que a partir das 19:30 vai aparecer os ônibus que vão passar pela Cidade de Moron. Aguardamos e as 19:20 aparece um ônibus da TRASNGAVIOTA, escrito Cayo Coco. O motorista desce e fui até a sua direção para saber se o veículo passa pela Cidade de Moron. Ele confirmou e disse que a passagem custa 5 CUP. Acomodamos as mochilas no bagageiro e embarcamos em um ônibus novo, bastante confortável. A viagem durou por quase 1h, pois fez muitas paradas de embarque e desembarque no trajeto. Chegamos na pacata e escura Cidade de Moron as 20:15, desembarcando em frente a estação de trem. Após alguns minutos de procura achei uma rua com alguns arrendadores, mas uma rua bem escura. No primeiro estava ocupado e no segundo o rapaz queria cobrar 20 CUC. Depois de um longo dialogo fechamos para o valor limite que podemos gastar: 15 CUC. A casa particular se chama Dra. Mirtha, que tem como dono o Alves (chamo ele de Abili). O quarto estava com muita poeira, paredes mofadas e lençóis “suspeitos”, me deixando bem cismado. Estava tão cansado e com fome que decidir ficar ali mesmo, com aval de Graziela. Almoçamos uma comida ruim e cara no único restaurante aberto da Cidade. No final da noite conversamos um pouco com o Abili, que nos informou que tem um amigo que faz o transporte até os Cayos Coco e Guillermo, cobrando o valor de 20 CUC, por pessoa. Aceitamos e pedimos para ele ligar e confirmar. Foi acertado a partida no horário das 09:00 da manhã. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for de Remédios até Moron vá pela EON, mesmo que pague caro ou suborno (infelizmente). 2- Não indico a casa Dra. Mirtha (Abili). 3- Caso queira ir de Ciego de Ávila até Moron, vá de TRANSMETRO. DIA 11. 05/02/2019 – terça-feira Cidade: Moron (Cayos Coco e Guillermo) | Província: Ciego de Ávila Acordei com Graziela bem cedo para tomar café e quando Graziela foi abrir o portão a chave ficou presa na fechadura. O Abili quando visualizou tentou ajudar e quebrou a chave no portão. Depois o cara surtou e começou a da vários pontapés no portão e gritar, que nem um louco, deixando a mim e Graziela bastante assustados. As 09:00 da manhã, o Sr. Arnaldo estava buzinando na porta do Abili com seu carro Lada branco, bem conservado e arrumado. Com ele estava duas mulheres belgas, que vão para o Cayo Coco. Passamos por toda a Avenida principal da Cidade de Moron e chegando até o pedraplan, trecho que interliga ao Cayo Coco. Esse pedraplan tem uma extensão menor que o do Cayo de Santa Maria, totalizando 27 km. Na metade dele existe uma torre de controle e fiscalização da policia cubana, com um letreiro escrito “Jardines Del Rey”. Ali identifica que começa o arquipélago Sabana-Camagüey. Chegando ao Cayo Coco o Arnaldo aconselhou a conhecer a Playa Los Flamingos, que segundo ele é a mais bonita. De fato é uma praia bem bonita, caracterizada pelas águas azuis, bancos de areia com a tonalidade branca e a foz de um rio com as águas claras. Curtimos por 1h no local. A praia Clássica do Cayo Coco é bonita, mas possui ondas e concentra muitas pessoas. Essa concentração se dá pelo fato de haver muitos hotéis e barracas. As belgas se incomodaram com a quantidade de gente, e nós também, por isso a escolha de ir a Playa Los Flamigos, que de fato é bem mais bonita e mais tranquila. No inicio do trajeto tinha acertado o valor de 15 CUC com o Abili e o Arnaldo, mas esse valor é até o Cayo Coco. Para o Cayo Guillermo deve acrescentar mais 5 CUC, ou pegar o ônibus circular que custa o mesmo valor. Preferimos a pagar o Arnaldo, que é um cara bem tranquilo, conduzindo a mim e Graziela para o Cayo Guillermo. Na média o valor é de 20 CUC e quando foram cobrados 15 CUC achei até barato. As belgas preferiram ficar na Playa Los Flamingos. Arnaldo trafegou mais 32 km e nos deixou no Cayo Guillermo, precisamente no acesso a mais famosa praia e considerada a mais bela de Cuba: Playa Pilar. Acertei com ele que estarei as 17:00 no mesmo local que está me deixando agora. Caminhei com Graziela por uma pequena trilha e uma ponte feita de madeira, aparentemente uma construção nova, com a cor azul e branca. Poucos minutos já visualizada o tom azul da praia Pilar. A praia Pilar parece um pouco com a Las Gaviotas, um tom azul-piscina, águas calmas, frias, contudo eram menos transparentes. Ao fundo tem uma ilhota com um farol que deixa a paisagem ainda mais “surreal”, parecendo um quadro, uma obra de arte, sei lá, é uma beleza encantadora. Visualizava vários cardumes de peixes pulando, além das estrelas do mar. A praia estava um pouco cheia devido às barracas que oferecem serviços. A praia Pilar tem uma faixa de areia branca, limpa e pequena. Ao Leste estão os hotéis localizados na costa, em meio as grandes rochas. O nome Pilar é devido ao barco do escritor estadunidense Ernest Hemingway, que escolheu Cuba para viver e produzir seus livros. Um dos mais conhecidos, e que levei para a leitura, é o livro Velho e o Mar. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- A Playa los Flamingos não possui uma estrutura de serviços, porém é a mais bela do Cayo Coco. 2- A Playa Pilar possuem poucas barracas que oferecem serviços. 3- Não tente ir utilizando os ônibus da TRANSMETRO aos cayos, pois corre o risco de ser punido e até mesmo preso. DIA 12. 06/02/2019 – quarta-feira Cidade: Santiago de Cuba | Província: Santiago de Cuba Madrugada do dia 06 de fevereiro, acordei as 03:00 da manhã. Arrumei as mochilas com Graziela e entreguei as chaves a Abili, não queria ficar na casa dele nem mais um minuto. Seguir até a estação de trem e comprei a passagem para Ciego de Ávila, no horário das 06:00 da manhã. O valor da passagem saiu 1 CUP, por pessoa. Trem velho, sem condições de rodar. Mas foi nele que rolou a viagem. Durante o trajeto ocorreram várias paradas em pequenas estações. O Percurso durou 1h. Em Ciego de Ávila embarquei no micro-ônibus (que dei o nome de guaguinha), da linha 22, até o terminal rodoviário. O veículo estava lotado e o povo retado por conta da mochila cargueira que carregava. Na Via azul comprei a passagem com destino a Santiago de Cuba, no horário das 10:45, sendo que cada uma custou 24 CUC. Hoje a Via Azul mostrou a sua má fama, o ônibus atrasou 1h e 30 minutos, realizando o embarque as 11:30, numa viagem de quase 600km. A duração foi de 10h, chegando ao terminal rodoviário de Santiago de Cuba as 21:30. No terminal rodoviário fui abordado por uma senhora, se apresentando pelo nome de Lilian Hernandez, oferecendo casa. Após dialogarmos fechamos o valor de 10 CUC. Deixei pagas duas diárias. A casa fica no centro da Cidade de Santiago de Cuba, “próximo de tudo”. O arrendador em divisa está no primeiro andar de um cortiço. Bem simples, mas arrumado, o quarto conta com os itens básicos, entretanto só faltou um guarda roupa ou algo para deixar as mochilas e roupas, mas para mim o local está ótimo. Mesmo no final da noite, precisamente as 23:45, resolvi caminhar com Graziela pelas ruas do centro histórico e comercial. Visualizamos uma fabrica de pães aberto e fomos lá. Compramos 10 pães frescos, cada um por 1 CUP. Pra nossa surpresa visualizamos uma cafeteria aberta e bebemos alguns cafezinhos, que por sinal estava muito ruim. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for para Santiago de Cuba, partindo de Ciego de Ávila, tente negociar com os taxis coletivos. Sai mais em conta e o trajeto é mais rápido. 2- No terminal rodoviário de Santiago de Cuba terá várias pessoas oferecendo casa, sendo que algumas não são arrendadores. Tome cuidado! Aconselho a não ficar hospedado nas casas que não são arrendadores em divisa. 3- Tente se hospedar no Centro da Cidade ou perto do terminal rodoviário, da para fazer várias localidades a pé. DIA 13. 07/02/2019 – quinta-feira Cidade: Santiago de Cuba | Província: Santiago de Cuba No Planejamento em Cuba fiz de tudo para ver se dava para incluir a trilha histórica da Sierra Maestra no orçamento, mas sem sucesso. O valor é muito alto. Mesmo assim, sem essa possibilidade, incluir a Cidade de Santiago de Cuba pela sua historicidade e relevância no País. Hoje tentarei ir até o Castelo El Moro, um local bastante cobiçado da Cidade e com uma bela vista da faixa litorânea sul/sudeste da Ilha de Cuba. Bem, infelizmente a tentativa se frustrou, pois pedir o dia todo com Graziela aguardando o bendito ônibus da linha 11 que não passou. Tentei ver um taxi coletivo, mas o cara deve ter me achado com “cara de rico” e quis me cobrar 35 CUC, por pessoa. Pior que xingar um cubano é deixar “falando sozinho”, eles odeiam e acabei fazendo isso. Fiquei retado pela deslealdade, basta cobrar o preço que qualquer um solicita pelo serviço. Pela tarde caminhei com Graziela e conhecemos o badalado centro comercial, o centro histórico, a orla e a área portuária, além das ruas e vielas. Conheci várias praças e a principal delas, a Plaza da Revolução Antonio Maceo, que para mim é a mais bela de toda Cuba, tanto que quando cheguei sentir uma energia positiva e bastante forte. Permaneci ma praça da revolução até o pôr do sol. No final da noite, as 23:15, fizemos uma caminhada de 4 km, pegando toda a extensão da Av. Antonio Maceo, até a Calle 4, onde está localizada o terminal de caminhões provinciais. Nosso próximo destino é a Cidade de Guantánamo e o primeiro caminhão sai as 05:00 da manhã. Mesmo tarde, o terminal estava movimentado. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Existem ônibus coletivos para fazer os trajetos nas localidades de Santiago de Cuba. 2- Se for para o Castelo El Moro, tente fechar com um taxi coletivo ou carro particular, pois o ônibus da linha 11 até hoje espero. 3- O valor da trilha na Sierra Maestra, em fevereiro de 2019, estava custando 170 dólares, por pessoa. Para alguns pode ser um valor bom. 4- Conheça e permaneçam por alguns minutos observando a Plaza da Revolução de Santiago de Cuba, faça esse teste e se puder me manda uma mensagem. 5- Os almoços em Santiago de Cuba são ruins. 6- A cidade tem um “ar pesado”, devido a grande fumaça produzida pelos veículos velhos e mal conservados que circulam na Cidade. DIA 14. 08/02/2019 – sexta-feira Cidade: Baracoa | Província: Guantánamo Acordei com Graziela as 03:00 da manhã, menos de 4 horas de sono. Despedimos da Sra. Lilian Hernandez e seguimos caminhando por toda a extensão da Avenida Antonio Maceo até o terminal de caminhões. A madrugada de cuba estava movimentada, com pessoas em bares, praças, caminhando pelas ruas. O barato de Cuba é que você pode caminhar em qualquer horário e localidade, sem medo da violência, não existe. O caminhão velhinho, pequeno, desconfortável, logo ficou lotado, dando a partida as 05:25 da manhã. O Valor da passagem custou 25 CUP, por pessoa. Para o meu azar, uma senhora sentou no banco da frente, tapando toda minha visão e com o movimento do caminhão ela acabava me prensando na base de proteção da carroceria do veículo. Essa foi uma das piores viagens e mais perigosas que fiz utilizando o caminhão, alem da mais fria. A pista estava com muita neblina e o motorista em alta velocidade. O trecho de 80 km durou 2h e 5 minutos, devido as paradas nas Cidades para embarque e desembarque. O final de linha do caminhão é no terminal rodoviário principal da Cidade de Guantánamo. Fiquei um pouco impressionado com a Cidade de Guantánamo, capital da província homônima. As ruas bem arborizadas, casas arrumadas, praças, lojas estruturadas, ruas asfaltadas, bem interessantes. No meu ponto de vista achava encontrar uma Cidade feia, pacata, bem pobre. Ainda bem que me enganei. Isso é a alienação dos meios de comunicação que informam o que quer e só retratam Guantánamo como o local em que está a prisão dos Estados Unidos. Bem, voltando aos fatos, chegando ao terminal rodoviário e encontrei dificuldade e resistência dos funcionários informarem transporte para a Cidade de Baracoa, nosso destino final. Um dos relatos que pude ler, o autor destaca que em Guantánamo ele teve alguns problemas devido a população não gostar de estrangeiros. Achei que seria um exagero, mas ao estar lá parece que não é. Fomos informados por um taxista que o ponto de apoio para Baracoa fica no final da Cidade, que levaria no valor de 3 CUC pela corrida. Conversei com Graziela e aceitamos. De fato o ponto de apoio é longe, quase 8 km do terminal rodoviário. Chegando lá encontramos várias pessoas aguardando transporte. O terminal é um vão pequeno, sujo e mal conservado, com um funcionário que estava fardado com a camisa do ministério do interior e uma funcionária que fiscaliza o banheiro e cobra o valor de 1 CUP para o uso. Ao chegamos as pessoas que estavam no aguardo perceberam que éramos estrangeiros e que o destino é a Cidade de Baracoa. Um rapaz, aparentemente bêbado e vendendo guloseimas nos abordou e falou: “Baracoa? Cobro 50 CUP para colocar no ônibus”. No inicio achei engraçado e rir, pensando que o cara tinha algum problema, mas me enganei. No ponto de apoio existe um esquema forte de passageiros, onde o funcionário do ministério do interior, que trabalha como um fiscal e ordena o embarque de passageiros. É aí surge à máfia. Quem paga a propina é inserido na frente dos demais. Fiquei bem chateado. Para piorar, um rapaz começou a puxar assunto e ao saber que Graziela e Eu éramos brasileiros começou a provocar dizendo que escolhemos Bolsonaro como presidente e que Cuba não era nosso lugar, falando ainda que tínhamos dinheiro e que era para fretar um carro. Ai me retei e retruquei, respondendo a “altura”: “Aqui vocês não tem o poder de escolha e não vota num período de 04 anos. Além disso, o meu voto é apenas um em um país que tem 210 milhões de habitantes. No Brasil, quem vence é que tem a maior quantidade de votos e acredito que você não tenha esse tipo de conhecimento porque não conhece o sistema eleitoral do Brasil. E para finalizar, tudo que você pensa, projeta e deseja ocorre em Cuba? Acho que não.” Depois dessa conversa algumas pessoas concordaram comigo e vieram se aproximar, entre essas pessoas um rapaz chamado Yvelise, um ex jogador de beisebol que participou da seleção Cubana e jogos internacionais. Ele e sua companheira se aproximaram e disseram que iria nos ajudar. Um jovem, mais novo que Eu, se juntou e falou para irmos até a Cidade de Ímias e de lá pegar outro transporte para Baracoa, pois ali seria difícil. Um caminhão, que faz o transporte de Guantánamo para Baracoa e estava estacionado próximo a parada de passageiros, queria nos cobrar um valor 5 vezes a mais, deixando as pessoas revoltadas. Yvelise começou a falar que eles não são cubanos e que não representam Cuba, pois em Cuba o povo é justo e não mau caráter. O Yvelise ficou bem chateado. Embarcamos em um ônibus da TRANSMETRO, após a espera de 4h. Só conseguimos entrar no ônibus porque Yvelise, sua companheira e o garoto fizeram uma barreira para que pudéssemos entrar. Pagamos 5 CUP nas duas passagens. A estrada é bonita e perigosa, curvas muito sinuosas, sendo que na margem direita está o mar e na margem esquerda a serra do Parque Nacional Alexander Von Humboldt (nome bonito, de um geógrafo). O motorista “sentava o pé” e Eu tomava vários sustos. Sem duvida esse trecho de Guantánamo para Ímias é o mais belo e perigoso percurso. O mar azul, de águas cristalinas, formando várias piscinas imensas, me deixando encantado. Não sabia se olhava para o mar ou as serras, mas nesse momento o mar atraiu mais a minha atenção. O ônibus fez uma parada na Cidade de Santo Antonio Del Sur e depois seguiu, as pessoas não estranhavam a mim e Graziela porque achavam que éramos Cubanos. A mochila cargueira estava debaixo do banco e Graziela não conversava comigo, então ninguém desconfiava. O trecho de 83 km durou 2h, chegando na pequena Cidade de Ímias as 13:00. Ao Sul, Ímias é uma das Cidades que está no extremo leste da ilha, sendo uma das últimas. No local desembarcamos em um pequeno ponto de apoio rodoviário e aguardamos no meio da multidão. Yvelise informou que iria nos ajudar a embarcar para Baracoa. Não demorou muito e um caminhão se apróxima com destino a Baracoa. Embarcamos na cabine, com ar-condicionado, pagando o valor de 50 CUP, por pessoa. O motorista não era muito de conversa, mas ficou feliz pelos 100 CUP que recebeu. Esse caminhão foi o mais confortável, um KAMAZ branco, bem conservado. O motorista, bem cauteloso, não poderia acelerar, pois a partir de Ímias a estrada possui um aclive considerado e muitas curvas sinuosas. Haja mão no volante. Esse trecho está na Serra Humboldt, só subida. O percurso de 68 km foi realizado em 3 horas e a velocidade máxima não chegava 40 km. Sem duvidas essa estrada é a mais perigosa que já trafeguei na vida, é coisa surreal, de louco. Aos poucos visualizava o imenso mar e a pequena Cidade de Ímias metros abaixo. Baracoa está do outro lado da Serra Humboldt. Chegamos em Baracoa as 16:00, desembarcando no terminal provincial de caminhões. Fomos abordados por uma senhora que deu o valor da casa de 15 CUC. Tentei negociar mas ela foi bem resistente. Caminhando pelas ruas de Baracoa, morrendo de fome, um senhor me visualizou com a cargueira e perguntou se estava procurando casa. Após conversar chegamos um acordo no valor de 12 CUC, após a ratificação de sua esposa. O nome dele é Guillermo e é chefe de cozinha. O nome da sua casa é caracol, localizada bem perto do Malecon de Baracoa. Quando chegamos na residência ele apresentou a sua esposa Yvelina. Ficamos acomodados no quarto verde, que é pintado todo de verde. A casa tem três quartos: rosa, amarelo e verde. O rosa estava ocupado com um casal de franceses. O quarto verde possui: três camas, ar-condicionado, ventilador, frigobar, 8 janelas, vista para o mar, a serra e o morro mais alto da Cidade: El Yunque, com 575m de altitude. Saímos para ir atrás de um local para almoçar, mas estava tudo caro. O Guillermo é chefe de cozinha e ofereceu almoço no valor de 6 CUC para mim e Graziela. Inicialmente resistir, mas depois aceitei. Estava morrendo de fome e ainda não tínhamos almoçado em nenhuma casa. Até que valeu o dinheiro, a comida estava muito saborosa. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for ao ponto de apoio dos caminhões para Baracoa, pegue o transporte no ponto de ônibus em frente a rodoviária. Fizemos a escolha errada do taxi. 2- No ponto de apoio deve ter muita paciência. Caso não queira passar esse perrengue existe ônibus da Via Azul que faz a linha. 3- Observe a estrada entre Guantánamo e Baracoa. 4- A prisão dos Estados Unidos fica na Baía de Guantánamo, distante 40 km da área urbana. DIA 15. 09/02/2019 – sábado Cidade: Baracoa | Província: Guantánamo Acordei cedo e fiquei na cama, pois o céu estava carregado de nuvens e uma chuva fraca começou a cair. As 07:30 levantei e fui tomar café com Graziela. Em Baracoa não tem muitas opções de paladares, só encontramos um localizado próximo a CADECA. Esse estabelecimento fica aberto no turno da manhã. Hoje conheci a Playa Miel, principal praia da Cidade. A praia possui uma areia preta e o mar bem revoltoso, não sendo aconselhável ao banho. As ondas altas quebram na areia, é algo assustador. A paisagem é bonita, com uma grande vegetação da mata atlântica concentrada nas bordas da Serra Humboldt. A praia tem seu inicio após um estádio de futebol abandonado, que aos poucos despeja o resto da construção ao mar. Nesse trecho inicial da Praia Miel a faixa de areia está muito suja, cheio de entulhos. A praia estava vazia, sem nenhum banhista. Ao final da praia está a foz do Rio Miel, principal da Cidade. Uma grande extensão, entre as margens, impediu de prosseguir. Um morador local orientou que possui uma canoa e paga o valor de 1 CUC, por pessoa, pela ida e volta. Paguei com Graziela e seguir. No outro lado está o Parque Nacional Majayara, que necessita pagar uma taxa de acesso. Pagamos 250 CUP por dois ingressos, com direito a conhecer todos os atrativos do parque. Os atrativos são um mirante, uma gruta alagada, que estão na propriedade particular, e uma pequena praia. O mirante está localizado no sitio de um morador local, que se oferece para conduzir o visitante. A vista é bonita, visualiza uma densa mata e o mar. Seguindo pela trilha chega ao local conhecido pelo nome de Cueva Del Água, onde é uma gruta alagada, formando uma pequena piscina de águas cristalinas. No local existe uma espécie de camarão albino e cheguei visualizar o pequeno animal. Ao final o rapaz cobrou uma taxa de colaboração e acabei pagando o valor de 20 CUP. Na volta peguei a bifurcação da direita e cheguei uma pequena praia, chamada de Playa Blanca. Essa pequena praia é perigosa para banho, em que sua faixa de areia possui um conglomerado de rochas e as ondas são muito fortes, não valendo o valor pagado para conhecer. Permaneci no local até o final da tarde. As praias de Baracoa não são caribenhas, a maioria delas parecem com as praias daqui da Cidade de Salvador. A revolta das águas me lembrou das praias da Pituba e Amaralina, onde são poucas freqüentadas devido as ondas fortes e o perigo de se afogar. Baracoa foi destruída após dois furacões passarem com força máxima. O primeiro foi em 2016, batizado pelo nome Matthew, categoria 5, devastou a província de Guantánamo e suas Cidades; o segundo foi em 2017, categoria 4. Nesses dois eventos não ocorreu nenhum óbito, apenas perdas materiais. O sistema de alerta em Cuba, apesar de tradicional e considerado “arcaico”, é muito eficiente. As perdas matérias são inevitáveis, mas o sistema que evita a perda de vidas é eficiente. No final da tarde, ao trocar dinheiro na CADECA, conheci um argentino que estava com a camisa do Esporte Clube Bahia. Começou quando ele viu minha tatuagem, em que um dos desenhos é o escudo do Bahia. Posteriormente fui abordado por ele segurando a camisa do Bahia. A noite, em um bar no centro de Baracoa, outro rapaz me aborda, vestido com a camisa do Bahia. Ele é baiano, da Cidade de Juazeiro. Contei a ele a história do rapaz argentino e poucos minutos ele aparece com sua companheira. Ficamos resenhando por várias horas. O argentino se chama Abel Santorenegão e o baiano se chama Tarciano. É uma coisa de louco juntar três pessoas vestidos com a camisa do Bahia em uma Cidade do extremo leste de Cuba e pouco visitada por estrangeiros. Não fui até o El Yunque, morro que possui o ponto mais culminante de Baracoa. Soube que o valor de acesso são 13 CUC, por pessoa. Fiquei cismado e achei caro. Graziela bem que tentou, mas Eu coloquei na cabeça que não ia pagar esse valor. Vou me arrepender depois. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- A playa Miel não é boa para banho. Águas violentas. 2- Ao caminhar pelo Malecon fica de olho para não tomar um banho, a onda bate com violência na calçada, molhando todo o asfalto. 3- O itinerário no Parque Nacional Majayara, em minha opinião, não vale apena. 4- Faça o trajeto até o cume do El yunque, até hoje me arrependo de não ter feito. 5- O paladar para almoçar mais barato é o restaurante 1511, que abre a partir das 12:00. Os valores são cobrados em CUP. DIA 16. 10/02/2019 – domingo Cidade: Camagüey | Província: Camagüey Comprei a passagem na Via azul com destino a Camagüey no horário das 13:00, tendo a manhã livre com Graziela para fazer algo. A Cidade de Camagüey não está no planejamento, inserimos porque essa primeira parte do roteiro não ocorreu nenhum imprevisto e ganhamos dias de saldo. Nesse período da manhã caminhei com Graziela pelas ruas de Baracoa e no Malecon. Em seguida descansamos na praça e assistimos a gravação de um clipe, muito engraçado. Quando fomos almoçar descobrimos o restaurante que vende em CUP, o 1511. Mandamos fazer uma marmita e levamos para almoçar na viagem. Para a Cidade de Camagüey, o Guillermo indicou um amigo e falou que ele ia nos pegar na rodoviária, cobrando o valor de 12 CUC. Aceitamos. A Viagem foi longa, o ônibus partiu as 13:00 e chegou na Cidade de Camaguëy as 23:45, quase 11h na estrada. No terminal um rapaz se apresenta como Renê e falou que o amigo de Guillermo não poderia nos hospedar, sendo ele o indicado. Conversei com ele e seguimos. Estava um pouco estressado, com fome, que questionei o valor do bici-taxi, com um pouco da voz alterada. A casa de Renê fica 4 km distantes da rodoviária e estava com previsão de chuva, sem condições de ir a pé. O rapaz queria cobrar 3 CUC e indaguei. Após Renê conversar ele abaixou para 2 CUC. Seguimos e chegamos à arrumada casa Josefina e Renê, ficamos hospedado no quarto 2. Tomei um banho e fui dormir. DIA 17. 11/02/2019 – segunda-feira Cidade: Camagüey | Província: Camagüey Na Cidade de Camagüey conheci alguns prédios públicos e localidades históricas, fiz todo o percurso a pé devido a boa localização da casa de Renê, que está bem perto do Centro Histórico. No interior desses monumentos não entrei porque paga uma taxa. Reparei que Camagüey possui um forte comercio popular. Só neste dia 17 que experimentei o famoso sorvete da Coppelia, onde nos relatos referenciavam que o sabor era bom. Peguei uma fila e fui experimentar. Sinceramente achei uma porcaria, gosto artificial. Graziela quase jogou fora. O sorvete da Coppelia vem em uma pequena tigela, custando o valor de 5 CUP. O pior é que a sorveteria anda lotada, sempre formando filas. A estação de trem chama muita atenção pelo seu tamanho e sua forma de construção. Não cheguei a entrar porque está na fase final de uma grande reforma, mas acredito que em breve estará aberto para o público em geral. A tarde visualizei uma praça que possui um estádio de beisebol. No local tinha alguns meninos jogando futebol e o próprio beisebol. Em Cuba o esporte é muito forte. Ao lado está a Plaza da Revolucion de Camagüey, conhecida como Ingnácio Agromonte. Essa praça possui uma estátua do próprio Agromonte e alguns rostos dos heróis de Cuba, ex: Fidel Castro, Jose Marti, Chê Guevara. No local não tinha ninguém, transmitindo uma paz e silencio. Fiquei com Graziela por vários minutos até o pôr do sol. A noite analisei o mapa e chamei Graziela para irmos no dia seguinte até a Playa de Santa Lucía, localizada ao Norte da Ciudad Camagüey. Confirmei com Renê se tem transporte e fomos informados que existem caminhões que fazem a linha. Renê alertou que em Santa Lucía tem poucos arrendadores e talvez não pudesse encontrar um no valor de 15 CUC. Mesmo assim conversei com Graziela e decidimos arriscar. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for experimentar o sorvete da Coppelia deve preparar para pegar fila. 2- Aos vegetarianos e veganos. Se for solicitar um almoço deve explicar nos mínimos detalhes, pois muitos cubanos acham que comida temperada com carne é vegetariana. DIA 18. 12/02/2019 – terça-feira Cidade: Santa Lucía | Província: Camagüey Sair cedinho e com pressa, ao ponto de esquecer os pães do café na mesa do Renê. Depois de caminhar 1 km lembrei que tinha esquecido os pães e tive que voltar para buscar, ao ponto de resmungar bastante. Segundo o MAPS.ME, a distância da casa do Renê até o terminal de caminhões provinciais são de 2,4 km. Caminhamos e chegamos ao local, que tem como referência a estação de trem. No terminal tinha um rapaz estava gritando: “playa, playa”. Perguntei se era para Santa Lucía e foi confirmado que Playa de Santa Lucía. Embarcamos em um caminhão amarelo velho da Ford com poltronas acolchoadas. O valor da passagem foi 25 CUP e o embarque ocorreu as 07:40 da manhã. O percurso durou 2h, devido ao caminhão fazer uma longa parada na Cidade de Nuevitas. A estrada estava cheia de buracos, alegando atenção do condutor e redução da velocidade. Santa Lucía é bem pacata, poucas casas, parecendo um povoado. Um sol escaldante castigava a mim e Graziela, que saímos caminhando atrás de um arrendador em divisa. A caminhada foi longa e as poucas casas que visualizamos o valor estavam acima da média de 15 CUC. A mais barata que encontramos foi de 25 CUC. Fiquei bem desanimado e continuei caminhado com possibilidade de encontrar uma casa com o valor mais acessível. Em uma das últimas casas, após uma longa conversa, ficou acertado o valor de 20 CUC, o mais barato que pude achar. Como seria uma única diária acabei aceitando e nos hospedamos na casa da Ivete. A casa da Ivete é bem estruturada, parece um hotel. Além dos itens obrigatórios, tinha disponível um secador de cabelo, pen drive com filmes, cremes, xampus, barbeadores, desodorantes, agulha e linha e uma Tv de 50 polegadas, que chamou a minha atenção. Tomei banho e fui para a praia com Graziela, que está na outra margem da rodovia. Chegando na costa encontrei a praia muito suja de algas, era tanta alga que estava difícil visualizar a areia. Na água a mesma coisa, muita folha boiando nas águas verdes e turvas da praia de Santa Lucía. Calcei a sandália e fui caminhando com Graziela. O trecho foi de 7 km, passando por praias desertas. Na maior parte do percurso não visualizei ninguém. Várias estruturas abandonadas, se apodrecendo na areia. Barracas e tendas sendo destruídas e acredite! Alguns moradores plantaram grama na areia da praia e fizeram de pastagem onde se visualizava vários cavalos. No final cheguei até uma marina, onde visualizei a praia mais limpa e a areia brancas em algas. Fiquei no local por algumas horas e no final não arrisquei em me banhar nas águas turvas e verdes da Praia de Santa Lucía. Tentei avançar após a marina, mas não dava para seguir. A partir dali se inicia um trecho de manguezal. Voltei e fui até a avenida principal procurar um local para comer. Em Santa Lucía as coisas são tão pacatas que não tem restaurante. Fui com Graziela até um conjunto residencial onde tinha uma pequena barraca e servia macarrona. Ali foi o local do nosso almoço. Descobrimos que no local vende pizza e pedimos cinco, cada uma custou 7 CUP. A macarronada custou 10 CUP. Voltei para a praia e esperamos o pôr do sol. Infelizmente uma grande nuvem estacionou e não permitiu ver a sua despedida. No regresso visualizamos uma grande lagoa onde se concentra muitos flamingos. Como já estava escurecendo não tinha nenhum no local. A noite cheguei até a casa e a Dona Ivete se aproximou dizendo que estava preocupada por não ter visualizado a mim e Graziela naquele horário. A Dona Ivete é bastante prestativa. Tomei um banho e fiquei na casa tentando assistir um filme, mas acabei pegando no sono. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for se hospedar em Santa Lucía é bom preparar o bolso. 2- Para se alimentar tem que procurar, são poucos lugares disponíveis. 3- A Praia de Santa Lucía é boa para mergulho. Infelizmente pegamos um fenômeno natural que deixou a praia com muitas algas concentradas na faixa de areia. 4- Indico a Casa Ivete. Apesar de ser 20 CUC possui uma estrutura de luxo. DIA 19. 13/02/2019 – quarta-feira Cidade: Camagüey | Província: Camagüey 06:30 da manhã virou um horário padrão para despertar. Acordei cedo e fui arrumar as mochilas. Dona Ivete tinha orientado na noite anterior que os ônibus para a Cidade de Camagüey passam a partir das 09:00. A diversidade de transporte e linhas províncias estão disponíveis nas cidades localizadas na autopista central, é como se fosse uma BR-116 ou BR 101 no Brasil. Dona Ivete chamou a mim e Graziela para tomar um café, enquanto não chega o horário do ônibus. As 08:30 resolvi me despedir de Dona Ivete e seguir até a rodovia, para não ter nenhum imprevisto de confiar no horário. Minha previsão estava correta, pois as 08:45 da manhã surge um ônibus velho e cheio, da marca Daewoo. Quando vi a marca do ônibus lembrei-me do vizinho que tinha um carro preto da mesma marca. O ônibus transportava trabalhadores da Região. O Valor das passagens saíram por 1 CUC, mas no decorrer da viagem observei pessoas pagando com notas de 5 CUP. Graziela cismou do valor da passagem. A viagem foi tranquila, com uma única parada na cidade de Nuevitas. Chegamos ao centro da Cidade de Camagüey as 11:00, dentro do horário previsto, se direcionando até a estação de trem. Quando estava na Cidade de Moron, quando Graziela e Eu viajamos pela primeira vez de trem, observamos que existem linhas partindo para a estação de Camagüey. O valor da passagem é o mais barato de todos os meios de transporte e isso poderia nos favorecer em relação à economia da nossa viagem. Nosso próximo destino é a Cidade de Trinidad, que pertence a Província de Sancti Spiritus, distante 259 km. Contudo, a Cidade mais próxima localizada na autopista central é a de Sancti Spiritus, “capital” da Província homônima. Sabendo dessa logística, estudamos e descobrimos que o trem, partindo da estação ferroviária de Camaguëy, tem uma linha até a Cidade de Ciego de Ávila, distante 148 km. A partir de lá iremos seguir em outro transporte (trêm, caminhão, ônibus) com destino a Cidade de Trinidad. Mas, para nosso azar, a passagem de trem foi cancelada para todas as linhas da estação ferroviária de Camagüey. Partir e fui até o terminal onde sai os caminhões, que é um local bastante agitado e muito bagunçado. Direcionei-me a um rapaz que me informou o horário das 11:30 e 13:20 dos caminhões que fazem linha com destino a Cidade de Ciego de Ávila. Sabendo da informação, decidir com Graziela em almoçar e depois viajar, já que estava perto das 11:30 e faríamos uma viagem longa sem se alimentar, arriscando o horário das 13:00. Mas, para o nossa “maré de azar”, demoramos em achar um paladar e passamos do horário, perdendo o último caminhão. A única alternativa é viajar pela via azul. Na rodoviária, Graziela foi ao guinche da Via Azul e comprou duas passagens com destino a Trinidad, com o horário previsto das 02:25 da manhã da data 14/02/19. Cada uma custou 15 CUC. Chegamos na rodoviária as 14:30 e esperar por quase 12h. Para piorar uma forte chuva cai, atrasando os horários dos ônibus. Já pressentia que o da via azul vai atrasar. Previsto para chegar as 02:25 da manhã, o ônibus estacionou no terminal rodoviário de Camagüey as 04:12 da manhã. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Ao tiver duvida em relação ao transporte, concentrar e observar no mapa as cidades localizadas na autopista central. 2- Se chover forte em Cuba o transito para, pois é muito perigoso viajar com chuvas fortes. O risco de atrasar é eminente. 3- Não confiem no trem, pois pode ser cancelado a qualquer momento. 4- Existe um restaurante chamado 1514, um paladar bastante frequentado pelos Cubanos, com uma estrutura interessante e com preços populares DIA 20. 14/02/2019 – quinta-feira Cidade: Trinidad | Província: Sancti Spiritus Desembarquei na Cidade de Trinidad, com Graziela, as 09:10 da manhã, com muito sono e cansado. No terminal rodoviário uma jovem nos abordou oferecendo hospedagem. Após negociação fechamos o valor de 10 CUC e a seguimos. A casa simples fica em uma rua bem próximo ao centro e pertence a uma senhora chamada Laudelina. Sra. Laudelina é uma pessoa bem simpática. Fez a escolha de ser uma arrendadora em divisa, terminando aos poucos as obras e adaptações da sua casa para está nos padrões legais e oferecer o melhor conforto e serviço. Ao conversar com ela e visualizar o seu esforço, comecei a lembrar da minha família, de meu pai e minha mãe, que fizeram isso muitas vezes para concretizar as atuais casas. No inicio da manhã o tempo estava bastante fechado, com o céu cinzento e uma garoa, acompanhada por fortes trovões e relâmpagos. Mesmo assim sair para caminhar com Graziela. Conhecemos o belo centro histórico da Cidade, que apesar da chuva estava cheio de pessoas. A Cidade de Trinidad é uma localidade presente em todos os roteiros das pessoas que vão conhecer Cuba, tornando uma das localidades mais caras. Trinidad é cercada por serras, e ao pesquisar no aplicativo do MAPS.ME visualizei um ponto informando de uma possível cachoeira. Arrisquei e fui caminhando com Graziela até esse atrativo natural. Porém, só foi uma “possível mesmo. O caminho leva até uma zona rural, que termina em uma linha férrea. Acredito que possa ter uma cachoeira na serra, mas a trilha que o MAPS.ME indicou está errada. Tentei explorar aos arredores para ver se conseguia algo e nada! Para piorar um trecho estava completamente alagado, formando um grande poço e cobrindo a linha férrea, gerando um risco. Desistir e voltei ao Centro. No final da tarde fui procurar um paladar para almoçar. Em alguns relatos observei que foi citado um local chamado El garage, que serve comida popular e cobra em CUP. Nesses relatos, um deles destaca que existe uma opção para vegetarianos. Procurei com Graziela e em poucos minutos achamos. O paladar está localizado em uma viela da Cidade, em direção Oeste. Chegando lá, de fato, é cobrado em CUP, mas não tem a opção vegetariana. Após minutos de caminhada e procura, achei com Graziela outro paladar bem simples e sem identificação, localizado na saída da Cidade de Trinidad. Lá a funcionária ofereceu opções vegetarianas e que são cobradas em CUP, adotamos o local para o almoço na nossa passagem por Trinidad. Nesse mesmo paladar vende um chocolate muito saboroso e barato. Comprei 20 e me arrependi em não ter comprado o pote todo. Cada um custou 1 CUP. O tempo melhorou e a noite foi “fervorosa” em Trinidad, me lembrando do pelourinho, bairro de Salvador, na época do verão. É muita gente, a maioria de estrangeiros. Nessa multidão conheci um casal de professores brasileiros que lecionam na Universidade de Brasília (UnB) e estão em Cuba participando, com apresentação do trabalho, no congresso internacional sobre educação e cultura. Passamos um bom período conversando a respeito do tema e de Cuba. Nos bares da Cidade de Trinidad achei o Mojito de 0,80 CUC e não comprei. Mas tarde fiquei bem arrependido e testando a paciência de Graziela. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Apesar de está finalizando a construção, indico a casa de Laurelina. Ela é uma pessoa muito bacana e bastante simples, com uma boa energia. 2- Pesquise bem em Trinidad. Por ser uma Cidade turística, os preços são elevados. 3- Localizei dois paladares que cobra em moeda nacional (CUP). El Garage e o outro localizado na saída da Cidade. 4- Não confie nas trilhas de Trinidad que o MAPS.ME indicar. 5- Já me antecipando, o Mojito mais barato que encontrei em Cuba, por incrível que pareça, foi na Cidade de Trinidad. 6- Comprar pães não é complicado, existem padarias e pessoas vendendo nas bicicletas. DIA 21. 15/02/2019 – sexta-feira Cidade: Trinidad (Peninsula Ancon) | Província: Sancti Spiritus Próximo a Cidade de Trinidad está localizada a praia mais conhecida e procurada da Província de Sancti Spiritus, denominada de Ancon, distante 11km. Inicialmente pensei em seguir de bicicleta, mas Graziela estava indisposta e acertamos em seguir de ônibus. O deslocamento de ônibus é oferecido pela empresa da TRANSTUR, onde a passagem custa 5 CUC, por pessoa, e tem validade das 09:00 as 18:00. A parada de embarque está na rua próxima a rodoviária, bem no centro da Cidade de Trindad. Seguimos as 09:00 e poucos minutos o ônibus apareceu. No local existem muitas pessoas oferecendo o valor de taxi coletivo, mas muito deles custam o dobro do valor do ônibus. O ônibus é o famoso "turistão", com o teto aberto e todos os passageiros estrangeiros. Quando embarquei fiquei um pouco incomodado, pois não gosto e não sou acostumado a utilizar esse tipo de serviço. Durante a viagem visualizei o casal de professores brasileiros da Unb e conversamos até o destino final. A viagem durou 30 minutos. Desembarquei em frente a um hotel e busquei informação do ultimo horário do ônibus. Combinei com Graziela que as 17:30 estaremos voltando para embarcar no último horário das 18:00. Despedir do casal de professores e seguir até a praia. Em poucos metros visualizei o belo azul da Playa Ancon, com sua imensa faixa de areia e uma área concentrada com muitas pessoas, devido as barracas estarem por ali, compondo parte do serviço hoteleiro. Como não sou chegado a trechos da praia em que estão cheias de pessoas, procurei me afastar. Seguir a esquerda, direção Leste, caminhando em uma grande faixa de areia quente e branca. A Playa Ancon, apesar de ter um tom azul, não é cristalina. As águas são frias como as demais visitadas até o presente momento. Durante o trajeto observei algumas pessoas fazendo o mesmo, caminhando para algum lugar mais tranquilo. Em trechos da faixa de areia mais afastada dos hotéis se observava a concentração de algas secas parecidas com da Playa de Santa Lucía, na Província de Camagüey. A cada metro caminhado, mais concentrada a camada de algas depositadas nas areias. Ao final da Península as águas estavam escuras devido a alta concentração e ali delimitava a caminhada. Na margem posterior inicia uma vegetação de manguezal com densas raízes e solo lamoso, tornando o nosso ponto final. Permaneci por alguns minutos no final da Península da Playa Ancon com Graziela, observando os detalhes dessa bela paisagem. A maré é rasa e possível visualizar peixes, siris e caramujos, mesmo com as águas cheias de algas e com o tom escuro. Tentei avançar na água e encontrar um local de águas limpas para me banhar e observar os animais, mas sem sucesso. Para o meu castigo e pela teimosia, avancei pelo Manguezal e acabei sofrendo um corte no pé, que imediatamente ao tocar com a água salgada me fez sentir uma dor muito forte. A Ponta da Península Ancon é referência do inicio da Baía de Casilda, onde se localiza uma das marinas turísticas administradas pelo Ministério do Turismo, a Marilyn. A praia não é boa para banho e utilizada muito para navegação e mergulho. Foi possível observar alguns barcos a vela e pequenas lanchas com mergulhadores. Ainda era 12:00, quando acertei com Graziela em regressar e ficar em um local na praia até o horário de ir embora. A partir dali não tinha como explorar. Além disso, no final da Península não é bom para descansar e se banhar porque na faixa de areia, e nas águas, estão concentradas de algas secas. Regressei com Graziela, em uma caminhada lenta, até chegar às barracas. O total foi de 6 km (ida e volta). Passei entre as barracas e observei umas tendas de palhas vazias, afastada da “muvuca”, ficando por ali com Graziela e curtindo o banho. Nesse trecho as águas estavam azuis e não cristalinas. Pensei que poderiam estar quentes, mas continuavam frias. As 17:30 esperei na parada do ônibus da TRASNTUR e no horário ele apareceu, as 18:00. Na saída o motorista fez uma pausa para observar mais um belo pôr do sol, um espetáculo! O regresso foi tranqüilo, durando 30 minutos. Desembarquei no centro da Cidade e seguir com Graziela até o paladar que almoçamos no dia anterior. Para nossa sorte estava servindo comida e nos alimentamos. Caminhamos até o final da noite e regressamos, chegando na casa da Laudelina as 22:20. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Com 5 CUC você escolhe ir para a Playa Ancon de ônibus, pela TRANSTUR, ou de bicicleta, tendo o direito do aluguel pelo dia. 2- Na Playa Ancon tem os bares dos hotéis que oferecem serviços para pessoas que não estão hospedadas. Agora prepare o bolso. 3- No atual momento em que estava lá a faixa de areia, a esquerda dos hotéis, em direção ao final da península, concentrava uma grande concentração de algas. 4- Caso prefira ir de ônibus da TRANSTUR, os horários dos embarques estão fixados próximos ao motorista. DIA 22. 16/02/2019 – sábado Cidade: Varadero | Província: Matanzas Despedir da Sra. Laudelina e partir as 06:00 da manhã.O ônibus com destino a Cidade de Varadero está marcado no horário das 07:00 da manhã, custando o valor de 20 CUC. Antes de seguir ao terminal rodoviário, acertei com Graziela em passar em um paladar e tomar café. No terminal rodoviário tomei um susto com a concentração de tanta gente. Graziela foi se informar e recebeu a resposta de que o ônibus está a caminho, isso já passava das 07:30 da manhã. Várias pessoas estavam na mesma posição que a nossa, procurando saber uma posição da empresa Via Azul e os funcionários não davam uma precisão ou previsão de partida. Como já tinha lido relatos a respeito dos atrasos e imprevisto da Via Azul, não era surpresa. Graziela estava na dela também e ficamos sentados em um muro aguardando o ônibus chegar. As 08:14 aparece um ônibus velho, informando o nosso destino. Comecei a reclamar do valor pago e o serviço prestado. Tem o velho ditado: “no inicio é flores e depois as dores”. De fato! É assim que a Via Azul trata os seus clientes. A viagem foi tranqüila, sem nenhuma parada, “levando direto”. A viagem durou 6h, chegando as 14:15 no terminal provincial de Varadero. Varadero é uma Cidade moderna, diferente das que visitei em Cuba. Ônibus urbanos com ar condicionado, construções novas e grandes, hotéis, bares e restaurantes luxuosos, ruas amplas, limpas e arborizadas, me deixando bastante surpreso. Os arrendadores em divisas são casas grandes, de alto padrão, visualizadas em todos os lugares. Sair com Graziela e fomos caminhando atrás de algum arrendador simples e barato, uma tarefa difícil em Varadero. Caminhamos mais de 30 minutos, visitando dezenas de casas. Cada casa visitada recebia a triste resposta que as habitações estavam ocupadas, sem disponibilidade para hospedar. Reparei que na maioria das casas possuem mais de uma hospedagem e não tinha vaga, fiquei cismado. As poucas que encontrei o preço é cobrado no valor de 35 CUC, fora dos nossos padrões. Após muito caminhar, encontrei com Graziela uma residência que oferece hospedagem por um dia apenas, cobrando 25 CUC. Junto com Graziela começamos a negociar e fechamos o valor de 20 CUC pela diária, sendo obrigados a sair as 12:00 do dia seguinte. Essa é a segunda hospedagem em que Graziela e Eu pagamos acima da média estabelecida no planejamento, no valor de 15 CUC. Conseguir uma hospedagem em Varadero foi um dos maiores desafios durante todos esses dias. As 15:45 sair com Graziela e fomos a praia, que fica no outro lado da avenida, bem perto da casa. A procura pela casa tomou muito do nosso tempo, restando o final da tarde. Decidir com Graziela que voltaremos para Havana no dia seguinte, após o vencimento da diária estabelecida, no horário das 12:00. Varadero é uma cidade que está localizada na península Hicacos, bem estreita, onde a porção de terra que se avança ao mar possui uma largura de pouca quilometragem. Observei que na margem esquerda (Noroeste) está às praias aptas ao banho e na margem direita (Nordeste) o mar para navegação, pesca esportiva e área portuária, chamando a minha atenção. Particularizando a praia, só fiz atravessar a avenida principal e já podia visualizar a grande e larga faixa de areia branca com o um belo azul cristalino ao fundo. A praia de Varadero, como muitos relatam, pode ser uma das mais belas da Ilha de Cuba. Águas azuis, claras e cristalinas, como se fosse uma piscina natural. Na minha análise não é mais bela que as praias Pilar e Las Gaviotas, mas está no nível delas. Na praia se concentrava muitos banhistas, a praia estava lotada, levando a fama de “turistona”. Barracas e bares estão distribuídos ao longo da praia, além dos grandes hotéis luxuosos. O que me chamou muita atenção na praia foram os banhistas. Na minha observação não visualizei nenhum Cubano, só estrangeiros. Os únicos cubanos que observei foram os funcionários dos bares e hotéis. Resolvi com Graziela permanecer em uma sombra que achamos, abrindo mão da caminhada por conta do horário. Decidimos acordar na manhã seguinte, bem cedo, e fazer a caminhada até onde for possível. Tentei esperar o pôr do sol, mas a fome “apertou” e fui com Graziela atrás de um paladar. Por falar em paladar, na Cidade de Varadero deu muito trabalho para localizar um. Na avenida principal ja era certo em não localizar, pois é referência e de fácil acesso aos bares e restaurantes de luxos, além dos hotéis. Graziela tinha me alertado que tinha visualizado uma simples barraca, em uma das ruas secundárias quando estávamos procurando um local para se hospedar. Decidimos localizar e após uns 10 minutos de caminhada Graziela localizou e observamos que estava aberto. Chegando ao local recebemos a confirmação de que serve almoço. O paladar chama La Ruina e Cafeteria, uma simples barraca de metal, com três mesas disponíveis. No local serve almoço e bebidas. Pedimos um almoço adaptado, sem nenhum tipo de carne e tempero. O dono estranhou, mas disse que faria conforme solicitamos. Os frequentadores ficaram nos olhando, pelo fato da gente ser estrangeiros. Um senhor se aproximou e começou a dialogar e afirmou que nunca viu um estrangeiro almoçando ali, que sempre vão aos restaurantes. Expliquei a ele e logo se aproximaram mais pessoas, que ao descobrirem que somos brasileiros começaram a puxar assunto. Graziela e Eu conversamos por algumas horas e depois voltamos para a casa. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Em Varadero é difícil encontrar um Arrendador em Divisa vago. 2- A média de preço de uma hospedagem está 25 CUC, prepare o bolso. 3- Paladar é muito difícil de achar, só encontramos o La Ruina. 4- Aconselho a se hospedar em Santa Marta, Cidade antes de Varadero. Lá existe transporte para Varadero e o trajeto dura 20 minutos. 5- Mesmo com os impasses vale apena conhecer a praia de Varadero, é uma das mais belas de Cuba. 6- Não faça câmbio na CADECA de Varadero, o valor é mais baixo. DIA 23. 17/02/2019 – domingo Cidade: Havana | Província: La Habana As 07:00 da manhã sair com Graziela atrás de um paladar para tomar café. Acertei com Graziela em aproveitar o turno matutino para caminhar pelas praias de Varadero. Achar um paladar na Cidade é difícil, bem que tentamos e não encontramos. O que nos salvou foi uma padaria, onde compramos pães feitos na hora. Quando estava planejando a viagem de cuba, reparei que na Cidade de Varadero existem hotéis que estão localizados na faixa de areia da praia, onde imaginei que isso poderá limitar a caminhada até aquele ponto. De fato! Era o que imaginava. Iniciei a caminhada com Graziela as 09:00 da manhã, em direção Nordeste, chegando na praia vazia e limpa, não chegava a ter 10 pessoas aglomeradas, me deixando bastante surpreso. Acredito que o movimento deve se iniciar no final do dia, já que grande parte dos visitantes gosta de curtir a noite badalada da Cidade. Chamei Graziela e disse: “vamos chegar até a alvenaria que visualizei no satélite de um hotel, nosso ponto limite, temos 2h disponível para ir e voltar”. Graziela concordou. As águas da praia impressionam pela tonalidade e clareza do azul, é algo “surreal”. Classifiquei as praias de Varadero na 3° posição das mais belas de Cuba, ficando atrás da Praia Pilar(2°) e Praia Las Gaviotas (1°). Poucos metros, a frente, é possível visualizar os grandes hotéis luxuosos, com suas cadeiras vazias e bares fechados. Um fato que me chamou a atenção foi um grupo de gaivotas na areia que pareciam dançar com seus passos nas areias quentes, parecia uma coreografia. As 10:10 cheguei a bendita alvenaria que visualizei na imagem de satélite, confirmando o trecho limite da caminhada. Do inicio até esse ponto totalizou uma distância de 6,8 km. Acima da alvenaria está um imenso campo de golfe, com o grande hotel um pouco mais recuado. Passei alguns minutos e regressei. No regresso visualizei que tem mais hotéis sendo construídos bem próximo a faixa de areia. O turismo é a principal renda da Ilha de Cuba, tanto para o Governo e a população. O que sustenta a Ilha e ajuda em seu PIB são as atividades do turismo. Um fato engraçado foi o acontecimento de dois casamentos na praia. Fiz uma pausa com Graziela e fomos nos banhar nas águas transparentes de Varadero. A temperatura da água até que estava agradável. As 11:00 aceleramos os passos para arrumar as mochilas e desocupar o quarto da casa, conforme o horário limite combinado, das 12:00. Antes passei no mercado para comprar um galão de água e trocar dinheiro em uma CADECA. Por falar em cambio não faça, em hipótese alguma, um câmbio em Varadero, vai acabar perdendo dinheiro. Chegamos no arrendador de divisa e a dona da casa estava com uma “carona”, bem zangada. Bastante irritada ela começou a falar do horário, questionando que já era 12:30 e o combinado era as 12:00. Quando visualizei meu relógio mostrava a hora de 11:30. Fiquei irritado também e mostrei o meu relógio a ela. No final descobrir que meu relógio atrasou 1h e a mulher estava certa. Para piorar minha situação, o próximo hospede só estava aguardando a minha saída. Subi com Graziela, peguei as mochilas, arrumei os nossos objetos de qualquer jeito e desocupei o quarto. Nós dois, todo sujos de areia, não tivemos nem tempo para se banhar. A mulher, bem irritada, disse que poderíamos deixar a mochila na varanda enquanto pudéssemos resolver nossa situação. Chamei Graziela e combinamos em almoçar e depois ir até o terminal rodoviário e comprar as passagens até Havana, queria sair de Varadero o mais rápido possível. As praias são belas, mas a Cidade é “complicada”, não da para mim. Compramos as passagens para Havana, cada uma no valor de 10 CUC, previsto para sair no horário das 14:00. Em seguida fomos almoçar no paladar do dia anterior. Engraçado é que na rodoviária as pessoas nos observavam, pelo fato de Graziela e Eu estamos sujos de areia. Dessa vez, no horário previsto, as 14:00, embarquei com Graziela e seguimos com destino a Capital. A viagem foi tranquila, em um ônibus velho da Via Azul, sem banheiro e com o ar condicionado fraco. Sentei nas ultimas poltronas com Graziela, já que as poltronas não são marcadas. As pessoas nos observavam porque estávamos sujos de areia e suados, em certo momento pensei que estava fedendo. O trajeto entre Varadero e Havana foi 2h. Quando passou por Santa Marta fiquei lamentando em não ter escolhido essa cidade para ser a base em me hospedar. Outro fator interessante foi a bela vista da Cidade portuária de Matanzas, capital da Província homônima. Nesse mesmo trajeto é possível conhecer e trafegar na maior ponte construída de Cuba, chamada de Bacunayagua. Sua altura passa dos 100m, construída em meio de uma densa vegetação. Desembarquei na praça central José Marti, bem próximo do bairro de Havana Velha. A parada oficial do ônibus é na rodoviária da Via Azul, ficando distante do Centro. Assim que desci do ônibus com Graziela uma senhora nos aborda oferecendo casa, cobrando o valor inicial de 20 CUC. Com essa senhora eu nem negociei, determinei o preço que pretendo pagar, sem a mais ou menos, estabelecendo o valor de 10 CUC. Essa senhora se chama Margarida, insistiu em justificar seu preço e tentou me vencer no cansaço. Acabei não dando relevância e seguir a pé, com ela vindo atrás. A senhora Margarida se cansou e aceitou o valor de 10 CUC. Acertamos o valor de duas diárias e voltamos para a parada de ônibus. Poucos minutos embarcamos no ônibus P11 e desembarcamos no Capitólio. A casa da Sra. Margarita está localizada no bairro Chino, bastante centralizado e perto de tudo, melhor que a localidade do Hostel em que fiquei hospedado nos primeiros dias em Havana. Fiz o mapeamento e adotei o Chino como bairro para se hospedar. Graziela gostou muito e ficou olhando os locais possíveis para almoço e outros arrendadores para os dias finais da viagem. A casa da Senhora Margarita fica no 2° andar de um cortiço, bem ajustada. Para mim não precisa de muita coisa, achei uma boa hospedagem, não só pelo preço. No arrendador tinha até um sofá. O ruim foi que o ar condicionado quebrou e ficamos com um ventilador de teto muito fraco e fazia um forte calor em Havana. Aproveitamos o final da tarde para almoçar e caminhar pelo Bairro Chino, mapeando e conhecendo as principais localidades. A noite fui caminhar com Graziela e observar o movimento na Cidade. Acabei vacilando e tomando uma “aplicada” da Margarida na tarjeta de internet, pagando o valor de 2 CUC, por uma hora, dobro do preço oficial. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Fica atento no relógio e o horário de Cuba, pois passei por um constrangimento. 2- Existe uma padaria localizada próxima a Avenida de acesso a estrada central 3- Se for para Havana, saindo de Varadero, e pretende se hospedar no Centro da Cidade, desembarque na Praça Central Jose Marti. DIA 24. 18/02/2019 – segunda-feira Cidade: Havana | Província: Havana Essa parada em Havana foi pensada, pois Graziela e Eu precisamos resolver algumas pendências burocráticas a respeito do visto de permanência no País. Todo turista tem que ter o visto que concede 30 dias de permanência em Cuba, custando o valor de U$ 25,00 dólares. Caso precise renovar, só é pagar o mesmo valor e concede o direito de permanecer mais 30 dias. No meu caso e de Graziela, vamos permanecer 32 dias e esses dois dias que estão nos deixando preocupados. Não estamos a fim de pagar mais U$ 25,00 dólares por dois dias. Seguir ao Aeroporto Internacional Jose Marti, de buzu, na linha P 12. A viagem é um pouco longa porque segue pela imensa Av. Rancho Boyeros. Lembrando que o aeroporto fica localizado no município de Boyeros. Em Cuba deve ter precaução a respeito dessas questões burocráticas, pois as punições não são boas. A mais leve é uma multa de U$ 100,00 dólares e a mais pesada é a prisão com posterior deportação. Não estou a fim de ser punido, vou resolver isso, nem que custe o meu dia. Desembarquei com Graziela no trevo do Aeroporto Jose Marti e seguir a pé os 3,5 km até o terminal 03, localidade de embarque e desembarque dos vôos internacionais. No saguão observamos uma funcionária do Ministério do Interior e fomos tirar nossas duvidas para saber em como poder resolver esses dois dias em Cuba, sem precisar renovar visto. A funcionária nos atendeu, mas o argumento dela foi muito superficial, não mostrando confiança. Graziela cismou e retornou para ver com outro funcionário, que falou a mesma coisa da colega, mas pediu os documentos, conferiu as datas e disse que não teria problema esses dois dias, já que a passagem está comprada e o segundo dia só será até o inicio da manhã. Graziela continuou cismada, achando a explicação superficial. Eu estava tranquilo, se o funcionário falou está falado. Pensei até grava-lo, mas na hora cismei. Quando estávamos pensando em caminhar os 3,5 km de volta ate a AV. Rancho Boyeros, aparece um ônibus conexão Aeroporto, que passa por la. Pagamos 1 MN pela duas passagens e seguimos. Na Av. Rancho Boyeros não esperamos nem 01 minuto, embarcando no imenso ônibus sanfona da linha P 16, em direção ao Centro da Cidade. Pela tarde fui com Graziela até o guinche da Via Azul, a fim de comprar as passagens para a Cidade de Viñales, nosso último destino fora da Província de La Habana. Na primeira vez fui e voltei a pé, dessa vez seguir de ônibus com Graziela. Um fato interessante é que o ônibus mudou a letra da linha e a frota. Na primeira vez que fui, quando me direcionei a Baía dos Porcos, embarquei na Calzada de Infanta no ônibus da linha P27, um veículo velho e todo acabado. Agora não! A linha mudou para A27 e os ônibus são novos. O melhor de tudo é que não demorou. Da primeira vez quase perdia o horário do ônibus da Via azul devido à demora desse ônibus da antiga linha P27. No guinche da via azul, mais uma vez, o assédio dos taxistas oferecendo os seu serviços que não nos agradava pelo alto valor. Para “piorar, a funcionária não compreendia o “portunhol” de Graziela, me obrigando a escrever no papel: “2 Viñales, 19/02/2019, não seguro”. A funcionária riu e disse: “agora sim”. O valor de cada passagem custou 12 CUC, no horário das 14:30 Ao Final da tarde fui assistir mais belo pôr do sol em Cuba, dessa vez no Malecon. O melhor local para visualização é no bairro do Vedado, existe um trecho da orla que o ângulo é perfeito para visualizar o sol “sumindo” nas águas do mar. Um fato interessante é a Estatua de Jose Marti apontando para a embaixada dos Estados Unidos da América, que fica bem próximo ao local em que visualizei o pôr do sol. A noite fui caminhar e conhecer mais localidades de Havana. Explorei muito o bairro Chino e o Malecon. Aproveitei para caminhar pela noite na orla de Havana, algo que ainda não tinha feito. O calçadão é iluminado em alguns trechos e outros trechos bastantes escuros, mas movimentado. O melhor de tudo é que não precisa se preocupar com a sensação de insegurança, algo que não existe em Cuba. Qualquer localidade é segura (menos a base militar de Guantánamo). Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se tiver alguma pendência burocrática em Cuba, seja documental, visto, etc. resolva! Priorize para não ter problemas. 2- No Aeroporto Internacional Jose Marti, para os estrangeiros, deve seguir até o terminal 03. 3- A linha P27 mudou para a linha A27. 4- Se programe para visualizar o pôr do sol no Malecon de Havana. O melhor lugar para se visualizar é no bairro do Vedado, um pouco depois da embaixada dos EUA. DIA 25 19/02/2019 – terça-feira Cidade: Viñales | Província: Pinar del Rio Vinãles é o nosso penúltimo destino e a parte mais a Oeste que falta para a “volta em Cuba” ou “ponta a ponta”. Hoje acordei um pouco tarde, as 09:00. Sai com Graziela e achamos um paladar na rua ao lado da casa, bem interessante. No local conversamos por vários minutos com o dono e mais dois policiais, que permaneceram no local ao saber que somos brasileiros, puxando assuntos diversos. A viagem para Viñales é a tarde, prevista no horário das 14:30, dava tempo de almoçar. As 11:30, Graziela e Eu despedimos da Sra. Margarida e fomos até um paladar almoçar. Mas para nosso azar (ou não), passou um ônibus da linha P 27, vazio. Abrimos mão de almoçar e embarcamos com o receio de chegar no limite do horário previsto ao embarque. Chegamos cedo ao terminal rodoviário da Via Azul e esperamos o horário. Dessa vez o ônibus partiu as 14:30, conforme a passagem. A viagem foi tranquila, com uma parada em um posto de apoio que possibilitar comprar objetos, ir ao banheiro e almoçar. No local conheci um funcionário da INFORTUR, que ao saber que Graziela e Eu somos brasileiros, começou a puxar assunto. Peço desculpa por esquecer o seu nome, mas o rapaz é fã de Nelson Ned e Roberto Carlos. O engraçado é que foi em Cuba, através do dialogo com esse funcionário, que descobri que o Roberto Carlos tinha problema na perna? Pense! Gostei desse ponto de apoio da INFORTUR porque tem vários mapas e são gratuitos. Peguei todos que tinha o direito de levar. Graziela ficou um pouco envergonhada, mas Eu não quis saber, peguei um de cada e levei. Fiquei parecendo uma criança quando visualiza um brinquedo que mais gosta e deseja em ter. Esse mesmo funcionário fez o intermédio para reservar uma residência em Viñales, já que Graziela estava preocupada em não achar casa na Cidade por ser “turistona”, igual a Varadero. O rapaz da INFOTUR ligou e disse que na praça de desembarque terá um senhor chamado Aldo, que vai está com uma plaquinha segurando com os nossos nomes. O valor cobrado pela hospedagem foi de 15 CUC. A viagem durou 2h, passando pela Cidade de Pinar Del Rio, capital da província homônima, para embarque e desembarque. A partir dali se inicia o “trecho de emoção”, que são quase 25 km subindo a serra e descendo até chegar ao Vale que está na Cidade de Viñales. No inicio da subida da serra quase ocorria uma batida frontal do ônibus da Via Azul e um ônibus da TRANSTUR, pois a curva é muito fechada. Todos os passageiros da Via Azul se assustaram. A partir dali não conseguir nem piscar os olhos. Fiquei atendo a tudo. O trecho Pinar Del Rio x Viñales considero o segundo mais perigoso de Cuba, ficando atrás de Ímias x Baracoa. Chegando na praça de Viñales, que é o terminal de ônibus, visualizo um monte de pessoas com placas e oferecendo hospedagem. No meio delas vejo um senhor segurando a placa com o meu nome e de Graziela. Sr. Aldo se apresentou e nos levou até sua casa. A casa do Aldo é uma bela casa e com uma ótima localização. Toda verde, a casa possui duas hospedagem. O Aldo apresentou a sua família e pediu qual a hospedagem preferíamos, já que a duas estavam vagas. Escolhi a primeira, que possui mais janelas e achei mais espaçosa e bem distribuída. Deixei pago as duas diárias iniciais, com possibilidade em renovar, caso necessitar. No final da tarde faltou energia em toda Vinãles, deixando a Cidade nas escuras. O bom foi que a lua estava cheia, gigante, iluminando as ruas, possibilitando uma bela vista. Entrei na casa e peguei a maquina, onde fiquei na varanda registrando imagens, utilizando a longa exposição. A energia voltou duas horas depois, por volta das 20:00. A noite sair com Graziela, pois estávamos morrendo de fome. Quando regressamos o Aldo nos abordou e perguntou se teríamos interesse em algum passeio na Região. Informei que tenho interesse no Cayo Jutías e o Aldo indicou um contato, confirmando que amanhã tem saída ao Cayo Jutías, no horário das 08:00. O valor é de 20 CUC, por pessoa. Conversei com Graziela e acabamos aceitando, deixando reservado. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Existem mapas gratuitos disponíveis no posto da INFORTUR, local onde o ônibus da Via Azul faz a parada. 2- A Estrada de Pinar de Rio para Viñales é bonita e perigosa. 3- Apesar de ser pequena, Vnãles tem muito arrendador em divisa, sem a necessidade de reservar. Pesquisando pode achar um valor de 10 CUC, tranquilamente. 4- Existem poucos paladares, ficando “refém” dos restaurantes. DIA 26 20/02/2019 – quarta-feira Cidade: Cayo Jutías | Província: Pinar del Rio A noite foi um pouco ruim, toda hora acordava com a sensação de diarreia. As 06:00 me levantei e aguardei Graziela acordar. Saímos as 07:00 em busca de localizar um paladar para tomar o café da manhã, sem sucesso. O máximo que encontramos foi uma lanchonete turística que vende um copo de suco no valor de 5 CUP e pão no valor de 15 CUP. As 08:20 buzina um caminhão FORD antigo, cor de laranja, com uma carroceria adaptada, era o transporte que vai levar a mim e Graziela para o Cayo Jutías. O Caminhão é um “pau de arara” de luxo, com bancos de ônibus e tolhas de banho para cada pessoa em cada assento. Descobrir que são várias pessoas que vão no veículo. Graziela e Eu fomos os primeiros a embarcar. Posteriormente o caminhão foi na porta de cada pessoa para buscar e embarcar. Nesse procedimento se gastou 1h e 10 min., circulando na pequena Cidade de Viñales. Partimos em direção a Cayo Jutías, as 09:30, se direcionando ao Noroeste. A estrada é muito ruim, cheio de buracos, obrigando ao motorista do caminhão a trafegar numa velocidade máxima de 40 km. A paisagem que encanta com os imensos morros que estão nas margens da estrada. É possível visualizar muitos animais caminhando no asfalto, a exemplo de: porcos, cavalos, vacas, cabras e carneiros. Nos quilômetros finais passa por um pequeno pedraplan com 6 km de extensão. O trajeto de 61 km durou 1h e 50 min, chegando ao Cayo Jutías as 11:00. Graziela já estava um pouco chateada por conta do horário e ter perdido, praticamente, o turno matutino no embarque dos passageiros e na estrada. O Cayo Jutías é um pouco diferente e antagônico aos Cayos de Santa Maria, Coco e Guillermo. Enquanto os três possuem uma boa estrutura de hospedagem, serviços e luxuosidade, o Cayo Jutías não possui estrutura de hospedagem. O acesso é difícil e limitado, com um único bar da empresa Marilyn, que administra o local. Eu achei interessante porque tinha pouca aglomeração das pessoas. O caminhão estacionou em uma grande área de areia, que serve de ponto de apoio para os veículos estacionarem. Lá observei outros veículos fretados estacionados. O motorista marcou o local de encontro as 15:30, com o regresso as 16:00. Seguir com Graziela e em poucos metros já observava um tom ciano nas águas do Cayo Jutías, me hipnotizando. A paisagem é tão peculiar e encantadora que vegetações de manguezal se misturavam as águas brilhantes e calmas. De longe parece ser cristalinas, mas não são. As águas são bem embasadas, com baixa visibilidade nas áreas mais profundas. Tentei caminhar ao Oeste, com o objetivo em chegar a “ponta” do Cayo Jutías, mas sem sucesso. Um funcionário da Marilyn nos abordou e alertou que a partir daquele ponto não poderia mais caminhar, pois é uma área restrita ao visitante. Comecei a questiona-lo, mas o rapaz respondia com frieza e diretamente. Regressei e fui ao leste, adentrando em uma área com uma densa vegetação de manguezal e sendo atacado por uns minúsculos mosquitos. Nesse trecho era possível visualizar e curtir pequenas praias, de águas cianas e calmas, parecendo uma clássica piscina natural. Esse trecho foi de quase 3km, chegando próximo um farol bem antigo e degradado. A partir dali não é possível caminhar devido o denso manguezal. Regressei e comecei a curtir as minúsculas praias que visualizei com Graziela na ida. Por volta das 14:00 surge uma grande nuvem cinza que descarrega uma forte chuva. Esperei com Graziela na área da estrutura da Marilyn, parecia uma tempestade. A chuva durou quase 20 minutos e depois amenizou. Mesmo com o tempo fechado e as águas com um tom cinza, voltei com Graziela até a praia e curti um banho frio até a hora do encontro, as 15:30. As 16:00 partimos para Viñales. A viagem foi longa, parecia interminável, apesar de ser o mesmo caminho. Os mesmos 61 km foram feitos em 2h e 10 min., devido a estrada ruim e está escurecendo. Nessa noite jantei em um restaurante chamado El Cubito, foi um dos mais em conta e com uma boa estrutura. O prato, como sempre, foi o Congri. Na noite anterior almocei lá e o garçom estava com um bom humor, ao ponto de oferecer uma limonada. Hoje o rapaz estava com uma cara fechada, sem conversa e expressão de “poucos amigos”. No final da noite observei a bela lua cheia com Graziela e depois fui dormir. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Para saeguir até o Cayo Jutías deve se fretar um transporte. O mais em conta que achei foi o Caminhão coletivo. Apesar de ser um caminhão, a estrutura é boa. 2- Tente programa para sair cedo, pois a estrada é muito ruim 3- Faça a caminhada ao Leste do Cayo Jutías, entre os manguezais. È possível visualizar minusculas praias lindas 4- Tente driblar o segurança da Marilyn e chegar ao ponto mais Oeste do Cayo Jutías. 5- Existe um único restaurante no Cayo Jutías, administrado pela empresa Marilyn. 6- Leve seu lanche. DIA 27 21/02/2019 – quinta-feira Cidade: Viñales | Província: Pinar del Rio No 27° dia em Cuba que pude realizar uma trilha. A primeira vez era para ser na Cidade de Trinidad, mas sem êxito. Acordei ao amanhecer com o susto que o relógio me deu. Muitas notificações chegando e comecei a estranhar, mas na verdade foi um sinal de wi-fi aberto que proporcionou centenas de notificações. Graziela ficou animada e foi aproveitar, mas durou poucos minutos. A internet é do Aldo e parece que deve ter ouvido o som das notificações e desligou o roteador. O Aldo quis nos oferecer um café com panquecas, que foi recusado. Porém, ele tanto insistiu que acabei aceitando com Graziela. Tomamos o café e agradecemos. Poucos minutos o Aldo reaparece e diz que poderíamos da uma colaboração pelo café. Graziela ficou bem chateada e Eu também. Para o azar de Aldo fingimos que não compreendemos, deixando ele sem graça. Partimos as 08:50 e fui direito na CADECA fazer um câmbio, pois estávamos com pouco dinheiro. Hoje é o dia de fazer trilha e conhecer as plantações da folha do tabaco, usando o “faro de trilheiro” para chegar a essas localidades sem precisar pagar um guia. As grandes atrações de Viñales são os passeios nas plantações de tabaco para produzir os charutos, além das trilhas e esportes radicais realizadas aos arredores dos grandes morros. Cavernas rios são as grandes atrações, com direito a escalada e a prática de rapel. Tudo isso tem o preço e não é nada barato. Entretanto, o acesso é livre não sendo obrigado um condutor. O Aldo, ao saber, tentou fazer um drama com o objetivo em contratar o serviço de guiada de um amigo, mas ele fez com a pessoa errada, sendo recusado de imediato. Na CADECA troquei 100 Euros por CUC e de lá seguir pela rua ao lado, iniciando a caminhada. O trecho oficial para ter acesso às plantações, e as trilhas pelas cavernas, está na rua ao lado da CADECA. Caminhei com Graziela em uma pequena rua e observei um senhor que estava com dificuldade em levar uma sacola de iogurtes e queijo. Ajudamos e ele começou a puxar assunto. O senhor tem 85 anos e se chama Ciro, que contou um pouco da sua história e a de Viñales. O Sr. Ciro nos levou até uma conhecida que cultiva Tabaco e ela mostrou todo o processo, dês da colheita ao enrolamento do charuto, fumando em seguida. Graziela e eu provamos e estava bom. Antes de acender o charuto, a dona da FINCA passa um pouco de mel na parte que se traga, Eu não conhecia esse procedimento. No final foi pedida uma taxa de visitação e acabei pagando 1,25 CUC. Despedimos da moça e do Sr. Ciro, que fez questão em nos levar até o inicio de acesso as trilha da Cueva de La Vaca. Eu já sabia o caminho, pois consultei o aplicativo do MAPS ME., orientando a localização e o caminho bem delimitado. No inicio da trilha agradecemos a Sr. Ciro e partimos. Esse caminho possibilita três atrativos, sendo eles: 1)- Cueva de La Vaca; 2) plantações de Tabaco; 3) Cueva del Palmarito. O roteiro do dia será esse, em busca do objetivo de realizar esses três atrativos. Chegamos a uma portaria e um senhor nos abordou, perguntando a nacionalidade e puxando assuntos sobre o Brasil. Nessa portaria existe uma pequena casa de visitante oferecendo alguns produtos para venda, ainda existe um grande mural com vários objetos. O engraçado que a maioria é cédulas. Fiz a colaboração de deixar uma nota de R$ 2,00 e uma moeda de R$ 0,10. O senhor ficou muito feliz. Acessei com Graziela em uma fazenda com a trilha bem visível, mas cheia de bifurcações. Em poucos metros observei a Cueva de La Vaca e fui à direção dela. O primeiro caminho me distanciava, sendo que voltei e seguir a direita, caminhando por uma das várias bifurcações. Apesar de ser fácil, devido o trecho ser visível e “batido”, as trilhas formadas na fazenda possuem muitas bifurcações, condicionando a te levar para outras plantações com distancias quilométricas. Na trilha é possível visualizar bois de canga das fazendas. Apesar da cara séria, os animais não são agressivos. Antes de chegar na Cueva de La Vaca existe uma grande escada de cimento que da acesso a caverna, localizada no meio de um morro ( que em Cuba é conhecido pelo termo “mogote”). A Cueva de la Vaca (Caverna da Vaca) é pequena, deve ter uns 100m de extensão. No inicio existe uma “caixa de cimento” cheia de lixo, principalmente garrafas plásticas, uma cena bizarra e incomoda. Antes de entrar na caverna fiquei alguns minutos com Graziela registrando umas fotos e observando a paisagem das fazendas que estão abaixo do morro, proporcionando uma bela paisagem e a grandeza das FINCAS de Tabaco. Liguei a lanterna e entrei com Graziela, pedindo a ela em não olhar para cima. A caverna possui muitos morcegos, concentrados nas partes altas. Graziela morre de medo de morcego. Se visualizar um é capaz de gritar e sair correndo. Nessa caminhada Graziela obedeceu e foi tranquilo, chegando ao outro lado da caverna. No outro lado proporciona uma bela vista dos vários morros e as dezenas de fazendas de plantação da folha do tabaco, predominando no belo Vale de Viñales. Do mirante visualizei três cavernas bem distantes, cada uma em um morro. Fiquei na duvida qual era a do Palmarito. Em um dos relatos observei que a Cueva del Palmarito é a única que possui um rio que adentra na caverna, servindo de referencia. Consultei o MAPS ME. que me mostrou um suposto caminho, resolvi arriscar. Fui com Graziela e passamos por mais plantações de folha de tabaco , ao ponto da trilha adentrar entre as plantas. Parei e fiz umas fotos. Alguns pássaros cantavam e se destacavam entre as folhas, as aves eram de espécies que ainda não sei o nome e nunca tinha visto. Desci um trecho íngreme da Cueva de La Vaca até a continuação da trilha, que segue em mais uma fazenda. La em baixo já era possível visualizar grupos passeando de cavalo e conhecendo as FINCAS. Seguir com Graziela, em passos largos, passando esses grupos. Os condutores nos olharam com cara de poucos amigos e não nos importamos. Ficamos cismados desses grupos estarem seguindo para a Cueva del Palmarito, queríamos visualizar a caverna igual a Cueva de La Vaca, sem ninguém presente. Nessas fazendas existem umas casinhas de apoio que vendem produtos, Graziela parou em uma delas e bebeu um cafezinho, que foi o mais caro pago até hoje, no valor de 1 CUC. O trecho entre a Cueva de La Vaca até a Cueva del Palmarito é um pouco perigoso devido as bifurcações. São muitas bifurcações, o tempo todo. É pegando uma e visualizando outra, pois as trilhas estão entre as fazendas. Esse trecho foi realizado em quase 1h, devido aos caminhos errados que seguia. No final visualizei um rio barrento e seguir-lo, chegando a Cueva del Palmarito. Diferente da Cueva de La Vaca, a Cueva del Palmarito fica na base do morro com um rio de leito fino e águas forte correndo para o interior da caverna. As águas barrentas não possibilita ver a profundidade, que a meu ver, pelo menos nesse trecho inicial, parece ser raso. Liguei a lanterna e avancei com Graziela caminhando pelo trecho úmido e escorregadio da margem direita verdadeira do rio. Com 2 minutos de caminhada a lanterna de Graziela começa a falhar e me veio à lembrança das crianças da Tailandia que ficaram presas na caverna, me deixando bastante cismado. Chamei Graziela e decidir abordar o caminho, ficando no inicio da caverna que estava com claridade. Voltamos e lá permanecemos por quase 1h. Algumas formas no interior da caverna são interessantes. Acredito que foram feitas pelas águas que escorrem dos grandes paredões. Visualizei estalactites, mas não cheguei a ver nenhuma estalagmites. As 15:00 regressamos, realizando o mesmo caminho invertido. A volta foi tranquila, pois já sabia todo o trajeto. Na Cueva de la Vaca visualizamos um grupo praticando bolden, promovido pela agencia Cubanacan (uma das várias agencias do Ministério de Turismo de Cuba – mTUR). Graziela propôs em conhecer o museu da história, distante 4 km do centro de Viñales. Estava cansado, mas aceitei. Fomos caminhando pela Calle Salvador até o trevo, todo caminho é feito pela margem da rodovia de asfalto. Já passava das 16:30 quando visualizamos o mural antes de entrar. O engraçado que para ter acesso a parte interna e visualizar de perto o mural da história deve pagar um valor de 3 CUC, por pessoa. O mural da história é uma pintura feita por algum artista local, retratando animais e objetos durante a evolução dos seres. Dinossauros, macacos, homens da caverna, mamutes e entre outros se destacavam. Antes de chegar à portaria parei com Graziela e observei. No final do trevo é possível ter uma boa visualização, sem a necessidade de entrar. Toda essa obra está desenhada e pintada em um grande paredão rochoso de um morro. Regressamos e visualizamos mais um belo pôr do sol na Calle Salvador. Chegamos ao Centro de Viñales bem cansados e com fome. Paramos em um restaurante na rua principal e almoçamos uma sopa de feijão com arroz. Minha fome estava tanta que solicitei uma macarronada com queijo e Graziela mais outra sopa de feijão. Antes de dormir passamos em uma lanchonete e degustamos alguns copos de suco de manga, cada um no valor de 5 CUP. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- A rua de acesso a trilha rstá ao lado da CADECA. 2- Apesar de a trilha ser batida e larga, existem muitas bifurcações. 3- A Cueva de La Vaca é bem tranquila. 4- A Cueva del Palmarito é acessível, porém é bom ficar atento com rio que adentra na caverna. 5- Se tiver tempo existem outras cavernas ao lado que é interessante em conhecer. 6- Os famosos charutos são fabricados com as folhas produzidas dessas fazendas. 7- Nas fazendas vendem charutos, caso se interesse. DIA 28 22/02/2019 – sexta-feira Cidade: Havana | Província: Havana Despedimos do Aldo e seguimos para a parada de ônibus que embarcar com destino ao terminal rodoviário de Pinar del Rio, capital da mesma província homônima. Na volta decidir seguir uma das referência que planejei esse roteiro, chegando em Havana de caminhão e fazendo uma boa economia. Já acostumei a viajar de caminhão e enfrentar os perrengues em Cuba, as “guaguonas” são velhas conhecidas. A parada de ônibus fica em frente à funerária, na penúltima travessa da Calle Cienfuegos. O micro-ônibus não demorou, passando as 10:00. O valor da passagem foi de 2 CUP, por pessoa. A viagem foi tranquila, o veículo foi fazendo várias paradas de embarque e desembarque, além de lotar rapidamente. A estrada entre Viñales e Pinar del Rio que é o atrativo, com suas perigosas curvas sinuosas e a paisagem da serra. Dessa vez não houve tensão e momentos perigosos, como ocorreram na ida pela Via Azul. Desembarquei no terminal provincial de Pinar del Rio as 11:10, com muita gente e pouca orientação. Fui até uma funcionária que me ensinou onde embarca os caminhões. Aguardei em uma “fila” onde tinha uma quantidade de pessoas aguardando para seguir nesse caminhão com destino a Havana. A espera foi de quase 30 minutos até o portão abrir. Corri com Graziela e entramos no caminhão vermelho, com poltronas espumadas, um pouco confortável. De todas as viagens feitas utilizando o caminhão essa foi a mais confortável. Paguei o valor de 100 CUP (4 CUC) referente a minha passagem e a de Graziela. As 12:00 o veículo saiu. A viagem foi bem tranquila, muitas das pessoas que embarcaram seguiam para Cidades próximas. As mais relevantes são Mayambeque e Artemisa, capitais das províncias homônimas. A duração foi de 2h e 15 min, chegando até a parada da Calle 100, as 14:15. Em Havana os caminhões não entram no terminal provincial, cada linha tem uma parada específica. A linha que vem da Província de Pinar del Rio é na Calle 100, uma principal rodovia que leva as Cidades do Oeste de Cuba. Na Calle 100 seguir caminhando com Graziela na margem dos viadutos até chegar na Av. Rancho Boyeros. Assim que chegamos passou o ônibus da linha P12 e embarcamos. Corri ao ponto de “dobrar o pé” e quase torcer o tornozelo. Tive muita sorte. Desembarquei no bairro Chino e seguir com Graziela procurando arrendador em divisa para ficar. Tomamos três sustos, com preços de 25 CUC. Como no Centro de Havana existem muitos arrendadores de Divisa e não tínhamos pressa, seguir com Graziela procurando. Na quarta tentativa, precisamente na Calle San Rafael, encontramos uma boa casa. O dono se chama Damian e se ofereceu o quanto poderíamos pagar e os dias que vamos ficar. Fui bem sincero em padronizar o meu preço, no valor de 10 CUC e que pretendo ficar 4 dias e 3 noites. O Damian nem esperou terminar e mandou subir, aceitando o valor. A casa fica no primeiro andar de um cortiço, dando aparência de ter sido reformada. Essa casa foi a primeira que ficamos com os cômodos disponíveis só para mim e Graziela. Sala, Cozinha, varanda, banheiro e quarto. Damian entregou a chave e disse que a casa é nossa e qualquer coisa a mãe mora ao lado e poderia chama-la. Uma das coisas que nos mais interessou foi o liquidificador, possibilitando a fazer sucos. A Calle San Rafael conheço de “olhos fechados”, é a imensa rua em que se tem de tudo e o lugar perfeito para se hospedar. O arrendador em divisa do Damian é a casa completa. Além disso, o interior da residência é muito bonito com as colunas de mármore e os detalhes das formas no teto, muito interessante. Almocei na Calle Zanja e de lá seguir caminhando até o Malecon e assistir o pôr do sol no bairro do Vedado, sendo um dos mais bonitos vistos até ao presente momento nesses meus 27 anos. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Existe um horário das 10:00 que parte um micro-ônibus de Viñales para o terminal provincial de Pinar Del Rio ,custando o Valor de 2 CUP. 2- O Caminhão que vai para a Cidade de Havana, saindo do terminal de Pinar Del Rio, é no horário das 12:00. O Valor são de 50 CUP ou 3 CUC. 3- O final é na Calle 100. Se for ao Centro de Havana, Malecon, Havana Velha, deve ir caminhando pela margem do viaduto e descer na Av. Rancho Boyeros. Os ônibus que servem são da linha P12 e P16. 4- Recomendo a casa do Damian DIA 29 23/02/2019 – sábado Cidade: Havana | Província: Havana Graziela sugeriu, nesse 29° dia, em conhecer uma localidade de Havana chamada Fusterlandia, que tem um interessante trabalho artístico e cultural em Cuba. Não questionei e resolvemos chegar até lá, que está localizado no bairro de Jamainatas, um bairro nobre ao Oeste de Havana. Seguimos até a estação de trem e embarcamos no ônibus da linha P4, soltando na 5° Av. e seguindo a pé nas belas ruas arborizadas e casas de alto padrão. A parada do ônibus é onde estão concentradas as embaixadas. Da estação de trem até o trevo de acesso a localidade é uma longa viagem, devido ao itinerário do ônibus. O aplicativo MAPS.ME me ajudou a desembarcar no local exato. Caminhei por 2 km com Graziela, passando pela bela Avenida 5°. Destaque para o Centro Universitário de Química, que naquele momento estava fechado. Atravessei a rua com Graziela e nos muros já observava os belos desenhos feitos com pedaços de azulejos através da técnica do mosaico, dando formas, cores, personagens e reflexões. A Fusterlandia é homenagem ao Jose Fuster, idealizador da ideia. Quando ele iniciou, na década de 1970, do Século XX, o bairro de Jamainatas era uma colônia de pescadores com uma urbanização e saneamento bastante precário. Todas as casas estão revestidas com o mosaico, com vários desenhos e informações. Mas a atração principal é a sua casa e museu a “céu aberto”, que está presente as suas principais obras. Entrei com Graziela e não foi cobrado nenhum valor, ficando facultativo à colaboração. O espaço é imenso, com coreto, escadas, paredes e até uma imensa piscina revestida com a arte do mosaico. Passamos um tempo ali observando as formas e imagens. Pensava que a atração ia ser rápida, mas custou o dia todo. Para piorar, tomei um “chá de cadeira” com Graziela ao esperar o ônibus P4. Acabamos em se retar e seguir a pé até a parada final da linha P1, que fica 4 km de distância. Fizemos essa escolha por conhecer o itinerário dessa linha. Embarcamos e desembarcamos na Calzada de Infanta, almoçando em um dos paladares concentrados nessa rua. Final da tarde seguir caminhando com Graziela até o Malecon, que está perto do local em que almoçamos. Assistimos mais um belo pôr do sol e voltamos para casa. Nesse dia resolvemos utilizar a internet, com um cartão de 3h que tínhamos a disposição a ser utilizado em caso de extrema emergência. Como está no final da viagem, resolvemos usar nesses dias finais em Havana. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Se for de ônibus a linha mais próxima é o P4. Pode utilizar dois transportes, caso escolha a outra linha é a A10. 2- Na volta pode ser feito o mesmo procedimento, mas aconselho desembarcar no bairro da Miramar e seguir no ônibus da linha P1. 3- A taxa na Fusterlandia, nesta presente data, é facultativa. Tinha levado pouco dinheiro e não colaborei. DIA 30 24/02/2019 – domingo Cidade: Havana Del Leste | Província: Havana No almoço do dia anterior aceitei com Graziela para nesse 3° dia em Havana, após o circuito pela Ilha de Cuba, em conhecer as praias do Leste de Havana, locais que a maioria dos cubanos frequenta. Para isso seguimos, novamente, para o TTFCC (terminal de trens e cargas), onde está a parada de embarque do ônibus da linha A40 (TFFCC x Guanabacoa). Essa é a principal linha de ônibus que leva as praias do leste. Não demorou muito e embarcamos em um ônibus lotado. Para piorar tinha um grupo de adolescentes fumando dentro do veículo, incomodando alguns passageiros. O jovem não estava nem ai para quem se incomodada. A viagem foi longa, seguindo pela estrada de acesso a Varadero. A distancia foi de 25Km, feitos em 1h até a parada inicial de Guanabacoa, local escolhido para desembarcar e seguir a pé pela praia. No dia 28 de janeiro, quando o tornado passou por Havana, Guanabacoa foi a localidade mais atingida, onde visualizei vários imóveis destruídos e ruas danificadas. A praia de Guanabacoa é pequena, simples e com um tom de água azul escuro. Iniciei a caminhada pela praia as 08:50, encontrando as areias sujas, cheias de garrafas de cerveja. Atravessei a foz do Rio Boca Ciega, bem fácil, chegando na praia de Santa Maria Del Mar. A Praia de Santa Maria Del Mar já possui as águas azuis claras e cristalinas, com pequenas ondas e bem extensa. Ideal para um banho. Nesse trecho final, perto da foz do Rio Boca Ciega, estava com poucos banhistas. Fiz uma parada com Graziela e aproveitamos algumas horas por lá. Aos poucos íamos caminhando e fazendo pequenas pausas para banho e observação, além de descansar nas areias, que estavam mais limpas que das praias de Guanabacoa. As 11:00 começou chegar as pessoas e rapidamente a praia ficou lotada, parecendo o Porto da Barra em dia de domingo (por coincidência é domingo). A praia lotou e seguimos a caminhada rumo ao Oeste, chegando até a praia de Megano. Menos movimentada que Santa Maria Del Mar, a praia de Megano não é ideal para banho. As águas são violentas e as ondas fortes. Além disso, não tinha nenhum local com sombra e o sol forte não dava condições de descansar na areia. Rapidamente saímos e seguimos em busca de um local para almoçar, sem sucesso. Comidas temperadas com carne ou com presunto. Desistimos de procurar e resolvemos voltar para Havana. A volta foi um pouco tensa. Após a subida de uma forte ladeira, em um sol quente, aguardamos em uma parada de ônibus que está desativada, sendo migrada para alguns metros a frente. Descobrimos após o ônibus da linha A40 “passar direto”. Graziela cismou e disse que não era ali a parada. De fato! Estava quase 100m a frente. Em Havana estava muito calor, uma sensação bem incomoda. Nesses dias finais de Cuba foi que senti o verdadeiro calor relatado nos textos que me serviu de referencia. Sérios embates rolaram com Graziela devido ao chuveiro, pois, enquanto Graziela só se banha com o chuveiro no quente, independente da temperatura, Eu só me banhava no frio, se pudesse gelado. A noite experimentei o “batido de guayaba” (vitamina de goiaba), feito de uma água suspeita e higienização suspeita. Graziela cismou e ficou com nojo. Acabei arriscando e provei, estava saboroso. A vitamina tem uma forte venda paladares do Centro de Havana. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- Nos relatos a linha TFFCC x Guanabacoa está citado com a linha A400. Em 2019 foi mudado para a linha A40. 2- A parada da linha A40 está do outro lado da estação de trem. 3- A caminhada de Guanabacoa até Megano é tranquila e fácil em se fazer. 4- A praia mais bela é a Santa Maria Del Mar e a mais cheia. No local existem serviços que vendem comidas e bebidas. DIA 31 25/02/2019 – segunda-feira Cidade: Havana | Província: Havana Nesse penúltimo dia foi dedicado a conhecer o museu da revolução, localizado no Centro de Havana. Na noite anterior me reunir com Graziela para fechar os valores dos gastos e reparamos que economizamos mais do que imaginávamos. Um dos nossos maiores desafios é gastar 60 CUC em um dia. Saímos no inicio da manhã em busca de livrarias para comprar alguns livros, que durante as pesquisas percebemos os preços estavam bem elevados. Passei em uma charutaria e comprei alguns charutos de marcas para presentear. Almoçamos em um paladar perto do museu e posteriormente seguimos para a sua visitação. O valor para estrangeiro é diferenciado para os cubanos. O valor para estrangeiro custa 8 CUC e da o direito em conhecer todo o museu. Para nosso azar algumas áreas estão em reformas, limitando o acesso. Não tínhamos muita escolha. O museu da revolução enfatiza todo o processo histórico de Cuba, fazendo um resumo do período colonial e detalhando os fatos a partir da revolução cubana, em 1959, liderada pelo Fidel Castro. É um ótimo local para quem quer conhecer os detalhes da história de Cuba. Destaque para o barco Gramma, um avião estadunidense abatido e os tanques de guerra. Queria muito detalhar um pouco da história de Cuba e todo o seu contexto, mas o objetivo é relatar, de forma bem resumida, esse período em Cuba para fins turísticos e de viagem econômica. A visita durou o dia todo, pois o museu é muito grande. Mesmo com espaços limitados e impedidos de ter acesso, devido as reformas, as áreas disponíveis estão com muitos materiais e objetos relevantes para conhecimento. A noite fui fazer minha ultima caminhada no Malecon com Graziela e começamos a lembrar dos fatos nesses dias em Cuba, fazendo uma reflexão dos momentos vividos nessa viagem. Quando estávamos regressando localizamos um paladar chamado El italiano, que vem uma boa macarronada recheada com queijo por um ótimo preço, no valor de 12 CUP. Alimentamos-nos, que apenas um prato deu para satisfazer e acabar com a fome. O único ponto negativo é a organização dos cubanos, já que eles não têm a prática de fazer filas. Fique ligado Muchacha e Muchacho: 1- O museu da revolução cobra o valor ao estrangeiro em CUC. 2- Para quem gosta de comer massa e de boa quantidade, recomendo o paladar El Italiano, localizado na Calle Aguiar, perto do Malecon. DIA 32 26/02/2019 – terça-feira Cidade: Havana | Província: Havana Até logo Cuba, acordei pensando nessa frase. Ao tomar café sentir uma sensação ruim, um peso, que não comentei com Graziela, resguardando para mim. A prioridade é se organizar para ir até o aeroporto, já que o vôo para a Cidade do Panamá está marcado no horário das 11:00 (horário de Cuba). Acordamos as 06:30, ajustamos tudo e despedimos do Damian. Fui caminhando com Graziela até a praça da fraternidade, local onde saem os ônibus urbanos que passam no trevo do aeroporto. Antes de embarcar visualizamos um paladar e resolvemos tomar um café. Quando saímos passou um ônibus da linha P16, que passa no trevo do Aeroporto Internacional Jose Marti. Embarcamos e seguimos viagem em um ônibus vazio. Um fato estranho é que todo passageiro que embarcava o motorista falava: “Boyeros, Boyeros”, me deixando cismado. A viagem foi tranquila até o viaduto da Calle 100, onde o ônibus parou e mandou todos descerem, segundo o motorista ali é a parada final. Já se passava das 09:30 e Graziela e Eu começamos a nos preocupar com o horário. Logo atrás veio um ônibus da linha P12 lotado. Sair correndo e invadir a porta do meio do ônibus com a mochila cargueira esbarrando no povo. Os passageiros deveriam está me xingando de tudo que é nome, mas não tinha escolha, o máximo que pude fazer foi me desculpar. Ao embarcar dei falta do meu celular que estava no bolso, acabou caindo quando corri para pegar o ônibus na Av. Rancho Boyeros. O celular com a tela de 6, em um bolso raso, fica fácil para cair. Nele tinha algumas fotos e vídeos que não tinha transferido para o computador, me entristecendo muito. Além disso, todo o roteiro gravado no aplicativo MAPS.ME foi perdido, já que não fiz a migração para ficar salvo no meu histórico. Desembarquei no trevo as 09:50 e fui caminhando quase 03 km até o terminal 3 do aeroporto. Chegamos lá as 10:20 e a fila da Copa Airlines estava grande. Graziela acabou deixando um canivete na mochila de mão, que teve ser descartado no momento do embarque. Lamentamos muito porque o equipamento era bom e foi caro. Para piorar acabei dando falta do meu carregador de mão, que lembrei que deixei em cima do guarda roupa na casa do Damian. Embarcamos as 11:00 com destino a Cidade do Panamá, local da escala. A viagem foi tranqüila, durando 2h. Poucos minutos embarcamos com destino a Salvador, Bahia, com a viagem durando 9h. .
  3. Galera! O post virou um livro! Isso mesmo! Um amigo meu foi para Cuba mês passado e me ajudou a atualizar e aprimorar novas informações de Cuba! Resolvi assim publicar um livro para alcançar mais pessoas e promover o turismo em Cuba! DOWNLOAD GRATUITO PARA GALERA DO MOCHILEIROS.COM: https://drive.google.com/file/d/1wAMHj2S0Q-1gXZToBlK7vJ5PWhFtBKIy/view?usp=sharing Para quem prefere a versão impressa, você pode encomendar uma no site da editora Clube de autores: https://clubedeautores.com.br/livro/vai-pra-cuba (R$ 41,00) Se tiverem alguma sugestão, crítica ou apontamento por favor me escrevam no mesmo email para que eu possa atualizar as informações nas novas reimpressões! Caso queiram saber de algo ou algum detalhe extra, podem me procurar no INSTAGRAM: "eddiesantos1912" (link do meu instagram). Lá acompanho mais as mensagens. Além disso, as fotos desconfiguraram aqui, mas no insta estão postadas, assim como destaques dos stories relatando o mochilão. O insta é fechado por questões de segurança, mas ao perceber que se trata de alguém do ramo das viagens e dos mochileiros.com sempre aceito. Segue abaixo o post original. ___________________________________________ Considerações Iniciais Prazer galera! Sou Eddie, professor de Geografia, e sempre planejo meus mochilões e viagens pelo relatos da comunidade. Agradeço ao meu amigo João aqui de Joinville que viajou no fim de 2022 e me deu algumas dicas e materiais essenciais, assim como todos os mochileiros que postaram seus relatos de Cuba aqui no fórum, os quais foram de muita ajuda no meu planejamento. Porém, como todos os relatos aqui são do período anterior a pandemia, vou me esforçar por relatar minha experiência na minha viagem a Cuba em Fev de 2023. A partir da minha experiência em Cuba, posso afirmar que Cuba, o turismo e a sociedade cubana mudaram e estão mudando em um ritmo acelerado no período pós-pandemia. Vou colocar alguns tópicos com as principais mudanças, e nas demais postagens comento a experiência, meus gastos e pontos imperdíveis em cada uma das atrações e cidades visitadas. Viajei sozinho por 18 dias por Cuba, onde conversei com centenas de cubanos sobre o cotidiano, os desafios e a história de Cuba. Ideal mesmo é fazer um mochilão de 30 dias por Cuba, mas 18 já deu para conhecer um pouquinho do "essencial". No caminho conheci pessoas sensacionais, desde pessoas locais, a casais brasileiros em viagem e alguns mochileiros europeus (porém nenhum mochileiro latino 😔 então bora viajar galera! 😆), os quais algumas das histórias relatarei quando comentar a experiência em cada cidade. Caso queiram saber de algo ou algum detalhe extra, podem me procurar no INSTAGRAM: "eddiesantos1912" (link do meu instagram). Lá acompanho mais as mensagens. Mas agora segue o essencial de Cuba em 2023, a partir da minha experiência. Resumo da história econômica cubana e a situação em 2023 Como dito, conversei com centenas de cubanos das mais variadas correntes de pensamento e profissões. Então segue um resumo do que captei. Entre os mais idosos que viveram o período de mudança após o triunfo da revolução é consensual que o que viveram na década de 80 foram "anos de ouros". Havia comida em quantidade abundante e sobrava dinheiro do salário para o trabalhador comum comprar diferentes itens de consumo importados dos demais países do bloco socialistas. Ademais, como não havia turismo externo, o turismo em cuba era praticamente interno. Assim, todo trabalhador cubano conseguia fazer turismo uma vez ao ano. Um senhor cubano me contou que o salário na época era de cerca de120 pesos mensais, e no fim de ano ele sempre consegui fazer o "tour turismo da época": 15 dias por várias cidades da ilha com ônibus, hotel e comida tudo pago por uns 80 pesos, ou seja, vivia-se bem e com boa qualidade de vida. O sistema, dentro dos paradigmas ao qual foi baseado - um modelo soviético - funcionava relativamente bem e deu as bases de um estado de bem estar social que dava inveja aos países caribenhos vizinhos. Assim, essa época deixa saudades e nostalgia em todos que viveram o auge do sistema. Porém, a queda do bloco socialista na década de 1990 e o consequentemente isolamento político e econômico deixaram o país em situação bastante complicada. O fato também de Cuba ter mantido com a URSS uma relação neocolonial e não ter feito uma política de industrialização de "substituição de importações" também veio a cobrar o preço após a queda do muro de Berlim. Por tudo isso, eles chamam a década de 90 de "período especial", uma época de escassez, sacrifícios e muitas dificuldades. Cuba perdeu mais de 75% dos compradores de seus produtos, e o embargo econômico dos EUA recrudesceu e assim afetou mais do que nunca o governo e o funcionamento do sistema. Dois exemplos: o maquinário de produção de açúcar, que era todo baseado em máquinas soviéticas. Logo, sem ter uma indústria de base forte, não tinha como repor, e hoje a indústria açucareira passa dificuldades e Cuba inclusive tem que importar açúcar de outros países; 2) O embargo econômico dificulta tudo, pois a impossibilidade do governo cubano ter contas em dólares no estrangeiro, importar ou exportar produtos que direta ou indiretamente tenham relação com os EUA, e outras sanções (Veja mais aqui), como a que os cargueiros de mercadorias enfrentam ao ir a cuba, pois se um navio aporta em porto cubano, não pode ir aos EUA nos próximos 6 meses, ou seja, que dono de cargueiro aceita um frete a Cuba se depois não poderá ir aos EUA um dos maiores importadores e exportadores do mundo? Assim, Cuba na prática tem que pagar o dobro pelo frete dos produtos importados, o que resulta em importar produtos por quase o dobro do preço e exportar seus produtos a um preço mais barato para compensar o frete para os países compradores. Uma das soluções para a saída do período especial foi a abertura ao turismo. Assim, a partir dos anos 2000 o turismo passou a ser uma das principais atividades econômicas da ilha, que foi crescendo ano a ano até chegar ao seu pico antes da Pandemia Covid. Mas aí começa uma das contradições: para sair do período especial, o governo cubano teve que abrir mão de vários dos seus princípios "socialistas". Assim, quem trabalha com algo relacionado ao turismo nesses 30 anos conseguiu um padrão e qualidade de vida muito superior a quem não estava ligado a essa atividade ou manteve-se trabalhando para o governo. O mesmo pode ser dito para as famílias cubanas que possuem familiares no estrangeiro e recebem remessas em dólares dessas famílias. Pessoas nessas duas situações, tem um padrão de vida e de consumo bastante diferente do resto da população. Então não espere ir a Cuba e encontrar a Cuba pintada pela extrema direita no Brasil (todo mundo pobre e se ferrando igual) ou pintada pela esquerda idealista brasileira (um país com igualdade e modelo de vide onde todos os serviços públicos funcionam perfeitamente). A sociedade cubana é bastante dividida em segmentos sociais e o governo está com dificuldades de socializar o dinheiro que vem da atividade econômica turismo e das remessas externas, pois é bastante ineficiente e "amador" em cobrar impostos e outras situações burocráticas advindas de um contexto de abertura econômica. Assim, muitos cubanos sonegam facilmente imposto, como uma guia de freetour me falou: "a gente tem que pagar 50 pesos de imposto por turistas que guiamos, mas o governo nunca sabe quantos são, então a gente chega no fim do mês e autodeclara qualquer número e tá ok"; ou venda de imóveis ou casas: para o governo se declara um valor e por fora se vende por 50 vezes mais tal bem, e o governo acaba cobrando o imposto apenas do valor declarado que é ínfimo 👀. Assim, de 2000-2020 foi um período que Cuba vinha se recuperando economicamente, apesar da desigualdade e diferentes problemas advindos do bloqueio e de uma não industrialização de base no país. Obama retirou algumas sanções e resultou em mais melhorias econômicas. Fruto desse período é que percebi que praticamente todos possuem um smartphone, acessam a internet e usam roupas importadas (grande parte falsificadas, mas simulacro das marcas internacionais), demonstrando que consumiam bastante alguns desses bens. Nas ruas de Havana os típicos carros antigos já dividiam as ruas com centenas de carros importados novos. Porém, as coisas começaram a piorar depois de 2016 quando Trump assumiu o poder e adicionou centenas de sanções econômicas, colocando ainda Cuba na lista de países terroristas e todas consequências econômicas que disso resulta. Um exemplo é proibição de cruzeiros de aportarem em Cuba, o que já afetou fortemente o turismo, principalmente de Santiago de Cuba. TUDO PIOROU AINDA MAIS COM A PANDEMIA. SIMPLESMENTE ARRASOU O PAÍS, como um furacão que nocauteou o sistema que já vinha cambaleando. Um país que tinha como principal fonte o turismo, o fato de ficar fechado por quase dois anos foi um baque duro. Até agora, os arrendadores de casa e outros cubanos me relataram que mesmo em 2023 não chega a 10% de turistas que viam antes da pandemia, ou seja, a principal atividade econômica não voltou ao "pleno vapor" e isso continua com o estrangulamento econômico do país. Então, para ajudarem na recuperação econômica da ilha, "vão pra Cuba"! 👌 Diante desse contexto, uns 80% cubanos acham o período pós pandemia pior que o período especial pós queda do bloco socialista. Pelo que entendi, naquela época todo mundo se ferrou junto e as mudanças foram mais lentas. Entretanto, atualmente as mudanças estão ritmo muito acelerado, atingindo fortemente alguns setores sociais e outros menos. O governo no plano de tentar fazer abertura econômica no estilo do que Vietnã e China fizeram do "socialismo de mercado", está deixando de subsidiar vários produtos e alimentos e deixando na mão do mercado privado. Assim, muitas bodegas do governo estão vazias e a caderneta de ração mensal dos cubanos está cada vez mais pequena e não chega aos pés que era na década de 80 ou mesmo nos anos 2010. Isso afeta principalmente os cubanos que vivem de aposentadoria ou trabalham em cargos estatais de menor complexidade. Somado a esse efeito da pandemia, a fusão das moedas CUC e CUP e outras políticas econômicas, fizeram o preço e inflação dos alimentos disparar. Assim, quem vive do salário do governo (varia entre 2.000 a 6.000 pesos cubanos, ou seja, entre 12 a 40 USD) a situação é crítica. Antes, mesmo com esse salário padrão internacional dólar baixo, a galera em geral conseguia viver bem pois o governo garantia o subsídio de vários produtos através das suas bodegas e a caderneta de alimentos. Mas agora com governo quebrado pós pandemia (pois gastou praticamente todas divisas que tinha em busca de vacina e com saúde pública), com preço dos alimentos tendo que ser comprados no mercado negro ou lojas do mercado privado com padrão similar ao preço internacional, complica muito para essas famílias mais pobres. Porém, não vi cenário da galera passando fome ou desespero total, eles estavam "levando a vida", como dizem. Nesse sentido, comiam de forma "não balanceada" com excesso de carboidratos (arroz e feijão e massas pizza pão) e pouca proteína (mais ovos, o que todos relatavam que estavam muito caros). Porém, vocês vão encontrar uma boa porcentagem da população cubana em situação de consumo mais elevada 🤑🤑. Muitos cubanos que trabalham por conta própria direta ou indiretamente ao turismo, tem familiares no estrangeiro, tem familiares médicos que trabalham ou trabalhavam fora e assim acumularam dólares ou que são donos de pequenos negócios (uma burguesia ascendente) ou mesmo trabalham em alguns cargos em negócios privados levam uma vida relativamente boa. Vi em várias casas que fiquei jovens jogando PS4 ou XBOX One (mto melhor que eu 🤔 ) , frequentando discotecas, bebendo cerveja e outros elementos de padrão de consumo típicos do capitalismo ocidental - até porque lá a cultura capitalista de cinema, novelas, vídeos e internet sempre existiu. Entre os jovens, principalmente os que são bem "educados" no sistema formal de ensino - formados em cursos superiores - e que não viveram os tempos auges da revolução, as vozes contrárias ao sistema são mais fortes. Alguns inclusive parecem imersos em redes de conspiração da extrema direita (alguns me falavam de marxismo cultural, outros que queriam que EUA anexasse Cuba como estado aos moldes de Porto Rico) e em suma tinham como principal esperança juntar dólares para pagar a um coiote (uns 10.000 USD) para ir aos EUA e iniciar uma vida economicamente ativa lá, pois creem que há poucas perspectivas de melhorias econômicas a curto prazo. Esses jovens tem posição crítica em relação ao governo, sistema e o futuro da ilha. Mas também conversei com jovens mais pobres ou formados mas que são de esquerda, e assim tem uma corrente de pensamento na qual esperam que Cuba abra sua economia mas mantenha as conquistas sociais na segurança, educação e saúde e sigam caminho parecido com o socialismo de mercado na China e Vietnã. Esses jovens querem ver mudanças, mas não tem ilusões que o neoliberalismo é o caminho. Então querem um estado de bem estar social ou socialismo de mercado que funcione bem com o capitalismo que virá em breve cada vez mais forte. Enfim, Cuba está passando por um período de mudanças intensas e não vejo a hora de retornar daqui uns 5 anos para a ilha para ver para onde tudo isso vai dar. E você mochileiro, organize-se para ir rápido a Cuba! É um país imperdível, com cultura única e história geopolítica cheio de reviravoltas e contrastes, afinal, não é fácil sobreviver no sistema mundo isolado com bloqueio econômico por quase 30 anos, achar um caminho (o turismo) mas ser nocauteado por seguir padrões sanitários e assim ter que fechar suas fronteiras por 2 anos. Mas apesar disso, o povo cubano é alegre, simpático e gentil. Em cada praça, uma música; em cada rua, crianças e adultos se divertindo e sorrindo do seu modo. Mesmo diante de dificuldade, a segurança é incrível, não me senti inseguro em nenhum momento e tampouco ouvi relatos de outros viajantes ou população local. Uma frase que ouvi me marcou muito: "nós cubanos somos felizes, não passamos fome, mas só passamos vontade mesmo de vez em quando". Moedas, conversões e dicas de câmbio Essa é a parte mais confusa! 🤯 Apesar da extinção do CUC, na prática há 5 formas de moedas ou de pagamentos em Cuba 😲. Demorei uns dias para entender, e no final estava craque nisso. Então segue resumo: 01- Peso Cubano ou "moeda nacional". é a moeda do dia a dia. Cobrados nos comércios locais e na maioria das lojas que atendem turistas. Então quando você chegar, faça a troca na casa de alguma família (ou alguém indicado por eles) que você for ficar hospedado, pois vão de ter uma melhor cotação do que nas cadecas do governo. A cotação oficial do governo é: 1 DÓLAR OU 1 EURO = 120 PESOS. Mas no câmbio paralelo que todos os cubanos usam estava no final de março em: 1 DÓLAR OU 1 EURO = 170 PESOS CUBANOS. Eu acabei fazendo por 160, porque ao longo das 3 semanas que estava lá o peso cubano deu uma desvalorizada. Assim, compensa ir trocando de pouco em pouco a cada 05 dias por exemplos seus dólares. Repare que a cotação do euro e dólar é a mesma, mas no Brasil o dólar é muito mais barato que euro 🤓 então levem dólar 🤑! Antigamente tinha taxa sobre o dólar, por isso relatos do fórum falavam para levar euros, mas agora não há mais taxa e em cuba em todos os lugares formais e informais o Dólar e EURO valem o mesmo. Mas sempre confirmem como está a cotação com a pessoa que vocês forem ficar lá. Como falarei no tópico hospedagem, usem o AIRBN para isso e conversem com a pessoa da casa por lá que ela te ajudará (darei dicas de pessoas confiáveis para isso). 02 - EURO E DÓLAR. É o que eles chamam de "moeda forte". Os taxistas, arrendadores de casa, alguns pacotes turísticos e alguns lojas ou restaurantes específicos em lugares muito turísticos cobram em Euro ou Dólar. Eles aceitam a moeda nacional, mas fazem a "conversão do jeito que querem". Por exemplo, táxi eu paguei 10 dólares e o restante em peso cubanos, e ele fez cotação 1 dólar = 180 pesos. Mas outros lugares faziam por 160 e alguns lugares do governo faziam por 120. Confuso, enfim, "Coisas de Cuba". 03 - CARTÃO DE CRÉDITO. O cartão de crédito 💳 já é aceito em muitos lugares administrados para o governo, e pior, em alguns lugares SÓ É ACEITO CARTÃO DE CRÉDITO MASTER! Então levem um cartão mastercard com vocês para esses momentos. Meu Nubank funcionou super bem e até daria para sacar dinheiro lá se precisasse (mas seria na cotação 120 pesos, ou seja, não compensaria, mas em uma urgência teria essa opção). Mas como não sabia disso, como irei contar em um dos dias, planejei ir a Cayo Santa Maria e quando cheguei lá tinha que comprar voucher com a agência de turismo do governo cubano, porém só podia pagar em tarjeta mastercard. tinha dólares e pesos cubanos, mas que não aceitavam 😪! Fiquei chupando dedo e tentando ajuda de outros turistas para passar a tarjeta. Só passou uns canadenses pnc* que não me ajudaram 😵. Mas faz parte, nos outros dias aprendi a lição e sempre andava com a tarjeta, e a utilizei algumas vezes (para comprar passagem viaazul, bus turístico em Trinidad e em um ou outro restaurante do governo. 04 - TARJETA MLC (livremente conversível). Essa é a versão nova do CUC, mas não se preocupe, apenas as pessoas locais usam ela. Na prática, ela é um cartão de débito que e recarregável com dólares. Algumas tiendas de produtos importadas SÓ pode comprar com a MLC ou cartão master "dos turistas". Basicamente, o governo fez isso porque precisa de dólares para importação de produtos essenciais. Assim, as famílias que moram no estrangeiro e enviam dólares para cubano locais via sistema bancário cubano, que ficam com os dólares e convertem em MLC na tarjeta do cidadão cubano e o dólar fica com governo (para conseguir importar produtos e etc.). E com o MLC você pode comprar os produtos no mesmo preço do que em dólar. Além disso, quem vive do turismo e ganha muitos dólares, faz um depósito para transformar em MLC e pode comprar os produtos importados nas tiendas específicas. Nessas tiendas dá para comprar Coca cola e tudo que você imagina 🤣. O cubano que recebe apenas em peso cubano e não tem familiares, pode comprar nos comerciozinhos locais que revendem esses produtos importados, mas claro, com margem de lucro. Ou seja, mercado está se abrindo lá, de modo bem embrionário e com fortes contradições. Enfim, confuso não? Mas com alguns dias você pega os segredos e em dez dias já é quase um cubano com MLC e por dentro das "coisas de Cuba". Hospedagens Fiquei hospedado em casas de famílias, as quais todas encontrei pelo Airbn e em média todos custaram 10 a 12 dólares/euros o quarto dependendo da cidade. E 10 dólares valeria para 2 ou mais pessoas as vezes, ou seja, média de 5 a 6 E por pessoa, mas como estava sozinho pra mim custou 10. Achei muito em conta e um valor justo para os dois lados. Eram todos quartos confortáveis e exclusivos, com ar condicionado, roupas limpas, enfim tudo perfeito. Durante a viagem descobri que vários brasileiros estavam pagando 35 a 40 dólares quartos com mesmo padrão que meu, talvez um pouco mais bem localizados, mas mesmo assim não valeria a pena. Tudo porque não tinham descoberto a opção do airbn... Eu mesmo, no início estava perdido, pois como costumo usar o booking nas viagens e ele está indisponível em Cuba, acabei pedindo ajuda em páginas do instagram como "Dicas Sobre Cuba" e "Vou pra Cuba!" e a hospedagem diária estava respectivamente 25 a 35 Euros. Mas quando descobri pelo airbn foi paraíso. Tudo bem avaliadas e conseguia em média por 10 dólares. Em Havana, fiquei em duas casas que relatarei na postagem específica, uma com quarto privativo e outra hostel (bom conhecer galera viajando sozinha) e ambos foram 10 dólares. A maioria das casas eu reservei do Brasil, mas o fim da viagem estava flexível e acabei fazendo a reserva de lá mesmo e mesmo com poucos dias de antecedência consegui boas opções por 10E ou menos (em promoção). Apenas para fazer operações financeiras em cuba nesses apps, por conta do bloqueio econômico, você precisa de um VPN (dou dica tópico apps abaixo, mas se estiver do Brasil não precisa). E mesmo que você não reserva antes ou pelo apps, nas cidades você vai encontrar uma grande oferta, pois como turismo esta em baixa, a oferta está muito acima da demanda, então você consegue facilmente por 10 dólares negociando em locais com poucas quadras afastadas do centro. Minha opinião pessoal 🤓: não negociar muito inferior a 10 dólares, pois a galera em dificuldade econômica e oferecer menos de 10 é quase explorar economicamente as famílias. Conheci uma senhora que fazia uns 2 meses que não hospedava ninguém, e me tratou super bem. Assim, achei justo pagar 12Euros (em Playa Giron). Por fim, percebi que as comidas e desayunos oferecidos nas casas das famílias sempre são mais fartas do que as vendidas nos comércios. Acho um valor justo para desayuno 3 usd (500 pesos) e jantar 5 usd (800 a 900 pesos na cotação da época). Como direi no post, você consegue achar refeições por 500 a 600 pesos, mas raramente são tão fartas como as servidas nas casas das famílias. Transportes (Viaazul e taxis compartilhados) O transporte é de fato o mais complexo para se locomover em Cuba. Eu acabei usando 5 vezes o ônibus da empresa Viaazul e 3 vezes a dinâmica dos táxis compartilhados. Ao contrário de muitos tópicos aqui, achei boa a experiência com a via azul. Usei por 5 vezes os ônibus da empresa estatal e não tive problemas ou atrasos significativos em nenhuma das vezes (ao contrário para ir de Joinville a São Paulo aqui no Brasil de busão atrasou na ida e na volta mais de 3 horas 😒). As passagens da viaazul é bom comprar com alguns dias de antecedência no site da empresa ou nos guichês nos terminais de ônibus da empresa com cartão master que existem em quase todas as cidades mais turísticas. Para comprar do site estando em Cuba apenas com VPN, mas aqui do Brasil é possível comprar sem problemas ou dá ao menos para acompanhar o valor e o número de vagas disponíveis e comprar quando tiver quase esgotando. O site da empresa é este: clique aqui. Fiz os trajetos "Havana - Santiago de cuba" (16 horas, mas viajando de noite foi tranquilo. A viagem é de 16 horas só atrasou 40 minutos); Santiago de Cuba a Santa Clara (8 horas viajando de madrugada, 😴); Trinidad > Cienfuegos (1 horinha de viagem); Cienfuegos > Playa Girón (1 hora também) e por fim Playa Girón a Havana (3 horas). Se puder escolher e o horário for favorável, sempre sugiro escolher viaazul do que os taxis compartilhados, pois estes últimos são mais aleatórios e imprevisíveis (tem que esperar lotação, as vezes o taxista pode querer cobrar mais dependendo do seu desespero, etc. Esse roteiro em específico indico muito de ônibus, onde você pode fazer a costa sul ficando um ou dois dias em cada cidade e pegando apenas o viaazul para ficar mais barato (em geral metade do preço do que cobram os táxis): TRINIDAD > CIENFUEGOS > PLAYA GIRON > PLAYA LARGA > HAVANA. É a mesma linha do busão (que eles chamam de guagua), e cada dia você pode pegar um desses trechos e continuar a viagem. Ele sai às 07 da manhã de Trinidad e demora 1 hora e pouquinho para chegar na próxima cidade em média. Já de Santa Clara para Trinidad fiz com cara que era "taxista informal (ilegal)", então era único aceitou minha corrida por 20 dólares porque o outro taxi compartilhado os passageiros furaram e ele não faria apenas para mim por 20 usd. Então esse taxista ilegal fez caminho mais pelo interior para desviar atenção da polícia. O cara era gente boa, mas não tinha licença e aí poderia dar problema para ele. E de Havana para Viñales fiz de taxi compartilhado oficial porque o ônibus da via azul era só de manhã e cheguei de Playa Girón a tarde, então o taxi era a única chance para chegar lá no mesmo dia. Mesmo assim foi difícil, pois tanto de Havana para Viñales como de Viñales para Havana os taxis compartilhados saem pela manhã e a tarde são raros. Então consegui o último táxi e fui ajudado porque achei duas francesas na guagua que vinha de Girón e que também iriam para Viñales, senão o taxista me cobraria 30 dólares, mas como tinha mais pessoas deu para fazer por 20usd. E de Viñales para Havana fiz de taxi compartilhado também porque saia um pouco mais tarde (13 horas e era o último) e dava aproveitar mais a manhã toda em Viñales do que se eu fosse de viaazul que saia às 11 horas (mas tem que aparecer uma hora antes para check-in). A dona da casa fez o contato e o táxi passou no horário certinho com outros passageiros e custou 20 usd. Também há as opções entre algumas cidades na carroceria de caminhões, mas aí é tudo mais aleatório e imprevisível. Em um dos tópicos do fórum um mochileiro relata como foi. Eu particularmente acho mais tranquilo e sem perrengues, principalmente quando você não tem tantos dias, as opções acima relatadas. Aplicativos essenciais AIRBN: fazer as reservas das casas no melhor custo benefício e se basear nos comentários de viajantes. Não tem erro. PSIPHON PRO. App para fazer VPN. Basta baixar da Google play, instalar e clicar em INICIAR. Pronto. Agora você consegue fazer operações financeiras nos demais app e sites que precisar. NAVE. Tipo o uber de Cuba. Funciona só com VPN. Mas é interessante porque você pode pagar valor mais justo pelas corridas na madrugada por exemplo. Durante o dia você pode tentar pegar cocotaxi mas sempre negociando o preço (o qual você tem uma base pelo app já). MAPS.ME - app de geolocalização que funciona offline melhor que googlemaps. CALCULADORA - são muitas conversões entre os diferentes câmbios 🤣 Dicas para fugir dos golpes, "propinas" e "regalos" para os locais Em geral, 99% do povo cubano é de bom coração e hospitaleiro. Mas especialmente nas principais praças turísticas sempre você vai encontrar alguns tentando levar a melhor sobre os turistas. Eu como brasileiro, sempre esperto e desconfiado, não cai em nenhum golpe é claro 😁, mas alguns turistas que achei caminho caíram mesmo sendo avisados antes 😝. Outra coisa que me ajudou foi o fato de quase ninguém me reconhecer como turista, pois para ele turista tem que ter olhos claros e cabelos loiros (isso por conta perfil de mais de 90% turistas que vão para lá são da Europa ou Canadá). Assim, como sou moreno e andava com a camisa do Brasil (os cubanos são loucos pela seleção brasileira!🟨🟦🟩), todos pensavam que eu era cubano e me abordavam muito pouco. Basicamente se uma pessoa em um lugar bem turística chegar puxando conversa com você ele ou ela quer algo. Como eles são de ótimo papo e simpáticos, às vezes você se pode deixar levar para comprar um charuto com desconto das cooperativas de charuto (que não existem 😒). Assim, os caras vendem por 50 dólares caixas com charutos falsificados (no tópico abaixo comento onde comprar de modo seguro e com qualidade), ou te convidam para show de salsa ou da Buena vista social club, mas que é na própria residência de algum deles e você acaba pagando muito caro por uma dose de alguma bebida ou pela "entrada" na casa. Por exemplo, jamais pague 4 dólares (na época 600 pesos) por um copo de mojito ou outro drink, pois o custo em geral dessas bebidas lá é de um dólar (150 a 200 pesos ou até menos) (muito barato, vivia "borracho" 😆). Mas isso você pega com dois dias lá sendo um bom observador. Então nos primeiros dias fique esperto e compare o preço das coisas nos lugares turísticos, nos lugares onde os cubanos consomem, etc. Mas tem diferentes tipos de pessoas que querem conversar e às vezes um pequeno regalo ou propina é mais que justo e merecido, ainda mais na situação econômica que está Cuba. Como eles não tem uma cultura de mendigar, o que ocorre as vezes é tentarem ser o máximo simpáticos para ganhar um pequeno presente ao final. Assim, alguns só querem ganhar um drink ou tomar uma cerveja para "desfrutar", pois no dia a dia não teriam condição para isso como outros cubanos de classe média ou alta possuem. E essas pessoas eu até curtia dividir uma cerveja e acabavam sendo uma boa experiência, pois os caras eram gente boa, mas eu já era papo reto: seguinte só tenho tantos pesos, e só posso te pagar uma cerveja e um cigarro. Cara já ficava mó feliz e era experiência sempre interessante trocar ideia. Outras vezes os caras pediam algo de doação, tipo um sabonete ou um calção. Acabou que no final da viagem voltei com metade das minhas roupas, pois doei para galera que fui conversando ou trocando por coisas e objetos deles no melhor estilo "economia solidária". Mas fiz isso de coração mesmo e pra me desapegar um pouco da materialidade das coisas, pois queira ou não tenho muita roupa aqui no Brasil do que a maioria dos cubanos podem ter acesso, então não me faria tanta falta. Mas as vezes fique esperto, eles exageram na condição de vida para te despertar mais pena, por isso eu filtrava bem com quem conversava e tals. Mas em geral sempre dê uma propina ou agrado para quem te trata super bem. Por exemplo os guias nos museus são gratuitos, mas sabendo da condição econômica atual e dos salários deles, no final da condução do guia pelo museu eu dava propina de 200 a 400 pesos (tipo de 5 a 10 reais na conversão, ou seja, valor irrisório quase aqui BR) e os caras ficavam maravilhados. Inclusive num museu em Trinidad um casal de franceses após o guia falar por quase 2 horas super simpáticos e com muito bom conteúdo, não deram nada para ele. Cara ficou muito triste, aí eu dei 200 pesos da minha parte e mais 200 por eles, cara quase chorou de emoção, viu que um brasileiro com todas precariedades econômicos que temos aqui é mais sensível e menos sem noção do que muito europeu gringo cheio dos euros. Ou na gorjeta para os garçons: se aqui no Brasil não sinto muito conforto em pagar a taxa "voluntária" devido preço das coisas serão altas, lá em Cuba sempre fazia questão, principalmente comércios frequentados por cubanos locais, onde o preço da comida e principalmente das bebidas era MUITO barato. Tipo mojito, daiquiri ou outros drinks tops saiam por menos de 300 pesos cubanos (ou seja, menos de dez reais por DRINKS tops), fazia questão de dar gorjeta de uns 200 pesos (7 reais) para garçons e eles ficavam gratos. Como chegar do Aeroporto para Centro de Havana praticamente de GRAÇA: A maioria das pessoas pega transfer ou um táxi na hora. O preço costuma ser de 25usd, mas quando cheguei lá o cara queria 30 e não baixou. Tentei achar alguém para compartilhar em mais pessoas, mas não encontrei, pois a maioria já pegou antecipado algum transfer. Mas pesquisando achei a opção de ir de transporte público até o centro de Havana de modo fácil, seguro e praticamente gratuita. Segue as instruções: o aeroporto é pequeno, então quando descer e sair do terminal internacional fica a esquerda da saída. É só sair e perguntar a um guardinha qualquer onde passa o ônibus entre terminais, pois você quer ir para a AVENIDA BOYEROS que fica próxima ao terminal 2. Em fev de 2023 esse ônibus interterminais passava de hora em hora fechada ali a esquerda do terminal 3, ou seja, às 08h, 09h,10h,11 etc. Custa 2 pesos cubanos, ou seja, r$ 0,05 😀. Como não tinha trocado nada e não iria dar tempo de ir na cadeca oficial porque estava próximo ao horário do ônibus, o próprio guarda me doou 3 pesos kkkk, e em troca dei uma moeda de um real para ele e o cara ficou muito faceiro kakaka. Embarcando nesse busão não te erro, só perguntar para os passageiros e ou motorista para te avisarem quando chegar na avenida boyeros, fica um ponto depois do terminal 2 (lembrando que você saiu do terminal 3). Descendo na avenida boyeros, o próprio motorista vai te falar a direção pro centro de havana. Aí é só atravessar a avenida e já tem o ponto de ônibus da "guagua" (como eles chamam os ônibus de transporte público), vans ou táxis para o centro de havana. Custa 2 pesos cubanos também. Já por 10 pesos cubanos (0,20 centavo de reais) você pode pegar umas vans ou ônibus menores mas que não lotam e são mais confortáveis. Nesse ponto de ônibus na avenida boyeros basta pegar as guaguas com a placa P12 ou P16. Não demorou nem 5 minutos e passou o P12. Paguei 1 peso porque nao tinha 2 senão teria que trocar 100 pesos, e o cobrador deixou de boas, porque 1 peso é algo muito simbólico na economia cubana. 😅. E pronto, em 40 minutos eu estava no centro de havana por "0800". Observe nas imagens abaixo: o ponto onde a guagua dos interterminais para; a guagua que vai para o terminal 2 e para a avenida Boyeros; o ponto de ônibus na avenida Boyeros onde para o ônibus p12 e p16 (está indicado na placa); os cubanos na guagua em direção ao centro de havana com seus smartphones 😮. Essa avenida boyeros é tipo uma via arterial de Havana, que cruza a cidade e assim te leva do aeroporto até Havana Vieja. Não tem erro .E ainda tem a opção dos transportes mais confortáveis, basta perguntar para alguém ali no ponto na Avenida Boyeros que eles te avisam. Só nisso economizei mais de R$ 150,00 que foram convertidos em Mojitos ao longo da viagem 😆👌🍹 Agora tem a opção de ônibus estatal do Aeroporto ao centro de Havana. O mochileiro Rodrigo foi esse mês e me escreveu atualizando. É o SHUTTLE AEROPUERTO. Agora creio que seja a opção mais conveniente, pois custa 5 dólares, nada mto absurdo (perto do que os taxistas cobravam) . No centro de havana ele sai do Parque central. Abaixo as fotos (dezembro de 2023). Internet e Chip de Celular Cubano - como conseguir e planos (paquetes) A internet em Cuba lembra a internet discada brasileira da década de 2000 😆. Apesar de quase todos os cabos submarinos de internet passarem ao redor da ilha, Cuba não pode se conectar a eles devido ao embargo econômico dos EUA. A solução é fazer um puxadinho da internet via Venezuela, o que explica um pouco a baixa velocidade dos planos de dados e wi-fi. Já os cubanos de direita argumentam que isso também se deve ao monopólio da ETECSA, a empresa estatal de comunicação, pois nos últimos anos empresas da Itália e Venezuela demonstraram interesse em entrar no mercado cubano e foram supostamente impedidas pelo governo poder ter o controlo da internet no país e assim "cortá-la" em momentos críticos de protestos, etc. Mas indo direto ao ponto, para você se conectar em Cuba há três opções: 1) comprar uns cartões de internet em lojas do comércio locais ou da ETECSA e se conectar nos pontos que possuem wi-fi pública (25 pesos cada um (R$ 1,00) e dava pra uma hora. Mas não é toda cidade que tem essa opção de cartão, e mesmo nas cidades que tem é necessário ir a certas praças, hotéis ou lugares públicos para se conectar); 2) Chip de celular cubano, o que achei a melhor opção. Comprei o meu em uma loja da ETECSA que fica na Avenida Carlos III no centro de Havana (foto abaixo) por 1000 pesos cubanos (R$ 33,00) e que veio com 250 pesos cubanos de saldo. Comprei um "paquete" plano de 1,4 gb por 30 dias com minutos de ligação e incríveis 20 sms por 110 pesos. Dava para usar de boas WhatsApp, pesquisas no Google e abrir páginas de internet. Não existe essa de censura em Cuba, consegui abrir todos os sites e redes sociais que precisava. Apenas para operações financeiras, aí precisava do VPN para funcionar mas era por conta do embargo econômico dos EUA. Só evitava abrir vídeos e Instagram para poupar dados. Nos últimos dias de viagem os dados acabaram e comprei as "bolsas diárias", no valor de 25 pesos por dia e 200 MB de dados. Dava de boas para passar o dia e fazer pesquisas no Google necessárias para viagem. No meu celular quando o sinal ficava fraco, a internet 4g desconectava e mesmo após voltar o sinal forte ela se recusava a funcionar. Com o tempo peguei o segredo: colocar em modo avião por alguns segundos e depois ativar os dados; ou reiniciar o telefone. Após esses procedimentos a internet geralmente voltava. No mais, a cobertura da ETECSA é boa, cobrindo a parte urbana de todas as cidades que visitei. Apenas em alguns pontos e dentro de prédios que o sinal ficava fraco e tinha que fazer o procedimento de reiniciar; 3) Wi-fi nas casas. A única casa que fiquei e possua internet wi-fi disponível 24 horas foi o "Hostel Aguilla" em Havana. Não era a mais rápida do mundo, mas dava para navegar em sites de pesquisa e redes sociais. O restante das casas ou tinha que pedir para a pessoa fazer um login na rede (e provavelmente ela tinha que pagar certa taxa, por isso elas deixavam disponível só quando a gente pedia ou por alguns minutos) ou não possuíam wi-fi mesmo (o lema de muitos bares era "não temos wi-fi mas temos Mojito que ajuda a socializar muito mais 🧐). Na viagem só fiquei preocupado com o upload das minhas fotos, as quais só consegui fazer no aeroporto de São Paulo no retorno. Isso porque já tive meu celular roubado em um assalto no Paraguai e outra vez perdi ele em um lago, e nas duas vezes não perdi nada de importantes como as fotos por conta dos uploads que fazia em Wi-fi. Mas em Cuba ocorreu tudo bem e com segurança total nas ruas, então não me fez falta os uploads. Por fim, uma curiosidade, a de como as pessoas de fato usam a internet em Cuba: elas usam por sistema criativo que demonstra como a sociedade cubana se reinventa frente aos desafios e limites a que estão expostos. São os paquetes semanais de internet: Basicamente há como se fossem lanhouses que distribuem o conteúdo da internet que você quer por um preço baixo, tipo uns 60 a 100 pesos (2 reais) por transferência. Então o cubano toda semana vai lá e leva seu pen drive de 40gb e descarga as séries lançadas da semana, ou séries específicas, novos clipes, músicas, notícias, filmes e tudo que você possa imaginar. Então passa a semana ouvindo e assistindo isso em casa ou em seus smartphones. A galera que distribui isso se organiza em rede para cada um "baixar um pedaço do paquete" para depois distribuir por hd externos ou pen drives nos diferentes pontos de distribuição dos paquetes. São as vezes jovens que possuem hotspot de alta velocidade situadas em alguns pontos de Cuba e assim conseguem baixar conteúdo rápido e em rede com outros usuários. Isso é criatividade e resiliência! Freetours e Guruwalk (recomendo muito!) Na maioria das cidades que visitei usei a estratégia de iniciar sua exploração através de Freetours ou Guruwalks. Recomendo essa opção pois é uma excelente forma de descobrir os segredos e melhores dicas locais. A cidade, construções antigas e as calles ganha novos sentidos, bem como curiosidades relatadas também tornam mais interessante e apaixonante cada destino. Além disso, durante os freetours sempre tinha acesso as informações dos restaurantes conforme o perfil desejado (no meu caso BBB - barato, bom e bastante😝). Também conseguia trocar várias ideias do cotidiano de Cuba com pessoas que tinham uma visão sempre peculiar e diversa da sociedade cubana. Em Havana (Link aqui) e Trinidad (whats +53 5 4338256) fiz freetours em grupos de 4 pessoas; já em Santiago de Cuba, Santa Clara e Cienfuegos acabou sendo individual por conta da procura ser menor pela plataforma Guruwalks (https://www.guruwalk.com/es/c/cuba ). Nos freetours recomenda-se dar a gorjeta por volta de 10usd. Aí vai do teu planejamento dar um pouco menos ou mais; geralmente nos tours que tinham várias pessoas acabava dando menos que isso; e quando estava sozinho e o guia era muito bom e me identificava com ele dava um pouco mais, uns 2000 pesos e a pessoa ficava feliz (afinal, isso equivale a quase 50% do salário mensal normal da maioria dos cubanos) e acreditava ser valor justo considerando meu orçamento diário de gastos. No relato de cada cidade vou deixar o contato e informações dos guias em si, afinal foram experiências muito ricas que faço questão de divulgar! Sobre seguro viagem Quanto ao seguro viagem, não é obrigatório. Porém, caso você queira contratar um por precaução, pode pegar o seguro da ASSIST CARD no site https://www.segurospromo.com.br/ Meu orçamento da Assist Card para 18 dias ficou R$ 320,00. A atendente da segurospromo na época me relatou que: "Tendo em vista o sistema de saúde adotado por Cuba, e ciente das restrições do mesmo para estrangeiros , indicamos a Assist Card , que é a única seguradora que trabalha em parceria com uma rede hospitalar local. As outras seguradoras você vai conseguir atendimento, porém por reembolso. Então o mais indicado é a Assist Card, que você não vai precisar ter nenhuma despesa. A fim de sanar qualquer mal estar e desconforto durante a viagem e evitando assim possíveis transtornos." RESUMO dos preços de produtos básicos em Fev de 2023 Achei Cuba muito barata em comparação com os demais países da América Latina. Mas tem que ficar esperto e ser bom observador em cada destino, pois há muitos "turistastrap" (Armadilhas para turistas), aqueles lugarzinhos muito famosinhos e instagramáveis que todo mundo quer ir e logo o preço dispara. Tipo a Bodeguita do medio, é um lugar legal para você passar e tirar uma foto, mas um Mojito lá saia por 600 pesos cubanos, com qualidade inferior ao que pagava em outros lugares por 150 pesos. Dito isso, a melhor opção é consumir nos locais que os cubanos de classe média/alta vão, pois o preço é barato e a qualidade boa. Vale dizer que em Cuba 2023 há restaurantes privados e restaurantes do governo. Em ambos podem ter preços muito caros ou muito baratos, depende muito da localização e quanto é famoso ou não. Mas em geral tive boa experiência com os restaurantes do governo, pagando um preço mais justo e em boa fartura a comida. Mas é aquela coisa, nem sempre vai ser a melhor comida do mundo, no tempo mais rápido, etc. O cardápio também, tanto no privado quanto no governo depende do dia só vai ter uma ou outra opção do Menu. Desayuno nas casas da família: Em algumas comi por 3usd, mas a maioria era 5usd, então nessas acabava evitando. Era bastante regado esses desayunos, então pode valer a pena caso você não tenha jantado na noite anterior ou não pretenda almoçar por conta da correria do dia. Café negro: Nas padarias do governo entre 30 a 60 pesos cubanos (1 a 2 reais). Na rua, galera cheguei a ver por 10 a 20 pesos. Algo que notei: os cubanos tomam açúcar com café, pois metem mais açúcar que café na xícara. Eles se assustavam por eu tomar café sem açúcar, era algo incompreensível para eles. Ao menos eles sempre davam separados o café negro e uns 5 pacotinhos de açúcar, os quais sempre dispensava. Cappucino: 80 a 90 pesos por cappucinos muito tops em restaurantes do governo (3 reais). Sanduíche: de 150 a 300 pesos (5 a 10 reais). Geralmente de queijo e presunto. Lanche mais arregado: Uma hamburguesa custava bom preço uns 300 pesos (10 reais). Comi algumas assim nesse preço e achei ótimo. Almoço restaurantes bons e baratos: 500 a 700 pesos (cerca de R$ 20,00). Geralmente restaurantes do governo eram melhores. Nos privados ou demorava muito ou era mais caro. Almoço para gringos em restaurantes famosinhos: 10 usd. Comi só uma vez, depois aprendi. Se for lugar xique, tome uns drinks que não costumam ser tão caros e depois você come algum sanduíche na rua ou em lugar mais simples e dá mesma e sai até mais satisfeito. Lagostas: CONSEGUI ENCONTRAR prato de LAGOSTA EM HAVANA POR 600 PESOS (20 reais). Nunca tinha comido, foi incrível kkkk. Na playa Ancon um pescador informal queria vender por 10 Euros, mas chorei, fiz jogo difícil, falei ia deixar de lado, e ao final o cara fez por 800 pesos (R$27,00) cada uma para mim e casal de brasileiros que estava comigo. Foi deliciosa! Já no Cayo Jutias, que é bem isolado e sem muitas opções, o restaurante do governo vendia por 1500 pesos (R$ 50,00) e os malucos informais enganavam os gringos vendendo por 10 Euros. Esse eu tentei chorar e o cara não fazia por menos de 1500 pesos. Então deixei quieto e bebi umas cervejas e deixei para comer a noite. Bebidas - Drinks (Mojito, Daiquiri e outros drinks tops): Mojitos cheguei a encontrar drinks por 70 pesos (R$ 2,20!) cubanos no restaurante Balear em Havana. Alguém do fórum indicou e foi ponto cheio! Mas em geral se encontrava entre 100 a 200 pesos (R$ 4 a 7,00+-). Nos lugares um pouco mais turísticos saia por uns 300 pesos (R$10,00) e valia a pena. Agora trap turísta tipo bodeguita do meio, Floridita e callejon de hamel saía por mais de 600 pesos ou 5Euros! Ou seja, evite tomar nesses lugares quando estiver acima de 4 dólares. Vai lá, tira uma foto e tals, vê movimento e vai beber mais feliz e barato nos outros locais. bebidas importadas (cerveja e refri em lata): refri em lata ou cerveja em lata saia entre 150 a 200 pesos (5 a 8 Reais). Ou seja, eu que no Brasil bebo muita cerveja, lá passei em seco e foquei nos mojutos e drinks. Sucos naturais: Teve um restaurante que achei por 40 pesos (casa espanola em Miramar, Havana). Simplesmente tomei 5 sucos naturais! Mas em geral custava uns 90 a 120 pesos, mas não era tão comum ter essa opção. Refrescos (ótimo para calor): Achava por 20 a 30 pesos (R$ 1,00). Tipo aqueles sucos de pacotinhos bastante gelados (ou frios como dizem em espanhol). Pizzas: Era melhor opção de comida rápida e barata. Em Havana achava fácil pizzas tamanho pequeno/médio por 150 a 200 pesos (R$ 5,00). Mas pegava no caixa e comia na rua mesmo e matava a fome momentânea. Nas demais cidades variava entre 150 a 300 pesos. Sorvetes: umas duas bolas saia por uns 40 a 50 pesos (1 a 2 reais). Uma opção sempre interessante refrescar e ter energia de açúcar nas caminhadas. Entrada nos museus e atrações: Em média de 100 a 200 pesos. Só lugares muito top, tipo Capitólio, ai era uns 20 dólares. Propina para guias: Nos museus, costumava dar uns 200 a 400 pesos. Valor corrida táxis urbanos: Parecido com o Brasil, mas jogam muito com o desespero e fator turístico da pessoa. Assim, sempre tentavam meter o dobro ou quadrúplo do preço. Sempre negociar ou chamar pelo Nave, ou já negociar sabendo o valor que o Nave dava, aí não tinha erro. Passeio de autoclássico em Havana. era 50 dólares, mas chorei que estava sozinho e o cara fez por 25 dólares e curti. Talvez ele até fizesse por 20, mas joguei 25 de cara e o cara acetou rápido. É aquela coisa de turista e tals, mas entre ir de taxi do aeporto para centro de havana e andar de autoclássicos com o cara de guiando pelas ruas de Havana, fique com a segunda opção! Onde comprar charutos A melhor opção para comprar charutos cubanos de boa qualidade e preço justo é direto com os campesinos produtores de Tabaco. Em Vinales há muito deles, inclusive na área urbana dessa pequena e charmosa cidade rural de Cuba. O que se passa é que cada produtor de Tabaco tem que vender (por um "valor simbólico") para o governo 80 a 90% por cento da produção do tabaco já seco e pronto para ser embrulhado como puro (como chamam na Espanha, puro pois vai só folha do tabaco e nada mais). Todo processo demora quase 2 anos entre o plantio e a secagem natural. Assim, o governo compra por preço simbólico desses campesitos e trata nas fábricas estatais colocando sabor mais forte ou suave e alguns processos químicos. Assim, a marca dos charutos individuais sai entre 16 a 50 dólares nas lojas oficiais em Havana. Se não for a Vinales, em Havana você pode comprar na "Romeo Y Julieta Cigar Factory" (Endereço aqui) ou na Tienda De Habanos, Cafe y Ron (fica fim da plaza das armas). Mas você pode comprar o mesmo charuto (mas sem a marca oficial) dos campesinos por 5 dólares em Vinales. É de extrema qualidade e altamente confiável, pois as famílias do airbn mesmo indicam e ninguém quer levar uma avaliação negativa lá na plataforma. Então pode confiar. Mais barato que isso em qualquer lugar não é um puro autêntico. Os Cubanos fumam charutos de baixa qualidade, quando são misturadas outras folhas que não a do tabaco ou o processo de secagem é acelerado, ou seja, não é natural, assim perde-se a qualidade e tals. Daí os cubanos fumam os que valem menos de 100 pesos (R$ 3,00), não é que são falsificados, mas são de baixa qualidade comparado aos verdadeiros puros. O problema é os golpes que relatei acima, que pegam esses não puros e vendem como se fossem puros por 5 a 10 dólares cada e passam a impressão que estão fazendo uma "promoção" ao embalar com marcas oficiais do governo, como Romeu e Julieta. Viaje a Cuba! Cuba foi a última viagem antes da minha paternidade. Agora vou descansar um pouco e voltar a viajar daqui uns anos quando bebe tiver grande e poder ficar com os avós. Conheci todos os países da América do Sul e por fim Cuba, mas se soubesse teria visitado Cuba antes. Não fui porque achava uma viagem mais complicada e cara, mas após todos os dias que passei lá percebi que Cuba é um dos destinos mais baratos da América do Sul, se você souber se virar bem e pesquisar. Principalmente aqui no fórum tem muita dica e acaba viabilizando a viagem. Mas tentem priorizar Cuba em seus roteiros! Parte do seu charme é poder quase como fazer uma viagem do tempo e retornar ao uma vida em ritmo mais lenta, e porque não mais mentalmente saudável do que a que vivemos no capitalismo ocidental nos tempos atuais. E não sei até quando vai durar isso, pois a ilha está se transformando rápido demais, ainda mais com a abertura do mercado. Cuba é um país apaixonante, com paisagens incríveis e um povo orgulhoso da sua história (menos parte dos jovens kkkk). A segurança é incrível, você pode caminhar pelas ruas mais escuras a qualquer horário da noite e não se passa nada. É um país peculiar, com estilo de vida e funcionamento cheio de desafios mas que culminou em um povo criativo e resiliente frente a realidade, que sempre dão um jeito para botar para funcionar as coisas antigas e os desafios de um bloqueio econômico assassino ou de um governo que encontra desafios em superar o paradigma do modelo soviético e se abrir com mais modernidade e flexibilidade aos desafios da abertura ao mercado. Orçamento geral: Passagem aérea ida e volta: Copa Airlines. Escala Panamá. Custo: R$ 2.700,00 Efetivo em dólares levados: 600 usd (convertidos em Joinville a partir de R$ 3.200,00, onde consegui comprar o dólar por R$ 5,44 na casa de câmbio (cotação oficial do dia estava em 5,15). Gastos cartão crédito: para as reservar de hospedagem via airbn, compra das passagens do ônibus da viaazul e alguns passeios e restaurantes: R$ 500,00. Custo total da viagem: por volta de R$ 6.500,00 Planejamento do roteiro Para o planejamento do roteiro me inspirei muito no tópico do @Fael Fepi que mochilou por 30 dias por Cuba e relatou aqui no fórum sua viagem. Mas como tinha apenas 18 dias disponíveis, adaptei o roteiro do seguinte modo: Havana: 06 dias (entre chegada e partida) Santiago de Cuba: 02 dias cheios Santa Clara: 02 dias (considerando que em um dia a ideia era fazer bate e volta até Cayo Santa Maria). Trinidad: 02 dias (considerando que um dia fiz bate e volta até a Playa Ancón). Cienfuegos: 01 dias, Playa Girón: 01 dias Viñales: 03 dias (considerando um dia um bate e volta até Cayo Jutias. Mas foi corrido aqui, pois dois dos dias em Vinales foram meio período, porque cheguei fim da tarde e tive que ir embora meio dia). Deslocamento entre cidades: 1 dia. Gostei de todas as cidades que passei e sugiro todas. Cada uma possui um encanto e atrações únicas, conforme tentarei relatar nos tópicos específicos. Se eu tivesse 30 dias, faria do seguinte modo: Havana: 06 dias cheios (sem contar os dias que você chega e parte, que acabam sendo bem corridos) Santiago de Cuba: 02 dias cheios Baracoa: 03 dias Santa Clara: 01 dias Remédios: 02 dias (sendo um deles bate e volta até Cayo Santa Maria) Trinidad: 03 dias (considerando que um dia fiz bate e volta até a Playa Ancón). Cienfuegos: 01 dias, Playa Girón: 01 dias Playa Larga: 02 dias (lugar ótimo para fazer snorkeis e tem lugares baratos para passar dia allincluse) Matanzas: 01 dia Varadero: 01 dia Viñales: 04 dias cheios (considerando um dia um bate e volta até Cayo Jutias que é imperdível). Deslocamento entre cidades: você vai perder uns 3 dias +-. Sumário do relato: Primeira Cidade: Havana, a capital de todos.  Dia 03, 04, 05, 06 e 07 de fev. Santiago de Cuba, a cidade onde tudo começa e termina em Cuba. Dias 08 e 09 de fev. Santa Clara: A cidade de Che que respira a revolução. Dias 10 e 11 de fev. Trinidad e Playa Ancón: Cidade mais colonial e de vida noturno preciosa em Cuba. Dias 12 e 13 de fev. Cienfuegos: A Pérola do Sul de Cuba. Playa Girón: Onde o imperialismo caiu na tentativa frustrada da invasão a Cuba via Baía dos Porcos. Dia 15 de fev. Viñales e Cayo Jutias: O combo perfeito entre o rural charmoso e uma das praias caribenhas mais lindas da ilha. 16 a 18 de fev. Despedida de Cuba e até logo: retorno a Havana e partida. Dias 18 e 19 de fev. Referências midíaticas e bibliográficas para enriquecer sua viagem a Cuba SANTOS, Fabio Luis Barbosa dos; VASCONCELOS, Joana Salém; DESSOTTI, Fabiana (ORGS). Cuba no século XXI: dilemas da revolução. São Paulo: Elefante, 2017. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/cuba/cuba-no-sec-XIX.pdf ou https://drive.google.com/file/d/1SBLvUkcJ2TG7v9pKFLfxrLJ48dWG4Fyc/view?usp=sharing. Magnífico livro escrito em 2016 por um conjunto de 30 pesquisadores brasileiros, que passaram o ano estudante teoricamente Cuba e depois fizeram uma Viagem de campo a ilha no mesmo ano. São 22 capítulos curtos escritos a partir de perguntas curtas. A questão é que depois de 2016 veio Trump e mais de centenas de sanções econômicas, adicionando Cuba na lista de países terroristas e todas consequências econômicas que disso resulta e todos imaginam, além é claro da pandemia que arrasou o país. Então o cenário não está tão otimista quanto na época, mas mesmo assim é uma leitura fundamental para chegar na ilha bem situado politica e economicamente. Cuba e o Cameraman. Documentário disponível no netflix: https://www.netflix.com/title/80126449 . Jon Alpert acompanha os destinos de três famílias cubanas ao longo de quatro conturbadas décadas da história da nação. ele retorna de dez em dez anos na ilha para ver as mudanças na vida dessas famílias em cada contexto econômico que descrevi nas considerações iniciais. Um filme emocionante e arrepiante para mostrar as conquistas da revolução, mas também triste por notar como bloqueio econômico e o isolamento político e econômico resultou vida difiícil na década de 90, e esperançoso por mostrar rumo melhor na década de 2010. mas Jon Alpert precisa voltar a Cuba agora no pós pandemia para registrar esse período histórico que está se passando por lá! Coisas de Cuba. O podcast do Direto de Cuba. O cotidiano da Ilha, por Marcia Choueri. São episódios bem curtinhos e que contextualizam muito bem a vida social, cotidiana e econômica da ilha. Super indico. Disponível em: Livro Vai pra Cuba ebooknet.pdf
  4. Pessoal, Fiz um tour por cuba em 2019, no estilo mochilao, com o seguinte roteiro: 4 dias em La Habana, 3 dias em Varadero, 2 dias em viñales, 2 dias em Trinidad. Vou escrever um pouco sobre a minha viagem e ao final vou dar algumas dicas muito uteis a depender do tipo de viagem que voce fará. Bom, como já sabem, Cuba é um país sensacional pra se conhecer. Realmente um turísmo daqueles! Principalmente porque todas vez que um Besta Quadrado quer falar mal de determinado partido político, manda a pessoa ir morar em Cuba... O país se tornou um pouco folclórico para nosotros brasileños. Viajar para lá é mergulhar na história. O país parece estar vivendo em uma outra década, se vê muita coisa antiga pelo país, desde carros, eletrodomésticos, imóveis... tudo muito antigo. Isso se deve ao embargo comercial que os Estados Unidos impuseram a ilha décadas atrás e que vigora até hoje, o que dificulta muito o acesso dos Cubanos a modernidade. As coisas novas que tem por lá são quase todas chinesas (Tv, carro, celular, eletrodomesticos... essas marcas que temos aqui, quase nao vemos por lá). Realmente olhando por esse aspecto de consumo, a vida por lá não é muito fácil, é tudo muito restrito. Por outro lado, o básico eles tem: comida, moradia, transporte publico, saúde e educaçao - os 3 primeiros itens um pouco precários. Não se vê morador de rua por lá, ninguem passa fome ou é analfabeto. A segurança do país também é algo muito surpreendente, nao se ve assaltos ou coisas do genero... com os cubanos que conversei, quando contava a eles dos assaltos a mao armada, ficavam abismados porque por lá isso nao acontece (vc pode ser furtado nos onibus por exemplo, entao é bom ficar atento a esses pequenos furtos). Aqueles carros antigos lindos que vemos nos filmes, na tv.... aquilo ali sao só os carros que voce aluga pra passear neles, os carros do povo mesmo sao antigos e estourados, bem judiados mesmo. Me parece que os carros sao propriedade do estado por lá, nao entendi certinho como funciona. LA HABANA: A história viva! La Habana é Cuba, Cuba é La Habana. Tudo o que voce ve do pais é sobre Havana. A cidade é encantadora. Tem uma ala turística que é a Habana Vieja, onde estão os hotéis, bares e restaurantes chiques. É lá que voce consegue alugar um daqueles carroes antigos lindoes pra dar uma volta pela cidade. Vale muito a pena passar uns 4 ou 5 dias por ali. Tem muitos passeios que se pode fazer, eu inclusive recomendo muito fazer um Walking Tour que sai todos os dias ali da praça central... voce percorre boa parte ali do centro com um guia turistico te levando aos principais pontos, tudo a pé o que permite conhecer melhor o local, além disso os guias sao nativos entao podem dar muitas dicas. O walking que fiz era gratuito e ao final vc podia pagar o valor que achasse justo, se quisesse (claro que todo mundo colabora, pois é um passeio bem legal). Para se hospedar, quanto mais longe de Habana Vieja, mais barato, porém tente nao ficar muito longe para nao ter que ficar andando muito a pé e se cansando. Eu recomendo ficar próximo, porque praticamente tudo que se faz por lá parte da praça principal, a famosa e belíssima Plaza de Armas. Tudo que é mais chique e clássico de Cuba fica ali aos arredores da Plaza de Armas. Faça o tour de bus que parte ali dessa praça, é baratinho (cerca de 10 dolares) e te leva a vários pontos turísticos onde voce pode tirar fotos e se vc gostar de algum pode voltar depois para apreciar mais. A noite cubana eu achei que seria mais agitada, mas a verdade é que lá existem dois lazeres: o pra gringo e o pros locais. As casas noturnas onde vao os gringos sao repletas de prostitutas e garotos de programa, alias, a prostituição lá é meio que tratada de forma normal, bem mais aberta que aqui no Brasil. Eles nao tratam bem como prostituicao, mas sim como se voce desse um agrado para a moça ou para o rapaz... A propósito o povo de lá acho que por ser meio desconectado do mundo, é beeeeemmm saliente, vc ve que são tipicos latinos mesmo, a sensualidade, a azaração são bem naturais. Sobre as baladas, para os gringos é o olho da cara e para os locais é praticamente gratuito, se voce conseguir peça que um cubano compre a entrada pra voce. O lazer dos locais é mais comprar bebida e se reunir na frente das casas, ou no malecón. Para eles é muito dificil consumir essas coisas superfluas, pois custam muito caro e eles ganham um dinheiro do governo que é uma moeda usada somente pelos cubanos em locais especificos... essa moeda vale muito pouco para se comprar coisas fora desses locais, entao o acesso deles a coisas superfluas e mais limitado. Recomendo que voce tire uma manha ou um dia para sair caminhando pela regiao de Habana Vieja, pois é muita coisa interessante, é muita história... voce consegue ver a vida das pessoas como é, as crianças indo pra escola, os carros estacionados nas casas, enfim, voce ve a vida como ela é realmente em Cuba e não só a parte turistica. Voce precisa ir a FABRICA DE ARTES, uma casa noturna que era uma fabrica que hoje virou uma atração da noite de Habana. Lá voce tem vários shows e é muiiiiiitaaa gente, tanto gringos como cubanos, tem vários ambientes com musica eletronica, rock, exposicoes, é algo bem variado. O que voce precisa conhecer: Plaza Vieja / Capitólio / Teatro de Cuba / Museu da Revolução / Bar La Bodeguita del Medio / Restaurante La Floridita / Sorveteria Copélia / Malecón / Hotel Nacional (tem um bar na cobertura com uma vista excepcional ali do centro de Cuba Vieja) / Calle Obispo / Fabrica de Artes. 4 ou 5 dias em Habana sao suficientes. VARADERO Varadero é uma cidade pequena, turística. Estar em Varadero é como estar em uma cidade de praia convencional, com a diferença que se está no caribe... Ou seja, aquelas paisagens exuberantes, de cartao postal. É uma cidade sem vida muita noturna. Voce ira curtir a praia, dar uma volta pela cidade que é bem bonitinha, bem arrumadinha, a noite irá jantar e dormir cedo. Eu, como viajo sozinho achei um passeio mais parado. Até cheguei a ir num show de rock na praia (uma banda local tocando pros locais) então foi muito 10. Fui também em uma casa noturna que tem lá, mas se nao me engano fechava cedo, entao acabei na curtindo muito. Voce pode pegar um city tour daqueles onibus que tem o teto aberto, como os que tem em Habana, mas achei muito fraco o passeio. Sinceramente eu nao faria novamente e nao recomendo. Ele faz meio que uma linha reta pela principal avenida da cidade, mas como a cidade e pequena voce nao ve muita coisa e ai tem um trecho um pouco mais afastado onde ficam os resorts e ali voce definitivamente nao ve nada além de rua e umas frentes de resorts. Nao gostei, nao recomendo, apesar de ser mais barato que o de Habana. Para quem viaja de casal é um destino muito válido, principalmente se voce ficar em um dos resorts. Mas, pensem em poucos dias porque realmente nao tem muito mais o que se fazer alem de praias. Vale muiiito a pena conhecer, pois as paisagens sao fenomenais e a cidade é um graça. Só tem essa ressalva de ser uma cidade pequena. Acredito que 2 noites está ótimo pra nao ficar muito corrido. É uma das cidades mais visitadas de Cuba, tem gente do mundo todo por lá, mas como ela é bem espalhada, acaba que voce nao ve muita aglomeracao. Voce verá mais gente caminhando ali pela praia. É uma cidade um pouco mais cara, desde as hospedagens até a comida. 2 noites sao suficientes. VIÑALES Uma cidade pequena, turistica, muito bonitinha e acolhedora. Me lembrou muito uma cidadezinha que tem aqui em meu estado que também é turistica, Chapada dos Guimaraes. Um ótimo local pra voce ir de casal. Da pra ir solteiro tambem, mas nao tem muita coisa pra se fazer, voce anda pela cidade, ve muitas paisagens belissimas, convive com o pessoal de la, vai nos bares que sao extremamente charmosos e acolhedores, curte aquele clima de serra... Vale muiiito a pena conhecer, semrpe lembrando que é uma cidade pequena entao 2 noites está ótimo. Lá tem um painel pintado em uma montanha que é muito visitado. Um artista que fez e é uma obra realmente bonita... Vale a pena dar um pulo no painel. Vá de taxi. Eu fui de bike, pra mm foi bem tranquilo, eu prefiro andar de bike nessas cidadezinhas porque permite voce conhecer melhor o local. É uma cidade muito turística, voce topa com gente de todo lugar do mundo andando por ali. Diferente de Varadero, ali voce ve mais movimento, pois a cidade nao é espalhada, ela é bem concentradinha então fica todo mundo hospedado meio que na mesma regiao. O passeio mais tradicional é visitar uma fábrica de charutos a bordo de um cavalo. É um programa bem legal onde voce passa horas cavalgando e conhecendo como se fazem os tradicionalissimos charutos cubanos... pode ate fumar um! Eu nao fumo, mas provei o charuto cubano achando que deveria ser algo delicioso... nao gostei, é cigarro... A vida noturna também é meio pacata, tem bares e restaurantes, e tinha uma casa noturna tambem como se fosse uma danceteria... muito reggaeton! Vale a pena conhecer? Claro que vale, bastante! 2 noites sao suficientes. TRINIDAD Sinceramente, tirando La Habana foi a cidade que mais goste de Cuba. É uma cidade histórica, em estilo antigo, com ruas de paralelepipedos, igrejas e casas antigas. É como se fosse uma Ouro Preto de Cuba, na verdade muita gente diz que é a Parati cubana. Realmente vale a pena conhecer. Além disso, tem muitas praias que se pode visitar ali na regiao. Voce pega um taxi ou onibus e vai até as praias da região. São praias tão bonitas como as que tem em Varadero. Praias caribeñas... nao tem como ser feio! Eu sou suspeito de falar, pois gostei muito da cidade. Entre Varadero, Viñales e Trinidad, gostei mais de Trinidad, pois mistura as belissimas praias de Varadero (nao perdem em nada) com a vastidao de pessoas transitando de Viñales (na verdade tem muito mais gente que Viñales). Muitos turistas mesmo. O ruim disso é que os preços acabam sendo mais salgados que das outras cidades. 2 ou 3 noites sao suficientes. DICAS DE CUBA (SE ESTIVER INDO PRA LA VALE A PENA ANOTAR): 1 -ROTEIRO: O roteiro mais tradicional de quem visita o país é LA HABANA + TRINIDAD + VARADERO. Se voce estiver com poucos dias, faça pelo menos essas 3 cidades (da pra fazer 3 noites em Habana, 2 em Trinidad e 2 em Varadero - 7 dias). Se puder adicionar mais 1 ou 2 noites, vá a Viñales que não está muito longe. Agora, se estiver com tempo sobrando, pense nessas opções: LA HABANA / TRINIDADE / VARADERO / VIÑALES / REMEDIOS / SANTA CLARA / CIEN FUEGOS / CAMAGUEY / SANTIAGO DE CUBA (esta vale muito a visita, mas é muiiito longe de Habana). La Habana é a única cidade que se parece com a Cuba que vemos nos livros de historia e na tv, as demais são cidades normais, cada um com sua caracteristica (umas historicas, umas de praia, umas de montanha...), entao depende muito de seu objetivo na viagem. Pesquise por essas cidades que falei ali em cima e veja quais se adequam mais ao seu perfil de viagem e claro, ao seu tempo disponivel e bolso. 2 - EXTENSÃO: Cuba, apesar de ser uma ilha, é bem extensa. Então, se programe com antecedencia para poder transitar entre uma cidade e outra. Tem cidades turisticas que estao a 800 km de La Habana. Se voce nao se planejar antes, irá chegar lá e perderá uns 2 ou 3 dias só nesses transitos. Além disso, os onibus que os turistas usam intermunicipais, sao de uma empresa do governo que chama VIA AZUL e pra comprar as passagens voce tem que ir la na rodoviaria ou comprar pela internet. São poucos onibus disponíveis, entao pode acontecer de voce ter que comprar passagem pra viajar 2 ou 3 dias depois. 3 - MOEDAS: Existem 2 moedas circulando lá, uma chama CUC, é a moeda usada pelos estrangeiros e vale mais que 1 dolar. A outra se chama CUP e é usada pelos cubanos. 1 CUC = 25 CUP. Se voce for usar dolar por lá, ele é bem desvalorizado e ainda é taxado em 10%, então é melhor voce ao chegar no aeroporto já converter o que pretente usar. Aliás, a cotaçao DOLAR X CUC mais barata que achei foi justamente no aeroporto, foi o local mais barato pra converter meus dolares. Nao faça cambio na rua, pois criculam muitas notas falsas por lá e voce pode cair numa fria. 4 - TRANSPORTE: Usa-se muito o taxi. Se voce puder pegar os taxis mais antigos, voce paga menos. Alias, todo mundo que tem carro la acaba fazendo um taxi ilegal, é bm ter cuidado com isso. Para transitar entre uma cidade e outra, além de poder ir de onibus, é possivel tambem pegar um taxi compartilhado e vajar com outras pessoas rachando o valor. Fiz isso e vale a pena. Voce viaja num taxi daqueles classicos pagando menos que em onibus as vezes. BICITAXI: Nao gostei, é caro, lento e fico com dó da pessoa la se matando de pedalar pra eu ficar morgado la atras, peguei uma vez e nao gostei. Não peça taxi no hotel, é muito mais caro, saia na rua e peça um taxi, tem dezenas deles passando a todo momento. 5 - HOSPEDAGEM: Lá é possivel se hospedar em casas de cubanos. Todos os dias que passei por la me hospedei em casas de cubanos, foi uma experiencia fantastica... Pude conversar muito com eles, saber como é a vida por lá de verdade, como se sentem, o que pensam sobre o socialismo, a opiniao sincera deles... Almocei, jantei, conveersei com amigos dos donos das casas, com parentes, peguei inumeras dicas, enfim.... Foi muiiiiitoooo enriquecedor. Se voce e uma pessoa curiosa como eu, pode ser uma boa opção. Há vários hosteis também e hotéis, mas preferi ficar em casas. A hospedagem por lá é bem facil de conseguir, mas recomendo que pelo menos a primeira casa voce ja deixe reservado pra vc poder chegar e ja ter onde ficar. Dai pra frente, pode escolher a casa quando chegar no local ou mesmo pedir pro seu hospedeiro indicar alguem na cidade onde vc esta indo, eles sempre tem contatos. As hospedagens nas casas variavam muito em La Habana, desde 8 CUC (+- 8 dolares) ate 20 ou 25 (casas mais "chiques", em predios um pouco mais novos ou bemmm proximo a Plaza Vieja). Eu fiquei pagando na casa de 10 CUC por dia em todas cidades que hospedei, exceto em Varadero que a hospedagem era mais cara e nao consegui casa abaixo de 12 CUC (mas a casa que me hospedei lá foi a mais chique de todas em que fiquei, beeeeemmm arrumada mesmo, de 2 andares). 6 - PARA ECONOMIZAR: Se voce gosta de economizar, pergunte aos cubanos onde eles vao para comer, comprar as coisas... eles te indicarao os lugares onde eles mesmo comem, por exemplo. Pra vc ter uma ideia, pode-se comer sanduiche pagando 10 CUC, ou seja cerca de 40 cents de dolar... Voce poderá almocar em restaurantes tambem. Mas veja bem, esses locais nao sao de turistas, entao voce ira comer com os cubanos, geralmente sao mais simples mas proporcionam uma experiencia unica. Voce pode pedir tudo pra eles indicarem onde eles vao, sempre tem um lugar que é mais em conta. 7 - FIQUE ESPERTO: Em La Habana tem muito cubano que fica te abordando na rua como se fosse pra conversar, trocar uma ideia. Eles chegam como se fossem amigos, ai voce pergunta algo a ele e a pessoa ja quer te levar no lugar, quer te acompanhar e tal... voce acha que é uma camaradagem, mas na verdade ele so quer que voce de uma gorjeta... Voce sera abordado o dia todo, se voce der gorjeta pra todo mundo vai ficar quebrado. Fique esperto, se um cubano vier conversar com voce do nada na rua, so agradeca e siga. 8 - CHARUTOS CUBANOS: Eu rodei vários lugares procurando o charuto cubano pra comprar e presentear o pessoal aqui no Brasil. Geralmente é bem caro, princialmente se voce comprar nos lugares turisticos. Depois de muito zanzar pedi a dica pro dono da casa onde eu estava hospedado e ele me indicou um lugar onde achei os charutos mais baratos e prontos pra presentear... bem embalados e bonitos, com etiqueta, na caixinha e tudo que tem direito... É uma loja de charutos e Rum, que fica exatamente ao lado da FLORIDITA. Pergunte onde fica a floridita e, ao lado dela voce vera a loja. Comprei uma caixa com 10 charutos por 13 CUC... Em todos lugares era cerca de 25 ou 30 CUC (ou seja, 25 dolares) - Vi até de 100 dolares. 9 - INTERNET: Nao tenho certeza se ainda funciona assim, mas quando eu fui era um negócio bem arcaico. Voce podia comprar um cartão que te permitia acessar o Wifii em alguns pontos específicos da cidade, como em algumas praças por exemplo. Era bem engraçado, porque vc ia andando pelas ruas e ai de repente vc topava com um monte de gente parada no mesmo lugar, com a cabeca baixa e olhando para o celular... Era sagrado, onde voce visse uma aglomeracao de cubanos era um ponto do wifii. Existem pontos credenciados pelo governo onde voce podia comprar o cartao, EVITE COMPRAR COM TERCEIROS porque eles sempre cobram um valor superior ao que voce paga nos pontos credenciados (os pontos credenciados sao hoteis e diversas vendinhas, entao é facil de achar). Eu lembro que um cartão (se nao me engano com 1h de acesso) era 1 CUC, mas o povo na rua te vendia por 2 CUC e pior, meu primeiro hospedeiro era um charlatao, viu que eu ainda nao estava ligado em como funcionava a internet la e me vendeu 1 CARTAO POR 5 CUC (um baita fdp!!), ou seja, 5x mais. Fiquei so uma noite la e depois que descobri os precos, vi que ele me usurpou, entao vazei pra outra casa. 10 - AGUA: Pra voce comprar agua mais barato, exitsem as TIENDAS DE AGUA, onde só vende água e voce pode comprar agua mineral a preço de banana. Se voce compra nas lojas normais é meio salgado o preço e eu me lembro de ter momento em Trinidad que eu fiquei sem agua de uma vez, tive que ir em variaaaaas lojas procurando e nao achava pra comprar. Sempre que vc chegar numa cidade, pergunte ao seu hospedeiro ou ao pessoal do hostel ou hotel se por ali tem uma tienda de agua, aproveite e compre bastante agua pra ficar bem tranquilao ou tranquilona. Hidrate sem dó porque ali é o caribe, é sol o tempo todo. 11 - DICA DE OURO - NEGOCIE: Essa dica vale ouro. Negocie tudo lá. Tudo mesmo. Todos os preços que eles passam sao pros turistas, se voce chorar eles sempre abaixam. Eles sempre colocam o preco la em cima e se voce pegar pegou. Negocie taxi, hospedagem, comprar que fizer, entrada em boate... tudo!! É verdade mesmo, tudo é negociavel ali. É impressionante como eles aumentam os precos pra nós estrangeiros.
  5. ola amigos alguem sabe me dizer como ir de puerto cortez para flores na guatemala , estamos fazendo esse muchilão , sando do panama , até cuba e voltado para o brasil , se alguem quizer saber de alguma imformação, depoi de nossa viagem so me chamar no zap +55 12 997471987, ou se quizer entrar em contato comigo para tirar minhas duvidas fico agradecido, estaremos em viagem apartir de 23/12/2022 e terminamos em 27/01/2023. vlw ah temos um canal de dicas de viagem, POBRE TAMBEM VIAJA DE A a Z no youtube
  6. Fala Viageiros, tudo bem?! Vou contar um pouco dessa minha breve viagem a Cuba. Foram apenas 5 noites que tentei aproveitar o máximo possível essa oportunidade. Mas antes vou pedir a gentileza de seguirem o meu Insta: @profissaoviageiro E também se inscreverem no canal do YouTube: Profissão Viageiro Lá no meu blog tem mais detalhes, especialmente com mais fotos, desse rolê por Cuba! Acessem lá: www.profissaoviageiro.com Cuba sempre foi um lugar que me deixou curioso. Poucos lugares te dão a oportunidade de entrar em uma máquina do tempo para o passado como Cuba. Eu gostaria de ter visitado uns anos atrás, quando boa parte das coisas modernas sequer existiam por lá. Agora as coisas, mesmo que muito lentamente, estão mudando. Muita coisa já não é como era. Muita coisa que não era tolerada, agora aparentemente é. Que bom para eles! Essa ditadura comunista fez, e faz, aquele povo sofrer demais... Espero que as mudanças sejam cada vez mais rápidas. Mesmo assim é uma viagem no tempo bem bacana (para turistas, que podem pegar o avião e irem embora quando acaba o passeio). Visitar Cuba agora (final de 2022) já foi um pouco diferente... As pessoas que têm uma vida um pouco melhor já tem celular, algumas delas com 3G (olha só!). Cheguei a ir em um restaurante que tinha Wi Fi! O Roaming Internacional do meu celular funcionou e aparentemente sem nenhum filtro para aplicativos... Coisas inimagináveis 10 anos atrás... Fiz uma reserva de quarto em Havana pelo AirBnB! E a host respondia as mensagens bem rápido! Novos tempos! Cuba hoje só tem uma moeda, o Peso Cubano. O dólar é uma moeda aceita oficialmente agora, com cotação oficial e tudo, sendo comercializada em qualquer casa de câmbio! Inicialmente o governo tentou manter uma taxa fixa de câmbio - 1 US$ = 24 CUP (igual a Argentina tentou de forma patética uns anos atrás), mas como todas as ideias socialistas, essa também não deu certo. O dólar paralelo estava tão discrepante da taxa oficial que imagino ninguém mais buscava o câmbio oficial. Então recentemente o dólar flutuante passou a ser adotado oficialmente, diminuindo bastante a distância para o dólar paralelo e desvalorizando muito a moeda local. O salário mínimo lá hoje é menos de US$ 30 por mês. A boa notícia para turistas é que algumas coisas estão cada dia mais baratas, como refeições, que não têm necessariamente seu preço atrelado ao dólar. Todos esses anos de ditadura levaram a ilha a um ponto de pobreza que nem sei se tem mais solução em um curto ou médio prazo. Tem muitos momentos que bate uma tristeza que não é fácil. Ficar se colocando no lugar daquelas pessoas faz a vibe do rolê dar uma caída... Principalmente quando se conversa com as pessoas. Pobreza é pobreza em qualquer lugar... Aqui, lá... Mas a diferença é a falta de esperança. Nunca vi um lugar tão sem esperança de dias melhores como lá. Ninguém tem... Isso é foda. O comunismo mata de fora para dentro e também de dentro para fora... ☹ Uma das partes mais assustadoras é a escassez. Pessoas em filas para todos os lados sem saber se vão, ou não, encontrar alguma comida naquele dia. O governo teoricamente se compromete a distribuir alguns produtos, mas encontrar esses produtos é outra história. Ninguém sabe o que vai chegar naquele dia. E se for algo que eles já retiraram antes, voltam para casa sem nada naquele dia. Pode ser que não chegue nada em um dia, segundo eles contam. Mas isso não é só para os produtos distribuídos. Tem muita coisa lá que mesmo que você tenha dinheiro para comprar, você não encontra. Itens alimentícios, farmacêuticos e tudo mais que você possa imaginar. Eu fiquei realmente impressionado com isso. Tem que tomar uns drinks para continuar no alto astral de uma viagem tão interessante como essa. E como até acesso à internet alguns deles já tem, absolutamente nenhuma pessoa que conversamos sobre a situação da ilha mencionou o embargo americano como responsável. Com um mínimo de informação já é suficiente para eles entenderem que, apesar de muito prejudicial para a economia, essa situação absurda de miséria não passa nem marginalmente pelo embargo. Mas dito isso, bora contar as coisas legais dessa viagem, que foram muitas!!! E foi assim: Dia 1 Antes de chegar, precisamos do “Visto” de turista. Bem entre aspas mesmo! Não é um visto de fato, onde algum tipo de análise é feita e que se pode ser aceito ou não. É só um papelzinho desses que para outros países ganhamos dentro do avião para preencher com nome, passaporte e endereço que vai ficar. Só que nesse momento já logo vemos a coisa que todos Socialistas/Comunistas do mundo mais amam nessa vida: Dinheiro!!!! 💰 $$$$$$$$$$$ O papelzinho é vendido por US$ 20 no portão de embarque do aeroporto do Panamá, onde fiz minha conexão. É meio desconfortável sair de viagem sabendo que precisa do ”visto” para entrar e pensar que só vai arrumar isso na hora de embarcar em outro país. Mas funciona, fiquem tranquilos! Conseguimos embarcar! Nem acreditei que finalmente chegamos! Essa foi uma passagem comprada no início da pandemia no Hurb (Hotel Urbano). Foi absurdamente barata e ainda incluía a hospedagem. O problema foi que chegou a data deles entregarem os pacotes e por esses preços que venderam começou a ficar difícil. Tive que brigar bastante e só depois de entrar em contato nos órgãos de defesa do consumidor que consegui emitir minha passagem. E tive sorte, porque sei de gente que nem assim conseguiu e continua lá com a viagem aberta com eles, sabe-se lá até quando. Tomara que eles não fechem as portas, senão essa galera vai dançar. Bom, o hotel que eles arrumaram, apesar de aparentemente bacana, era completamente fora de mão. Como o transporte coletivo lá é muito ruim e os taxis muito caros, achamos que não seria bom ficar por lá. Então acabamos dividindo nossa viagem em 2 noites em Varadero e 3 noites em Havana e reservando hospedagem nesses lugares por conta própria. O aeroporto de Havana é bem ruim. Tem muita rodoviária aqui no Brasil mais arrumadinha... O banheiro do principal aeroporto do país não tem nem tampa nas privadas... Mas beleza. Na imigração uma curiosidade... A fila para locais absolutamente vazia, e a fila para estrangeiros lotada. Mas é óbvio!!! Que cubano que tem oportunidade de sair de lá que volta???? Claro que nenhum! Minha ideia era tentar encontrar alguém para dividir um taxi até Varadero, já que as opções de transporte são praticamente inexistentes. Para quem tem bastante tempo até dá para tentar as pouquíssimas opções de ônibus intermunicipais, mas eu com 5 dias por lá não poderia nem sonhar com isso. Não tive sorte e tive que pegar um taxi só para nós 2. É bem caro, pois é uma viagem de mais de 2 horas. Como lá também não tem combustível fácil, e quando tem as filas dos postos são quilométricas, os taxistas fazem um esquema com os outros que precisam voltar para sua cidade de origem. Então o cara que eu consegui lá no aeroporto me levou para encontrar um outro motorista que era de Varadero e tinha ido até Havana. Meio em uma cena de filme, em um lugar deserto com um hotel abandonado de fundo, trocamos de carro e seguimos com outro motorista até Varadero. A vigem foi tranquila e o motorista era muito simpático, só rezando para o carro não quebrar na estrada! Todos os carros são muito velhos! No caminho apenas uma parada para tirar foto na ponte mais alta de Cuba! 😊 Nosso destino era o Royalton Hicacos. Um resort all inclusive de uma rede que já conhecíamos. Ficamos em um Royalton em Cancun que era maravilhoso! O motorista veio nos falando da escassez de alguns produtos mesmo nos resorts. Que ele tinha parentes que trabalhavam nos resorts e contavam que muitos dias nem opção de proteína tinha. Era só uma coisa e pronto. Sabemos que eles sempre querem oferecer uma grande variedade de pratos para agradar os clientes. Não deve ser fácil para eles lidar com isso. Bom, por sorte no nosso tinha bastante opção! Chegamos no meio da tarde, fizemos check in e fomos comer alguma coisa, pois não tínhamos almoçado. Depois fomos passear um pouco pelo hotel e pegar o pôr do sol na praia. Daí entramos e fomos tomar banho e nos arrumar para aproveitar a noite. Fomos jantar esse dia no restaurante italiano do resort. A comida estava muito boa!!!! De barriga cheia fomos para o bar principal do hotel curtir uma música cubana e tomas uns drinks coloridos!! Foi tudo ótimo e o primeiro dia concluído com sucesso!!! Dia 2 Acordei bem cedo e fui caminhar na praia antes do sol nascer enquanto a Tati ainda dormia. Estava bem bonita, mas nada comparado com o que estava por vir! Então fui me encontrar com a Tati e tomamos café da manhã. Tinha bastante variedade, mas algumas coisas pareciam que eram mais controladas, com pessoas servindo ao invés de estarem expostas para pegarmos quanto queríamos. Algumas coisas eram meio toscas para um resort desse, como por exemplo os caras misturando restos de suco das jarras em baldes (sim, baldes) e depois abastecendo as jarras novas direto dos baldes e na frente da galera. Eu não ligo para essas coisas, mas deve ter gringos mais chiques que não devem gostar de ver essas coisas. Sei lá... Mas o café foi muito bom! De lá já fomos direto para a praia. E que praia!!!! Já o caminho é uma obra de arte! E a praia um show que nem tem como descrever... O pessoal do resort já arruma um lugar para nós e já vai buscar uma bebida! E a gente só tem o trabalho de ficar curtindo esse lugar! O almoço esse dia foi na praia mesmo. Eles montam uma churrasqueira e preparam um rango bem legal! E então, mais um pouco desse mar deslumbrante! Infelizmente o dia acabou e ainda curtimos mais um pôr do sol lindíssimo! Fomos nos arrumar porque tínhamos reservado para essa noite um jantar no restaurante na praia. Esse restaurante servia apenas o prato do dia. Não tinha opções. Essa noite o prato era Lagosta grelhada, com uma entrada de pão caseiro, um coquetel de camarão e uma sobremesa. A lagosta estava uma delícia! O vinho e a sobremesa, nem tanto. Depois da janta fomos para o mesmo bar do dia anterior, mas demos uma parada na tabacaria do hotel. Era dia de ir tomar os drinks com estilo, então peguei um charuto cubano e fomos para os drinks! Obviamente foi uma noite muito agradável!!! Dia 3 Não acordei tão cedo, mas o café ainda não estava sendo servido. A Tati também levantou e fomos passear antes do café. Já era o dia de ir embora para Havana, então tínhamos que aproveitar bastante essa manhã antes de partirmos. Fomos caminhar até o final da praia para curtir o visual e vermos os outros resorts no caminho. Na volta ficamos mais um tempinho na nossa tenda naquele sentimento de não querer ir embora! Antes de irmos fechar as coisas ainda ficamos um tempinho nas piscinas, só para não falar que não aproveitamos nada das lindas piscinas de lá! Mas infelizmente chegou a hora de ir embora... Essa parte dos resorts de Varadero é uma bolha que ainda não tinha nos dado a menor ideia do que é a verdadeira Cuba. No caminho para Havana, paramos em um lugar muito legal: A Cueva de Saturno! É uma gruta com água azul muito linda que fica perto de Varadero. É permitido nadar e se der sorte o lugar é todo seu! A água é um poco fria, como é de se esperar, mas é um mergulho delicioso!!! Seguimos então viagem para Havana. Chegamos na casa da família que nos hospedou. Foram muito simpáticos e logo de cara já nos ofereceram um delicioso café cubano. O lugar era um desses predinhos bem comuns por lá, de 3 andares e uma laje ainda acima. Nessa laje eles construíram um quartinho com uma pequena cozinha, banheiro e dormitório. Estava ótimo para nós! Bom, saímos para passear... A primeira parada foi no Capitólio. Um oásis de conservação e limpeza no meio de Havana Velha. Olhando para o outro lado da rua, as coisas já não eram mais assim... Ficamos nessa região caminhando até escurecer. Enquanto tirávamos fotos do lindo Gran Teatro de La Habana, passa um morador local por nós e fala: “Essa é a única coisa bonita que vão ver em Havana!” Aqui uma coisa boa de Havana: É uma cidade bem mais segura que a maioria das capitais latino-americanas. Andamos a pé pela cidade durante a noite bem tranquilos. Isso é muito bom. Apesar de ter visto na internet alguns incidentes, e também uma guia de um dos lugares que visitamos quase ter tido um ataque quando me viu tirando o celular do bolso de trás da bermuda e me falar para não deixar o celular no bolso de trás de jeito nenhum, eu me senti bem seguro lá! Seguindo uma dica de ouro de uma amiga (Camila), fomos jantar em um Paladar sensacional, que se chama Paladar San Cristóbal Dentro dessas mudanças que vem ocorrendo por lá, pessoas foram autorizadas a abrirem seu próprio restaurante (Capitalismo Malvadão tomando conta). Eu não sei se isso é uma regra, mas pelo o que entendi, quando chama Paladar é um estabelecimento privado, e quando se chama Restaurante é um estabelecimento do governo. Mas como disse, não sei se é isso mesmo... Bom, esse lugar era sensacional! Como os outros Paladares, o lugar é dentro de uma casa... Então a arquitetura do lugar é a de uma residência, com as mesas colocadas dentro dos cômodos do que foi um dia uma casa. A decoração era muito bacana! Como para comer é muito barato por lá (para turistas), já fomos direto para os pratos mais elaborados da casa! Começamos com uma entrada que tinha de tudo um pouco! E o prato principal, como não poderia ser diferente, foi lagosta! A minha foi uma lagosta preparada no abacaxi que estava sensacional! A Tati pediu a dela grelhada mesmo. Nossa, que delícia!!!!! Os drinks também estavam maravilhosos! Em um determinado momento chega um cara muito bem vestido que claramente não era turista. Era alguém bem importante. O pessoal correu para isolar um dos “quartos” para acomodar esse cara em uma mesa. Depois de 2 minutos o Chef vai se encontrar com ele e começa a chegar um monte de comida, bebida, charuto... Até uma mulher toda vestida de branco com aqueles vestidos grandes (parecido com o que vemos na Bahia) entra com umas bebidas e charutos e fica com eles um tempo lá. Foi interessante acompanhar essa movimentação! Bom, no final ainda ganhamos charutos bacanas deles! Foi uma noite nota 10!!!!! Nesse dia já vimos um pouco da realidade de lá... Na rua, prostitutas se ofereciam para os gringos de forma bem agressiva e na frente de todo mundo. Também tinha muita gente vagando, meio sem aonde ir. Eu tinha lido que antes desses ditadores comunistas tomarem Cuba eles tinham essa questão da prostituição pelas cidades como algo degradante que os capitalistas levavam para lá e que eles acabariam com a revolução... Bom, adivinha? Como estávamos bem cansados e já um pouco borrachos, pegamos uma dessas bikes que eles tem lá que transportam 2 pessoas na parte de traz (não sei o nome disso). O pobre rapaz penou para nos levar depois do tanto que comemos!!! Mereceu a gorjeta! E foi isso! Dia 4 Acordamos cedo e tomamos café lá na casa que estávamos mesmo. A nossa host é bem ligeira e já oferece um monte de coisa que vamos precisar de qualquer forma, lá na casa dela mesmo, e assim ela ganha uma grana extra com isso! O café estava muito bom! Tinha bastante coisa e até nos surpreendeu com a variedade. Nesse dia andamos muito! Fomos para todos os lados que conseguimos. Uma coisa é muito chata por lá. É impossível andar um minuto sem alguém vir falar com você contando alguma mentira e tentando te enganar para conseguir um dinheiro. Todo mundo conhece um paladar que vai dar desconto (que é mentira e te cobra mais caso você seja levado por alguém), todo dia é o dia do charuto e o governo deixa as pessoas te venderem charutos originais a preço de custo (que é mentira, são charutos de péssima qualidade que eles mesmos devem fazer em suas casas), e mais um monte de coisa. Tentam te dar uma dica inútil e dizem que você tem que pagar por isso... Putz, essa parte é muita chata e é o tempo todo que está na rua. No final do dia já está bem cansado disso. Esse dia pudemos ver mais de perto os efeitos do regime, passando por açougues, mercados, panificadoras e farmácias... Muitas coisas são distribuídas pelo governo para a população, como por exemplo o pão. Eles têm direito a um ou dois pães por dia e enfrentam diariamente essa fila imensa, faça chuva, faça sol, faça furacão, faça tempestade, com uma cadernetinha de papel na mão para retirar seu pão diário e anotar que já retiraram. Essa cadernetinha é um negócio muito tosco que todas as coisas que o governo entrega são anotadas. Viagem no tempo...... Pela manhã visitamos diversos lugares... O museu da revolução estava fechado para reforma e não pude conhecer, só o memorial estava aberto. Lá tem uma coisa engraçada... Como a maioria das coisas são controladas pelo governo e não tem ninguém tomando conta, vários lugares que tentamos visitar estavam fechados, em um dia de semana e em horário comercial... A gente perguntava para as pessoas que estavam por perto e eles falavam: “É, era para estar aberto, não sei onde ele foi”. Decidimos almoçar no Gran Teatro de La Habana, aquele prédio lindo do lado do Capitólio. Bem turístico o lugar e a história que temos desse lugar passa pelo seu banheiro... Esse lugar é bem bonito, só gringo comendo e tal... Um lugar chique! A Tati vai ao banheiro e vê uns baldes grande espalhados por perto, mas ok. Quando vai dar descarga, percebe que não tem água! Aí ela sai e vai falar com a moça que fica lá na porta do banheiro... A moça já fala que não era para ela se preocupar que ela que dá descarga! Por isso os baldes!!!! Ainda bem que era número 1! Aí para lavar a mão, também não tem água... Aí a moça já vem com uma garrafa pet de 2 litros com água dentro e um furo na tampa. Ela ficava espremendo a garrafa na pia para ela lavar a mão... PQP! Um lugar desse é assim... Imagina o resto! Bom, pedimos a comida e estava muito boa! Aí continuamos o passeio. Até uma parada para um Mojito era obrigatória!!! Nesse bar vimos mais um sinal dos tempos... Tinha uma bandeira do arco-íris em um canto do bar. Esse era o sinal definitivo que Cuba estava mudando. Imagina uma pessoa colocando uma bandeira dessa em seu bar 20, 30 anos atrás... Imagino que a pessoa não voltaria para trabalhar no dia seguinte. Essa mudança é mais fácil de entender. Como já sabemos, não existe nada que um socialista goste mais do que dinheiro... E gays têm dinheiro! E gastam muito dinheiro! E não tem Revolution que resista a gente disposta a gastar seu dinheiro com eles!!!! E então um café em uma cafeteria estatal. No cardápio tinha........ Café! Pois é, todos esses locais estatais não tinham nenhuma variedade! Restaurantes, cafés... Nem precisava de cardápio, porque só tem uma opção mesmo! Bom, andamos mais um pouco e depois fomos para o quarto nos arrumarmos para a noite. Decidimos ir em um lugar que tínhamos visto de dia que o pessoal tinha falado com a gente e a gente até que gostou. Era um beco com um monte de restaurantes com mesas na rua que achamos muito bonitinhos e decidimos arriscar. A comida estava muito boa e a música ao vivo também! O problema veio na conta. Era um restaurante estatal... E já tinha lido que os caras tentam enganar os clientes e cobrar mais. E lá estava eu participando disso...... Chamei uma mulher de lá e pedi que me explicasse o que era cada item. Ela já ficou vermelha na hora. Mostrei uma linha que tina uma espécie de rabisco ilegível com um valor na frente. Tinha 2 linhas de 10% de gorjeta. Claro que era uma do restaurante e uma do menininho que me encontrou na rua 20 metros antes de eu chegar ao restaurante que já estava indo para lá mesmo... A mulher tentou arrumar uma desculpa, falou que era por causa do Wi Fi mas não sabia direito. Mas já falou que eu não precisava pagar nada dessas coisas, nem mesmo os 10% e tal... Bom, falei para ela tirar aquela linha do rabisco e deixar os 20% que eu iria pagar. Ela ficou aliviada na hora. Correu lá para dentro e voltou rapidinho com a conta certa. Mas lá tem que ficar esperto o tempo todo com esses pequenos golpes. Depois voltamos para o quarto e eu fiquei curtindo um charuto com as luzes de Havana Velha! Até amanhã! Dia 5 Nosso último dia! Tomamos nosso café e corremos para riscar algumas coisas da lista! Primeira coisa foi comprar charutos. Não tem como voltar de Cuba sem seu melhor produto nas malas... Pegamos informações de lojas oficiais e partimos para lá! Uma coisa que lá é muito diferente é essa questão do comércio. Parece ridículo, mas no centro da Havana não é toda hora que se cruza um lugar para comprar charutos, ou qualquer outra coisa. No primeiro dia tentamos comprar um guarda-chuva, mas quem disse que tem uma vendinha ou uma banca com isso fácil assim para passar e comprar? Lembrancinhas... Super difícil de encontrar. Era para ter um lugar em cada esquina, mas não tem. Então essa missão de comprar os charutos era realmente uma atividade específica. Deixar para depois porque você acha que vai achar um lugar no meio do passeio pode fazer você voltar para casa de mãos vazias. A loja é muito legal!!!! E os preços bem salgados. Com o dólar oficial subindo loucamente, a moça disse que os preços haviam dobrado nos últimos 3 meses. Mas mesmo assim é bem mais barato que comprar em outro lugar, como aqui no Brasil. E convenhamos, não se compara em chegar com uma caixa de charuto comprada em Havana! Outro nível!!! Com esse item riscado da lista, fomos para o próximo... Andar de conversível!!! Nós fomos escolher o nosso na frente do Capitólio. Lá é um dos pontos de partida. Uma pessoa que fica trabalhando para os donos dos carros veio nos oferecer o passeio. O cara foi super educado e tranquilo. Ele saiu conosco atras de um carro rosa que a Tati queria, mas infelizmente todos ali já tinham alguma coisa marcada. Nisso me aparece um cara super folgado, meio querendo dar ordem nele e nas outras pessoas. Um cara super grosseiro que tentou empurrar um dos carros para nós. Como ainda não tínhamos desistido falamos não mas mesmo assim o cara meio que armou um barraquinho ali na rua com esse outro cara que estava nos ajudando. No final das contas, por falta de opção, fomos no carro que esse cara queria. Foi uma péssima escolha, porque o infeliz foi uma boa parte do passeio com a gente, junto do motorista. O cara era muito folgado e muito chato. Ficou falando umas mentiras no passeio e um monte de idiotice. Uma hora disse que eu tinha que pagar uma parte adiantada para ele porque ele iria pagar o imposto pelo passeio. Aí foi demais e eu tive que engrossar um pouco... Falei que queria ver onde ele iria pagar o imposto àquela hora no meio do role, e aí eu daria a grana... Ele fez uma puta cara de merda! Foi bacana! Aí mudou o discurso e pediu se eu poderia pagar uma parte do passeio adiantada para ele. E eu disse que tudo bem, para mim não fazia diferença nenhuma pagar antes ou depois, mas o cara tinha que entender que ele não estava enganando ninguém com o papinho dele. Para piorar, quando chegamos na primeira parada, ele disse que eu tinha que dar uma gorjeta de 5 dólares. Eu já fiz cara de desentendido e falei que não iria pagar isso, que poderia dar uma gorjeta em Pesos igual dei e daria para os colegas dele. Ele tentou insistir e disse que não poderia, tinha que ser 5 dólares, meio que tentando colocar medinho. Como sabia que ele não ia fazer nada e ainda estávamos na frente de prédios do governo, disse que então não iria dar nada. Ele fez uma puta cara de merda e aceitou a gorjeta em Pesos. Eu só dei porque ele arrumou um carro vermelho para a Tati tirar umas fotos, senão, não teria dado nada e teria pagado para ver... Puta cara insuportável. Ainda bem que depois disso ele sumiu. Ficamos apenas com o motorista até o fim do passeio, que era um cara bem gente fina. Nós fechamos 2 horas com o carro, mas na empolgação a Tati acabou caindo na conversa deles de parar para tomar a “melhor Pinã Colada de Cuba”. O cara ofereceu de parar e ela já logo aceitou. Eu acabei ficando quieto... O passeio era de 2 horas e a gente poderia visitar o que quiséssemos nesse tempo. Acabamos perdendo mais de meia hora em um lugar tomando Pinã Colada (de fato era bem gostosa) ao invés de rodar pelos lugares com o conversível... Mas tudo bem.... Inclusive nessa hora foi engraçado. Claro que o motorista ganha uma parte do que gastamos no lugar. Eu ofereci que ele pegasse também uma bebida que eu iria pagar, então ele pegou uma limonada e sentou conosco. Só que nesse bar havia 2 cardápios. O cardápio de quem vai levado por um motorista, muito mais caro, e um cardápio de quem chega lá por conta própria, ou é local, muito mais barato. Quem veio nos trazer a conta não foi a mesma pessoa que nos atendeu, então ela não sabia que era o preço do motorista, ainda mais porque ele estava bebendo com a gente. Ela trouxe a conta em Pesos com um valor infinitamente mais barato. O cara quando viu deu um pulo em cima da conta e levou correndo lá para dentro para a mulher arrumar! Hahaha! Eu não reclamei, porque o valor mais alto foi o que foi apresentado para mim desde o começo e eu aceitei, então tudo certo pagar, mas foi hilário o desespero do cara. Aí quando paguei ele precisa arrumar uma desculpa que precisa usar o banheiro para entrar no lugar e pegar a parte dele! Hahaha! Muito engraçado como eles acham que todo mundo é besta! Ficamos só acompanhando a movimentação... Divertido! Bom, voltando ao conversível! Que demais!!!! Primeira parada foi na Praça da Revolução. O lugar é bem interessante. Grande, limpo. Interessante estar na frente do prédio com a cara do Che Guevara. Já vimos tantas vezes essa imagem pela TV e internet, e lá estávamos nós! Os discursos do Dia do Trabalho ainda são feitos por lá. Depois rodamos um pouco pela parte mais nova de Havana e já logo chegamos na parada para a Pinã Colada. Acho que o lugar é onde funciona o consulado da França, mas não tenho certeza. Depois já meio sem muito tempo, fomos para o outro lado da bahia, onde fica a estátua do Cristo deles. Descemos, andamos um pouco, mas já era hora de voltar, pois o tempo estava se esgotando. Na volta só deu tempo de passearmos na avenida beira mar e voltarmos para o Capitólio. O rapaz gentil que nos atendeu no começo ainda estava lá e nos ajudou com as últimas fotos! De lá já fomos direto para outro lugar da lista, o Restaurante La Bodeguita Del Medio. O lugar ficou famoso por aparentemente ser o responsável por popularizar o Mojito em Cuba. A gente não poderia ir embora sem provar essa iguaria refrescante! Chegamos e o lugar estava lotado de nórdicos... Duzentas pessoas de cabelo loiro bloqueavam a entrada do lugar. Era até engraçado! Estava desistindo, mas vi que eles já estavam de saída... Aí consegui chegar perto e falar com o garçom, que nos arrumou uma mesa na parte de trás. A notícia ruim é que lá é um desses lugares que nem adianta olhar o cardápio. Não tem praticamente nada que está no cardápio. A notícia boa é que o que tinha era uma deliciosa lagosta grelhada e uma entrada de bolinhos fritos também muito boas! O Mojito era realmente muito bom e também aproveitei para tomar uma cerveja local, que não era tão boa quanto os drinks que andei tomando por todos esses dias. De barriga cheia fomos caminhar mais um pouco. Acabamos entrando no Memorial da Revolução, que é uma espécie de anexo do Museu da Revolução que não pudemos entrar pois estava em reforma. Na verdade, sem ver o museu nem vale muito a pena entrar, porque as coisas que vemos lá são as mesmas coisas que vemos passando na frente andando na rua. Mas tudo bem, a entrada é bem barata. Ainda deu tempo de pararmos em um ambulante para comprarmos algumas lembranças e eu consegui comprar uma moeda de 3 Pesos com o rosto do Che para a minha coleção de moedas! Nisso já era o meio da tarde e a Tati estava um pouco cansada. Também já bem incomodada com a galera pendurada na gente o tempo todo, ela decidiu ir para o quarto descansar um pouco e já começar a arrumar as coisas para ir embora. Nosso voo saía muito cedo no dia seguinte. Eu não queria ficar no quarto e então peguei minha câmera e fui rodar mais um pouco. Acabei tirando boas fotos Nossa última janta foi em outro lugar famoso, o Floridita. A parte da frente é mais barzinho e a maioria da galera só está bebendo. Como também queríamos jantar, pegamos mesa mais no fundo, em um salão mais chique! A Tati pediu um prato de carne de porco, se não me engano, e eu peguei a última Lagosta da viagem! De verdade, eu comi mais lagosta essa viagem do que na minha vida inteira antes disso!!!! Claro que estava uma delícia! Bebemos também ótimos drinks por lá! E para fechar com chave de ouro a viagem, além de ajudar com a glicose, paramos em uma sorveteria bem chiquezinha que tinha no nosso caminho. Eu me lembro de ler que antigamente havia uma sorveteria bem famosa por lá que tinha até fila e todo turista tinha que ir. Não sei se era essa aqui, mas essa era bem gostosa! Entre as centenas de produtos em escassez na ilha, está o leite. Então imagino que não deve ser fácil fazer os sorvetes todos os dias. Um desfio extra para esse pessoal. E o sorvete era muito gostoso! E então já bem satisfeitos seguimos nossa caminhada para o quarto. Boa noite! Dia 6 Bom, nosso voo saía muito cedo. A nossa host nos ofereceu levar para o aeroporto por um preço um pouco mais barato que o taxi cobraria. Claro que aceitamos. Por trabalhar com turismo, ela tem uma vida bem melhor que a maioria das pessoas por lá e até carro ela tem! O carro é um capítulo a parte. É um Lada de mais de 30 anos que está só a carcaça. De verdade! Não tinha nenhum acabamento por dentro. Não tem painel, não tem nada entre nós e a lataria do carro. Minha janela estava presa com um cabo de vassoura para não cair. O câmbio era só uma barrinha de ferro que vinha do assoalho do carro, sem aquela bolinha em cima. Que loucura! Mesmo com o motor dando umas engasopadas bem preocupantes, chegamos no aeroporto!!! Ainda tivemos tempo para gastarmos quase todo o resto dos Pesos Cubanos que tínhamos nas lojinhas que estavam abertas logo cedo. Depois foi tranquilo e no “Free Shop” oficial do aeroporto ainda compramos uma última caixa de charuto que era encomenda, antes de embarcarmos de volta ao Brasil. E foi isso! Curtimos bastante a viagem e apesar dos momentos meio para baixo que tínhamos vendo toda aquela situação desse povo que em grande parte não tem nenhuma culpa disso que está acontecendo por lá, foi uma viagem bem bacana! Para quem tem uma passagem de volta na mão, o lugar é bem interessante! Para os que estão presos lá, não me pareceu tão interessante assim. Como a maioria das coisas na vida, não tem nada como ver com os próprios olhos. Fica bem mais difícil de cairmos nesses discursos vazios que estamos sujeitos todos os dias e vindo de todos os lados possíveis. A máquina do tempo não me levou tão longe quanto eu gostaria, mas levou longe suficiente! 😉 Bom, quem quiser tirar alguma dúvida ou pedir alguma dica, só mandar!!!! Valeu viageiros! Abraços!
  7. De quarentena em casa e muitas memórias surgem. Uma delas é a inesquecível/maravilhosa/surreal viagem que fiz por México e Cuba. Assim, uma maneira em que posso contribuir com esse maravilhoso fórum que tanto me ajudou e me ajuda, é fazer meu relato e ajudar com possíveis dúvidas. Já adianto que ao longo dele tentarei expor os custos, os locais em que fiquei (com links, se possível), a experiência que tive deles e das atividades que fiz, além, claro, de muitas fotos rs Saí de casa com a mochila nas costas dia 04/12/19 e retornei para casa no dia 25/12/19 (HoHoHo!). 3 semanas que passaram voando, mas foi tempo suficiente porque ao final já estava muy cansado e morrendo de saudade de casa pra comer rabanada. Ah, antes de mais nada, quero deixar claro que: se você está com vontade de viajar por aí e tem condições, SE JOGA. É uma experiência super enriquecedora culturalmente. O frio na barriga e ansiedade são naturais, cara, principalmente quando se viaja sozinho, como foi meu caso. PORÉM, encará-las e superá-las é uma sensação indescritível. S E J O G A ! Acho que separar alguns assuntos em tópicos vai facilitar, então simbora! Roteiro Imagem que resume o roteiro. Os números seguem a ordem cronológica por onde passei. Cancún e Havana foram lugares em que passei mais de uma vez, por isso tem dois números. A viagem propriamente dita comecei e terminei por Cancún, consequentemente, é o número 1 e 8. Segui a rota: Rio de Janeiro -> São Paulo -> Cidade do Panamá -> Cancún (1) -> Havana (2) -> Santa Clara (3) -> Trinidad (4) -> Varadero (5) -> Havana (6) -> Cidade do México (7) -> Cancún (8 )-> Cidade do Panamá -> São Paulo -> Rio de Janeiro (São Paulo e Panamá foram apenas escalas). Basicamente, fiquei do dia 5 ao dia 9 em Cancún. Dia 9 fui para Cuba, ficando lá até 19 e embarcando em seguida para a Cidade do México, ficando até dia 23. 04/12: Rio x Guarulhos 05/12: Guarulhos x Cidade do Panamá x Cancún 06/12 a 08/12: Cancún 09/12: Cancún x Havana 10/12 a 12/12: Havana 12/12 a 14/12: Santa Clara 14/12 a 16/12: Trinidad 16/12 a 18/12: Varadero 18/12: Varadero x Havana 19/12: Havana x Cidade do México 20/12 a 23/12: Cidade do México 23/12: Cidade do México x Cancún 24/12: Cancún x Cidade do Panamá x Guarulhos 25/12: Guarulhos x Rio Podem perguntar ''mas Breno, qual o sentido de você ir e voltar ao México? Por que não fazer cada país de uma vez ao invés de fatiar o trajeto?''. Eu respondo: o primeiro motivo é porque consegui por 1800 reais ida e volta de Guarulhos/Cancún (mega barato na época) em uma data perfeita para mim. Foi o match perfeito, o sinal dos deuses mochileiros que era para eu viajar SIM e começar a jornada pelo México, não Cuba. O outro motivo é por uma paixão minha, o tal Clube de Regatas do Flamengo. Estávamos com chance de jogar o Mundial de Clubes, que seria nos dias 17/12, a semifinal, e 21/12, a final. Em Cuba eu sabia que seria impossível assistir a algum jogo, logo, planejei para que pelo menos na final eu estivesse no México para conseguir ver. Adianto que o planejamento deu super certo, visto que chegamos à final sim e assisti ao jogo kkkkkkkkk aliás, uma coincidência cósmica incrível aconteceu nesse dia, que relatarei mais pra frente. Dica! O preço que consegui no trajeto Guarulhos/Cancun foi a partir do aplicativo ''Passagens imperdíveis''. Recomendo o app, pois realmente tem muitas ofertas boas de passagens! Eu não cheguei a fazer a compra nesse aplicativo, mas com a notificação que recebi dele que fui fazer a compra no site da MaxMilhas. Não tô ganhando nenhum cash pra falar isso kkkk apenas sugerindo porque me ajudou bastante. Custo total da viagem Eu gastei em torno de 8000 reais na viagem toda, isso em dezembro de 2019 com o dólar comercial a mais ou menos 4,20. Está incluído: transporte, alojamento, alimentação, passeios, internet (quando chegarmos ao relato de Cuba vamo entender isso) e lembrancinhas (sim, é um item à parte pq sou o maníaco do souvenir). Alguns voos peguei sim muito cedo, passei parte de uma madrugada em aeroporto, fiquei em hostels no México e aluguei quartos privados pelo Airbnb em Cuba. Comida era variável, minha prioridade era sempre algo mais em conta, mas me dava ao luxo de vez em quando rs. O que levei Fui com duas mochilas. Uma de 50 L da Decathlon mt usada por mochileiros (MOCHILA DE TREKKING FORCLAZ 50 LITROS CINZA FORCLAZ) e uma menor de 10 L (MOCHILA DE TRILHA NH100 10 LITROS BACKPACK NH100). Levei 1 par de tênis, 1 par de chinelos, 10 camisas, 10 cuecas, 5 bermudas, 8 pares de meia, 1 casaquinho (um adendo aqui: ora bolas, Caribe, né? MAS SEMPRE veja a temperatura média da região para onde você vai. Eu fui no período de inverno no hemisfério norte, mas nem me preocupei com isso. Já adianto que sofri bastante com o frio da Cidade do México!! Peguei 6 graus e o tal ''casaquinho'' me salvou para que eu realmente não morresse de hipotermia. TOMA DISTRAÍDO. O carioca aqui sofreu demais), porta dólar (preciso nem avisar a importância disso, né?), kit higiene pessoal (e nisso incluo papel higiênico, nunca que sabemos o que podemos encontrar, ou não encontrar), celular, fones, caderninho e caneta para fazer meu diário de viagem, 1 livro (''O velho e o mar'' do escritor estadunidense Ernest Hemingway que morou por muitos anos em Cuba, tudo a ver né), carregador(!!!!), comprovante de vacinação para febre amarela (Panamá e Cuba exigem, mas não pediram em nenhum momento. Mesmo assim, obviamente, tome a injeção e leve o documento), cartão do seguro viagem (indispensável, os 200 reais - em média - podem sair muito, mas muito mais barato caso precise utilizar o sistema de saúde no estrangeiro. Uma OBS: em Cuba, mesmo tendo um sistema público de saúde, ele não é oferecido para os gringos. Até nisso o nosso SUS é referência haja vista que tratamos de graça nossos turistas), cadeado, pasta com documentação, carteira, uns remédios caso passasse mal. Basicamente foi isso. Coube tudo, não ultrapassei os 10 Kg máximos e ainda sobrou espaço para muitos souvenirs. A ÚNICA coisa que esqueci (lei de Murphy, é você?) foi um adaptador de tomada pro celular. Só isso, né??? Lembrei apenas poucas horas antes de sair de casa e não tinha como arranjar um. Acabou que tive que comprar no aeroporto: 139 reais! A facada foi forte já no começo da trip... O começo de tudo Na verdade, em meados de 2019 eu estava planejando visitar o Paraguai, Chile e Bolívia. Porém, num desses encontros aleatórios da vida com um desconhecido que rachei o uber (eu estava hospedado num Aribnb em Brasília e calhou de que nossos embarques fossem praticamente no mesmo horário), conversamos sobre viagens no carro na ida até o aeroporto. Ele, muito mais experiente no assunto do que eu, disse que Bolívia e Paraguai não valiam tanto a pena assim. Lembro de ele falar ''tem só um monte de feira''. Disse, em seguida, de um país excelente para viajar, mas não tão bem divulgado: o México. Fiquei com isso na cabeça. Comecei a procurar sobre, e a primeira coisa que vem com turismo à terra do Chespirito é Cancún. Nunca fui grande entusiasta desse local, mas conhecendo depois mais o que fazer por lá + a possiblidade de visitar a Cidade do México - não tão destino turístico de nós brasileiros, mas com uma riqueza cultural incrível - comecei a cogitar realmente passar por lá. Matutando isso por alguns dias veio aquele flash: é do lado de Cuba!! É só ver o mapa e constatar que Cancún quase encosta na ilha. Cuba sempre foi um sonho visitar e conhecer aquele país que desperta tanto amor e ódio. Será que seria a hora de finalmente visitar? Era hora sim! Decidido, só restava montar o roteiro e planejar para economizar o máximo possível. As passagens Acho importantíssimo criar um tópico para falar sobre isso. Sabemos que as passagens representam um dos maiores gastos na viagem, se não o maior, dependendo. Por isso, se tu quer economizar nesse quesito, paciência e flexibilidade são o segredo. Eu a partir de meados de agosto praticamente todo dia procurava um trajeto saindo do Brasil (Rio e SP) para México (capital e Cancún) ou Cuba. Como já disse antes, instalei o app ''Passagens imperdíveis'' no celular e no dia 04/10 veio a notificação do ano: SP/Cancún por R$1792,20 com a data simplesmente perfeita para mim (ida dia 4/12 e volta dia 25/12). Com a passagem comprada pro México, não tinha mais como recuar: VOU VIAJAR SIM. Depois disso, o negócio era mais complicado... comprar as passagens entre México/Cuba, Cidade do México/Cancún e RJ/SP. Utilizei demais e muito me ajudaram o Skyscanner e Google Flights (ambos na aba anônima, tá bom? Não deixe os algoritmos saberem que você quer viajar e pra onde, eles podem subir o preço https://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/sites-identificam-buscas-de-consumidor-aumentam-precos-de-produtos-em-ate-20-22484138). Depois de muita pesquisa, algumas trocas de roteiros e tendo que estar dia 21 no México, consegui todos os voos por 3600 reais, aproximadamente. Um baita negócio, sendo que peguei 7 aviões, cruzei o continente e visitei dois países. Por isso, repito: procure com antecedência e persistência! Em seguida... últimos preparativos e o começo da jornada!
  8. linichris

    Sobre CUCs!

    Pessoal, acabei de voltar de 16 dias em Cuba. Desde novembro de 2019 os CUCs (pesos conversíveis) não são aceitos na área de embarque internacional, somente EUR, CAD, USD e CUP (moeda nacional cubana). Deste modo, acabei ficando com +-45 CUCs sem ter como trocar. Caso alguém daqui no forum esteja indo pra lá, e tenha interesse, estou vendendo na mesma taxa que comprei (1.07 CUC=1EUR). No desembarque do aeroporto de Havana tem uns 2 ou 3 atms funcionando e uma única casa de câmbio (peguei uma fila bem grande chegando de madrugada do voo do Panamá).
  9. Olá pessoal, É necessário que o visto de cuba seja feito antecipadamente? Vi em alguns sites que para solicitar o visto é preciso ter o certificado da febre amarela, só que em outros pede que se tome a vacina 10 dias antes da viagem. Confesso que to bastante confusa nessas infos. (Irei de Cancun para Havana)
  10. Data da viagem:30/12/2018 a 22/01/2019 Havana Cienfuegos Playa Giron/Playa Larga Santa Clara Camaguey Bayamo/Sierra Maestra Santiago Remédios Cayo Santa Maria Varadero Havana Estimativa de gastos:€100,00 dia com transporte, alimentação,passeios, cervejas,etc,etc, etc €2300,00 x +- 1,10 = 2530,00 cuc CAD 600,00 / 1,41= 425,50 cuc NAO LEVEM NAO VALE A PENA Às vésperas de completar 1 ano da minha viagem,em meio a pesquisas para as próximas viagens,me peguei com uma imensa saudade.Então revendo minhas fotos,minhas anotações e mensagens no grupo do telegram(medo de ser hackeada 🤣)resolvi fazer esse relato,contando um pouco sobre minha aventura e de meu esposo,nos 23 dias dias que ficamos lá por Cuba,com alguns valores,e contar um pouquinho sobre as 10 cidades que passamos. Bem começando pelas passagens aéreas.Moro no sul de SC,em Criciúma,então optamos por comprar a passagem partindo de Porto Alegre,compramos pelo site:almundo.com.br no mês de junho e pagamos por volta de R$7,500 pela copa airline parcelada em 1+ 6 😂 sem juros (muito importante) com uma escala de 5 horas no Panamá. O detalhe é:NUNCA VIAJAMOS DE AVIÃO imagina a tensão 😬 Embarcamos no dia 30/12 às 12:30 horário de verão,chegamos no Panamá por volta de 16:40 horário local(3h a menos). Passado o cagaço da decolagem e da aterizagem,pensei que o troço não ia parar nunca 🤣,fomos a caça da Tarjeta Turística.Encontramos em um guichê por $20,00 cada,e não me lembro qual foi,pq fomos em vários e já havia acabado,pela época do ano. Vencida a missão da Tarjeta,era a hora que ser extorquido, digo,comer algo e avisar a família que estávamos vivos. Partimos para a segunda parte da nossa aventura às 20:26 e desembarcamos em Havana às 23:50. Em Cuba tivemos o auxílio da Irina Cascaret,para as reservas e para fazer a comandancia.Optei por fechar com ela por querer algo mais seguro,do que chegar lá de mala e cuia e ter de procurar local,pois íamos chegar de madrugada praticamente,claro que gastamos um pouco mais,mas nada que não estive no nosso orçamento. Voltando a nossa chegada,saímos do avião e fomos seguindo o fluxo,já que não tínhamos a mínima ideia do que ia acontecer,sabia que tinha que passar na imigração e tals,mas era só.Passamos pela imigração,tiraram nossa foto e só.Não nos perguntaram nada 😧.Pegamos nossas malas,demorou uns 30 minutos. Caminhamos em direção a saída,nos abordaram pedindo o comprovante de vacina da febre amarela,fiz seguro saúde,mas não nos pediram.Continuamos caminhando,ao chegar em uma outra saída uma moça nós abordou,pedindo o papel da alfândega.Que alfândega?😬😂Voltamos preenchemos um formulário sobre pertences, dinheiro e tals,e enfim conseguimos sair. Ao sair me sentia naquelas cenas de filmes,muita gente com plaquinhas aguardando os turistas,eu ia passando e nada de encontrar meu nome,ia ficando meio tensa a cada passo que dávamos,procurei e não encontrei o táxi que havíamos combinado com a Irina.Ouve um engano na data da nossa chegada,acharam que íamos chegar dia 31/12 às 23:50 não dia 30/12 e quase ficamos na rua por conta disso.Conto mais adiante. Voltando a nossa chegada,como percebemos que esqueceram de nós,aguardamos um pouco,quem sabe o taxista estava só atrasado,ledo engano. Trocamos 300 CAD na cadeca e fomos em busca de um táxi,o que não é difícil de encontrar,já que na saída do aeroporto tem vários táxis oficiais, porém foi caro 30cuc + 5cuc de gorjeta.Tivemos que pagar pois era por volta de 01:00,ou pagávamos ou ficamos lá até o dia amanhecer 😢 Partimos em direção a felicidade,digo Havana. Tudo muito escuro,(já sabia disso,não me preocupei)poucas pessoas nas ruas, exceto em alguns bares,fomos contemplando o que era possível na escuridão.Chegamos ao nosso endereço:Calle Neptuno, apartamento de dona Maria Lídia.Não tinha interfone,o taxista ligou de seu telefone para ela,que atendeu e disse que não estava esperando nenhuma Micheli! Oi?😶Como assim?Começou a dar um frio na barriga,logo passou pq pensei:na rua a gente não fica. Passado uns 10 minutos,uma senhora sorridente aparece no saguão,era dona Maria Lídia,que me explicou que estava nos esperando no dia 31/12. Devidamente acomodados,conversamos um pouco com nossa anfitriã,e fomos dormir.No caso meu marido foi,eu fiquei sentada na varanda, até às 03:00hs para poder enviar mensagem para nossa família, sim,enviamos mensagem de texto,não vale a pena comprar 1 chip lá,acaba rápido. 1° dia 31/12 Tomamos café na casa de dona Maria Lídia,e saímos sem rumo por Havana vieja.Passamos pelo famoso La Floridita,não entramos,fomos até a Calle Obispo e compramos cartões de internet,a propósito ficamos 1:30 na fila. Continuamos a caminhar e fomos parar na Plaza de Armas, conseguimos conectar a internet,voltamos por outro lado da praça e passamos pela La Bodeguita del médio, estava bem movimentado,entrei tirei uma foto do garçom fazendo os mojitos e saímos. Voltamos para a casa de dona Maria Lídia, descansamos e saímos próximo as 21:00 pois combinamos com nossos amigos aqui do grupo de nós encontramos no capitólio neste horário.Pude conhecer pessoalmente, pessoais incríveis: Débora,Marcela,Larissa,Luiza e Renan amigos que Cuba me deram 💗 Fomos até o restante Km 0 jantamos e depois saímos caminhando em direção a Plaza Vieja. Chegamos havia alguns turistas ficamos um pouco por lá depois retornarmos para casa. No retorno voltamos desviando de água e ovos,sim os Cubanos jogam pelas janelas água suja e ovos. Chegamos sãos e salvos sem nenhuma baixa, digo ninguém do nosso grupo foi atingido 🤣 Gastos Diária 25 cuc Café da manhã 10 cuc Táxi 35 cuc Água 4,25 cuc Internet 20 cuc 4 cartões de 5 horas Compras mercado 10 cuc Gorjeta 3 cuc Restaurante 30 cuc 2° dia 01/01 Havana Um dia vagando por Havana Vieja😊 Gastos Diária 25 cuc Café da manhã 10 cuc Mercado 13,60 cuc Jantar 14,70 3° dia 02/01 Havana - Cienfuegos Dia de partir para Cienfuegos, combinamos com Irina um táxi para as 14:00, porém acordamos com o telefone de dona Maria Lídia tocando,era Irina,nos avisando que o taxista não iria.Assim trocamos dinheiro na Cadeca e partirmos para o terminal rodoviário da Viazul. Chegando no terminal,não havia passagens.Havia várias pessoas como nós:de mochila nas costas e sem passagens.Algumas pessoas estavam em frente ao terminal oferendo táxi,logo foram organizando as pessoas em grupos, conforme seus destinos.Ficamos em um grupo com 2 franceses e um alemão,meu esposo fez aula de francês por 1 ano em 2007 aproveitou pra exercitar 😂 enquanto aguardavamos. Depois de aproximadamente 1 hora,nos levaram para um carro que iria para cienfuegos,embarcamos no carro já havia um casal:de brasileiros 🤣 Não lembro a hora que saímos de Havana,mas chegamos as 15:30hs,encontramos facilmente a casa que iríamos nos hospedar. Ficamos na casa da dona Norma,muito próxima ao malecon.Deixamos nossas coisas e fomos"almoçar" e andar sem rumo Gastos Diária 25,00 cuc (dona Maria Lídia) Café da manhã 10 cuc Táxi parque central- rodoviária/cienfuegos:70 cuc Almoço 10,00 Gorjeta 1,00 Mercado 6,00 Cerveja 3,00 Janta 11,50 4° dia Cienfuegos 03/01 Tomamos café na casa de dona Norma,e partimos em direção ao centro da cidade,a fim de organizar nosso bate e volta no dia seguinte a Playa Giron e Playa Larga(Baía dos cocinos)a casa fica um pouco distante do centrinho,em torno de uns 3 kms.Chegamos e fomos a um posto de informações turísticas, depois até o terminal da viazul e reservamos nossas passagens.Coloquei Cienfuegos em nosso roteiro devido a proximidade a Baía dos Porcos,na cidade em si,não tinha nada específico que quisesse conhecer,assim perambulamos bastante, chegamos a visitar a casa de um Canadense casado com uma Cubana que está organizando sua residência,para receber turistas.Estavamos caminhando,vimos um triciclo e perguntamos se era táxi,não era,mas nos rendeu uma visita a casa,em pleno sábado enquanto as mulheres faziam faxina 🤣 quando que no Brasil,colocaríamos 2 estranhos em nossa casa? Jamais! Voltamos para a casa de Dona Norma felizes com a experiência. Gastos Diária 25 cuc Café da manhã 10 cuc Mercado 14,40 cuc Janta 11,00 cuc Gorjeta 1,60 Banheiro 1,00 5 ° dia 04/01 Tomamos nosso café e partiu terminal da viazul,que fica a uns 20 minutos da casa de dona Norma, andando rapidamente. Nossa primeira experiência com a viazul foi tranquila.Quase todas as passagens foram reservadas 1 dia antes do embarque,apenas com exceção de Santiago de Cuba,que compramos poucas horas antes.Cheguem com pelo menos 30 minutos de antecedência,para fazer tipo um check in e despachar as bagagens, como não tínhamos malas o embarque foi rápido. Chegamos em Playa Giron as 09:30 e já compramos a passagem de volta,para as 15:00 hs Não tem muito o que fazer além do Museu Giron que fica bem em frente ao "terminal da viazul" Visitamos o museu e queríamos ir a Playa Larga,porém não tinha ônibus, então fomos até o terminal da viazul e a atendente nós arrumou um táxi,e partimos. Em 20 minutos chegamos a Playa Larga,fomos em um Ford 1956,nossa primeira experiência com os autos. O motorista nos levou e nos deixou lá 😬 pagamos 20 cuc só pra ir,e a volta ao Deus sabe como seria. Ficamos na praia um pouco,tomamos uns mojitos e para meu esposo rolou o primeiro banho de mar no Caribe. Ficamos um tempo na praia,depois rumamos sem direção,a procura da "saída" da cidade para pegarmos o ônibus de volta a Cienfuegos.Como não tínhamos noção de distância da praia para "saída"fomos caminhando sem rumo, só vai. Chegamos a "saída"/entrada" de Playa Larga e a título de curiosidade,tem um tanque na entrada,isso mesmo,um tanque que foi usado para expulsar os ianques,na tentativa da invasão da Baía dos Porcos. Enfim chegamos ao local onde o ônibus iria passar,esperamos,esperamos, esperamos até que chegou com 2 horas de atraso 😤. Voltamos para Cienfuegos jantamos e fomos descansar. Gastos Diária 25 cuc Café da manhã 10 cuca Viazul 28 cuc Táxi 20 cuc Mercado 8 cuc Bar Playa Larga 10 cuc Jantar 15,80 cuc
  11. Olá, Pessoal! Estou indo sozinho passar o reveillon em Cuba. chego 25/12/19 e volto 4/01/20. Alguma sugestão de cidade e evento para passar a virada?
  12. Olá, gente! Pretendo ir à Cuba (depois de tanto me mandarem ir pra lá) em Dezembro. Não irei despachar mala e pretendo trazer uns charutos, porém não sei se é permitido trazer na bagagem de mão... Alguém sabe se é permitido? OBS: ainda irei depois para o México.
  13. Mas como assim, Cuba com menos de 10 dólares por dia? 🤨 É isso mesmo pessoal, e para sermos mais exatos, gastamos exatamente $8,70 dólares cada um por dia, mas como o nome do post diz, foi um mochilão raiz e por isso eu advirto vocês que NÃO FOI FÁCIL, mas é possível.😎 Então, antes de começarmos, preciso dizer duas coisas: - PRIMEIRO: Eu e meu namorado estamos fazendo um ano sabático e tivemos a oportunidade de encontrar bons preços nas passagens a cuba, saindo de Bogotá- Colômbia e depois seguindo a Miami/NY-Estados Unidos. Então lá vamos nós com pouca grana e sem ter pesquisado muito.🤦‍♀️🙆‍♀️🤷‍♀️ -SEGUNDO: Falaremos a verdade, é bem difícil ser mochileiro em Cuba! Mas, porquê Maria? Porque é um país pobre, em que a maioria das pessoas pensam que “turistas tem dinheiro, cubanos que não tem dinheiro”, segundo que por ter duas moedas os preços são absurdamente diferentes para cubanos e estrangeiros e terceiro que sempre vão tentar tirar um pouco do seu suado dinheirinho. Além disso, seu mochilão pode se complicar pelo fato de ser ILEGAL fazer Couchsurfing, trabalhos voluntários, acampar selvagem, difícil pegar carona e até mesmo comprar comida em um supermercado para cozinhar, pode ser muito mais caro que comer na rua. 🤑😮 Mas se você é brasileiro e não desiste nunca, assim como nós, vamos te dar dicas e esmiuçar como fazer um mochilão raiz em Cuba. Mas antes de começar, queria falar rapidinho sobre o DICIONÁRIO CUBANO, ou seja, palavras próprias que vão te ajudar e muito a se "disfarçar" de Cubano: CORRER LAGUAGUA = pegar um ônibus 🚍 CORRER CAMIONES = pegar um caminhão que é adaptado como se fosse uma lotação 🚚 CORRER BOTELLA = pegar carona PUNTO AMARILLO = lugar aonde fica uma pessoa vestida de amarelo, que para transportes do governo para você, mediante a uma proprina. MONEDA NACIONAL = peso cubano/ CUP * DÓLAR = peso convertível / CUC (se fala CU ou Ce-u-ce) Lembrando que Cuba tem duas moedas, o peso cubano (CUP) e o peso cubano convercível (CUC), ISSO É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA, porque? 1 DÓLAR = 0.96 CUC (-10% ... não compensa levar dólar) 1 EURO = 1,08 CUC 1 CUC = 25 CUP OU SEJA, 1 CUC = 4,07 reais 1 CUP = 0,15 centavos. obs: é fácil diferenciar as moedas, porque o CUP sempre ter os ROSTOS DOS PERSONAGENS FAMOSOS e o CUC vai ter sempre a imagem dos monumentos nacionais aos mesmos personagens. Lembrem sempre disso quando comentarmos os valores nos posts. E não esqueça, é balela o assunto que não é possível trocar CUP, acontece que na casa de cambio primeiro vão trocar TODO seu dinheiro por CUC e se você quer uma parte em CUP só pedir que a pessoa troca tranquilamente. *Lembrando que essa viagem aconteceu em maio de 2019, então eu estou usando a cotação dos valores comerciais, para ficar mais fácil. _________________________________________________________________________________________________________ OUTRAS DICAS RÁPIDAS PARA ECONOMIZAR ÁGUA – O gasto com água pode se tornar absurdo se você comprar todos os dias, mesmo se comprar aqueles galões de 6l. Normalmente uma água de 500ml e 1,5l em qualquer lugar custa entre 1 CUC e 1,5CUC respetivamente, em alguns mercados você até encontra por menos, mas se você fizer essa conta pela quantia de dias que você vai ficar, vai ser um gasto bem grande só com água. Nós tomamos água da torneira e não morremos por causa disso. Quando possíve, fervíamos e depois descobrimos um truque de comprar uma solução de hipoclorito por 1 CUP e colocar 3 gotas por litro de água. Pronto problema resolvido. 🥳 CASAS DE FAMÍLIA – A opção mais econômica de hospedagem são as casas de particulares. Minha dica é reservar por AIRBNB porque normalmente sai mais em conta ou também você pode chorar as pitangas. Assim você pode conseguir casas entre 10 e 12 CUC, na temporada baixa. Hoje em dia, Cuba tem pontos de Wi-Fi (ETECSA), no qual você compra um cartão, que varia de 1h e 5hs (Preço: 1 e 5 CUC respectivamente) e procurar hospedagens com reserva instantânea (sem a necessidade de confirmação com o anfitrião). Pronto, não precisa engessar o roteiro reservando tudo de casa e pode procurar o preço mais acessível na hora. COMIDA – Sempre vai ter algum lugar que vende comida por CUP ou estatais. Geralmente são estabelecimentos simples, e as vezes (poucas vezes) você até vai ter que comer em pé, mas a diferença é absurda de preço e a comida em si, é a mesma.
  14. Olá, amigos! Estou planejando final do ano visitar Cuba. Depois, ainda pretendo ir para o México. Vcs sabem se existe algum transporte marítimo que ligue os dois países? Cancun fica de frente para Cuba e seria um bom local para entrar no México. Abraços desde já.
  15. Olá, pessoal! Meu primeiro post aqui! Vou pra Cuba em junho de 08 a 20, montei meu roteiro, mas queria saber se ficou bom. Já li que se locomover entre as cidades não é tão simples... Alguém que já foi ou está se programando pra ir? Bora trocar ideias! Meu roteiro está assim: 08/06 - Chegada em Havana 09/06 - Havana 10/06 - 1 dia em Viñales (bate e volta) 11/06 - Havana 12/06 - 1 dia em Cayo Largo (bate e volta) 13/06 - Havana 14/06 - Havana 15/06 - Trinidad 16/06 - Trinidad 17/06 - Varadero 18/06 - Varadero 19/06 - Varadero 20/06 - Varadero - Aeroporto Ainda não reservei hospedagem, aceito sugestões! Alguém indo nessa época?!
  16. 1º e 2º dias – chegada 31/12 e 01/01 Após uma conexão no Panamá – o aeroporto de lá é uma balbúrdia, a Copa Airlines faz praticamente todas as conexões e escalas dos voos entre as Américas e o Caribe lá (mas pra quem curte umas “comprinhas”, tem um baita free shop) – chegamos ao Aeroporto de Havana: Aeroporto Internacional José Marti, cujo nome homenageia o grande patrono da Independência cubana. Arme-se de paciência ao desembarcar: o despacho de malas é lento, e se você trouxe alimentos na bagagem de mão provavelmente vão te mandar pra inspeção sanitária (a inspeção é rápida - eu custei mais a descobrir onde é a inspeção do que o exame em si). Pra quem acha que Cuba é um país atrasado, a primeira surpresa é a possibilidade de fazer câmbio de moedas no ATM. Sim, é isso mesmo: no aeroporto há vários “cajeros automáticos” nos quais você coloca até E400 e o terminal te informa a cotação de conversão em CUCs, conta as suas notas e te disponibiliza o valor equivalente em CUCs – tudo isso após escanear seu passaporte. O sistema dos ATMs só permite no máximo duas trocas de E400, E800 no total (só fui descobrir isso após tentar inutilmente por várias vezes em vários terminais trocar E2000 e ler a mensagem “não foi possível efetuar sua transação”); além desse limite o câmbio é feito numa pequena casa de câmbio logo na saída do aeroporto. 1 CUC é em média um pouco mais do que um dólar estadunidense e um pouco menos que 1 euro. Por 30 CUCs o táxi do aeroporto te leva até Habana Vieja. A melhor coisa que fizemos foi optarmos por ficar em casa de cubanos. Fomos calorosamente recebidos por um simpaticíssimo casal de aposentados; os cubanos são muito acolhedores, falantes e bem humorados (e gozadores também). Já há algum tempo o governo cubano abriu essa possibilidade de renda extra aos locais, mas é tudo superregulado: o preço da hospedagem é fixado em 30 CUCs por dia e o café da manhã (ou desayuno em espanhol) é de 5 CUCs por pessoa. Vale a pena: o desayuno é farto e saudável, dá perfeitamente pra adiar o almoço pro fim da tarde. Como chegamos na virada do ano, sabíamos que estaria tudo fechado. Passamos o réveillon na casa de outro casal de cubanos que chamou vários brasileiros turistas para rompermos o ano juntos – também em Habana Vieja. Aí tomamos conhecimento de uma “divertida” tradição cubana (que explica porque não há festas na rua na virada do ano): o costume de jogar água pela janela das casas à meia noite de 1º de janeiro (para descarregar a “sujeira” do ano que finda). Da varanda da casa onde passamos o réveillon assistimos vários transeuntes ficarem encharcados com essa brincadeira (me lembrou as histórias que escutei e li sobre o antigo entrudo). Como 1º de janeiro também estaria tudo fechado, resolvemos passar o dia na praia. Pegamos o ônibus de turismo na Praça Central (ônibus supermoderno e confortável) até a Praia de Santa Maria – belíssima: água cristalina, morna e sem onda. Por 6 CUCs aluga-se duas espreguiçadeiras e um guarda-sol muito bons. Na volta da praia, paramos para uma “almojanta” às 5 da tarde; depois de andar pela Calle Obispo (um dos pontos mais badalados de Habana Vieja, com muitos bares e lojas) encontramos o restaurante La Caribenha com preços ótimos: lá se pode almoçar um prato bem servido de espaguete por 2 CUCs e saborear um enorme copo de suco de manga natural por 1,5 CUC. Ah, detalhe importante: o padrão em Cuba é que a gorjeta (“propina”, em castelhano) não é cobrada na conta; o cliente dá (se quiser) diretamente ao garçom ou garçonete. 3º dia – 02/01 Na quarta-feira 03/01, já com tudo aberto, iniciamos nosso circuito cultural. Começamos pelo icônico Museu da Revolução (situado no antigo palácio presidencial). Há uma quantidade não muito grande de objetos históricos, mas extremamente significativos (como a boina de Che Guevara e o chapéu de Camilo Cienfuegos em Sierra Maestra, o cachimbo de Che, alguns equipamentos de radiocomunicação da guerrilha e a maca na qual foram transladados os restos mortais de Che da Bolívia para Cuba) e muitas fotos e reproduções de jornais da época. O Museu faz uma cuidadosa reconstituição histórica desde as guerras de independência até a Cuba de hoje; com grande destaque (um andar inteiro) para a Revolução de 1959, mas abordando também as agressões imperialistas (é especialmente tocante o mural sobre o criminoso atentado perpetrado pro agentes a serviço da CIA contra o avião civil da Cubana de Aviacion que resultou na morte de todos os passageiros e tripulantes) e as realizações e conquistas da Revolução: o fim do analfabetismo, a reforma agrária, o fim da privatização das praias e a sua liberação para o lazer do povo, a nacionalização das empresas de energia e telecomunicações, a universalização da saúde e educação públicas, entre tantas outras. Do Museu da Revolução se passa por dentro para o Memorial Granma – com um impressionante material bélico preservado da época. Dois itens em especial me chamaram a atenção: o PRÓPRIO IATE GRANMA acondicionado num esquife climatizado de metal e vidro (não se pode tocá-lo, mas se pode ver) e um destroço do avião espião estadunidense U2 derrubado por um míssil terra-ar (com um exemplar idêntico do míssil ao lado). Pra quem não conhece a História, o Granma foi o iate que os revolucionários do Movimento 26 de Julho liderados por Fidel Castro compraram no México para retornar a Cuba – 80 guerrilheiros num iate projetado para 20 pessoas; hoje, Granma é o nome do jornal diário editado pelo Comitê Central do Partido Comunista Cubano. Do Museu da Revolução e Memorial Granma, saímos e fomos ao Museu de Arte Cubana ao lado (aliás, é absolutamente impressionante a quantidade de museus que existe neste país: se bobear, há mais museus em Havana do que no Brasil inteiro - são 63 apenas em Ciudad de La Habana). Quando estivemos lá, estava montada uma exposição temática da arte moderna cubana e sua evolução, desde o período anterior às guerras de independência até os dias de hoje. O ingresso ao Museu de Arte Cubana dá direito de entrada também no Museu de Arte Internacional – este fica ao lado do Parque Central. No Museu Internacional estavam montadas exposições de vários artistas, inclusive um pop art kosovar. Saindo do Museu Internacional demos mais uma caminhada pela Calle Obispo – o point mais agitado de Habana Vieja, lotado de turistas e também de cubanos – e encontramos mais um museu: o Museu dos CDR (Comitês de Defesa da Revolução), organismos do poder popular de bairro. Os CDR foram criados apenas 3 anos após a derrubada de Fulgêncio Batista (são muito anteriores à Assembleia Nacional); quando criados, incorporavam cerca de 50 mil membros: hoje são mais de 8 milhões. 4º dia – 03/01 Hoje nossos dois principais objetivos eram: comprar a passagem para Trinidad e ir à Praça da Revolução. A melhor opção para adquirir passagens de Havana para Trinidad e Cienfuegos é na Interhotéis: uma parceria entre a viação estatal e os hotéis privados, assim se pode comprar o bilhete em qualquer hotel. O problema é que tem que ser com uma certa antecedência: hoje já não tinha passagem para dia 07 pela manhã, segundo a atendente do Hotel Plaza, que conseguiu um táxi coletivo privado – privado, mas regulado pelo Estado e pago antecipadamente no hotel – pelo mesmo preço da viação: 35 CUCs por pessoa (depois soubemos que em outros hotéis havia passagem disponível). Pegamos então o ônibus de tour turístico – uma “jardineira” igualzinha a que circula no Rio, em Madrid ou em Paris: dois andares com superior coberto ou aberto, que se paga 10 CUCs por pessoa e se pode saltar em qualquer das paradas e subir novamente em outro da mesma linha com o mesmo ticket. Descemos na Praça da Revolução – enorme, com os dois painéis em homenagem a Che Guevara e Camilo Cienfuegos nos prédios como que delimitando os limites da praça. Além do visual esplendoroso, o grande “tchan” é o Memorial José Marti, o “Pai da Pátria Cubana”. Marti aqui é tão ou mais reverenciado do que Fidel e Che, até pelo fato de que Marti foi um herói mártir na luta pela independência de Cuba. O Memorial é belíssimo, com dezenas de documentos originais da produção política de Marti (incluindo muitos manuscritos) e num esquife de vidro expostos um revólver e o fuzil utilizados por Marti na guerra. Por 4,50 CUCs se visita o Memorial com direito à subida no Mirante (“mirador” em castelhano) com uma vista ABSOLUTAMENTE ESPETACULAR não só da Praça da Revolução mas de praticamente toda a Havana, e com direito a urubus voando ao seu lado na janela. Dali voltamos ao tour bus e continuamos até a parada do Cemitério , o maior da América Latina e 3º maior do mundo. Parece estranho colocar um cemitério como ponto turístico, mas nos sete quarteirões de área do cemitério há muitas sepulturas que são verdadeiras obras de arte, além de um lindo monumento aos bombeiros. Do Cemitério, pegamos um coletivo cubano - baratíssimo (0,50 cents de peso cubano CUP - que vale 1/25 de CUC), velho e lotadérrimo igualzinho aos ônibus de subúrbio carioca – e fomos à Copélia. A Copélia é uma sorveteria afamada e uma “instituição habanera”: filas enormes para os cubanos que pagam em CUPs e sem fila para os turistas que pagam em CUCs – mas o turista não pode subir ao charmoso salão. Ao lado da Copélia fica o famoso edifício Habana Livre, hoje um hotel da rede Meliá, e no 22º andar (pedindo com jeitinho à recepção eles liberam a subida) há um lounge no meio do andar com janelas panorâmicas para os dois lados. Como Havana tem pouquíssimos prédios altos e o Habana Livre fica no alto de La Rampa, a mais famosa ladeira de Havana, das duas janelas deste lounge se vê praticamente toda a cidade. Em La Rampa, pertinho do Habana Libre está o famoso jazz club cubano La Zorra e El Cuervo. Descendo até o Malecón fica o Hotel Nacional – antigo, histórico e cheio de significados. Um aspecto muito interessante deste bustour é que não se limita às “áreas turísticas” da cidade: como percorre vários bairros, passa por muitas áreas residenciais. Assim, pudemos ver o tipo de moradia predominante no bairro de Vedado: nada muito diferente do subúrbio carioca. 5º dia – 04/01 Hoje foi um dia muito especial: saímos com um grupo de brasileiros ciceroneado pelo camarada Luís Caballero, velho militante revolucionário e uma enciclopédia ambulante de história cubana. Já de cara passamos na Casa del Habano, uma espécie de museu (mais um!) do tabaco no edifício onde funcionou anteriormente a Fábrica de Tabacos Partagás. Fundada em 1845, a Partagás é uma instituição nacional cubana; estatizada desde a Revolução, continua fabricando os melhores charutos do mundo das afamadas marcas Cohiba (a preferida de Fidel Castro), Montecristo, Romeu e Julieta, Robaina e da própria Partagás. Dali passamos pela Praça da Amizade Latino Americana, uma praça cercada por uma grade de metal circular com uma frase de José Marti sobre a amizade dos povos gravada na borda superior. Nesta praça, cada representante de um país da América trouxe uma semente e um pouco de terra para simbolizar a “terra de Latino América” e também foi erguido um bronze de um herói da independência nacional. No caso do Brasil, uma polêmica: o primeiro busto colocado foi o de Tiradentes, mas posteriormente nos anos 1990 o então Prefeito de Santos, o saudoso companheiro Davi Capistrano Filho, trouxe o busto de José Bonifácio: para Davizinho (como era carinhosamente chamado) Tiradentes havia sido um “herói fabricado pelos militares que deram um golpe militar ao proclamarem a República”, e o Patriarca da Independência seria mais efetivamente importante para a Independência do Brasil. Seguindo rumo ao Museu da Revolução, passamos na frente da Associação Cultural Yorubá de Cuba. Cuba, como o Brasil, tem uma enorme população de origem africana em função da escravidão; das religiões de matriz africana, a mais influente em Cuba é a yorubá. Em seguida, circundamos o Teatro Marti, local onde foi escrita a primeira constituição republicana de Cuba. Como já disse, Marti é quase onipresente em Cuba: Luís Caballero nos para na Praça Central em frente à estátua de Marti e nos conta a história do massacre dos estudantes em Cuba pela Coroa Espanhola, os eventos no Hotel com as perseguições lá ocorridas que ficaram conhecidas como as “batalhas café com leite” e o significado de haver 8 jardineiras e 28 palmeiras na Praça Central: as jardineiras homenageiam os 8 estudantes assassinados pela Coroa Espanhola e as 28 palmeiras referem-se ao dia 28, dia de nascimento de José Marti. Circundamos ainda a Escola Nacional de Balé de Cuba antes de retornarmos ao Museu da Revolução e ao Memorial Granma; já havíamos estado lá anteriormente, mas com este guia a visita cresce enormemente de qualidade e de conteúdo. À noite, fomos visitar a Sinagoga de Cuba, a Beit Shalom no bairro de Vedado em Havana. A comunidade judaica em La Isla é bem pequena (cerca de 1.000 pessoas) mas mantém suas tradições culturais e religiosas; a Beit Shalom é da linha não ortodoxa. Além da bela instalação da sinagoga, um mural de fotos me chamou a atenção: nele estavam Fidel e Raul participando de atividades no local. Por este mural de fotos, ficamos sabendo que em 1990 houve o primeiro encontro de Fidel com líderes religiosos (lembremos que, até o início dos anos 80, a Revolução tinha a política de definir o Estado cubano como ateu). Ao lado da sinagoga funciona o Centro Cultural Bertold Bretch. Terminamos a noite tomando mojitos em La Bodeguita Del Medio, um pequeno charmoso e afamado bar em Habana Vieja frequentado por Hemingway (que dizia ser o mojito de La Bodeguita o seu favorito, bem como o dayquiri da Floridita). 6º dia – 05/01 Hoje pela manhã fizemos duas visitas guiadas: O Capitólio e ao Gran Teatro Nacional Alicia Alonso. Os dois prédios são antigos, suntuosos e belíssimos: valem o preço do ingresso (10 CUCs para o Capitólio e 5 CUCs para o Teatro). O Capitólio foi construído no final dos anos 20 do século passado e inspira-se no Capitólio estadunidense, mas a torre é mais alta e é o único Capitólio do mundo que tem jardins internos (um deles com uma estátua instigante representando Lúcifer não como um demônio, mas como um anjo negro rebelde de asas caídas). O Teatro Alicia Alonso é uma das três exceções em Cuba, que tem como política não homenagear pessoas vivas; como Alicia foi a grande responsável pelo enorme desenvolvimento do balé cubano e por anos dirigiu tanto o Balé Nacional de Cuba quanto a Escola de Balé, a Assembleia Nacional de Cuba lhe prestou essa homenagem, não apenas dando-lhe o nome do Teatro mas também colocando em seu interior uma estátua de Alicia dançando. Terminamos o dia assistindo um espetacular show de jazz cubano no La Zorra e El Cuervo (imperdível), com direito a um endiabrado baixista que tocava ao mesmo tempo um baixo de 6 cordas (nunca tinha visto antes), bongô e tumbadora. A entrada custa 10 CUCs de couvert artístico, mas que dá direito a 2 drinques. Uma única observação: vá de calça comprida e casaco, pois o ar condicionado da casa é congelante. 7º dia – 06/01 Nosso grande programa de domingo foi assistir O Lago dos Cisnes no Gran Teatro Nacional Alicia Alonso com o Ballet Nacional de Cuba! Foi uma tremenda sorte nossa: ao irmos ao Teatro na visita guiada percebemos que O Lago dos Cisnes estava em temporada. Perguntamos na bilheteria e havia ingressos para a sessão de domingo! Quem vier a Havana não pode perder esse espetáculo se estiver em cartaz. É “apenas” um dos melhores grupos de balé do mundo dançando a PRIMEIRA COREOGRAFIA ESTRELADA POR ALICIA ALONSO – um primor de técnica e interpretação num teatro belíssimo. Na saída do Teatro, resolvemos jantar num bom restaurante para comemorar o feito. Nossa feliz escolha foi o La Viña de Plata, ao lado da badalada Floridita: ótimo camarão grelhado (o melhor que comemos até agora em Havana) e uma taça de um ótimo vinho Carmenere chileno por um preço absolutamente justo. 8º dia – 07/01 Despedimo-nos de Havana e iniciamos nosso tour pelo interior. Primeira cidade: Cienfuegos. Depois de 3 horas no táxi coletivo – um Peugeot com mais de 15 anos de fabricação em que o velocímetro e o medidor de combustível não funcionavam e não tinha manivela nos vidros traseiros - nós dois e um casal de vietnamitas chegamos a Cienfuegos. O lado positivo é que o Peugeot velho, além de encarar valentemente as 3 horas de estrada, ainda nos deixou na porta de nosso destino: o Hostel De Las Marias. Nos hospedamos num ótimo quarto na casa de Rosa Maria, que mora com sua família, incluindo os pais idosos e uma gracinha de filha pequena. O desayuno segue o padrão de fartura que se anuncia nas casas de cubanos. Saímos para conhecer a pé a cidade – uma graça, com uma arquitetura muito diferente, com um certo estilo de colunas gregas em vários prédios. Procurando um local para almoçar, encontramos um à beira mar tão bonito e charmoso quanto caro e vazio; na segunda paralela já encontramos uma ótima opção por um preço justo no Punta Gorda Grill. Terminamos a tarde com um programa imperdível: música cubana ao vivo no por do sol no castelinho na ponta final de Punta Gorda. Os músicos, além de muito talentosos, são extremamente simpáticos e adoram música brasileira – e se você é músico eles sempre dão a chance de uma canja. Um parênteses: além de conhecerem música brasileira, eles também demonstraram acompanhar a política do Brasil e sabem o que significa a vitória eleitoral de Bolsonaro. O registro que faço agora entre parênteses é que caminhando pela cidade fomos abordados no meio da rua por um rapaz de bicicleta que, muito educadamente, nos perguntou se éramos brasileiros. Ao confirmarmos, ele desatou a falar sobre a eleição do capitão fascista e da retirada dos médicos cubanos do Brasil, mostrando-se indignado com o fim da assistência médica aos brasileiros mais pobres; nos despedimos com ele desejando “que Deus se apiede dos brasileiros”. Nossa percepção é que este entendimento de que Bolsonaro é um fascista aliado de Trump e inimigo de Cuba e dos trabalhadores brasileiros está generalizada em La Isla. 9º dia – 08/01 Nosso segundo e último dia em Cienfuegos serviu para confirmar que 2 dias aqui é suficiente: a cidade é muito bonitinha, mas não tem uma grande quantidade de locais importantes para visitar. Logo pela manhã, andando pelo Centro Histórico deparamo-nos com a sede local do ICAP – Instituto Cubano de Amizade com os Povos. Fui recebido pelo camarada Reinaldo Suárez responsável pelo espaço, que nos indicou conhecer um trabalho comunitário artístico ali perto de arte e tradições africanas, com uma exposição de belíssimos trabalhos de artistas locais. Dali fomos ao cais e tomamos a barca – uma versão anos 60 e menor da Barca Rio-Niterói (até os salva-vidas de cor laranja dispostos em estrados de madeira presos ao teto são iguais) por 40 minutos até chegar ao Castillo de Aguas, onde fica a Fortaleza, que hoje é um museu da época da dominação espanhola. Além da construção em si e das peças em exibição serem muito interessantes, a vista de cima da fortaleza é um espetáculo à parte. Almoçamos por aqui mesmo no restaurante El Pescado: ambiente rústico com uma linda vista para o mar (lembra os restaurantes à beira dágua de Pedra de Guaratiba) e ótima comida por um preço justo. Ainda pudemos pagar neste restaurante o “táxi barco” deles para voltar direto ao cais de Cienfuegos – 25 CUCs o casal: um pouco salgado mas muito mais agradável. Voltando ao centro histórico de Cienfuegos, ainda encontramos uma simpática feirinha de artesanato com lindas peças. Além de saborear o sorvete da Copélia local, ainda adquirimos um belo retrato de Che Guevara pintado a nanquim pelo talentoso jovem artista Luis Alvarez. Luis viu nosso interesse por um retrato de Fidel do mesmo tipo e nos disse: “termino em uma hora”. Como estávamos já indo pra “casa”, combinamos que ele nos levaria no dia seguinte de manhã para o hostel antes de nossa partida para Trinidad e pagaríamos lá. Acabamos jantando no mesmo Punta Gorda Grill de ontem – nossa intenção inicial era apenas lanchar sanduíches, mas não encontramos nada que nos agradasse por ali. Os pratos são bem servidos e os preços são bons: jantamos uma bela peça de carneiro e uma enorme salada por 20 CUCs, incluindo os sucos de abacaxi (aliás, o abacaxi em Cuba é pequeno e deliciosamente doce). 10º dia – 09/01 Enquanto esperávamos o táxi coletivo que nos levaria a Trinidad, chega o emissário do Luis Alvarez com o retrato de Fidel pronto. Chega o táxi: um Ford Studebaker 1956! O jovem que o dirige faz este percurso todos os dias de segunda a sexta, é o seu trabalho. Pergunto se o carro é original e ele responde sorrindo “não, é um Frankenstein”. Eu já tinha percebido que não era original por que o carro tem banco único na frente mas a alavanca do câmbio não é na direção como nos carros da época. Aí ele me conta que o motor é da Mitsubish e que os freios não são os velhos de lona, e sim modernos de pastilha; o companheiro Luis Caballero já havia nos contado que a maioria dos carrões americanos antigos de Cuba foi sendo mexido e trocado, porque com o bloqueio não havia como conseguir peças de reposição. Também já tínhamos notado que há uma certa quantidade de carros mais novos em Cuba, NENHUM AMERICANO: são basicamente Mitsubish, Huyndai e Peugeot – além de uma boa quantidade de velhos Lada. Fomos no táxi coletivo com mais um casal de italianos e um rapaz espanhol, todos de esquerda: o único que não era um defensor do socialismo era o motorista cubano (o primeiro crítico do regime que encontramos). Mesmo assim, ele reconhece que Cuba é um país muito seguro (ao contrário do restante da América Latina) e que não há uma gritante desigualdade porque “em Cuba não se permite ricos”; mas reclama da moeda nacional (“dinheiro cubano, isso não vale nada”), do alto preço das peças de reposição de automóvel, diz que os habitantes de Havana são mal vistos pelo resto do país e que “os funcionários do Estado em Cuba trabalham mal porque os salários são baixos” (palavras dele – para registrar, até agora não fomos mal atendidos em nenhum serviço estatal). Chegando em Trinidad, tivemos a surpresa de descobrir que pela primeira vez não ficaríamos em uma casa de cubanos, e sim em um hostel propriamente dito, charmosíssimo por sinal. Sobre o centro histórico de Trinidad, só uma frase a dizer: QUE CIDADE LINDA! Tanto pela arquitetura quanto pelo tipo de calçamento, Trinidad lembra demais Paraty do RJ – ganhou com muita justiça o título de Patrimônio da Humanidade. Passamos o dia flanando em Trinidad e terminamos a tarde na Casa de Música, que na verdade é um grupo de bares instalado em uma escadaria. O detalhe charmoso é que o sol se põe exatamente de frente para essa escadaria, que também está num point badalado de outros bares (além de ter o hot spot da internet pública), então no fim da tarde fica cheio. Tomar um mojito assistindo a um bel por do sol e ouvindo música cubana é muito bom. Em nossa caminhada pelo centro histórico de Trinidad, nos deparamos com um cartaz na porta da Igreja Batista contra a constitucionalização do casamento igualitário. É um pouco chocante constatar na prática que numa democracia popular o atraso fundamentalista tenha ainda forte presença política. À noite, fomos à Canchamcharra, um bar com música cubana ao vivo. O bar tem um ambiente supercharmoso, você pode sentar em poltronas ou sofás e o grupo é muito bom. O único alerta é: coma alguma coisa antes de ir, porque lá não tem petiscos, só bebida. O que não foi legal foi o fim da história: como não tinha opção de comida na Canchamcharra procuramos um local para lanchar e optamos por um bar de tapas e lanches. O aspecto do bar é charmoso, mas o serviço foi ruim: o hambúrguer veio em pão de forma; o suco de manga não era natural e o gosto mais parecia de pêssego; pra “fechar com chave de framboesa”, a conta veio com um “opcional” de 2 CUCs (mais de 10%) que nos recusamos a pagar e o troco ainda veio errado. Mas... “faz parte”: até agora, o único pequeno senão da viagem. Uma dica: na mesma rua ficam a Canchamcharra, a filial da Bodeguita Del Medio em Trinidad e a Zelatto – esta é uma sorveteria artesanal com o melhor sorvete que tomei em Cuba (aqui entre nós e assumindo o risco de “cometer uma heresia”, muito melhor do que o da Copelia). 11º dia – 10/01 De manhã o tempo em Trinidad estava nublado, mas acabamos decidindo ir à praia assim mesmo pegando o bustour das 11:00h. O ônibus turístico de dois andares custa 5 CUCs por pessoa ida e volta. Foi ótimo: chegando na belíssima Praia Ancón, o tempo estava aberto. Lá também se aluga boas espreguiçadeiras por 2 CUCs cada. Nosso plano inicial era ficar até o último horário de volta do bustour, 18:00h. Assim, por volta de 13:30h pedimos ao bar da praia 2 sanduíches e dois sucos de manga. O custo acabou ficando salgado: 3 CUCs por um sanduíche misto quente com pepino e tomate até vai, mas 3 CUCs por um copinho de suco de manga (gostoso) mas que tem mais gelo do que suco já é abusivo. Como o sol estava bem forte, decidimos retornar no bustour das 15:30h (depois desse, só às 18:00). 12º dia – 11/01 Na volta de Praia Ancón no dia de ontem já adquirimos na Cubatur o passeio para Cayo Blanco. Os cayos são ilhas pequenas nas proximidades da grande ilha de Cuba. Para chegar à marina de onde sai a escuna é necessário pegar um táxi. Tratamos um taxista para a ida e volta por 16 CUCs (os táxis em Cuba não têm taxímetro, o valor da corrida é negociado antes com o motorista). O carro era outra relíquia: um Citröen 1956 “Chocolate and Pepper” (vermelho e preto)! Obviamente, também era um “Frankenstein”: o motor é de Lada (mas pelo menos nesse o velocímetro funcionava). O passeio custa 50 CUCs por pessoa, incluídos: bebida a bordo da escuna – mais moderna do que as que usamos na Bahia – almoço na ilha (“paella cubana”: arroz misturado com camarão, pedaços de lagosta e de frango, muito saboroso) e snorkel para mergulhar e ver o recife de coral próximo a Cayo Blanco (muito bonito). Um detalhe interessante é que a energia elétrica do restaurante de Cayo Blanco é fornecida por baterias solares. A ilha é bem pequena, dá pra circulá-la toda a pé em menos de meia hora; do lado oposto ao cais e restaurante na ilha está um belo cemitério de corais. Uma nota peculiar: decidimos por Cayo Blanco ao invés de Cayo Iguana porque o tempo de deslocamento é bem menor: são menos de 2 horas de barco para Cayo Blanco e quase 3 horas para Cayo Iguana – mas Cayo Iguana tem o charme especial de ser uma reserva ecológica com muitas iguanas, enquanto a presença deste réptil em Cayo Blanco é mais rara. Já estava sentindo uma pontinha de frustração por não termos encontrado nenhuma iguana... e eis que aparece tranquila e majestosa: foi a festa da criançada e dos turistas. Terminamos a noite em Trinidad num local inusitado para a imagem tradicional de Cuba: um bar temático de Beatles chamado Yesterday, com um show ao vivo de Beatles e rock . A banda é muito boa, toca Beatles com uma pegada mais roqueira, além de várias músicas de outros grupos de rock como Led Zeppelin, Pink Floyd, Roxette e Deep Purple. O guitarrista mais jovem – com uma vestimenta tipicamente grunge – deu um show especial à parte: antes da apresentação começar (com o grupo já no palco) o som ambiente tocava Led Zeppelin e o garoto reproduziu o solo de Jimmy Page em Starway to Heaven nota por nota! 13º dia – 12/01 Decidimos ficar apenas em Trinidad, dando a última volta a pé pelo Centro Histórico. Após andar bastante, paramos para almoçar e decidimos pelo restaurante Plaza Mayor, próximo à praça de mesmo nome: por 10,5 CUCs come-se quanto quiser de um ótimo e sortido bufê, com sobremesa incluída. À noite foi a festa de aniversário da cidade, com um show de apresentações em frente à escadaria. No dia seguinte pela manhã, realizou-se uma cerimônia na praça. Como estávamos já bastante cansados e o show ia começar às 22:00h, nos recolhemos cedo, pois no dia seguinte já iríamos para Santa Clara. 14º dia – 13/01 De manhã pegamos o táxi coletivo para Santa Clara – mais uma “relíquia Frankstein”: um Bel Air 1956 com motor Huynday. O carro pagou para pegar mais um casal de holandeses, sendo que ele falava português e ela inglês. Como o taxista também falava inglês, a viagem foi uma verdadeira babel de conversas em inglês, castelhano, português e holandês. No meio do trajeto demos uma parada num “tienda” de beira de estrada em frente a um belíssimo painel de Che Guevara. Chegamos em Santa Clara e nos instalamos em mais uma acolhedora casa de cubanos. Dali fomos a pé até o Monumento Trem Blindado: o trem que transportava uma guarnição do exército de Fulgêncio Batista e que a coluna de Che descarrilhou e forçou a rendição da tropa batistiana. O detalhe épico é que a coluna de Che contava com apenas 18 homens e guarnição batistiana com mais de 300, mas no fim de dezembro de 58 a moral das tropas do exército de Batista era tão baixa que eles se renderam a Che. Por 1 CUC pode-se visitar a instalação e entrar nos vagões – essa que é a parte legal, pois dentro de cada vagão há uma exposição contando parte da história. Perto dali fica a sede provincial do Partido Comunista Cubano; em frente à sede está a icônica e belíssima estátua de Che Guevara caminhando com um menino no colo. A sede é bem ampla, mas só o saguão é aberto à visitação. Caminhamos para o Parque Vidal, onde está o Hotel Santa Clara Libre, outro ponto cuja tomada foi crucial para a vitória da coluna do Exército Rebelde liderada por Che. No caminho, encontramos uma farmácia como aquela dos velhos tempos, com enormes estantes e balcão de madeira: só faltava estar escrito “Pharmacia” no letreiro. Almoçamos no restaurante Casa do Governador, que apesar do nome pomposo e do aspecto chique tem preços bem razoáveis e ótima comida. No Parque Vidal, pegamos um táxi para visitar a Loma Del Capiro: o ponto mais alto da cidade e cuja tomada representou uma vitória militar muito significativa para o Exército Rebelde. A vista daqui de cima é linda, vê-se toda a Santa Clara. Há um monumento em homenagem ao Comandante Guevara e duas bandeiras, a de Cuba e do M 26/07 – mas na hora que chegamos (fim da tarde) as bandeiras já haviam sido recolhidas. Terminamos a noite assistindo ao Encontro de Trovadores no espaço cultural El Mejunje, idealizado por Miguel Diaz-Canel quando era Secretário do Partido na região de Santa Clara e que é um ponto de encontro da comunidade LGBT. 15º dia – 14/01 Hoje passamos o dia em Cayo Santa Maria; para lá se vai de carro. Não é um programa barato: o táxi cobra 60 CUCs pra levar e trazer; e, como a praia é de um resort, tem que pagar 5 CUCs por pessoa para entrar – o que dá direito a um drink no bar da praia. Apesar de caro, é imperdível: a praia é lindíssima, um típico mar do Caribe de água absolutamente cristalina e calma, e com uma grande quantidade de gaivotas que não se importam em nada com a presença de humanos. Pra variar, o táxi era mais um carrão antigo modificado: um Pontiac 1956 com motor Nissan. Um espetáculo à parte é a explicação de porque se chega lá de carro. É uma impressionante obra da engenharia civil cubana: aqui e em vários cayos da região de Varadero eles construíram estradas por cima do mar, ASSENTADAS EM PEDRAS JOGADAS AO MAR! Para Cayo Santa Maria, são 37 km de estrada COM MAR DOS DOIS LADOS! A história dessas estradas chega a ser lendária. Fidel era apaixonado por caça submarina, e por questões de segurança pessoal ele a praticava quase que clandestinamente nos cayos. Quando Cuba começou a investir no turismo, Fidel teve a ideia visionária de ligar os cayos por estrada sobre o mar. Na época, os ecologistas e ambientalistas criticaram o projeto original, argumentando – e com toda a razão – que um “paredão” de pedra cortando o mar iria interferir no regime das correntes marinhas e prejudicar a circulação dos peixes. O que fizeram então? Fotografaram a região do alto, estudaram as rotas dos cardumes e das correntes marinhas e o “paredão” de pedras tem 37 pontos de interrupção, sobre os quais foram construídas pontes – a maior delas inclusive permite a passagem por baixo de barcos pesqueiros. Almoçamos no restaurante do resort, que também não pratica preços extorsivos. À noite jantamos no restaurante Sabor e Arte em Santa Clara, um ótimo e simpático local frequentado por cubanos com preços no cardápio expressos em CUPs – mas a conversão é muito fácil: é só dividir por 25. Por 10 CUCs se come uma ótima lagosta. 16º dia – 15/01 Nossa despedida de Santa Clara foi uma bela caminhada do Parque Vidal até o Memorial de Che Guevara – são mais de 20 quarteirões. O monumento é encimado por uma enorme e belíssima estátua do Comandante, e tem as partes externa e interna. Do lado de fora, frases de Che e mapas de suas expedições guerrilheiras da coluna que liderou no Movimento 26 de Julho. A parte interna não pode ser fotografada: numa sala tem o Memorial propriamente dito, com uma excelente exposição de fotos, documentos e objetos de Che; na outra sala estão guardados os restos mortais do Comandante – repatriados da Bolívia após décadas – e de seus companheiros mortos das guerrilhas da Bolívia . Além disso, atrás há um outro pequeno cemitério dos guerrilheiros de Sierra Maestra da coluna liderada por Che, ainda com várias lápides sem nome (aguardando pelos companheiros ainda vivos). 17º dia – 16/01 Saímos cedo para pegar o ônibus da Via Azul no terminal de Santa Clara rumo ao nosso penúltimo destino: Varadero. Confesso que o aspecto externo do busão era bem cacarecado e dava uma certa preocupação, mas internamente o ônibus era bem razoável e chegamos em Varadero com tranquilidade, após 2 horas e meia de estrada. Também em Varadero optamos por ficar em casa de cubanos, e novamente fomos super bem atendidos e alojados por uma família simpaticíssima. Se Havana Velha parece a Lapa/Santa Teresa, Trinidad lembra demais Paraty e Cuba em geral parece o subúrbio carioca, Varadero é o Recreio dos Bandeirantes do Rio: um balneário supermoderno com praias lindíssimas, mas extremamente americanizado e formatado para turistas. Varadero na verdade é uma compridíssima e estreita restinga: uma faixa de terra que avança pelo mar por mais de 30 km, mas que só tem 300m de largura – então tem “mar dos dois lados”. Do lado “direito” de quem entra em Varadero por Matanzas é litoral de pedras; as praias – e os resorts – estão todas do lado “esquerdo”. Em Varadero praticamente a única (e ótima) coisa a fazer é curtir praia: linda, com água azulada e cristalina – só que nestes dias não está a “piscina” tradicional, em função dos ventos mais fortes e do tempo mais instável (chegou a ter bandeira vermelha antes de nós chegarmos). Uma observação: neste período de janeiro (que é inverno no Hemisfério Norte) se o sol se esconde atrás das nuvens sente-se frio na praia, porque o vento é constante. Outra coisa: nos restaurantes, nem sempre boa apresentação visual significa boa comida. Almoçamos num restaurante simpático da 1ª Avenida, mas o camarão estava “burocrático”. À noite, entretanto, a coisa foi diferente – para melhor. Marcamos de jantar com um grupo de amigos brasileiros no restaurante Casa de Al, que é a antiga casa de Al Capone em Cuba (na qual ele guardava a bebida que comercializava ilegalmente durante a Lei Seca). O restaurante é um charme, a comida é muito boa, tem uma ótima carta de vinhos e os preços não são extorsivos. No verão, o charme adicional é almoçar no terraço de vista para a praia, mas no inverno à noite fica impossível: aí é no ambiente interno mesmo. 18º dia – 17/01 Por volta das 07:00h da manhã fomos acordados pelo barulho da chuva. Pensamos de cara: “e agora? Balneário com chuva é um baita tédio”... voltamos a dormir e, grata surpresa: às 10:00h já estava um lindo dia de sol. A dona da casa nos explicou que por aqui é assim mesmo: quando chove é chuva rápida e logo o tempo abre. Após o ótimo desayuno padrão casa de cubanos, fomos novamente à praia, mas desta vez mais longe de “casa”: no resort Be Live Experience. Em Varadero os resorts estão à beira das praias mas o acesso à areia é livre e franqueado: a única diferença é que, se você não está hospedado no hotel, paga pelo uso das espreguiçadeiras e pela bebida que consumir. Como havia chovido pela manhã o mar estava mais mexido e com muitas algas, mas a praia continua sendo belíssima. Desta vez demos sorte no almoço: um pequeno e charmoso restaurante na Calle 47 com um ótimo camarão empanado e um serviço muito atencioso. Detalhe curioso é que, pela primeira vez em Cuba, encontramos um local que vendesse Coca Cola (ainda que embalada no México). 18º dia – 19/01 Varadero é realmente o “Recreio dos Bandeirantes” de Cuba: sofisticado e americanizado, mas também tem seu lado bucólico – várias casas por aqui criam galinhas, e de madrugada escutamos o galo cantar (nem me lembro mais quando foi a última vez que escutei galo cantar no Rio). Após o desayuno, saímos para ir à Cueva del Saturno, uma gruta com água doce e formações rochosas submersas. Combinamos com o taxista de pagar 40 CUCs e ele nos aguardar lá para a volta, pois a gruta fica praticamente fora de Varadero, na divisa com Matanzas a cerca de 20 km do centro de Varadero. O lugar é lindíssimo: a gruta fica 20m abaixo do nível do mar e tem profundidade embaixo da água doce (absolutamente cristalina) que varia de 1m a 22m. A entrada para a Cueva del Saturno custa 5 CUCs, e por mais 1 CUC aluga colete salva-vidas opcional – pra quem não é exímio nadador (como nós) é absolutamente recomendável. O local não tem snorkel para alugar; quem curte mergulhar vale a pena levar pelo menos os óculos de mergulho. Eu não senti falta: a água é tão cristalina e transparente que flutuando no meio da gruta dá perfeitamente pra ver o fundo 22m abaixo – a sensação é que está voando por sobre um abismo rochoso. Dali voltamos à praia e decidimos fazer o passeio de catamaran pelas águas de Varadero: 30 CUCs por 1 hora para duas pessoas. Hoje o sol estava totalmente aberto e o mar bastante calmo, então pudemos aproveitar ao máximo o passeio. Mergulhar nas águas azuis do Caribe a alguns quilômetros da praia foi especial, e o passeio todo é muito bonito. Na hora que bateu a fome, fomos ao restaurante mais próximo de onde estávamos: La Bodeguita Del Medio de Varadero. Um camarão ao ajillo muito bom, ótimos sucos naturais de abacaxi e melancia e, pra fechar, um delicioso mojito. Agora que já tomei mojito por todos os lugares onde estive em Cuba, posso garantir que Hemingway tinha toda a razão: o melhor mojito de Cuba é em La Bodeguita Del Medio. Mais praia até quase o fim da tarde, um descanso e o lanche da noite: ótimos e enormes hambuguers (“hamburguesas” em espanhol) no simpático snack bar Vernissage, ao lado de “casa”. Aqui também encontramos Coca Cola mexicana; cubanos mais ortodoxos costumam dizer que “Varadero no es Cuba” – pelo jeito não deve ser mesmo, pois “l’áqua nera del imperialismo ianque” não se acha em nenhum outro lugar de La Isla. 19º dia – 20/01 Nosso dia de despedida de Varadero: desayuno cubano, deixar as malas arrumadas na casa, liberar o quarto para os próximos hóspedes – e passear até o horário do ônibus de volta para Havana. Resolvemos pegar o bustour e fazer o passeio turístico por Varadero. Definitivamente, “Varadero nos es Cuba”: a parte em que nos hospedamos (os primeiros quilômetros mais ao sul da restinga) são o Recreio dos Bandeirantes carioca; já a parte dos maiores resorts, mais ao norte até a ponta, é uma Cancun. As praias são belíssimas e os resorts superluxuosos, nada a ver com a Isla que conhecemos e passamos a amar tanto. Fizemos algumas compras no centro comercial mais badalado da área dos resorts e, na volta, decidimos almoçar no Casa de Al: estava um belo dia de sol, daria para almoçar na varanda com vista para o mar. O único pequeno contratempo foi que saltamos do bustour e, pela indicação que nos deram, seriam 5 quadras mais à frente – mas eram mais de 10 quadras, foi uma caminhada grande. Mas compensadora: o camarão continuava delicioso, agora curtimos a vista para o mar deslumbrante e ainda tivemos música ao vivo com um ótimo grupo musical que ainda atendeu a nossos pedidos de tocar “Hasta Siempre, Comandante”, “Guantanamera” e “Iolanda”. Dali foi pegar um táxi, descansar um pouco e pegar o ônibus da Via Azul pra Havana – desta ver um carro bem melhor, mais moderno e confortável. Em 3 horas estávamos em La Habana, de volta à casa da mesma maravilhosa família que nos acolheu no início da viagem. 20º dia – 21/01 No primeiro dia de manhã de volta à Havana, fomos visitar nossos novos amigos cubanos Luis Caballero e Isabel Suarez e encontramos com a companheira Maria Leite, brasileira velha amiga do casal e grande amiga de Cuba. Queríamos ir ao Museu da Alfabetização mas descobrimos que estava fechado porque funciona dentro de uma instituição escolar. Por uma daquelas ótimas coincidências do destino, Maria já tinha agendado de ir ao Museu da Alfabetização no dia seguinte – combinamos de ir juntos. Dali fomos a pé até o Mercado San José, grande concentração de lojas de artesanato e lembranças – mais uma dica errada de distância: nos disseram que ficava na Avenida do Porto 5 quarteirões depois da esquina com Obispo, mas na verdade são mais de 10 quadras de distância. Fizemos algumas compras e voltamos para almoçar. À noite combinamos com os amigos Maria, Isabel e Luís de jantar no restaurante Deliriu’s: MARAVILHOSO! Lindíssimo, ambiente chique, ótima comida e preços não extorsivos – e ainda fomos brindados com uma espetacular apresentação de jovens cantores líricos. Esse restaurante eu recomendo MUITO. 21º dia – 22/01 Encontramos com a companheira Maria Isabel e fomos visitar o Museu da Alfabetização. Nos recebe na porta do museu uma senhorinha meio aborrecida porque estava faltando luz, vestida de jeito super simples: camiseta, calça tipo leggin e sandália de dedo – era a Diretora do Museu, Doutora em Educação. Conseguimos convencê-la a nos mostrar o Museu mesmo sem luz, só com a iluminação natural das janelas, pois íamos viajar no dia seguinte – e foi a visita mais emocionante que fizemos. O relato de um país pobre que mobilizou dezenas de milhares de voluntários e em um ano de campanha erradicou o analfabetismo é uma coisa impressionante - especialmente quando ficamos sabendo que 40 voluntários de alfabetização morreram durante a campanha, 11 ASSASSINADOS PELOS CONTRARREVOLUCIONÁRIOS ORGANIZADOS E FINANCIADOS PELA CIA (o primeiro “mártir” da alfabetização deu nome às Brigadas do Exército de Alfabetizadores: Brigadas Conrado Benitez). Não dá pra reproduzir aqui mais de 1 hora de palestra da Dra Luisa, mas dá pra comentar um pouco sobre três coisas: 1) no ato de comemoração do fim da campanha e da declaração da erradicação do analfabetismo em Cuba, os destacamentos dos “exércitos de alfabetizadores” (todos voluntários) exibiam faixas dizendo : Fidel, diga-nos agora o que fazer” (pois AQUELA “missão dada” já era “missão cumprida”). Fidel respondeu no ato: ESTUDEM! O programa de alfabetização passou a charmar-se “Sim, nós podemos” e foi “exportado” para vários países e regiões ( Dra Luísa nos relatou a experiência dela como monitora do repasse do programa em um Estado do México); a continuação dos estudos passou a ser chamada “Sim, nós podemos prosseguir”; 2) a “exportação” do programa “Sim, Nós Podemos” sempre respeitou as peculiaridades locais de cada país; por exemplo, no Haiti a alfabetização foi em criollo e não em francês; na Bolívia, além do espanhol, também em quíchua e almanara (as duas maiores línguas indígenas de lá); 3) o Museu da Alfabetização é situado em uma enorme área que na ditadura de Batista era o maior quartel militar, o Quartel Colônia – e tinha inclusive uma residência oficial do tirano. Na revolução o quartel foi transformado em escola: as residências dos soldados e oficiais foram transformadas em escolas, e hoje lá existe desde escola primária até a Faculdade de Pedagogia. À tarde demos mais uma descansada e arrumamos as malas, porque na manhã do dia seguinte já era hora de embarcar de volta ao Brasil. Mas não pudemos deixar de retribuir toda a hospitalidade e carinho da maravilhosa família que nos acolheu em Havana: convidamo-nos para jantar conosco novamente no Deliriu’s – e novamente a qualidade da comida, o requinte e beleza do local e o preço justo tornaram a noite muito agradável. O dia seguinte foi de dizer “Até breve, Cuba”: amamos esta Ilha e voltaremos muitas vezes, com toda a certeza!
  17. Oi pessoal! Vou para a CDMX dia 17 de abril 2019 e pretendo passar 2 meses e meio lá! Estou viajando sozinha e queria saber de outras meninas, inicialmente, que façam roteiros parecidos para nos encontrarmos por lá. Vou as cidades maias na península de Yucatan, pretendo ir a Cuba e Guatemala, CDMX e redondezas. Me mandem email no brunnacanella@gmail.com. Meu insta é brunna_canella. Meninos tbm podem me mandar mensagem se quiserem. Já fui ao México e lá é muito incrível! Bjos
  18. Olá! Embarcaremos rumo ao desconhecido no dia 11/fev/19, um amigo e eu! Retornaremos, cheios de histórias e encantos cubanos, no dia 28/fev. Ainda não montamos roteiro nem vimos as hospedagens. Se for nesse período, me deixa uma mensagem! Abraços.
  19. Oi pessoal! Vou para a CDMX dia 17 de abril 2019 e pretendo passar 2 meses e meio lá! Estou viajando sozinha e queria saber de outras meninas, inicialmente, que façam roteiros parecidos para nos encontrarmos por lá. Vou as cidades maias na península de Yucatan, pretendo ir a Cuba e Guatemala, CDMX e redondezas. Me mandem email no brunnacanella@gmail.com. Meu insta é brunna_canella. Meninos tbm podem me mandar mensagem se quiserem. Já fui ao México e lá é muito incrível! Bjos
  20. Olá pessoal, gostaria de saber a opinião de vocês sobre o roteiro abaixo. Na verdade a dúvida maior é sobre os trechos que vou fazer de ônibus noturno. É viável? É seguro? Da para comprar os trechos antes pela internet? Tulum ou Playa, qual melhor para se hospedar? 03/03 (Domingo) Cidade do México -Chegada na Cidade do México às 05:05 -El Zócalo -Templo Mayor -Palácio Nacional e painéis de Diego (Palácio de Belas Artes) -Torre Latinoamericana 04/03 (segunda-feira) Cidade do México -Pirâmides de Teotihuacán 05/03 (terça-feira) Cidade do México -Museu de Antropologia 06/03 (quarta-feira) Cidade do México -Castelo de Chapultepec -Museu Nacional -Basílica de Guadalupe 07/03 (quinta-feira) Cidade do México -Casa de Frida Kahlo -Casa Museu de León Trotsk -Mercado de Coyoacán 08/03 (sexta-feira) Cidade do México-Puebla-Oaxaca *Pegar Daytrip para Cholula/Puebla -Ficar na rodoviária de Puebla *Ônibus noturno para Oaxaca (5hs de ônibus) 09/03 (sábado) Oaxaca- San Cristobal de Las Casas -Tour de Mitla + Hierve el Agua *Ônibus noturno para San Cristobal 10/03(domingo) San Cristobal de Las Casas -Chegada em San Cristobal por volta das 8hs -City tour em San Cristobal *Agendar Tour para Palenque no outro dia 11/03(segunda) San Cristobal de Las Casas - Palenque-Mérida -Sítio Maia de Palenque *Ônibus noturno para Mérida 12/03(terça) Mérida -Chegada em Mérida por volta das 10:00 -Sítio Uxmal *Agendar Tour de Chichen Itzá com volta para Riviera 13/03(quarta) Mérida-Chichen Itzá-Playa del Carmen/Tulum -Chichen Itzá -Volta pela PLaya de Carmen 14/03(quinta) Playa del Carmen/Tulum 15/03(sexta) Playa del Carmen/Tulum -Cobá 16/03(sábado) Playa del Carmen/Tulum 17/03(domingo) Cancun 18/03(Segunda-feira) Cancun-Havana(fim do dia) 19/03(Terça-feira) Havana 20/03(Quarta-feira) Havana -Ver como fazer bate e volta para Varadero 21/03(Quinta-feira) Havana 22/03 (Sexta-feira) Havana-Lima (vou fazer a volta por lima pq fico no Peru até dia 31/03) Desde já sou muito grata a quem puder contribuir!! Abs!
  21. Galera vou passar o mês de Março mochilando por esses países, quem estiver por algum desses nas datas vamo se encontrar!! Abs!! 03/03 (Domingo) Cidade do México -Chegada na Cidade do México às 05:05 -El Zócalo -Templo Mayor -Palácio Nacional e painéis de Diego (Palácio de Belas Artes) -Torre Latinoamericana 04/03 (segunda-feira) Cidade do México -Pirâmides de Teotihuacán 05/03 (terça-feira) Cidade do México -Museu de Antropologia 06/03 (quarta-feira) Cidade do México -Castelo de Chapultepec -Museu Nacional -Basílica de Guadalupe 07/03 (quinta-feira) Cidade do México -Casa de Frida Kahlo -Casa Museu de León Trotsk -Mercado de Coyoacán 08/03 (sexta-feira) Cidade do México-Puebla-Oaxaca *Pegar Daytrip para Cholula/Puebla -Ficar na rodoviária de Puebla *Ônibus noturno para Oaxaca (5hs de ônibus) 09/03 (sábado) Oaxaca- San Cristobal de Las Casas -Tour de Mitla + Hierve el Agua *Ônibus noturno para San Cristobal 10/03(domingo) San Cristobal de Las Casas -Chegada em San Cristobal por volta das 8hs -City tour em San Cristobal *Agendar Tour para Palenque no outro dia 11/03(segunda) San Cristobal de Las Casas - Palenque-Mérida -Sítio Maia de Palenque *Ônibus noturno para Mérida 12/03(terça) Mérida -Chegada em Mérida por volta das 10:00 -Sítio Uxmal *Agendar Tour de Chichen Itzá com volta para Riviera 13/03(quarta) Mérida-Chichen Itzá-Playa del Carmen/Tulum -Chichen Itzá -Volta pela PLaya de Carmen 14/03(quinta) Playa del Carmen/Tulum 15/03(sexta) Playa del Carmen/Tulum -Cobá 16/03(sábado) Playa del Carmen/Tulum 17/03(domingo) Cancun 18/03(Segunda-feira) Cancun-Havana(fim do dia) 19/03(Terça-feira) Havana 20/03(Quarta-feira) Havana -Ver como fazer bate e volta para Varadero 21/03(Quinta-feira) Havana 22/03 (Sexta-feira) Havana-Lima 23/03 (Sábado) Lima 24/03(Domingo) Lima 25/03(Segunda-feira) Lima 26/03(Terça-feira) Lima 27/03(Quarta-feira) Lima-Cusco 28/03(Quinta-feira) Cusco 29/03(Sexta-feira) Cusco 30/03(Sábado) Cusco 31/03 (Domingo) Cusco -Saída de Cusco às 05:30
  22. É possível? Tem limite de dias para visitar o país? A imigração deles é muito rigorosa?
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