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  1. Nunca tinha ouvido falar de Pancas, a primeira vez que fiquei sabendo da existência dessa pequena e pacata cidade, que fica encravada no meio do Pontões Capixabas, foi num artigo que listava os melhores lugares para acampar no Brasil. A minha primeira reação foi duvidar daquela imagem, afinal, aquilo de nada parecia as terras tupiniquins que eu tanto conhecia. Depois da dúvida veio um misto de desapontamento e ignorância, pois já havia margeado aquela região por algumas vezes e nada sabia sobre ela. De onde nasce o desejo? No caso de Pancas, foi amor à primeira vista. Foi amor assim que meus olhos pousaram na imagem de uma corcova do camelo de pedra vista do sítio Cantinho do Céu. O céu estava azul. Azul que somente era cortado por pequenos pedacinhos de nuvens, mas a beleza do céu era ofuscada por aquela pedra de forma peculiar. Era uma maravilha. Aquela fotografia aglutinou na minha retina e se fixou em meus pensamentos. Por fim, o desejo havia sido criado dentro de mim. Agora era questão de necessidade estar naquela diferente cidade chamada Pancas. Era uma quarta-feira de setembro, dia da minha qualificação do mestrado. Os sentimentos se misturavam. O medo da apresentação mesclava-se com a ansiedade de liberdade que teria nos próximos dias. A intermitência entre medo e felicidade me dominava. Os ponteiros iam passeando pelo relógio levando convosco o medo até ficar apenas a ansiedade. Agora estava eu de frente com minha companheira de tantas viagens e depois de um longo hiato de quase uma ano, estava com minha mochila e juntos estávamos prontos para conhecer novos lugares e novas pessoas. Sentei na poltrona do ônibus e a ansiedade esvaziou-se por completo. Enfim, na estrada novamente, que saudades! No escuro do ônibus em direção a Vitória eu repassava os planos da viagem. As ambições de roteiro era Pancas, subir o Pico da Bandeira e tomar um banho de mar. Nada muito ambicioso, mentalmente eu separei uma porção de dias para cada lugar dos meus 11 dias de liberdade. Essa divisão de dias e um contato rápido com o sítio Cantinho do Céu foram o máximo de planejamento que tive. Há algum tempo tinha migrado de viagens meticulosamente planejadas para apenas ir e acreditar que as coisas aconteceriam naturalmente. Ainda no ônibus conheci um aspirante a jogador de futebol. De início calado com o tempo foi se mostrando uma boa companhia de estrada. O centro de todas as conversas era o futebol. Ele é volante da base do São Bento, natural de Baixo Guandu (cidade vizinha de Pancas), e por suas palavras parecia ter um futuro promissor no mundo da bola. Mundo que eu tanto quis e que hoje me causa um pouco de repulsa, apesar de gostar demais de jogar e assistir os jogos do tricolor. Assim que o ônibus estacionou em Vitória corri pela rodoviária ao encontro de alguma viação que rumasse para Pancas. Era 07h00 e às 07h15 subo no ônibus da viação Pretti com destino Pancas. Era a minha primeira vez no estado do Espírito Santo. Da janela do buzão eu ia conhecendo o entorno que se anunciava das sinuosas pistas do caminho. Muito verde e diversas colinas, morros, montes, pedras e montanhas cruzavam em minha direção e, pela mesma janela, desapareciam rapidamente dando lugar a novos verdes, colinas, montes, morros e montanhas. Tudo era novo pra mim. A novidade não deixava os meus olhos dispersarem do trajeto. Quase no fim, cruzando Colatina vejo o imponente rio Doce que fora tão judiado nos últimos anos. A irresponsabilidade humana somada a falta de chuva na região fez eu presenciar um rio Doce seco, com uma coloração estranha e cheio de ilhotas de areia por todo seu curso. De imponente parecia impotente. A viagem prosseguia e depois de mais algumas dezenas de minutos estava eu, finalmente, em Pancas. Peguei um ônibus circular até o distrito de Palmital e caminhei uns vinte minutos até chegar o sítio Cantinho do Céu. Foto 1 - Primeira foto em Pancas Foto 2 - Caminho para o Cantinho do Céu O sítio Cantinho do Céu tem como dono o Fabinho e sua família. O sítio é muito grande e fica na base da pedra do camelo, dentro de um vale lindíssimo. A estrutura do camping é ótima tendo diversos banheiros, área para cozinhar, churrasco, fogueira e uma extensa área de camping. O Fabinho está construindo alguns Chalés para poder acomodar todo o tipo de público, as obras estão em fase inicial. O valor do camping é de trinta reais a diária com direito a café da manhã. No sítio é oferecido almoço e janta no valor de vinte reais por refeição. Todas as refeições são feitas por sua mãe que é uma gentileza de mulher. Caminhei bastante por todo o sítio. Só de se estar no Cantinho do Céu você tem paisagens suficientes para sorrir o tempo todo. Caminhar e se deixar perder pelo vale é ser surpreendido a todo momento, ora por um ângulo novo das gigantescas pedras ora por uma imensidão de flores de todas as cores. Tranquilidade e paz é o que se recebe a cada passo por aquelas terras. Foto 3 - Lar do lar Foto 4 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Foto 5 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Foto 6 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Foto 7 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Foto 8 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Foto 9 - Redondezas do sítio Cantinho do Céu Num dos dias fui fazer a trilha para o topo da pedra do camelo. O Fabinho também é guia, dos bons por sinal. Ele cobra o valor de dez reais por pessoa para um grupo de tamanho, razoavelmente, grande. Nessa trilha tive a companhia da Ju e do Rodrigues, dois cariocas. Na maioria das vezes dispenso guias, mas nesse caso não vale a pena, existem trechos difíceis, que dependendo da habilidade de cada um, é necessário utilizar equipamentos de rapel e escalada Além de ter mais segurança com a presença do Fabinho você será presenteado com sua camaradagem. O início da trilha é bem tranquilo. Caminha-se durante uns 30 minutos diante de uma vegetação agradável.até chegar ao pé da pedra. Já no começo da pedra tem uma parte em que caminha-se com o auxílio de corda, por causa da inclinação lateral. Depois é só subida. Ora com caminhadas com grandes subidas e ora com pequenas escaladas. Assim se vai pelo caminho. Subindo pela pedra do camelo. Primeiro se conquista a primeira corcova, na sequência a segunda corcova e por fim a cabeça daquele camelo gigantesco feito de pedra. Acredito que levamos umas duas horas pra subir. Ao chegar no topo acima do camelo, o esforço é compensado com uma das mais belas que você poderá presenciar nessa vida. Estando lá só resta sentir e agradecer. Ficamos uns quarenta minutos no topo. Depois descemos tranquilamente e no meio da descida ainda adentramos numa espécie de “janela” alojada em uma das corcovas do camelo. Depois seguimos mais lentamente até voltarmos ao sítio Cantinho do Céu, ponto de partida da trilha. Foto 10 - Trilha Pedra do Camelo Foto 11 - Trilha Pedra do Camelo Foto 12 - Trilha Pedra do Camelo Foto 13 - Trilha Pedra do Camelo Foto 14 - Trilha Pedra do Camelo Foto 15 - Trilha Pedra do Camelo Foto 16 - Trilha Pedra do Camelo Foto 17 - Trilha Pedra do Camelo Foto 18 - Trilha Pedra do Camelo Foto 19 - Trilha Pedra do Camelo Foto 20 - Trilha Pedra do Camelo Foto 21 - Trilha Pedra do Camelo Numa tarde, de moto o Fabinho me levou até a pista de voo. A pista fica uns 30 quilômetros longe do sítio, meio que impossibilitando ir caminhando. Ao estar na pista de voo se tem uma visão panorâmica do monumento dos Pontões Capixabas, lindo demais. Minha visão favorita de Pancas é essa. Pena que o dia estava nublado e não tive a melhor cena do lugar, mas nada que me tirasse a excitação de presenciar aquela beleza com meus próprios olhos. Acredito que voar de parapente ali deve ser das melhores experiências, pena que o pessoal não estava por lá nesse dia. Foto 22 - Vista Pista de Voo Foto 23 - Vista Pista de Voo Foto 24 - Vista Pista de Voo No meu penúltimo dia fui até a cidade de Pancas caminhando. A cidade fica uns 10 km do sítio. Todo percurso é belo. Primeiro avista-se a pedra do camelo e fica difícil de acreditar, por aquele ângulo, que dias atrás tinha conquistado o topo. A caminhada é tranquila. E cada novo passo, novos cenários, novas belezas. O ângulo de incidência da luz do sol nas pedras fazem elas mudarem de cor constantemente. Passei o dia caminhando e em tom de despedida olhava tudo atentamente. Naquela noite arrumei minhas coisas e decidi ir para Guarapari no próximo nascer do sol, e tomar o imaginado banho de mar. Foto 25 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 26 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 27 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 28 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 29 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 30 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas Foto 31 - Caminho Cantinho do Céu até a cidade de Pancas No dia seguinte, logo cedo, o Fabinho me deu uma carona até a rodoviária e fui embora rumo ao litoral. Meus eternos agradecimentos ao Fabinho e sua mãe pelo acolhimento, companheirismo, simplicidade e por fazer dos meus dias em Pancas os melhores possíveis. Muito Obrigado! Guarapari foi uma passada rápida de dois dias corridos. Fiquei próximo a praia do Morro. Tomei o banho de mar, o tempo não era dos melhores e a água estava gelada, mas nada que me desanimasse de entrar no mar. O que vale comentar desses dias é o Morro da Pescaria, fiz a trilha que leva até a praia do Ermitão e depois voltei margeando as praias da reserva. vale demais a pena aquele lugar. De resto, caminhei pela orla da praia do Morro. Foto 32 - Guarapari Foto 33 - Praia do Ermitão Foto 34 - Praia do Ermitão Foto 35 - Praia do Morro De volta a Vitória, conheci um pouco do centro histórico. Vi a mostra de cinema do Espírito Santo. Posteriormente, segui meu caminho para o Alto do Caparaó. A estrada era companhia novamente. Viajar pelas estradas do ES é garantia de boas paisagens. Entretanto, esta linha de ônibus tem como uma das paradas a cidade de Domingos Martins e dias antes um grupo de dança da cidade havia morrido num acidente rodoviário próximo a Guarapari, enfim, o ônibus estava cheio de parentes das pessoas falecidas nesse desastre. A tristeza pairava naquela viagem. Não consigo expressar em palavras a perplexidade daqueles momentos. Todos vinham conversar comigo achando que eu também havia perdido um ente querido, e assim, ficava sabendo histórias das pessoas que haviam partido, com isso a tristeza aumentava pois cada vez mais me tornava mais íntimo daquelas pessoas que eu não teria mais chance de conhecer. A garganta secava e palavras de conforto não saiam da minha boca. Depois de passar Domingos Martins e sua Pedra Azul o ônibus esvaziou. Dormi um pouco enquanto a placas indicavam a proximidade da fronteira com Minas Gerais. Finalmente, o ônibus estacionou em Manhuaçu e de lá já peguei outro ônibus para Alto do Caparaó. Parece clichê ficar falando das belezas do entorno do caminho, mas é lindo demais aquele pedaço de Minas até chegar, por fim, em Alto do Caparaó. Desci no ponto final do ônibus. Andei poucos metros até a pousada Serra Azul. Conversei com a Lani, gente boa demais, e consegui um quarto, com banheiro e café da manhã por cinquenta reais. Deixei minhas coisas no quarto e fui reconhecer a cidade e obter informações sobre a subida noturna que iria fazer até o Pico da Bandeira. Antes do início do dia já estava na cama pronto para dormir. Foto 36 - Vista de frente a pousada Serra Azul Acordei tarde. Desci para tomar o café da manhã e lá encontro diversos tipos de sucos e o melhor era o suco de couve com limão. O café colhido e moído no próprio cafezal da pousada é bom demais também. A região do Caparaó é famosa pela qualidade de seus cafés, sendo considerado os melhores do Brasil. Depois fui no mercado comprar comida para levar para o acampamento e para a subida. Refiz a mochila e logo depois do meio dia segui para o Parque Nacional do Caparaó. Para quem faz a subida ao Pico da Bandeira por Alto do Caparaó (a outra possibilidade é por Pedra Menina - ES) a trilha (só ida) tem cerca de 7,5 km, saindo do Terreirão. Por esse trajeto encontra-se duas áreas de campings: Terreirão e Tronqueira. Terreirão está no inicio da trilha e há um espaço grande para camping, além de dar acesso a trilha para o Vale Encantado e ficar do lado do mirante. No meio do trajeto encontra-se o camping da Tronqueira, que na atualidade é proibido acampar. Para acampar no parque é necessário entrar em contato e pedir permissão. Cheguei no Terreirão e logo montei a barraca. A ideia era sair umas 11 horas da noite rumo o pico da Bandeira. Aproveitei que era dia e fui conhecer o Vale Encantado e fiquei por lá um bom tempo. Na volta encontro com o Sairo, guia local que estava guiando um casal para o pico, ele já havia me dado todas as dicas possíveis para a subida anteriormente. Sairo é gente boa demais (vício de linguagem, mas não consigo me referir de outra forma). Ele ia fazer a subida noturna também e me disse para subir até a Tronqueira e ficar por lá numa casa de pedra junto com eles e assim, descansar mais durante a noite. Peguei meu saco de dormir coloquei na mochila e deixei minha barraca montada no Terreirão e comecei a caminhada rumo a Tronqueira. A trilha demorou umas duas horas, é relativamente tranquilo a orientação e a dificuldade é moderada. Cheguei na Tronqueira recepcionado por um trio de guaxinins. Vimos o pôr-do-sol do mirante, jantamos e logo nos esticamos no chão da casa de pedra, na tentativa de dormir para a subida que estava tão próxima. Foto 37 - Vale Encantado Foto 38 - Vale Encantado Foto 39 - Vale Encantado Foto 40 - Vale Encantado Foto 41 - Por-do-sol Tronqueira O barulho do roer dos ratos dá lugar ao som grosseiro do despertador. São 3 horas da manhã, embrulhado no chão vou retomando os movimentos do corpo. Sem os limites do saco de dormir retomo a liberdade. O frio aumenta. As luzes das lanternas cortam a escuridão. As mochilas levitam em direção de suas respectivas companhias. Tudo pronto, hora de sair do abrigo. No abrir da porta o vento frio anuncia-se. Cada partícula do corpo se agita em movimentos frenéticos na tentativa frustrada de aquecimento. À volta quase tudo é escuridão, exceto por uma linha de luz que segue na direção do meu nariz. O céu está limpo e infinitas estrelas pintam o céu. O pescoço começa a doer de tanto olhar para cima e a luz da lanterna se perde no brilho daquele céu tão povoado. Inspira. Expira. Nariz para a esquerda. Inspira. Expira. Nariz para a direita. Inspira. Expira. Nariz para a esquerda. Ufa!. O toco de madeira pintado de amarelo é iluminado. Caminho certo. Descanso. Muito frio. Inspira. Expira. Olha pro céu. Toco amarelo. Frio. Inspira. Expira... Enfim, o topo. O relógio marca 04:37. Acima de 2852 metros o frio intenso frustra qualquer sensação de alívio. De volta a proteção do sarcófago de pano. Somente os olhos estão nus e eles miram o céu, logo o sol chega e aquele céu cheio de estrelas se desfaz. São 05:10 e os primeiros raios de sol surgem no horizonte. Num ritmo frenético o sol vai avançando e eliminando a escuridão ao seu redor. O frio diminui. As nuvens vão se acumulando na medida que o sol vai subindo. Não há mais fôlego, mas não por cansaço e sim pela paisagem. Tira o fôlego aquela beleza de lugar. Foto 42 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 43 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 44 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 45 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 46 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 47 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 48 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 49 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira Foto 50 - Nascer-do-Sol no Pico da Bandeira O Pico da Bandeira é o terceiro maior pico do Brasil com seus 2852 metros de altitude, e diz a lenda que tem esse nome pois na época do império brasileiro D. Pedro II mandou colocar uma bandeira em seu topo, pois até então imaginava-se que o Pico da Bandeira era o ponto mais alto do Brasil. O ponto mais alto do Brasil é o pico da Neblina (2995 metros) que localiza-se próximo a fronteira da Venezuela na região amazônica conhecida como cabeça do cachorro (por causa da sua forma no mapa) perto da cidade de São Gabriel da Cachoeira. A fronteira entre Brasil e Venezuela também abriga mais dois dos dez pontos mais altos do Brasil, o Pico 31 de Março (2974 metros) e o Monte Roraima (2739 metros), segundo e sétimo respectivamente. Já o Caparaó abriga também o Pico do Cristal (2769 metros) sexto mais alto do Brasil. Sairo e o casal logo se vão. Em contrapartida uma família que subiu pelo Espírito Santo havia chegado, porém vinte minutos depois vão embora. Estou sozinho no topo. Mentira está eu, o sol, o vento forte e aquele mar de nuvens. E assim ficamos eu, o sol e o mar de nuvens por mais de quatro horas, pois o vento já não tinha mais força. Perto das 09h30 dou inicio a descida. Foto 51 - Descendo Volto lentamente. Aproveito tirar um cochilo na Tronqueira, até ser acordado por um guaxinim querendo roubar minha maçã. Continuo a descida. Sigo bem devagar. Chego no Terreirão e conheço um casal que está de passagem pela cidade e estavam atrás do mirante. Começo a desfazer o acampamento e vejo que existe outra barraca. Os donos eram outro casal, e por coincidência o Rafael é da mesma cidade que eu (Rio Claro-SP), eles iriam subir o pico naquela madrugada. Conversei um pouco com eles e segui rumo a cidade, uns 10 km me separavam de Alto Caparaó. No meio do caminho o primeiro casal estava voltando e me ofereceu carona. Aceitei. Eles tinham boas histórias, afinal eles cuidam de uma pousada de aventura em Socorro. Chegamos em Alto Caparaó. Agradeci a carona e segui para o primeiro bar aberto para tomar a tão desejada cerveja pós subida. Enfim, o troféu. Foto 52 - Mirante No dia da partida, segui para os recantos do café. Acordei bem cedo e fiquei toda a manhã caminhando entre cafezais. Olhava tudo com atenção. Na hora do almoço refiz minha mochila, me despedi da Lani e de um pessoal que havia conhecido na pousada e segui para Manhumirim. Ainda tinha que voltar pra São Paulo e depois para Rio Claro. Foto 53 - Redondezas Alto Caparaó Foto 54 - Redondezas Alto Caparaó Foto 55 - Redondezas Alto Caparaó Foto 56 - Redondezas Alto Caparaó Foto 57 - Redondezas Alto Caparaó Nesses poucos dias de mochilão tive a oportunidade de conhecer dois lugares fantásticos: Pancas e Alto do Caparaó. Lugares esses que já são dos meus favoritos. Recordar esses dias me faz reviver as felicidades daqueles onze dias de longas caminhadas. Vou encerrar esse relato com um trecho de um dos meus livros favoritos que traduz bem melhor o que eu senti nesses dias que relatei. "Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara." O livro dos abraços, Eduardo Galeano Nos vemos pela estrada. Beijos na alma. Diego Minatel
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