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  1. Em 2019, realizei a maior viagem da minha vida e agora, finalmente decidi compartilhar um pouco dela aqui espero que gostem! Capítulo 1: Preparação e França Em setembro de 2018, decidi largar a faculdade e juntar dinheiro para me jogar em uma aventura na Europa. Estava trabalhando em uma ONG de intercâmbio voluntário e fechei um pacote para passar 45 dias na Croácia por R$400 reais. Muito barato! Pelo menos tinha a hospedagem garantida. (Só vim saber exatamente onde ia dormir quando cheguei na Croácia, mas essa parte fica para outro momento) Tinha pouquíssimo tempo e pouquíssimo dinheiro (somente R$1000 guardados) pois planejava passar o ano novo em Paris (já que as passagens no inverno são mais baratas). Vendi praticamente TUDO o que eu tinha, roupas, livros, e vendia comida na rua (principalmente bolo vegano)! Contava a história de que estava indo realizar meu sonho de mochilar, e muitas pessoas me davam dinheiro sem nem pegar a fatia, para que eu vendesse para outra pessoa. Lembro-me de um dia em que ofereci o bolo para dois senhores em um restaurante chique: Um me deu uma nota de R$50 e outro, de R$20. Quase engasguei de surpresa hahaha 😅 depois de vender muito bolo, pastel e etc, consegui juntar R$2500, que somando com o que eu tinha guardado, foi o preço da passagem de ida e volta! Poderia ter pago bem mais barato se tivesse comprado com mais antecedência, então essa é a primeira dica: Se você for fazer na loucura que nem eu, presta atenção nas promoções e procure as datas mais baratas (usei o Skyscanner para isso) mas se você tem mais tempo, compre com antecedência, pois isso pode te fazer economizar uma boa grana! Outra dica: se você vai vender na rua para juntar grana e viajar, não seja seletivo. Eu era um pouco mais tímida, e só oferecia para pessoas que não estavam em grandes grupos e ainda era seletiva, escolhia na rua para quem ia oferecer. OFEREÇA PRA GERAL! HAHA Sério! Fiz vaquinha, continuei vendendo e tive também uma ajuda dos meus pais. Acabei indo com cerca de 800/900 euros (ou seja, eu iria me virar com uma média de 100 euros por mês). Na época, isso seria mais ou menos R$4000. Cheguei em Paris e nem podia acreditar que estava ali. Eu nunca nem havia saído do nordeste! Estava fazendo 7 graus, e eu estava com um agasalho de inverno. Porém quando eu digo inverno, é inverno nordestino, ou seja, não servia para quase nada me lasquei de frio, então outra dica: Não seja mão-de-vaca como eu fui na hora de investir em roupa de inverno. Porquê meu pensamento foi "São menos de três meses de frio, eu vou sobreviver". NÃO PENSEM ASSIM, PELO AMOR DA BICICLETINHA! Fiquei uma semana em Paris e dei um bate e volta em Versailles com uma amiga peruana que fiz através do Couchsurfing. Fui no museu do Louvre de graça (o Louvre é gratuito nos sábados à noite, na baixa temporada! Outro motivo de querer ir pra Paris no ano novo). Fui na Sacred Coeur, Notre Dame (não entrei porquê era pago) e bati bastante perna! Os franceses a quem pedi informação foram gentis e prestativos. O segredo é começar com "Bonjour/Bonsoir! Excusez-moi parlez-vous anglais?" (Bom dia/boa noite! Com licença, você fala inglês?) A ideia era pagar pelo transporte (e ainda paguei algumas vezes) mas os próprios parisienses me ensinaram como burlar o metrô 🤷‍♀️ quase não paguei transporte público nesse mochilão. Não estou dizendo que é certo, mas era a forma que eu tinha de economizar. Se você puder pagar, pague, pois se você for pego, paga uma multa de em média 100 euros! Duas vezes pedi informação sobre como comprar um ticket de metrô pois estava toda enrolada, nas duas vezes, as pessoas tentaram me explicar, mas resolveram pagar pra mim. Gentileza que você não espera! Fiquei na casa de duas pessoas do Couchsurfing. Me senti muito desconfortável na casa do meu primeiro host, era um francês que morava sozinho e era uma pessoa inconveniente, mas no da segunda, foi ótimo ❤️ uma paquistanesa super gente fina, que morava com o namorado francês e tinha um gatinho, o Pablito. Eles foram ótimos! A paquistanesa falava seis idiomas, incluindo português (se eu não soubesse que ela era do Paquistão, diria que era paulista pelo sotaque!) Maas, na noite de ano novo, acabei dormindo no hostel onde a minha amiga do Peru estava se hospedando. O metrô estava fechado (eram 3h da manhã) e eu teria que esperar até às 7h. Tinha uma cama vazia no quarto que ela estava: Ela parou um pouco, pensou e disse baixinho: "Fica aí até às 7h, antes de checarem os quartos para limpeza"! Dei um cochilo, às 7h acordei e meti o pé. Passei pela recepção sem olhar para trás, mas a pessoa que estava na recepção nem disse nada. Provavelmente é difícil saber quem é hóspede ou não em uma época tão festiva. Voltei para a casa do meu host com o c* na mão, pois quando cheguei na estação da zona que ele mora, eram 8h da manhã e ainda estava escuro - e não tinha ninguém na rua. Porém em um determinado momento passei por uma menina que estava andando e mexendo no celular tranquilamente e fiquei um pouco mais tranquila. A pessoa só faria isso em um lugar minimamente seguro, não é? Mas ainda fiquei em alerta até chegar na casa do meu host. Depois da França, peguei um voo para a Croácia (que estava incluso naqueles R$3500). Cheguei em Zagreb e peguei uma van até Rijeka, a cidade onde ficaria por 45 dias (acabei ficando 50 dias). 20190102_161214.mp4 20190103_132615.mp4
  2. "Vou mostrando como sou e vou sendo como posso. Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos. E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas." - (Novos Baianos) Um novo olhar sobre o Mundo. Olá viajantes, Compartilharei com vocês meu mochilão que deu início em Dez/18. Irei compartilhar um pouco de como me organizei nos aproximadamente 45 dias antes do início da Trip, bem como, eu defini "roteiros", datas e claro, financeiramente a jornada. Já li diversos relatos, muitos serviram de inspiração, e um 'algo' que sempre tive em mente é fazer um mochilão roots - até também porque, no meu caso, a grana é curta. Pois bem, no final de Outubro de 2018 eu estava completamente saturado (como a maioria dos Brasileiros, penso.) Sempre busquei acampar e estar em contato com a natureza, afinal, faz longos 13 anos que sou escoteiro. E sempre a mesma coisa: "Eu saía total do clima tenso da cidade e do trabalho, passava dias perfeitos acampando e quando voltava, em menos de 1 dia na cidade já me saturava novamente." Após ler diversos relatos e de me senti, de certa forma, "preso" neste ciclo, decidi que realizaria um mochilão, sem data de retorno, sem destino final, somente uma bela ida e vivida pelo o tempo que for. Um dia, um semana, um mês, quiçá, em ano? Estava ansioso para descobrir. Por onde começar? - Questionei nas primeiras horas. - Até que comecei a levantar uma lista de possíveis lugares da América do sul e passei a linkar rotas, ver preços de deslocamentos, me joguei de cabeça na cultura Latino-americana. Foi aí que reparei como tudo hoje em dia é demasiadamente comercial, principalmente os valores. - Não posso procurar como se fosse um turista querendo férias, afinal, não sou um turista querendo férias. - Então a partir deste instante passei de fato a me portar e pensar como um Mochileiro. Passei a pesquisar as rotas de carona, pensar em acampar em qualquer lugar, maneiras de "salvar' dinheiro e como viajar sem grana. Resultado, Primeira semana de Novembro e eu já tinha todo um pré-roteiro definido: Sair do Brasil por foz, adentrar a Ruta 12 no início, caronar até chegar na Ruta 14, a rota que leva até Buenos Aires, tentaria levantar uma grana em Buenos Aires e continuar seguindo para o Sul sentido Patagonia, pois afinal, para voltar é só ir sentido Norte, subir pelo o Chile, cortando todo o País e continuar, Peru, Bolívia, Colômbia e por onde mais tiver de ser. Exatamente esse era meu ‘Pré-roteiro’ e confesso que não teve grandes alterações, pois ir caronando proporciona viver o local e a cultura, conhecer entre uma cidade e outra as histórias que há, bem como as belezas além - escondida do turismo comercial - e claro, salvar o máximo de dinheiro. Irei detalhar mais para vocês meu roteiro e planejamentos, principalmente a parte financeira, antes gostaria de deixar aqui um lembrete: 'Essa tem sido minha experiência na Trip e há diversas maneiras de mochilar, isso não diminui ou engrandece nenhum mochileiro. Somos da mesma família, portanto, iguais. Acredito que cada um viaja como pode e como o satisfaz, afinal, viajar é se conectar com pessoas e lugares, é viver experiências únicas e incríveis, além de fazer do viajante cada vez mais, um cidadão do Mundo, rompendo fronteiras, preconceitos e expandindo nossos ser. Respeito e Gratidão para todos Vocês! Dito isso. Valores! No pouco tempo que me restava até Dezembro, capitalizei para levar cerca de 1,2k. Sim, isso mesmo, Somente R$1.200,00. Não incluso nesse valor, eu gastei cerca de R$260,00 com uma passagem de ônibus da linha 'São Paulo - Foz do Iguaçu' e cerca de R$150,00 em Equipamentos que vou listar para vocês. Ou seja, sai do país com apenas R$1.200,00 e tive um custo total de R$1.610,00. Segunda semana de Novembro e eu ainda estava trabalhando, não havia comentado nada com ninguém, ninguém mesmo. Planejava e organizava que acabei não comentando com familiares e amigos com exceção do meu Brother de mesmo Nome, Gabriel, pois morávamos na mesma casa. Foi na última semana de novembro que sai do trabalho feliz da vida, afinal, estava agora indo terminar de arrumar a mochila e começar a viagem para me encontrar, pois é desse modo que visualizei tudo, preciso me encontrar e aqui vou, seja lá onde isso for. Após comunicar familiares e os amigos mais próximos sentia que de fato minha bagagem estava completa, com todas boas energias e incentivos, embora um ou outro tentou se opor à minha decisão, no final, nada puderam fazer e hoje gozo com felicidade. Mochila e Meus itens 1 Isolante Térmico 2 Calça corta vento 1 Calça Jeans 1 Blusa de lã top (homemade) 1 Blusa qualquer 5 Camisetas 1 Camisa 2 Regatas 3 Shorts 1 Touca 4 Meias (descobrir que pode ser pouca) 1 Par de Luvas 1 Par de Chinelo 1 Par de Tênis (Um para usar fora da estrada ou trekking, tênis comum) 1 Bota Caterpillar Preta (propaganda gratuita, mas é a bota de minha preferência e dinheiro.) 1 Toalha 1 Kit de higiene pessoal 1 Kit primeiro socorros ( faixa, antialérgico, anti-inflamatório, dor de cabeça, dor muscular, gripe, anticéptico e itens para curativo) 1 Canivete 12cm de Lamina 1 Prato e kit de talheres para acampamento 1 Garrafa de 1Lt para Aguá 1 Fogareiro boca unica 2 Lanterna 15M de corda para camping 2 Livros pequenos Meus materiais de trabalhos* ( Faço artesanato e algumas artes, vou descrever melhor no decorrer) Meus Trabalhos** 1 Pen-drive com documentos, arquivos pessoais, etc. 2 cadeados (2 mochilas) Tudo está dividido em 2 mochilas, sendo uma de 60 Lts + 5 e outra mochila de 15 Lts, as duas totalizavam 14 kg (atualmente até menos). Confesso que eu estava sempre com a sensação de estar esquecendo algo, mas no meu caso foi só a sensação mesmo, descobri que carreguei bagagem demais, e aos poucos me desfaço de algumas coisas deixando a mochila cada vez mais leve e apenas com o essencial. Aos poucos vou desapegando das coisas, tudo vem e tudo vai, e na maioria das vezes foi preciso algo ir para que pudesse vir um novo em seu lugar. Como um dos livros, que virou presente para uma simpática mulher enquanto conversávamos sobre literatura. Senti que ela precisava de ler, mas não tinha tempo de emprestar e pegar de volta, então eu simplesmente deixei o livro seguir seu caminho e fazer parte, agora, da história dela também. Ela nem ao menos falava português (nem eu o Espanhol) e foi numa conversa em Portunhol que tudo aconteceu, ela ficou muito feliz com o presente inesperado. Maravilhosa mulher, maravilhoso ser. Sai de São Paulo e depois de 17 horas estava em Foz do Iguaçu, a cidade é realmente linda, o Sul do Brasil é lindo, repleto de campos e montes. Fiquei por Foz mesmo pois já era quase 18:00 horas. No primeiro dia, acordei e fui para o Paraguai, lá terminei de adquirir alguns equipamentos que faltavam bem como: 1 Cobertor Camping (nunca fui chegado à saco de dormir, choices) 1 Tenda 1 Isolante Térmico 1 Cobertor Térmico (passar frio nunca, Paulista passa é calor) DICA: Tem muita coisa que é realmente muito barato no paraguai - a grande maioria de equipamentos, eletrônicos, bebidas e roupas - Se por acaso forem mochilar e porventura o Paraguai tiver em sua rota, vale a pena comprar alguns equipamentos lá, visto que o custo é menor dá pra economizar bem. Mas claro, só digo isso se o Paraguai estiver em seu roteiro, pois a grana que poderá economizar é incrível, como no meu caso. Pois comprei todos os itens acima, uma garrafa de vodka boa e uma bag 15Lts Waterproof, com apenas R$100,00. Aproveitei e deu uma bela andada pela cidade, no entanto Punta Del Este é uma cidade comercial e tem todo tipo de lojas e comerciantes possíveis, a mesma pessoa que te oferece 10 par de meias por R$10 também irá te oferecer drogas e armas. Pior que a 25 de Março em SP, cidade donde veio. Loucura aquele lugar. De volta a Foz ainda no primeiro dia, estive em um Hostel onde conheci uma Sul Coreana que marcou o início da viagem demonstrando ser uma pessoa incrível, com um Carioca doideira e, junto Tiago, um Brother BR (Ele merece um artigo só pra ele para contar brevemente algumas de nossas histórias roots). Passamos a noite tomando Caipirinha após um jantar Inteiramente BR, com feijão, arroz e farofa (primeira vez que a Sky Lee comia e bebia como brasileira) foi maravilhoso e ao mesmo tempo um tanto emocionante, pois aquela foi de fato minha última noite no Brasil. Segundo dia em Foz, Me levantei cedo e realizei o Check-out antes mesmo da hora. Precisava pegar a estrada o quanto antes. Peguei um ônibus para Puerto Iguazú (Na Argentina, cidade fronteira com Foz) por R$4,80 no lado de fora do terminal urbano de ônibus, esse ônibus para na imigração e aguarda enquanto você dá a entrada no país. Uma vez dentro da fronteira ele te leva até a rodoviária de Puerto Iguazu que fica logo no centro da cidade. Dei uma andada na cidade, mas já sabia que por ela eu só passaria, então fui para o outro lado da cidade onde se inicia a Ruta 12, rota onde começou as caronas. Foram 2h parado esperando carona com a plaquinha e o dedão um pouco adiante da saída de um posto da YPF, nada aconteceu, então fui andando no acostamento até que entrei na Reserva Nacional Argentina - era disso que eu estava falando - Oláaa natureza sua linda! Não foi muito tempo andando até que parei novamente e tentei a carona, cidade Wanda. Dessa vez em poucos minutos funcionou, primeira carona uhuuul. No entanto ele não iria para a cidade e me deixou mais a frente próximo à um posto policial onde disse ser mais fácil e melhor para caronar. Foi tão rápido que mal conversamos, mas agradeço novamente ao Senhor Érico! E não é que ele estava certo, menos de 10 minutos parou um caro com 2 garotos, homens jovens, e ofereceu a carona até Wanda. Foi maravilhoso a carona, e ainda iam contando histórias de como é acampar na reserva, inclusive pararam o carro na barragem da reserva para tirar foto, um deles disse: " faz 10 anos que passo por aqui sempre e nunca parei 2 minutos se quer para admirar a beleza, agora com você, é um prazer enorme fazer isso e contemplar essa beleza". Isso foi maravilhoso. Chegamos em Wanda, Gratidão total Hernan e Rafael. Wow, o dia está para acabar e não dá mais para pedir carona (por política pessoal, não pego carona de noite pois de longe é o melhor momento para isso) vou acampar na beira da estrada! Sim meu amigos, caros Viajantes. Acampei na beira da estrada, vendo a lua brilhar e ouvindo um silêncio maravilhoso que era quebrado apenas pelo som dos poucos carros que às vezes passavam, estava amando a experiência, de repente um cara, do nada, no escuro apareceu. Me deu um baita susto, mas era apenas um comerciante que viu minha chegada do outro lado da Ruta e queria saber se eu queria algo, um Mate, Chipas ou até mesmo Marijuana, pois ele teria ali. Sim, fiquei pasmo com o que ele falou e claro que ajudei o pobre comerciante, que por educação me convidou para desayunar com ele na manhã seguinte. . . Passei a noite feliz, dormir bem e acordei Pleno! Tudo isso apenas no primeiro Dia de Estrada. Nem imaginava as aventuras adiante, estava me sentindo livre, totalmente liberto das correntes do consumismo e da sociedade, estava livre dos estigmas alheios e finalmente me sentia no caminho para me encontrar, porque 1 dia na estrada nos ensina muita coisa, os dias são de fato aulas intensivas de viver. Dia seguinte, acordo na estrada, com o sol torrando a barraca logo cedo - Hora de começar o dia! - Cafe da manha com um panetone de chocolate que comprei com 15 pesos no dia anterior e não havia comido tudo. Bastante água, pois o nordeste argentino é bastante quente e úmido. Bora para estrada pois a próxima cidade é Eldorado. Foram longas horas debaixo do sol quente até conseguir. Mas valeu a pena, pois era 13h da tarde e já estava em Eldorado, foram mais de 100 Km tranquilos. Em Eldorado fiquei por 3 dias, fiquei na casa de um Senhorzinho que acolheu com muito carinho e foi muito hospitaleiro. Dale Sr. José, dono do cachorro Chiquitin muito fofo. A Cidade de Eldorado é maravilhosa! Uma cidade pequena, totalmente em meio à natureza (posteriormente fui saber que ela fica ainda na Reserva Nacional, e que essa se estende por muitos KM). Por volta das 18h as pessoas vão para a praça central da cidade tomar Mate e ficar de bobeira até umas 20h, ver aquela cena foi incrível, pois a cidade que até então era vazia e pacata se tornara por 2 horas uma cidade extremamente viva e movimentada. Como não tem muito o que fazer lá, os habitantes vão descontrair na praça, formando rodas de mate e deixando as crianças se divertirem. Conheci 2 Skatistas e destes não me recordo os nomes, pois foi uma conversa rápida mas muito rica, eles mostraram lugares para acampar e para ficar tranquilos na cidade, que o ponto forte deles é a natureza e calmaria. De fato, me rendeu 3 dias de pura paz. E assim passei o Natal, a data mais família do ano, Sozinho numa cidade pequena, sem a extravagância de fogos de artifícios ou um jantar farto e rico, e não senti falta disso. Foi maravilhoso sentir que eu estava finalmente entrando em sincronismo com o universo, sentindo a paz e vivendo o presente sem pensar no futuro ou passado. Estar na estrada mexeu comigo, pois até então eu sempre estive em um turbilhão de coisas e supostos deveres, no entanto, meu único dever passou a ser viver o momento. E a cada segundo uma nova descoberta, a prática da paciência e o autoconhecimento, guia a energia vital por todo o corpo, como resultado, um vigor infinito. Tudo passa a ser possível! Okay, depois de muito meditar e renovar as forças, hora de pegar a estrada, Gratidão Eldorado por ter me tocado a alma e por me fazer amar ainda mais a vida! Passei no mercado, comprei pão, doce de leite e uma proteína, e umas coisinhas pensando em 2 dias, não gastei quase nada, foi barato. 60 pesos tudo. (irei compilar algumas dicas úteis para alimentação na estrada) Agora na estrada sentido Oberá, porém, são 300 km de Eldorado até Oberá, então decidi fazer em 2 partes, Carona até Jardim America, trocar de rota e ir para a Ruta 7 (pois um moço disse ser mais viável para carona até Oberá). Foram umas 2 horas até pegar a primeira carona, José. Novamente um moço gentil ele falava muito rápido, não pude compreender muito do que falava, mas ele tbm não me entendia, então estava tudo bem, em meio as palavras tinha sempre nossos risos e sorrisos felizes de estar sob a companhia um do outro. Em questão de uns 50 minutos estávamos em Jardim America, pequena cidade. Caminhei até a Ruta 7, fica apenas uns 100m, e novamente na frente de um posto policial em poucos minutos a segunda carona, infelizmente não foi até oberá pois o Sr. Maurício não iria até lá. No entanto fiquei em apenas 1 cidade antes de oberá e faltava apenas 40 KM, insistir em caronar ainda pela Ruta 7 e logo veio a terceira carona do dia, desta vez, até oberá. Foi com o Daniel, um brother muito doido, fumava um cigarro atrás do outro, mas era incrível conversar com ele, durante 5 anos ele mochilou pela argentina e sempre dá carona para mochileiros. contou um pouco da história dele e quando chegamos no destino ele simplesmente me deu o maço de cigarro dele. Sem mais nem menos, tentei negar, mas foi um insulto, logo aceitei e partiu acampar, passar mais uma bela noite sob as luzes das estrelas e o lindo olhar do, quase vazio, Luar. Dessa vez, na cidade de Oberá! Até então tudo vem sendo muito simples, aprendendo um bocado sobre as coisas, e ainda mais sobre mim. Aprendendo a lidar com a saudade e aprendendo a se reinventar, pois somos cada dia versões melhores de nós mesmo, basta acreditar e querer evoluir. Antes de continuar a compartilhar, quero falar sobre meu sentimento em meio à tantas transformações, minhas influências e contar um pouco de como foi o processo de mudança e adaptação, afinal, eu estava em meio á outra(s) cultura(s) e vale lembrar que eu adentrei sem saber o Idioma. Começarei pelo idioma, eu pensava - Português e Espanhol são línguas parecidas - e por isso basta falar devagar que vamos nos entender e assim pouco a pouco vou aprendendo o idioma e sua variações. Certo? - Completamente errado! Eles simplesmente não me entendiam! Não importa o quão devagar eu falasse e quão parecido fosse algumas palavras, eles não entendiam! Foi necessário criar ‘regras’ de lógica linguística baseada nas que eu sei de Português, para começar a pensar mais claro em Espanhol, como por exemplo prático: Palavras no Português com ‘São’ como, Comissão; Televisão; Versão; Expressão, entre outras, eu substitui por ‘Sion’, como Comisión; Television; Version; Expression. Vou ser franco, para pegar a base e começar a se virar no idioma é muito útil fazer isso, costuma funcionar, como isso não é nenhuma regra de gramática não é aplicável em 100% dos casos, mas é aplicável suficiente para poder desenvolver o idioma e expandir o vocabulário. Logo pessoas começam a corrigir e com isso, tendo humildade para receber a informação, muito aprendizado se adquire, mas é fato que sempre faço comparação com o português para fixar as diferenças, criando diversas regras doidas que acaba sendo incrivelmente funcional pela sua simplicidade. Um outro exemplo são os ditongos, a grande maioria dos ditongos em Português que tem ‘o’ em Espanhol é ‘ue’ Como: Novo - Nuevo; Porto - Puerto; Conto - Cuento, e por aí vai. Isso tem dado muito certo, pois para uma pessoa que não tinha base nenhuma em Espanhol entender completamente diálogos e poder criar conversas com nativos, é maravilhoso! A estrada é divertido! Se no dia-a-dia são haver risos e sorrisos, a vida é difícil para qualquer um. Então estar em harmonia com o espírito ajuda a mente a manter-se alegre, a melhor maneira de isso acontecer é se divertindo. Deste modo, o dia-a-dia fica ainda mais leve ainda que seja passando algum perrengue. E por falar em perrengue, todo problema tem ao menos duas boas soluções, então manter-se leve e positivo é necessário, para que tudo flua da melhor maneira possível. “Nunca entre em pânico” Vamos falar de Saudade? - Neste caso, vou dizer como aprendi a lidar com meus sentimentos - Não foi fácil, e desde quando decidir sair de mochilão evitei pensar nisso, porque sabia que uma hora eu sentiria saudade de algumas pessoas, e teria que lidar com isso. Além disso, eu deveria aprender a me conectar mais com meus sentimentos, me ouvir, me conhecer e entender o que eu sinto, ao menos, um de meus objetivos é encontrar meu lugar em mim mesmo. Então antes de começar a entender onde fica esse lugar, tive que aprender a organizar onde fica o lugar de cada saudade, Mãe, Irmã, Irmão, Amigo que é mais que Irmão e as poucas pessoas que tenho conexão. Entender que por mais que seja grande a saudade é natural e deve ser sentida, não devemos sentir saudade como se fosse algo dolorido, temos sentir com orgulho de ter essas pessoas e poder contar com o amor delas, pois a maior virtude da vida é amar e ser amado. Aprendi isso na estrada somente, pois até então eu sentia um vazio quando sentia saudade, pois era a falta de algo que eu sentia, hoje, sinto saudade e sinto um preenchimento completo, pois vejo todos os motivos maravilhosos que tenho para sentir esse sentimento tão especial. Estrada vai, estrada vou. Oberá é uma das grandes cidades do nordeste Argentino. Conta com a presença do parque nacional Oberá, tornando-a ainda mais bela. No entanto não passei muito tempo pela cidade, estava já com a plaqueta feita e novamente seria L. N. Além, uns 120 Km de Oberá. Foram longas horas debaixo de um sol escaldante, quase não havia movimento na estrada sentido a próxima cidade, pois os poucos carros que passavam e fazia algum sinal de resposta diziam que entrar-ir-iam antes. Fazia muito calor, e como a cidade é bem arborizada e úmida, a sensação térmica estava a mil. Decidi que comeria algo e ficaria um pouco na sombra. Após comer e beber bastante água, voltei onde estava e o cenário não havia mudado, estava ainda com pouca movimentação de carros. Enquanto comia próximo ao terminal, não distante da Ruta 14, ouvi uma mulher falando que tem um ônibus para a cidade de São José muito barato, é basicamente um coletivo. Sendo ainda mais preciso, como um desses ônibus que vai de São Paulo até Diadema. Dei uma olhada no mapa para ver onde ficava essa cidade e achei interessante, pois seria mais de 40 km de coletivo, tranquilo. 60 Pesos e ainda tinha água quente no ônibus, pude encher a termo e toma mate. Agora começa ficar doida a coisa. Cheguei na cidade de São José. Chorei. A cidade é distante demais da Ruta 14, porém, não havia movimentação nenhuma. Só tinha um estabelecimento aberto além da rodoviária e da Polícia, uma Sorveteria. O restante fechado, pessoas em suas casas, ninguém na rua, um ou outro cachorro que passava, mas só. Não achei posto de Serviço próximo, afinal, era uma cidade de campos, aquele era apenas o centro minúsculo e que tudo se resumia em campos. O posto mais perto fica certa de 7 - 8 Km da cidade, ao menos é na intersecção de 2 Rutas, uma Ruta X que mal posso me lembrar e a Ruta 14, minha Ruta. Andar por uma estrada reta e no calor é péssimo, pior ainda é ficar sem água. Isso estava quase se tornando realidade, entre o posto e o ponto onde eu estava na estrada era mais ou menos uns 6 Km e havia apenas mais uma rua cruzando a rota até que seja apenas campos e estrada e por sua vez o posto, ou seja, eu precisava conseguir água naquela rua! Para minha sorte, em uma das casa no início da rua havia uma família tomando Tererê em frente ao portão. Fui com minha garrafa D'água vazia até eles. - boa tarde, tudo bem? Sou mochileiro e estou passando pela sua cidade, não achei nenhum estabelecimento ou posto de serviço próximo e estou sem água, vocês podem me ajudar com um pouco de água por favor? - Fui o mais educado, embora havia progredido bastante no Idioma, era claro meu acento e as diversas vezes que falava em Português pensando estar falando Espanhol, então eu entenderia se eles pedissem para repetir ou não tivessem entendido. Ao princípio ninguém falou nada, depois de ver que eu estava esperando alguma resposta, ou qualquer coisa, uma senhora simplesmente falou - Não. - eu olhei para os outros como quem diz “ Não, o que?”. Eles entenderam, afirmaram, não temos água. O garoto que melhor fez e colocou cerca de 200 ML da termo dele na garrafa. No entanto, nada disse, nada disseram, só existiram. Eu não entendi foi é nada. Preferir não pensar sobre e agradeci com um belo sorriso, embora pouco, eu tinha um pouco mais do que momentos antes, já é algo. Caminhei o restante da estrada focado, refletindo em todo momento. A paisagem se tornou uma parceria incrível, pois sempre se transforma em quadros belos de arte natural. Desta vez não foi diferente, não era nenhuma plantação ou campos agrícolas, era somente mato em um espaço loteado vazio, um não, dezenas. Depois de 4 km andando, a água definitivamente acabou. Até que durou - Pensei e gargalhei - Continuei cerca de 500m e pude ver ao meio dos campos próximo à estrada,uma casa pequena, na medida que aproximava passei a ver que tinha uma pessoa sentada, também tomando Tererê. Quando Cheguei na frente da casa, disse o mesmo que disse para a última família, nem foi preciso dizer mais nada, a senhora rapidamente entrou em casa e em alguns minutos voltou com 2 Jarras de água gelada perguntando se eu só tinha aquela garrafa ou tinha mais para encher. Ela encheu a termo e outra garrafa de um litro e ainda tomei uns ‘goles’ lá mesmo. Ela não falou muito, e claramente não era normal aparecer alguém por aquela parte da cidade andando na estrada. Agradeci a gentil senhora, que salvou lindamente minha vida, continuei o restante até o posto de serviço feliz da vida, como sempre. Devido à circunstância isolada da cidade, o pessoal do posto de serviço aconselhou a esperar um coletivo e ir para alguma outra cidade além, pois ali nada teria e que as pessoas trabalham em campos portanto, pouco circulam pela cidade, conversei também com alguns caminhoneiros que estavam lá, e todos estavam vindo de Buenos Aires indo para O extremo Nordeste quase Brasil, fazendo todo o caminho que até então eu havia feito. Segui o conselho do funcionário do posto e aguardei um coletivo. Foram 65 Pesos até a cidade de Santo Tomé, Fronteira com o Brasil. Nessa cidade tudo aconteceu! Info: Irei postar a continuação e compartilhar todo o relato com vocês, incluindo Fotos, apenas não tenho datas e prazos, pois já estamos em Maio e Muuuuita coisa aconteceu. Escrever é algo que sempre que dá eu faço, tenho muito material desta jornada, afinal, já passei até por Buenos Aires e além. Mas dependo das condições favoráveis e tempo livre na Internet - O que confesso não ter muita prioridade e disponibilidade, visto que tenho um mundo a descobrir - Darei meu melhor, cedo ou tarde postarei mais, espero que em breve. Gratidão por ler e de algum modo fazer parte da minha história.
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