Ir para conteúdo

Pesquisar na Comunidade

Mostrando resultados para as tags ''serra do cipó''.

  • Pesquisar por Tags

    Digite tags separadas por vírgulas
  • Pesquisar por Autor

Tipo de Conteúdo


Fóruns

  • Faça perguntas
    • Perguntas Rápidas
    • Perguntas e Respostas & Roteiros
  • Envie e leia Relatos de Viagem
    • Relatos de Viagem
  • Compartilhe dicas de Roteiros Gastronômicos
    • Roteiros gastronômicos
  • Encontre Companhia para Viajar
    • Companhia para Viajar
  • Encontre companhia, faça perguntas e relate experiências em Trilhas
    • Trilhas
  • Tire dúvidas e avalie Equipamentos
    • Equipamentos
  • Outros Fóruns
    • Demais Fóruns
    • Saúde do Viajante
    • Notícias e Eventos
  • Serviços com Desconto
    • Seguro Viagem
    • Reservar Hospedagem
    • Cupom de Desconto

Encontrar resultados em...

Encontrar resultados que contenham...


Data de Criação

  • Início

    FIM


Data de Atualização

  • Início

    FIM


Filtrar pelo número de...

Data de Registro

  • Início

    FIM


Grupo


Sobre mim


Ocupação


Próximo Destino

Encontrado 9 registros

  1. Neste último fim de semana (25 e 26 de março de 2023) acampei na Lapinha da Serra, Serra do Cipó, Minas Gerais. Saí de Belo Horizonte no sábado de manhã e cheguei de volta pra capital na noite do domingo. Gostaria de compartilhar com vocês minha breve experiência. SÁBADO Da rodoviária de BH, peguei um ônibus da viação Saritur com destino à Santana do Riacho (R$54,57 no guichê). Se você quiser viajar de ônibus pra Lapinha, obrigatoriamente vai passar por esse transporte. Ele sai diariamente de BH às 7h30 e às 15h15 e chega em Santana após 3h de trajeto aproximadamente (com uma parada de 10min no meio do caminho). Em Santana, são três as opções pra seguir pra Lapinha: 1) pegar um Uber/táxi, 2) pegar um ônibus intermunicipal (cujos horários são péssimos) ou 3) pedir carona na estrada. Esta última opção foi a que escolhi. E, para minha surpresa, rolou legal: fiquei 10min na estrada com o dedo levantado antes que alguém parasse por mim. De Santana à Lapinha são 12,8km de distância por uma estrada de terra com alguns trechos asfaltados. Em menos de meia hora já estávamos no vilarejo. O senhor que me ofereceu carona fez o favor de me levar até a porta do camping (valeuzão, Evandro)! Decidi ficar no camping Bromélias (R$25 na baixa temporada) depois de ter conversado com o Bruno (proprietário) pelo Whatsapp e perceber como são acolhedores. No mais, a área para as barracas é super extensa, na cozinha é possível encontrar vários utensílios para preparar um ranguinho e os banheiros são limpos e abastecidos. Depois de ter montado a barraca, feito o check-in, preparado e comido uma parte do meu almoço de sanduíches e frutas, parti para a exploração. Neste primeiro dia decidi seguir para a Cachoeira do Lajeado. Tinha visto que ficava a 15km ida e volta do povoado e sua entrada era gratuita (uma das poucas da região). Para chegar nela é suave. A trilha é bem marcada e vai bordeando a Lagoa ao longo de algumas porteiras e uns três ou quatro riachos de água que descem da serra. O Arnaldo da Lapinha (que trabalha como cobrador da entrada do pico da Lapinha/cachoeira do Rapel) me disse que era possível beber água de qualquer um desses riachos, de modo que enchi minha garrafinha no segundo dele. O trecho final da trilha é um pouco confuso (sobretudo para quem tá ansioso pra nadar). Passada a última porteira, um riozinho com pedras surge no caminho. Visualizando pelo Google Maps, jurava que a cachoeira estaria perto, em alguma queda deste pequeno rio. Porém, para chegar a ela é preciso andar por uns 10min mais. Foi ótimo, finalmente, ter escolhido o Lajeado como primeiro rolê. Eu fiquei imaginando durante algum tempo o que sentiria ao vê-lo ao vivo, uma vez que já tinha visto algumas imagens dele na internet. Imaginei que ficaria deslumbrado e, de fato, quando fui me aproximando, foi o que aconteceu. No momento da minha chegada, havia umas 10 pessoas em volta do poço, ora deitadas cochilando ora sentadas trocando ideia. Fiquei admirando por algum tempo o paredão de 50m por onde a água desce antes de me lançar no poço escuro. Passei um bom tempo nadando ali, de uma margem à outra, feliz da vida. Em seguida, me reaproximei da minha mochila, tirei algumas fotos, e então tratei de deitar para tomar um solzinho na barriga. Por volta das 16h30 mais ou menos, como o sol vinha descendo e a galera já não restava mais ninguém na cachoeira, decidi puxar o carro. Quando tava me arrumando pra sair, surgiu um último banhista. Nos cumprimentamos e ele me disse que tinha vindo correndo. Respeitei. Estava, pela expressão, tão deslumbrado quanto eu quando cheguei. Nos despedimos e comecei a volta pra Lapinha, tirando fotos durante todo o trajeto, muitas fotos. Já perto da Lagoa, pude ver o sol se escondendo atrás da montanha e formando um jogo bonito de faixas vermelhas, laranjas e amarelas no céu. Fiquei feliz de estar ao ar livre para contemplar essa cena do começo ao fim. Antes de voltar pro camping, passei numa mercearia comprar uma breja pra beber na praça da capela, enquanto a molecada jogava bola no escuro e os mais pequenos andavam de bicicleta. Voltei para o camping às 20h, botei o celular pra carregar, preparei novos lanches, comi, e fiz uma leitura até pegar no sono. Descobri, nesta noite, que venta demais na Lapinha. DOMINGO Despertei às 6h para subir o Pico da Lapinha, o principal destino que tinha em mente. Tomei o café da manhã, organizei minhas coisas, e fui. No dia anterior, tinha combinado com o Arnaldo de pagar pelo acesso à trilha por pix (R$25), visto que ele só começaria a trampar na entrada às 7h. O caminho pro Pico conta com 9km de extensão ida e volta com várias placas de indicação. Logo no começo, há uma bifurcação da trilha. Se pegamos à esquerda, acabamos na Cachoeira do Poço da Pedra e na Cachoeira do Rapel, e se seguimos pra direita rumamos para o Pico. Apesar da distância ser menor do que a da Cachoeira do Lajeado, o grau de dificuldade desta trilha é um pouco mais acentuado, sobretudo na ida onde existem umas subidas mais fortes. Eu estava me sentindo animado de ter saído cedo pra caminhada. Considerei que era um bom horário pra andar: o vilarejo adormecido, o sol escondido por trás da montanha e o vento lateral soprando sem dar trégua (quase levou meu boné em certo momento). E parecia que a natureza, a essa hora, igualmente estava animada: vi vários pássaros voando, grilos cantando, insetos bizarros e, logo ao pé da montanha, uma pequena cobra que cruzou o meu passo. Isso foi doido. Se eu não tivesse parado, talvez eu tivesse pisado nela. Parecia uma coral (ou falsa coral, não sei). Tinha uns 50cm de cumprimento, uma bebezinha. Fiquei tentando ver por onde ela tinha ido, mas ela entrou no mato e desapareceu. Na última parte do caminho, há uma pequena casa onde é possível encontrar água e banheiro. Fiz uma pequena parada ali para me refrescar e passar protetor. Depois, não mais do que 1km, já estava finalmente pisando no Pico da Lapinha, de onde se pode ver todo o povoado, parte da Lagoa, e alguns outros picos que conformam a Serra do Espinhaço. É uma visão deslumbrante para qualquer lugar que você olhe, e sinto que foi o melhor rolê que pude escolher para quem só tinha dois dias na Lapinha. Ali em cima comi um pouquinho, acendi um cigarro, tirei algumas fotos, caminhei de um lado a outro e, por fim, comecei a percorrer o regresso, muito mais rápido (e incômodo, pelo sol) do que a subida. Antes de entrar no vilarejo, decidi conhecer a Cachoeira do Rapel e o Cachoeira Poço da Pedra. Para ter acesso a essas cachoeiras é preciso desembolsar R$20. O Poço da Pedra é legalzinho, tem realmente um poço (pequeno) e algumas pedras boas para deitar. Fiquei pouco tempo ali. Já a Cachoeira do Rapel é mais interessante. O poço dela é bem mais amplo, e é possível nadar ali enquanto algumas pessoas, de fato, descem por pelo paredão da cachoeira de rapel. Passei muito tempo ali nadando, tomando sol e vendo a galera curtindo a onda do rapel. Por ser bem próxima do vilarejo, havia muita circulação de gente, muita família. Entre essas duas e a Cachoeira do Lajeado, fico com a do Lajeado: mais misteriosa, privada e bonita. Já era a hora do almoço quando voltei pro Camping Bromélias. Preparei e comi mais sanduíches, botei o celular para carregar e fui tirar um cochilinho antes de voltar para a cidade. Sabia que o busão para BH iria sair de Santana do Riacho às 17h. Achei prudente estar na estrada para pedir a carona lá pelas 15h30. Cheguei às 16h e fiquei com o dedo levantado embaixo duma sombra. Dessa vez, não foi tão fácil. Ou me diziam que o carro estava lotado ou simplesmente me ignoravam. Quando estava a ponto de desistir (já estava dando o horário), uma família de quatro pessoas parou por mim. Meus salvadores. Cruzamos toda a estrada até Santana trocando uma boa ideia e desci no ponto de saída do busão 5min antes dele chegar. Ainda deu tempo de comprar uma pipoquinha e um sorvete. Para a volta, a passagem custou mais barato: R$49. Vim cochilendo durante toda a viagem. Espero voltar em breve para explorar mais a região e fazer a travessia para a Cachoeira do Tabuleiro. Se alguém animar para um futuro próximo, dá um toque. Tessálio 🙃
  2. Travessia Alto Palácio x Serra dos Alves (3 Dias, 45 km) 22 a 24 Fevereiro 2019 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL APA MORRO DA PEDREIRA PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CIPÓ A travessia tem seu ponto de partida (ou de chegada, dependendo do sentido escolhido para caminhar) junto à Sede do Alto Palácio, no município de Morro do Pilar-Minas Gerais (Lat 19º15’34” S; Long 43º31’52” O). Integrantes *Pedrão do Brasil *Luciano *Mauro *Leila *Daniela *Dianna *Álisson *Vanessa *Talles *Fernando *Camila *Rafael *David *Ana Saída de Vitoria no dia 21 de Fevereiro de 2019. Chega em Belo Horizonte as 15:00 hs. Ida para o Lá em Casa Hostel no Bairro Santa Tereza. Dia 22 inicio da trip. 1º dia Saímos de Belo Horizonte as 05:00 hs numa Van e chegamos em Alto Palácio as 08:00 hs. e fomos direto para o portal de Alto Palácio. Fizemos Chek-in e partimos para iniciar logo a trilha pois não sabíamos o que nos aguardava. Logo atingimos os campos de altitude da trilha. Logo atingimos umas Pedras onde tem umas Pinturas Rupestres Passamos na Cachoeira do Espelho, Travessão, e a partir dai uma subida tensa e frenética, logo a frente uma descida longa e atingimos a Casa de tábua, nosso primeiro Camping, que por sinal foi muito bom Inicio 08:30 hs Término 18:00 hs 18 km. Os Campos Rupestres Grande parte da trilha passa pelos campos rupestres, que são uma das fitofisionomias mais significativas do Parque, correspondendo a 84% do seu território (Mata Atlântica 8%; Cerrado 8%). Sua diversidade é conhecida em todo o mundo, com mais de 1500 espécies de plantas descritas. A necessidade de se assegurar tamanha riqueza foi um dos motivos que levaram à criação do Parque Nacional da Serra do Cipó. Além da riqueza da fauna e da flora existentes nos Campos Rupestres, as formações rochosas e seus arranjos na paisagem são um espetáculo à parte. As rochas, em grande parte formadas por uma matriz de Quartzito. O trecho entre os abrigos (cerca de 12 Km) é o de maior dificuldade do roteiro. Também é o trecho que passa pelas maiores altitudes de toda trilha, cerca de 1660 metros. Dia 23 2º dia. Saída da Casa de tábua as 08:30 hs Percorremos uma subida interminável e atingimos de novo os pampas das Minas Gerais, onde se tem uma visão do Infinito maravilhosa. Inicia-se uma descida a qual se atinge uma baixada exuberante. Cagada a Casa de Currais, local que mais parece um Resort em meio aos pampas e florestas no serrado da serra do cipó Inicio 08:30 Termino as 16:00. 13 km Dia 24 3º dia Saída do Acampamento (Resort) Casa de Currais e encara-se uma subida boa e logo de novo atinge os pampas do serrado. Em seguida inicia se uma descida e logo se avista a Serra dos Alves Descendo mais ainda chega-se no mirante do Vale da Serra dos Alves. Logo se chega em meio a uma construção que foi abandonada após criação do Parque. Logos abaixo segue por uma Trilha a Direita e chega na Cachoeira da Luci, que por sinal é muito bonita. Nos banhamos e partimos para a Cachoeira dos Cristais, para mim a mais bonita de toda Trilha. Nos banhamos e partimos para a tão chegada ao Povoado da Serra dos Alves. A descida é bem Ingreme e logo abaixo da para se ver a Antiga Pousada da Luci. Continuamos descendo agora em uma estrada de terra batida até atingir o rio e Transpor a Ponte Móvel, onde algumas pessoas arregraram e forma por dentro do rio com medo. Kkkkk. Cânion Boca da Serra onde fica inserido as cachoeiras do final da trilha Inicio 09:00 hs Termino as 16:30 hs. 14 km “As travessias são uma das mais claras vocações do Parque Nacional da Serra do Cipó, já praticadas muito antes da criação do Parque, sendo, na realidade, uma das práticas que levou à sua criação. “ FAÇA A SUA RESERVA Procedimentos para solicitar a reserva e obter a autorização para a travessia IMPORTANTE: as vagas para a Travessia são limitadas a 30 pessoas por roteiro por dia. 1-Entre em contato com o Parque Parque Nacional da Serra do Cipó Rodovia MG 010, Km 97, Distrito da Serra do Cipó Santana do Riacho-Minas Gerais CEP 35847-000 parna.serradocipo@icmbio.gov.br 20190224_140147.mp4 20190224_121626.mp4
  3. Olá a todos! Segunda quinzena de agosto vou me aventurar pela Serra do Cipó com uma amiga e ainda estamos montando roteiro. Ela nunca fez travessia mas nos últimos anos tem feito trilhas. Minha primeira travessia foi Sete Quedas, na chapada dos veadeiros, ano passado (23 km em dois dias). A ideia é irmos sem guia. Minhas pesquisas apontam muitas possibilidades de travessia no parque nacional Serra do Cipó, sendo o Alto Palácio - Serra dos Alves uma rota com guia oficial do parque. Também reparei que essa travessia, como muitas outras, não tem lugares deliciosos pra nadar, tipo cachoeira. Alguém indica uma rota de travessia na serra do cipó com lugar delicioso pra banho, ou com cachoeira deliciosa? As travessias que tenho visto costumam ter córregos ou rios pra abastecimento de água nos pontos de acampamento, não sei se isso já basta rs. Acho que reparei isso (da falta de lugar pra nadar) sobretudo após ler este guia https://gooutside.com.br/travessia-lapinha-tabuleiro/ (e também o oficial de Alto Palácio - Serra dos Alves, claro https://www.icmbio.gov.br/parnaserradocipo/images/stories/guia_do_visitante/Guia Travessia Alto Palacio Serra dos Alves.pdf ) Muito obrigado.
  4. Olá! Alguém que já tenha feito a Travessia da Serra do Cipó em julho sabe se faz muito frio? Eu olhei no site do climatempo e diz que a temperatura mínima média em julho é de 14°, é isso mesmo? Um colega meu vai fazer a travessia comigo e ele já tem um saco de dormir Nautika Liberty (10°C conforto, 4°C extremo), vocês acham que vai dar conta ou eu deveria sugerir que ele invista em um equipamento melhor? https://www.climatempo.com.br/climatologia/3122/serradocipo-mg
  5. Esse relato é dividido em duas partes: A primeira foram mais de 900 kms (da página 1 até a 6), trechos de picos, travessias e alguns trechos no entorno de cidades; A segunda parte, mais de 300kms, só teve uma travessia e muitos picos, começa na página n° 7. Vários amigos e familiares nos indagavam sobre nossas travessias, segundo eles, tudo era muito repetitivo(as fotos eram parecidas, repetimos várias vezes os mesmos caminhos, até pela falta de outros. Até tem, mas caminho particular, não faremos mais). De certa forma eles têm razão, visto que a visão do picos e montanhas não tem comparação com fotos de estradas e, tem um detalhe mais importante: as principais atrações das cidades(tirando algumas) não estão dentro delas, mas nos arredores (cachoeiras, picos, morros. ..). Nesses 2 meses, caminhamos mais de 900 quilômetros é quase 10.000 kms de carro. Conhecemos pessoas maravilhosas por onde passamos, experimentamos emoções que nunca tivemos, comidas deliciosas, não tivemos nenhum problema mais sério, tudo muito tranquilo. O BRASIL É SIMPLESMENTE SENSACIONAL! E mais bonito visto de cima. Diante disso e, até para comemorar meus 60 anos de vida (ingressei na melhor idade), neste verão resolvemos fazer algo um pouco diferente : fomos conhecer e rever alguns parques nacionais /estaduais /municipais e privados, subir alguns picos/montanhas e alguns circuitos desses locais, região de cachoeiras, e Brumadinho(Inhotim), poderíamos estar no dia do rompimento da barragem, para nossa sorte desistimos em cima da hora. LOCAIS VISITADOS: Extrema - Mg (subida as base dos pico do lopo e do lobo) Munhoz - Mg(subida ao pico da antenas, caminhos) São Bento do Sapucaí - Sp(pedra do baú e roteiro) Marmelopolis -Mg(subida ao morro do careca, mirantes, pedra montada, roteiros e subida ao pico Marinzinho) Aiuruoca - Mg(subida ao pico do papagaio, matutu, cachoeiras) Visconde de Mauá-Rj - (subida a Pedra Selada) PN Ibitipoca - Mg (Janela do céu, pico, circuito das águas e grutas) São Tomé das Letras - Mg (cachoeiras e roteiros) Carrancas - Mg(cachoeiras e circuito serra de carrancas) Ouro Preto - Mg (centro histórico e subida ao pico do Itacolomi) Mariana-Mg: Bento Rodrigues, local destruído por outro rompimento de barragem da Vale. Serra do Cipó - Mg(todos circuitos dentro do parque e travessão) Conceição do Mato Dentro - Mg: cachoeira do Tabuleiro (base e mirante) Lapinha da Serra - Mg(subida aos picos da Lapinha e Breu, cachoeira Bicame e Lajeado, parte travessia Lapinha x Tabuleiro) Brumadinho - Mg(Inhotim) PN de Itatiaia - parte alta - Mg(base do pico das agulhas Negras e prateleiras, cachoeira Aiuruoca, circuito 5 lagos, subida ao pico do couto) Piquete - Sp(subida ao pico dos Marins) Infelizmente, por excesso de chuvas, não fizemos os picos do Itaguaré e da Mina( motivação da viagem). Entrou uma frente fria na semana que antecedeu o carnaval, tivemos que abortar por questão de segurança, pois não utilizamos guias e fazemos somente Bate/volta - fica para a próxima. As surpresas da viagem: Inhotim, Lapinha da Serra e Serra do Cipó. Pois não conhecia nenhuma delas. Algumas fotos Subida ao pico dos Marins - SP Pico do Itacolomi - Ouro Preto - Mg Cachoeira Bigame - Lapinha da Serra-Mg Subida para pico do Breu e Lapinha - Lapinha da Serra-Mg Vista desde o pico da Lapinha Cachoeira do espelho - travessão - Serra do Cipó -Mg A incrível JANELA DO CÉU flora exuberante Cachoeira do Tabuleiro - Mg Pico da Bandeira - ES Pedra do Altar - Mg
  6. Sempre que viajo posto histórias no Instagram, caso alguém queira acompanhar: rsartorelli Já tinha um tempo que queria conhecer a região, e finalmente arrumei tempo... Tinha conversado com amigos que já foram e fui bolando as ideias, de certeza a única era que eu queria ir na cachoeira do tabuleiro, terceira maior do Brasil, que é "perto". Terceira viagem sozinho, bolei minha mochila, saco de dormir, isolante, comida e tralhas e fui de ônibus, dia 25 segunda de natal, peguei um ônibus da viação Serro saindo de Belo Horizonte perto de 13h. Primeiro dia: O ônibus parou quase em frente ao camping umas 15:30h, e desceram duas meninas no mesmo ponto que iam ficar em uma pousada perto do meu camping, fomos conversando e animamos arrumar as coisas e procurar uma cachoeira mais tarde no dia. Cheguei no camping Grande Pedreira (20,00 reais/dia), só tinha um casal lá, solzão tenso, montei a barraca suando pra caramba, quando terminei dou de cara com o campista me oferecendo um latão de Brahma gelada e uma tábua com carne que ele tava fazendo churrasco, cara, que início, sentei com eles e trocamos ideia, eles são de Aiuruoca que foi minha primeira viagem, prosa bateu bastante, eles trabalham em uma oficina e resolveram pegar a moto e ir pra estrada... Encontrei as meninas na porta do camping, e fomos na cachoeira que fica quase em frente, Cachoeira Véu da Noiva, 11 reais pra ficar por uma hora e 30 reais pra passar o dia, complicado... Pagamos a hora e entramos 17h, cachoeira bonita mas com fácil acesso ela fica meio farofada, então achei mais ou menos... Saindo bateu um chuvão do nada por uns 20minutos, ja preocupei com a barraca. Chegando no camping o estrago foi pequeno, só o saco de dormiu molhou um pouco. Arrumei meu fogareiro fiz meu miojo e fui dormir. Segundo dia: Combinei com as meninas de ir ver o sol nascer na parte alta do véu da noiva, trilha dos escravos... Acordei 5 da manhã, tomei meu café e comecei a arrumar, só que o tempo não tava ajudando, então falei que não ia rolar... Acabei ficando deitado na rede e umas 6h o tempo melhorou, então fui sozinho fazer a trilha, bem tranquila e legalzinha. Voltei umas 7:30, e iríamos pegar o ônibus 8:30 pra ir até o parque, na cachoeira da farofa. Paramos o mais perto na estrada, e fomos andando até a entrada, uns 2km. Chegamos na portaria 9:30, falaram que podia fazer a trilha de bike ou a cavalo, 40,00 reais pra alugar a bike, mas animamos ir a pé mesmo, Cachoeira da Farofa são 6km da entrada, e o Canyon das Bandeirinhas 11km, osso. Acho que éramos os únicos a pé. Foi tenso, tudo plano, mas mesmo assim bem cansativo, chegamos na farofa meio cansados já, cachoeira bonita demaaaaaaaais, fizemos uma horinha e saímos pro canyon, chegamos lá eram umas 3:30h, coincidência topamos com uns dinamarqueses que pegaram o mesmo busão nosso, trocamos ideia e eles seguiram rumo, de bike. Canyon bonito pra caramba, mas não chegamos até o final porque tinha que nadar e já estávamos cansados e pensando na volta... Chegamos mortos na portaria eram 18h, conseguimos uma carona com um cara do parque 19h. Esse rolê com certeza rola fazer de Bike, economiza muito tempo e aproveita bem mais. Conversamos e uma amiga das meninas chegaria no outro dia, e então elas animaram ir na cachoeira do tabuleiro comigo no próximo dia. Saindo 5:30h da manhã. Cachoeira da Farofa Canyon das Bandeirinhas Terceiro dia: Acordei 4:30h, tomei café arrumei e mandei mensagem... Nada delas... Deu 6h eu fui sozinho pra estrada pegar carona pra tentar chegar lá, meia hora de dedão consegui uma pra Conceição do mato dentro, cheguei umas 7:30h na rodoviária. Sabia que tinha ônibus pro distrito de Tabuleiro(onde fica o parque do Tabuleiro) as 15:00h, e demora por volta de 1:30h de viagem... O que nao daria certo pra mim porque ainda tinha que voltar pra Serra do cipó. Perguntei os taxistas e cobrariam 80,00 reais pela viagem, não rolava. Consegui um número de moto táxi, chorei o preço e ele fez por 40,00 reais até a entrada do parque, top demais. O cara foi falando e resmungando algo a viagem inteira e eu não ouvia nada, só sorria acenava e fala "é foda mesmo". Cheguei e tinha a trilha parte alta e baixa, que a moça disse que não rola fazer no mesmo dia. Parte baixa 2,5km, parte alta 6km. Objetivo era a parte baixa então fui, metade do caminho trilha e metade seguir o rio pelas pedras, pra mim é bom demais porque acho mais "divertido" andar nas pedras. Cheguei nela e já apaixonei de cara, uma baita cachoeira, 273m, terceira maior do Brasil, um piscinão com uma pedra no meio que da pra ficar de boa, e lugar pra ficar quase em baixo da queda, demais. Acho que nunca vou ver uma igual, a cachoeira fica num vale bonito demais, cercada de paredões, e como a água dispersa bastante na sua longa queda, quando bate um vento ela muda o curso e acaba "dançando" para os lados, parece mágico, as gotas de água começam a circular o vale, formando umas nuvens de água que as vezes dá até pra ver umas imagens... Cara, que cachoeira, me seguro pra não usar palavrões pra descrever com exatidão meu sentimento. Fiquei um bom tempo lá e já pensei em voltar porque ainda tinha que voltar pro meu camping e não tinha como voltar. Voltei e fiquei na entrada do parque, esperando alguém pra pedir carona. Primeiro rapaz que tava saindo, com a namorada, pedi carona e me ajudaram, me deixaram de novo na rodoviária de Conceição do Mato dentro, aí já estava quase em casa. Pedi carona por um tempo até o horário do ônibus mas não consegui, então peguei o ônibus de 16h. Cheguei no camping quase 18h, então foi um dia foda, curti bastante. Fiquei conversando com o Roberto, que toma conta do camping, me ofereceu cerveja e ficamos lá prozeando até mais tarde, e pedimos um lanche pra dar uma variada. Quarto dia: Último dia e tinha mais uma entrada do parque pra ir, acordei 6h, a distância total(ida e volta) do camping até a Cachoeira do Tombadouro(última cachoeira da trilha) eram 26km, metade fora do parque, então era bom ir preparado. Tomei café e saí 7h, fui andando e pedindo carona, bem cedo consegui uma que me cortou uns 3km, e daí fui andando até o parque, cheguei exatamente 8h, o primeiro a entrar no parque. E fui, primeira cachoeira bem bonita, Cachoeira das Andorinhas, grande parte andando nas pedras, duas quedas, dei uma nadada e fui pra próxima, cachoeira do gavião, bonita pra caramba, bem tranquila, que é possível escalar bastante até seu topo que encontra uma outra queda do outro lado, mas acabei fazendo só ate a metade, que minhas coisas tinham ficado tudo lá em baixo... Dei uma aproveitada e fui pra cachoeira do Tombador, cara essas trilhas são lindas, dão tudo uma visão do vale inteiro, você nem lembra que tá andando e nem das dores e bolhas no pé. Cheguei nela, absurda, muito massa, duas piscinas uma em cima da outra, duas quedas, fiquei lá por um bom tempo, todas eu sempre tava sozinho, mas nessa chegou um casal uma hora depois de mim, bom demais que me ajudou a tirar uma foto. Fiquei até 13h, que ainda tinha que desmontar minha barraca e ir embora. Muito mal pensado, trilha longa na volta e o sol TRINCANDO, foi sofrido mas foi, cheguei na entrada um pouco antes de 15:30h, consegui logo uma carona na saída e me deixaram no mesmo lugar do cara que me deixou na ida. Ainda longe do camping pedi carona por uns 20min e consegui. Achei que já tava perto do camping e pedi pra ele me deixar, que eu iria comer algo. Comi um PF 18 reais e um suco de incríveis 6 reais. Terminei e percebi que tava ainda um pouco longe, e tava muito cansado, então fui andando devagar e pedindo carona, consegui outra e me deixou na porta do meu camping. Cachoeira das Andorinhas Cachoeira do GaviãoCachoeira do TombadouroCachoeira do Tombadouro Tomei banho, arrumei as coisas, despedi dos amigos do camping e fui na estrada pra ir embora. O ônibus só passava as 19:25h, e ainda eram 18h, então pedi carona denovo... Deu meia hora e consegui uma, que iriam para venda nova mas podiam me deixar dentro de BH, bom demais! Parei perto da UFMG e peguei um busão para perto da rodoviária. Cheguei por volta de 20h, fui no guichê e unha ônibus as 20:15h pra Itaúna. Bom demaaaais fechando o rolê. Gastos: Ônibus ida: 33,00$ Camping Grande pedreira: 20,00$ diária, total 60,00$ Cachoeira véu da noiva: 11,00$/hora , 30,00$/dia Comida (4xCupNoodles, 2xBolacha, 4x pacotes barra de cereal, Pao de forma, leite em pó): ~~60,00$ Entrada parque tabuleiro: 10,00$ Ônibus porta do camping -> algum lugar mais pra frente na estrada: 3,00$ MotoTaxi Conceição do Mato dentro -> Portaria tabuleiro: 40,00$ Ônibus volta Conceição Mato dentro -> Serra do Cipó: 22,00$ Lanche camping: 18,00$ Almoço PF+Suco: 24,00$ Ônibus UFMG -> Rodoviária: 4,05$ Ônibus BH -> Itaúna: ~~ 25,00$
  7. Depois da passagem por Capitólio (leia AQUI o relato), tínhamos em torno de 400 km ate Serra do Cipó, que levou praticamente 07 horas para serem percorridas por causa de obras na pista, o Parque Nacional Serra do Cipó é totalmente GRATUITO, ótima noticia para quem quer esta com o dinheiro curto, no parque você tem a possibilidade de realizar trekkings para cachoeiras e cânions, podendo fazer a pé, ou alugar uma bike na entrada do parque. O bom do lugar que ele é quase totalmente plano, não há subidas íngremes, facilitando a caminhada, foi nessa que eu consegui bater meu recorde em um dia e fazer 30 km, começando a andar as 10 horas da manhã e só indo terminar as 18 horas. Foi bem desgastante! Infelizmente fiquei apenas 01 dia, mas deu para aproveitar o melhor do parque, espero que vocês gostem do relato. - Hospedagem Na Serra do Cipó não tem muitas opções baratas para se hospedar, não tem como fugir muito do Camping Grande Pedreira, o valor esta 20 reais por cabeça e a área de camping é enorme, tem vestiários para banho, porém não tem cozinha, único fator negativo, e esta a menos de 05 km do centro da cidade, foi uma boa opção para quem ia passar 2 noites e 1 dia. - Transporte Infelizmente no Brasil o turismo não tem o investimento e a estrutura que merecem, geralmente se você não tiver um carro, você não conseguira chegar a lugar nenhum, só se estiver viajando de bike ou carona, pois se depender de transporte público dificilmente chegara nos lugares turísticos, ou então vai ter que depender de agências de viagem que vão cobrar o olho da cara. O que posso recomendar é ter um carro, ou alugar um, pegar o mapa da cidade com os pontos de seu interesse e dirigir ate ele. - Alimentação Como passaríamos o dia todo fazendo trilha, nosso café da manhã e almoço foram lanches que preparamos, no centro da cidade tem vários mercados que da para comprar de tudo, a noite um lugar mais em conta é no Alcinos, lá tem prato que da para 2 pessoas por 20 reais, litrão de cerveja a 10 reais e tem wi-fi no local para quem precisar, vale a pena. - Segurança Serra do Cipó me pareceu ser super tranquila, com o jeito de cidade do interior, tranquilo e mais seguro, comparado com a minha cidade, logicamente, que nem preciso falar que é bem perigosa. - Passeios Parque Nacional Serra do Cipó: O Parque é totalmente gratuito e na portaria eles fornecem um mapa simples e te ajudam com dicas para você aproveitar o melhor do parque, como tínhamos apenas um dia para aproveitar , acabamos resolvendo fazer o maior trekking do parque. Não se esqueça de levar água, comida e tudo o que for necessário. Cânion das Bandeirinhas: São 12 km para ir e mais 12 km para voltar, o trekking é plano em 95% do trajeto e é necessário atravessar um rio a pé, a água chega ao máximo na cintura, no meio dessa trilha tem uma entrada para a Cachoeira da Formiga, são 2,5km para ir e 2,5km para voltar, e vale muito a pena, mas se prepare se você for andando, serão quase 30 km de trekking, tudo bem que é plano, mas mesmo assim são 30 km hehehe, começamos a andar as 10h da manhã e só fomos terminar as 18 horas. Existe a possibilidade de alugar uma bicicleta (50 reais) e fazer o trajeto todo assim, acaba sendo um pouco mais fácil do que andar, mas mesmo assim cansativo. Então foi isso, ficamos apenas 2 noites e 1 dia em Serra do Cipó, e nesse dia fizemos esse trekking de quase 30 quilômetros , mas valeu muito a pena conhecer a melhor parte do Parque Nacional e tudo gratuito, a seguir era partir rumo a Conceição do Mato Dentro e Diamantina/MG. Fique esperto para acompanhar os próximos relatos. É isso ae galera... Espero que tenham gostado do relato e... Follow me.
  8. Olá pessoal, Mais um relato rápido de viagens de fim de semana. O destino dessa vez foi o magnífico vilarejo de Lapinha da Serra-MG, que fica próximo à Serra do Cipó. Partindo de BH, gasta-se em torno de 2 horas e meia a 3 horas de carro. Segue-se até a Serra do Cipó, de lá pega-se uma estrada asfaltada até Santana do Riacho-MG. Então são mais 13 km de estrada de terra (em boas condições) até Lapinha da Serra/MG. Ficamos hospedados nesse loft alugado pelo Airbnb: https://www.airbnb.com.br/rooms/14554857 Importante: leve dinheiro vivo! Nenhum lugar aceita cartão por não pegar sinal nenhum. É bem prático, tem uma vista espetacular e utensílios domésticos para cozinhar. O preço também é mais em conta comparado a outras hospedagens na região (pagamos R$390,00 por 2 diárias). Em Lapinha, pelo que percebi, a maioria das hospedagens são casas para alugar. Mas vi um camping com diárias a 30,00. Chegamos na sexta-feira À noite por volta de 00:00 e fomos dormir. Dia 1 – Sábado (26/08/17) Fomos a Lapinha sem muita pretensão de explorar muitos lugares, a ideia era descansar e aproveitar a atmosfera tranquila do lugar. Por isso nem li muito antes sobre o que tinha para se fazer. Pelo que percebi, além de descanso na natureza, muitas pessoas fazem as trilhas que tem para algumas cachoeiras e foi o que fizemos. Fomos primeiramente ao poço do Boqueirão (10 reais por pessoa), uma trilha bem fácil, cerca de 100 metros apenas. O poço é bem fundo (20 metros) e dá pra nadar bastante, porém a água é extremamente gelada! Almoçamos em um restaurante chamado Sempre Viva, comida mineira deliciosa. Você se serve na própria cozinha do restaurante. À tarde fomos à cachoeira do rapel (15 reais por pessoa). A trilha já é maior e mais complicada (cerca de 800 metros num sobe e desce por pedras escorregadias). A cachoeira é maior, porém o poço mais raso (ainda sim são 8 metros). Ficamos lá curtindo a agua geladíssima e deliciosa a tarde toda. Voltamos pro loft descansar e à noite saímos para jantar no Bistro Lapinha, que é um restaurante um pouquinho mais chique tem no vilarejo. Tinha música ao vivo muito boa! Dia 2 – Domingo - 27/08/17 Pico da Lapinha No dia anterior ficamos sabendo de uma trilha para o Pico da Lapinha, que é o paredão montanhoso mais pontudo que circunda o vilarejo. É uma trilha de 9km (ida e volta), com cerca de 1h e meia de duração (cada trecho). Ficamos receosos de fazer pois minha esposa está grávida de 4 meses e não tínhamos certeza se era prudente ou não. Paga-se 25 reais por pessoa. No final das contas acabamos fazendo e foi até mais tranquilo que esperávamos! Verdade seja dita, é uma trilha pesada e cansativa, alguns momentos vc tem que praticamente escalar, principalmente no trecho final. Mas a vista é recompensadora. Em vários momentos paramos para descansar e tirar fotos da paisagem. Faltando cerca de 1,5km para chegar tem uma casinha de apoio com bancos para sentar e banheiros limpinhos. A vista do vilarejo e da represa de cima é maravilhosa. Fizemos o trajeto completo de ida, parada e volta em 5 horas. Logo depois almoçamos novamente no Sempre Viva e voltamos para casa, com a certeza de que Lapinha da Serra ainda nos verá mais vezes! Vale muito a pena!
  9. Relato publicado previamente no meu blog Mochila&Capacete Sou cristão, porém não tenho religião, acredito em uma filosofia própria de vida, na qual me baseio em dogmas de outras religiões. Não frequento igrejas, templos ou similares, porém tal qual Anatoli Boukreev, montanhista cazaque que desapareceu em 1997 no monte Annapurna, tenho como minha igreja as montanhas e natureza em geral. A célebre frase do montanhista, com a qual abro esse relato, expressa bem o que eu e meus amigos que me acompanharam nessa travessia sentimos. A travessia Lapinha x Tabuleiro é um clássico circuito de trekking, que durante 3 dias corta a Serra do Espinhaço em Minas Gerais, no trecho entre o distrito de Lapinha da Serra, pertencente a Santana do Riacho e o distrito de Tabuleiro, pertencente a Conceição do Mato Dentro. Planejava há muito tempo fazer essa travessia e agora, no feriado de 1 de maio de 2012, a travessia se concretizou. Sai de São Paulo no dia 27 de abril, acompanhado de meu primo que iria debutar no mundo das trilhas, chegamos no aeroporto de Confins – MG as 22h 30min e ali aguardamos o “resgate” da van com o pessoal de BH e do Rio de Janeiro que iria montar nossa comitiva em direção ao nosso “templo”. 28.04.2012 – Dia 1 – Lapinha da Serra – Casa D. Ana Benta Chegamos no distrito de Lapinha da Serra por volta das 4 horas da manhã, tiramos algumas fotos e as 5h 45min começamos a trilha, que se inicia em uma estrada a esquerda da igreja do vilarejo em direção ao pico da Lapinha (1686m), após vinte minutos de caminhada sendo acompanhados pelo sol que timidamente acordava, somos brindados pela vista de uma bela cachoeira que corre pelo paredão de pedra, com água escura, conhecida por todos como “água de coca-cola”, após a cachoeira a trilha continua, sempre íngreme, em direção ao abrigo de montanha, que fica atrás do pico da Lapinha, já no abrigo paramos para repor nossas energias por alguns minutos e abastecer nosso reservatório de água. Logo após o abrigo a subida até o pico da Lapinha não se delonga por muito tempo, demandando um pouco de atenção por conta das inúmeras pedras, exigindo uns trechos de escalaminhada. Atingimos o cume por volta das 9 da manhã e ali ficamos um tempo apreciando a bela paisagem. Após descermos do pico da Lapinha, rumamos em direção ao pico do Breu, caminhando pela crista das montanhas por umas horas chegando a base do pico, onde descansamos e tirei um merecido cochilo, pois já estava acordado a mais de 24 horas, decidimos não subir até o cume e o circundamos em direção ao riacho e com o intuito de voltarmos a trilha principal que leva a casa da Dona Ana Benta, nosso primeiro ponto de acampamento. A descida do Breu foi muito tortuosa, com uma vegetação de touceiras, sem trilha nítida demarcada, o que dificultava o deslocamento e a navegação, pois nosso GPS não seguia por esse caminho, após muito custo chegamos ao riacho e, após atravessá-lo, seguimos pelo pasto até a trilha principal, e de lá até a casa da D. Ana Benta seria fácil, se o GPS não tivesse apontado a localização errada desse ponto (cuidado com alguns tracklogs na internet eles indicam o fim do primeiro dia em lugar errado), para seguir até a casa da dona Benta é fácil, basta seguir a estrada branca de pó de pedra até uma bifurcação, já em terra vermelha, e pegar o caminho da direita. Chegamos no nosso destino após 10 horas de caminhada e fomos muito bem recepcionado pela D. Ana Benta, que nos preparou um delicioso jantar no fogão a lenha, armamos nossas barracas, tomamos um banho quente e dormimos exaustos, esperando iniciar-se o próximo dia. 29.04.2012 – Dia 2 – Casa D. Ana Benta – Casa Seu José – Tabuleiro por cima Levantamos junto com o sol e antes das 8 da manhã já estávamos andando novamente, a trilha até a Casa do Seu José, segundo ponto de acampamento, se inicia do alto da colina, em uma estrada a direita do curral que ali se encontra, a trilha é bem demarcada, contornando as montanhas com uma subida até que suave que leva em direção da porteira que adentra no parque. Após 4 horas chegamos a casa do Seu José e da Dona Maria (como alguns mapas intitulam o local). Seu José, no alto de seus 70 anos, é uma pessoa cativante, receptivo demais e que adora uma boa conversa, conversei por um bom tempo com ele no final desse dia, conhecê-lo é uma atração a mais da travessia, proporcionando um pouco de conforto e descontração aos caminhantes. Como chegamos cedo, por volta de meio-dia, à casa de Seu José, armamos acampamento e decidimos atacar a cachoeira do Tabuleiro por cima, que é a 3a mais alta do Brasil, com 273 metros de queda livre. O ataque até a cachoeira se dá por uma trilha a direita da casa de seu José, uma trilha longa, porém caminhando sem o peso das cargueiras levamos cerca de 3 horas até lá. O local é fantástico, o rio corre por entre cânions de pedra, com inúmeras quedas d’água e piscinões calmos, um bom aperitivo para a fantástica vista do dia seguinte. Voltamos ao acampamento antes do anoitecer e, após um banho quente, fomos agraciados com o delicioso jantar preparado no fogão a lenha pelo Seu Jose e D. Maria, regado a um boa cachacinha de alambique. Após o jantar, como já disse acima, passei um bom tempo conversando com nosso anfitrião, me dirigindo depois para área de acampamento onde meus amigos se reuniam ao redor da fogueira apreciando a “marvada” e contando muitos causos. 30.04.2012 – Dia 3 –Casa Seu José – Cachoeira Tabuleiro No último dia da travessia tomamos um bom café na casa do Seu José e partimos morro abaixo em direção a imponente cachoeira, o sol estava forte e nos castigou nesse dia, este trecho da trilha é muito bonito, com vista para as imponentes formações geológicas da Serra do Espinhaço. Em pouco mais de três horas chegamos ao mirante e podemos ver a majestosa Cachoeira Tabuleiro, simplesmente uma paisagem indescritível. Caminhamos mais um pouco e chegamos até a sede do parque, onde deixamos nossas cargueiras e seguimos em direção à base da cachoeira, uma trilha cansativa, com um longa descida e seguindo pelo leito do rio, pulando diversas pedras até alcançarmos o “poção”, ver a cachoeira por baixo é impressionante, toda aquela imponência ao longo de uma queda de 273 metros diante de nossos olhos é surreal, são momentos como esse compensam todo o esforço e demonstram a existência de algo Maior. Após curtir um pouco o local tivemos que sair rápido de lá, pois os bombeiros estavam evacuando o local, pois havia risco de uma tromba d’água, subimos os 2 quilômetros de trilha até a sede do parque e ali aguardamos nosso resgate até BH. Posso descrever essa travessia como uma das melhores que fiz nos últimos tempos, um lugar com uma beleza impar, ideal para a prática do trekking, andamos em torno de 50 quilômetros em 3 dias, subindo montanhas, cruzando rios e nos banhando nas aguas de belas cachoeiras, uma travessia onde o contato com a natureza se dá por completo e, parafraseando Anatoli Boukreev, lugares como esses “são as catedrais onde eu pratico a minha religião”.
×
×
  • Criar Novo...