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  1. 2020 ano imprevisível. Ficamos a deriva desde fevereiro. Toda a temporada de montanha foi se embora, as viagens minguaram. Precisamos recorrer a destinos não antes planejados. Foi assim que topamos com a Ferrovia do Trigo, como descrevi em relato anterior, conseguimos fazer um circuito pelo Campo dos Padres em setembro e cinco dias antes de sairmos para a Serra Geral catarinense, recebemos um convite para fazer o trekking Guaporé Muçum. É claro que já havíamos ouvido falar e lido algum relato, mas não estávamos muito iterados sobre. Não gosto de perder oportunidades, então, após uma lida rápida em um relato e olhadela no wikiloc aceitei a proposta. O trekking não tem muito segredo é autoguiado, e a logística também é tranquila. Chegando ao Início De Urubici descemos por Lages, Vacaria até Muçum. A viagem já foi um charme, depois de Vacaria, entrei em uma área de vinhedos e colonização italiana (Ipê, Antônio Prado, Nova Prata etc.) com muitas capelas, colinas e construções majestosas. Acredito que faça parte de alguma rota turística, mas como não conheço muito do RS né. Resumindo, estou pensando em voltar para lá fazer um tour bem longo. Saímos em Guaporé e fomos dormir em Muçum, no Hotel Marchetti, talvez seja o único da cidade. Fizemos um acordo com o proprietário que permitiu deixarmos o carro por ali, sob supervisão dele. E diga se de passagem o rapaz foi nota mil, além de zelar pelos carros, o hotel é fantástico, dá show em muito Ibis por aí. Excelente atendimento, limpeza impecável e o café da manhã top. No dia seguinte pegamos o ônibus suicida para Guaporé. A viagem foi uma história. Começou quando perdi a passagem, e tive de entrar no ônibus sem ela, ainda bem que o motorista não encrencou. Durante o trajeto nos contou muitas de suas peripécias, quando dirigia carretas, vários golpes em danceterias e restaurantes (talvez ele estivesse achando que eu estava dando o balão na passagem). De repente, a 90 km/h ele vira para a esquerda num portal dentro do vale, o coração quase sai pela boca. A conversa acabou até Guaporé (acabou o fôlego ou rezávamos para que não houvesse outro drift). Descemos na entrada de Guaporé, e a poucos metros já podíamos ver os trilhos. A Trilha Começamos a trilha, meio desconfiados com alguns carros de fiscalização parados ali na estação. Mas logo estávamos todos no ritmo dos dormentes. Os primeiros 6 km são monótonos, os passos ainda teimam em ser descompassados (é cada bicuda no trilho/dormente). Então começam os viadutos, e a direita o vale começa se exibir. Lá pelo terceiro/quarto viaduto já é possível ver o majestoso Rio Guaporé a bailar no vale. Surgem os primeiros túneis. Uns curtos, outros alongados, mas nada muito incrível. Topamos com a equipe de manutenção logo cedo, foi o teste que precisamos para ter certeza que não seríamos proibidos de passar por ali, afinal andar nos trilhos não é tão "legal" assim. Batemos um papo, tudo ok, seguimos. Já eram 14:00 quando chegamos no primeiro grande viaduto, vazado, muito alto e comprido. Cautelosamente passamos. Só fomos saber no dia seguinte que era o Mula-preta. Ali do lado tinha um sinal de acampamento, mas como era cedo e os destroços indicava fluxo de pessoas considerável, resolvemos seguir. Pouco tempo depois entramos num túnel infinito. Foram 40 min no meio do breu. Apenas os pontos de luz das lanternas indicava a existência de vida naquele buraco. Saímos do túnel de 2000 m já num local ideal para o pernoite. Uma estrada de caça ao lado da ferrovia, com sinal de acampamento, a poucos metros de um córrego de água limpa. Armamos as barracas, e só fomos acordados às 02:45 quando o gigante de aço rasgou a escuridão com seus olhos de fogo e silvo de dragão. No dia dois, começamos a caminhada era idos 07:00. Mais alguns túneis e chegamos no Viaduto Pesseguinho (esse possui placa de identificação), de posse dessa informação já suspeitamos que aquele do dia anterior era o Mula-preta. Quando estávamos parados para tirar algumas fotos e recuperar o fôlego fomos surpreendidos por um senhor vestidos de militar. A abordagem foi bem categórica: - Os senhores sabem que é proibido andar nos trilhos? - Indagou o militar. - Sim senhor, está escrito em letras garrafais na placa ali da entrada do viaduto. - Respondo em tom bagual, hshs. - Então o que fazem aí em cima? - Retrucou o homem. - Estamos a fazer a travessia. - Mudei o tom, para não criar problemas. Logo de início tinha percebido que o 'militar' era proprietário do camping ali embaixo. Ele frustrado com o movimento veio desabafar. Tentou aplicar um sermão, falando que a polícia estava prendendo e que haviam câmeras na entrada, saída e no camping dele, que iria passar para a polícia e estaríamos encrencados. Ouvi pacientemente. Ele acalmou e depois esclareceu algumas dúvidas, contou alguns acontecimentos da travessia recentes, passamos quase 1h conversando (no final do dia fomo saber que esse proprietário costuma causar alguns problemas por ali, inclusive já foi preso por abordar trekkers armado). Passado essa lorota seguimos. Atravessando viadutos, mergulhando em túneis, eles estão por toda a parte. O Rio Guaporé a cada curva é mais bonito. Depois de passar pela Cachoeira da Garganta com muita gente, na altura dos 35 km paramos para almoçar. Como o maps.ME indica um cachoeira ali perto, não tive dúvidas, achei uma trilha e fui procurá-la com um dos parceiro. Andamos 2 km morro adentro até sair nas margens do Guaporé, lindo de águas turquesas. Mas nada da cachoeira, o pequeno resquício de água nem chegava no Guaporé. Desistimos de fazer a incursão pelo leito seco até a base da queda. De volta aos trilhos, passamos mais um viaduto e na entrada do seguinte, saindo para à esquerda tem uma cascata. Paramos para reabastecer e curtir um pouco. Cruzamos mais um túnel longo, com uma seção vazada, para sair no viaduto V13. Ao longo desse dia tínhamos passado por mais dois tuneis de aproximadamente 1km cada. No V13 dei razão para o milico, algumas centenas de pessoas desfilavam sobre os trilhos e dentro do túnel, tinham crianças, pessoas de mobilidade reduzida, bêbados, drogados, pessoas com caixas de bebidas e caixas de som, uma verdadeira zona. Imagina o perigo se o guarda trilhos ou até mesmo o trem se aproxima (há relatos recentes de situações bastante tensas envolvendo trens e pessoas irresponsáveis nos pontos de acesso fácil ao longo da travessia). . Nesse dia nós descemos os 1200 m até a base do V13 para dormir em um camping (Paraíso V13). Diga-se de passagem fomos muito bem recebidos, ate travesseiro teve gente que emprestou dos proprietários. No camping, além da área coberta para a barraca (acertamos em cheio) tem uma cachoeira nos fundos muito legal que vale a visita. Nosso terceiro dia amanheceu debaixo de água. Desmontamos o equipamento, cobrimos com capa de chuva e seguimos morro acima. A chuva não deu trégua. Era tanta água que não se podia ver de uma ponta a outra do V13. Com todo cuidado do mundo, os dormentes agora estavam liso, seguimos caminhando. Mais uma série de túneis, todos curtos. Outra série de viadutos, nenhum vazado. A paisagem estava perfeita, a umidade deixa as cores mais intensas, das encostas despencavam dezenas de cachoeiras sazonais, fruto da chuva impiedosa. Não demorou muito para se formarem grandes alagados nas margens do trilhos. Local para descanso e refeição somente dentro dos túneis quando não estavam alagados. Em um deles, paramos e de repente um ronco ensurdecedor entrou na escuridão, luzes seguiam nosso sentido contrário. Paramos no recuo, coração na mão, uma das luzes (tive a impressão) saiu dos trilho e veio pra cima, foram longos segundos, um filme passou na cabeça, pensei em tudo que perderia, quando então, a luz vira novamente para o outro lado e escuto gritos e buzinas. Eram duas motos de trilha. Não sabia eu se chorava, xingava ou agradecia. Adiante em outro túnel estávamos almoçando quando o limpa trilhos passou, fui uma correria só para as áreas de escape, não gosto de arriscar a canaleta, vi nesse ano um vagão (na serra do cadeado) arrastando um pedaço de madeira por dentro da canaleta. Seguimos adiante, o relevo muda, passamos por alguns cortes de rocha imponentes. E no último grande viaduto ainda avistamos um bando de macacos pretos (não consegui identificar a espécie), estavam todos agitados nas copas das árvores. A caminhada voltou a ficar monótona nos últimos 6 km. Apenas grandes poças de água, o Guaporé some no meio da vegetação e a única surpresa foi a reformada estação ferroviária de muçum. Muita gente termina por aí, chamando um táxi ou seguindo pelo asfalto. Nós optamos por caminhar pelos trilhos até o centro de Muçum, descendo logo depois do primeiro viaduto sobre a rodovia. No total foram 60 km, 22 túneis e 16 viadutos. Depois de um banho merecido, melhor de se secar, o banho já havia sido o dia todo, fomos fazer o desjejum na lanchonete principal da praça de Muçum para no dia seguinte retornar às terras paranaenses. No Youtube coloquei um vídeo que mostra um pouco mais do trajeto, https://youtu.be/-Odmah6b8rU Dados que podem interessar A ferrovia EF491 também conhecida como ferrovia do Trigo percorre entre os municípios de Roca Sales e Passo Fundo. Comercialmente pouco explorada, hoje serve apenas para transporte de combustíveis por escassas locomotivas, e a partir de 2020 passou a receber uma rota turística. Entre os municípios de Muçum e Guaporé, que engloba também Vespasiano Correa e Dois Lageados a estrada acompanha o Rio Guaporé, percorrendo uma série de túneis, vales e encostas. Nesse pequeno trecho de pouco mais de 60 km se concentram 22 túneis dos 34 da ferrovia e 16 viadutos dos 26. As principais atrações do trecho, que podem ser acessadas durante a travessia ou em caminhadas curtas ou ainda chegando de carro pelas estradas de manutenção da ferrovia, são: Viaduto Mula-preta em Guaporé, possui 94 metros de altura, 360m de extensão e dormentes vazados, um desafio para quem tem ou não medo de altura; Viaduto Pesseguinho, também vazado, possui mais de 80m de altura e 368 de comprimento; Viaduto V13 com 143m de altura é o mais alto viaduto das Américas; Cascata da Garganta adaptação da engenharia onde um riacho mergulha para dentro da terra em uma cachoeira que flui abaixo dos trilhos. Está situada entre os viadutos Pesseguinho e V13; Túnel de 2km perfuração dentro do morro que percorres 2000 m entre os viadutos Mula-preta e Pesseguinho; Túnel vazado com cerca de 1300 m está na chegada do V13. A 300 m da entrada dele estão algumas aberturas (janelões) de frente para o vale do Rio Guaporé; Cascatinha ao lado da entrada do terceiro túnel segundo túnel depois da Garganta (sentido Guaporé Muçum), de águas límpidas e queda macia ideal para descanso; Cascata Bem Estar situada anexa ao Pesseguinho é acessível a partir do camping na base desse viaduto; Rio Guaporé visível em mais de metade da travessia. Um dos locais de acesso à suas margens fica entre o terceiro e quarto túneis a partir do V13. Existem ainda muitos outros locais interessantes para se visitar pela região, cascatas, rochas, vales e passeios. Só pegar a mochila estudar os roteiros e se jogar.
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