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  1. Bom dia galera, blz? Ano passado planejei um rolê na europa e nesse roteiro, incluia sair de roma e ir para st moritz e em st moritz pegar o glacier express e fazer a rota panoramica de acho q 8h entre st moritz e zermatt, onde ficarei mais 2 dias, porém, o glacier express anunciou semana passada q não vai operar entre 15 de setembro até 8 de dezembro e minha viagem pra lá é dia 20 de outubro... Alguém saberia me dizer se tem alguma outra rota alternativa pra fazer que seja legal ? ou se devo abortar ir para st moritz? Valeu gente
  2. Nunca esteve nos meus planos imediatos conhecer a Suiça,talvez por falta de informações sobre o que de turismo e beleza o país tem.Falo francês,aprendi quando jovem sonhador e um dos sonhos era ser representante do país na ONU,pensava que o francês era a língua da diplomacia porque Geneve falava francês. Engano meu,Suiça fala alemão,menos algumas partes e tem peculiaridades que só estando aqui há mais de 1 mês pude descobrir : 1-O Swiss Travel Pass é ótimo para quem passará tempo.Tem opções para adquirir por 3,5,7 ou 15 dias corridos ou alternados. Adquiri um de 15 dias alternados e fiz as contas.563 francos÷15 que dá 37,50 por dia. Vejo antes o valor dos trens e/ou passeios.Se dá mais, uso o meu passe,se dá menos, guardo para outro dia.Os trens são exclusivos meio de transporte do país que se tem rodoviárias,desconheço.Não são excelentes serviços, prefiro o AVE espanhol, mas são pontuais, porém caros. Ao chegar aos hotéis é entregue a pessoa um cartão de gratuidade do transporte local. Estando na Europa, mesmo no Chile, procuro ficar em hotéis próximos as estações para não pagar táxi.Tem lugar que não há jeito, então Suiça deu um jeito:Se alguém quiser saber se pagou a passagem no serviço de tram local é só apresentar a reserva do hotel. Por causa desse sistema de transporte "gratuito" aqui tenho que ter todos os hotéis reservados e,ainda bem,pois entrada do país quer ver os comprovantes de reservas.Eu tinha tudo,depois cancelei ou mudei as datas de algumas. Como viajo em época de vírus,para entrar no pais, é preciso preencher um questionário após ler o Travelchecking,que não tem nada demais e juntar com o comprovante de vacinação do ConecteSUS.Era assim quando entrei,hoje em dia não sei dizer, pois a máscara não era nem se tornou obrigatório em ambientes abertos. Porém em ambientes fechados houve uma mudança na semana passada. Era tudo normal,só tinha que usar máscara, respeitar o distanciamento social e não exceder o número de pessoas fixado.Com a mudança passaram a exigir o certificado europeu ou o suíço de vacinação, o que está me impedindo, por enquanto, de visitar museus(a grande maioria dos que interessavam já visitei)ou entrar em restaurantes. Falando nesses,desde os meus primeiros passos na Europa há anos não vou a eles,pois são muito caros.Esse é um dos motivos que Suiça tem fama de cara.Um prato qualquer Vale 20-25 francos.O que faço?Vou ao supermercado, pois em todo o país há filiais da Coop e do Migros.Qualquer uma vende pratos prontos e como não sou de comer muito, pago 5 a 8 francos quando muito, o que é caro.Se reparar o dia a dia local, esses pratos e sanduíches(não gosto) são muito consumidos.Ou seja, suíço não gasta com restaurante. Comer no supermercado, descontos de Swiss Pass e gratuidade do transporte público fazem com que o país não seja tão caro como falam,muito pelo contrário, o euro vale mais e em países da Europa como Espanha penso ter gasto mais.A seguir, o relato de cada cidade visitada.
  3. Olá mochileiros, essa é a terceira viagem que descrevo aqui no mochileiros e da qual muito me orgulho - seja por ter ido à minha paixão (Londres) quanto ao planejamento da viagem; afinal a estruturei desde agosto para realizá-la no fim do ano (Haja pesquisa!). O resultado de tanto trabalho segue condensado em milhares de palavras. Espero que ajude (e incentive) a potenciais viajantes a conhecer estas capitais mundiais. Londres e Paris – Parte 2 – Itália e Inglaterra Dia 18/12 (1) Enfim, chegou o dia tão esperado desde a compra da passagem aérea em agosto. Com as malas arrumadas na semana anterior, bastava guardar os objetos que só podiam ser armazenados no último dia, como celular, carregador... O voo estava previsto para às 23:00, ou seja, teria de chegar ao Aeroporto de Guarulhos às 20:00 – tarefa relativamente simples, pela proximidade do local que estava somada ao horário. Mas ocorreu o inverso: caiu aquela chuva quando ia chamar o motorista de aplicativo e, por causa da tempestade, o trânsito na rodovia piorou. Serve de lição: mesmo na cidade onde reside, imprevistos podem ocorrer – se a companhia aérea determina chegar com três horas de antecedência, se programe para chegar em uma hora antes disso. Chegamos ao aeroporto depois das 20:00 e fizemos o check-in em um dos totens da companhia aérea. Todavia, enquanto o portão de embarque seria no Terminal 2, mandaram-nos despachar as malas no Terminal 3. No terminal internacional, havia uma enorme fila para despachar as malas (para me tranquilizar, percebi que alguns passageiros que estavam ainda atrás de nós também iam para Milão – ou seja, se eu estivesse atrasado, não seria o único). Vozes no alto-falante proclamavam: “última chamada para Nova York. Dirija-se ao guichê para despachar as malas”, “última chamada para Amsterdã”, “embarque para Nova York encerrado” – e nada de Milão. Após uma hora, uma voz desconhecida disparou a frase sombria “embarque para Milão encerrado”. Nós e outros passageiros ainda mais atrasados fomos questionar os funcionários, que permitiram o despacho das malas (além de que não fizeram o aviso de última chamada e ainda estava em tempo). Com as malas despachadas, entramos com o bilhete na área de imigração internacional – e uma fila ainda maior apareceu. No fim das contas, conseguimos embarcar na aeronave junto com outros atrasados no horário teórico de partida do avião – e ver de um dos vidros do corredor de ligação interna do Terminal 3 ao 2 que a área de imigração internacional do Terminal 2 estava vazia. Bastava simplesmente que nos enviasse para esse outro setor de imigração – para evitar tal sufoco, reitero: chegue uma hora antes. RESUMO NÃO ESTRAGUE sua viagem a ponto de perder o voo – é aquela hora vital que pode destruir todos os sonhos de turismo. Não se ILUDA com o tempo no aeroporto realizado em viagens anteriores – o aeroporto pode estar lotado e o tempo dos trâmites de imigração, multiplicado. Dia 19/12 (2) Devo parabenizar a precisão do serviço meteorológico que informou ao piloto do avião ainda em São Paulo. Como noticiado pelo comandante, a chegada ao Aeroporto de Malpensa-Milano foi recebida sob uma leve queda de neve (sonho de todo brasileiro carente de frio). Distintivamente à viagem do ano anterior, estava muito mais tranquilo quantos aos trâmites pela imigração dos aeroportos na União Europeia. Bastou mostrar os passaportes para receber o carimbo – nada de carta Schengen, hospedagens reservadas e/ou mínimo de dinheiro. Para viagens que têm destinos com temperaturas opostas às cidades de origem – como sair da abafada primavera paulista para um céu escurecido pela neve – é importante levar roupas na bolsa/mochila para trocar no aeroporto antes de se aventurar pelo destino (ou colocar um casaco mais pesado ainda na aeronave, caso descubra que o avião não usará o finger). Do Aeroporto de Malpensa para Milão, existem diversas formas de transporte: o táxi, que é muito caro; o trem expresso (Malpensa Express), a um custo à época de € 13; e os ônibus (shuttle), de 8 a 10 euros. No entanto, o nosso caso seria direcionado a outra cidade, Busto Arsizio. Para chegar a esta cidade, bastava pegar o trem regional, a um custo de € 4. O detalhe que fica nessa primeira viagem ferroviária na Itália é que não passei por nenhuma catraca em todo o trajeto. Não recebi comprovante de pagamento quando comprei na bilheteria, não havia catraca na plataforma do aeroporto, nem na saída da estação em Busto Arsizio. Era necessário convalidar o bilhete em pequenas máquinas que ficam em todas estações de trem na Itália (a necessidade de convalidar o bilhete não ocorre só na Itália – vale para vários países europeus). Basta inserir o bilhete de trem adquirido na máquina e essa registra o momento do ato (convalida), indicando o período pelo qual a viagem é válida. Por sorte, não tivemos a desagradável abordagem pelo fiscal da companhia ferroviária. Depois de deixar as malas no quarto, partimos para a noite milanesa. Nada mais justo experimentar o aperitivo milanês: pede-se uma bebida junto com os aperitivos – só que, tratando-se da comida italiana, os aperitivos serviam perfeitamente para jantar. Para esta experiência, o custo ficou em 10 euros. A neve que caía no aeroporto foi modificada por uma mistura de água e neve em Milão, o que dificultava um pouco andar pelas ruas geladas e molhadas da cidade italiana. Próximo da estação Milano Cadorna fica a Basilica di Sant´Ambrogrio, uma igreja milenar com registros da época romana. RESUMO O trâmite de imigração PODE ser bem tranquilo. LEMBRE-SE de ver qual é a temperatura prevista no momento de chegada ao destino. SAIR do aeroporto é fácil. O problema está no preço e tempo para cada forma de transporte – e ver na última hora pode ser bem mais complicado. Nas ferrovias italianas (e na Europa) lembre de CONVALIDAR seu bilhete. VIVA a noite em Milão: experimente os aperitivos milaneses. Dia 20/12 (3) Nas primeiras horas em solo europeu, é fundamental ir ao mercado comprar alimentos para economizar com as refeições. A despeito de ser um ato aparentemente simples, a dificuldade representada por outro idioma (italiano) e a necessidade de calcular os preços (não somente de euros para real, mas entre os próprios produtos em euro – a diferença de preços chega a ser surpreendente) tornam a ação bem mais demorada do que a feita no Brasil. Para tornar o ato mais eficiente, o uso de celular e/ou papel e caneta para tradução e comparação de preços pode ser interessante. Estávamos hospedados em Busto Arsizio, mas pegaríamos em Milão o ônibus para Londres à noite – e o que fazer com as malas? Seria inviável retornar para Busto Arsizio somente para buscá-las. Por um erro de planejamento, não tinha estudado antes os depósitos de bagagem disponíveis em Milão para poder comparar os preços e utilizamos o da estação Milano Centrale, a um custo de € 7 por 7 horas. Com as malas guardadas na estação, realizamos nosso passeio de um dia por Milão. Para quem tem somente essas horas na cidade, o passeio obrigatório é o Duomo de Milano, uma gigantesca catedral gótica. Muitos sobem no seu telhado, no qual fica mais fácil observar a arquitetura e as inúmeras estátuas que compõem a estrutura da catedral e permite uma ampla visão da cidade. Diferentemente de outras igrejas de Milão, o acesso a seu interior é pago. Além do Duomo, foi possível conhecer ainda a Galleria Vittorio Emanuele II, um dos mais antigos shoppings da Itália; a Via Monte Napoleone, uma das ruas que compõe o quadrilátero da moda, composta por várias grifes internacionais; o Bosco Verticale, conjunto de torres residenciais “verdes”. Depois de retirarmos as malas, embarcamos no metrô rumo à estação Lampugnano, que possui uma rodoviária anexa de onde partem os ônibus para outros países e regiões. Apesar de Milão ser uma grande e importante cidade, a rodoviária estava longe da qualidade apresentada pela Rodoviária paulistana Tietê – era apenas uma cobertura aberta, onde os passageiros nas plataformas aguardavam no frio a chegada dos ônibus. Depois de um atraso de uma hora, o ônibus chegou. O motorista pede documento de identificação (passaporte) e um comprovante da passagem, com o QRcode (pode ser tanto no celular quanto impresso, mas é melhor ter a versão impressa: possibilita conferir informações rapidamente e auxilia caso ocorra algum problema, como falha da leitura do QRcode no celular). Diferentemente de viagens brasileiras, cada passageiro coloca – e retira – sua mala no bagageiro do ônibus e escolhe livremente seus lugares. RESUMO Ao chegar ao destino, vá ao SUPERMERCADO. ENTENDER o que está escrito nos produtos pode ser complicado. Baixe um tradutor para uso off-line. As malas podem representar um custo a mais considerável. Se puder, pesquise antes por DEPÓSITO DE BAGAGEM caso tenha de usar. Em Milão, VISITE o Duomo de Milano, a Galleria Vittorio Emanuele II, o Bosco Verticale, a Via Monte Napoleone entre outros. Nem tudo é perfeito: os ônibus em países desenvolvidos podem ATRASAR. Para EMBARCAR no ônibus, basta seu passaporte e o QRcode – e coloque você mesmo sua mala dentro do veículo. Dia 21/12 (4) Os ônibus realizam com frequência constante paradas com duração de 15 minutos, o que torna desnecessária a preocupação de eventual necessidade de ir ao banheiro. Finalmente, um pouco depois do meio-dia, o ônibus chegava na estação Gallieni, em Paris, para conexão de menos de 2 horas com a outra linha que levaria a Londres (apesar do atraso de uma hora em Milão, o motorista conseguiu recuperar o tempo). Diferentemente das paradas realizadas pelo ônibus, o banheiro na estação é pago, e o preço dos produtos (água e comida) nas lanchonetes é caro. Então, mesmo que não “sinta necessidade”, melhor ir ao banheiro das paradas e traga comida comprada em mercados. Quanto ao consumo de água, não há necessidade de comprar – toda água disponível nas torneiras da Europa é potável, com exceção de alguns países da Europa Oriental. Diversamente ao primeiro ônibus em Milão, este chegou no horário e iniciamos a segunda parte da viagem. Seguiu em direção ao norte francês até Calais, onde começava ainda na França o trâmite de imigração para as ilhas britânicas. Ainda no ônibus, entregaram-nos um pequeno pedaço de papel para preenchimento de informações exigidas pelos oficiais britânicos (se os dados que forneci estavam de acordo com o determinado pela lei britânica, nunca saberei). Depois de passar pelo guichê dos oficiais franceses, que deram o carimbo de “saída” no passaporte – pela lei, estava em território internacional, mas fisicamente na França – chegamos ao posto dos oficiais britânicos. Como esse “caminho” dos ônibus é comumente utilizado por imigrantes ilegais, esperávamos uma entrevista mais “longa” em comparação a dos aeroportos. Apresentamo-nos juntos ao oficial que pediu as informações básicas: hospedagem, tempo de permanência, além de requisitar os papeis com os dados do voo de retorno. Respondemos que íamos passar o Natal em Londres e que alugamos um apartamento, além de mostrar os papeis do voo. Foi o suficiente. Em posse de nossos passaportes, carimbou a entrada, junto do visto de permissão de permanência no Reino Unido por até 180 dias. De volta ao ônibus depois do nosso sucesso na obtenção do visto, este ainda não saiu: outros passageiros não tiveram o mesmo desempenho – um inclusive foi retirado do ônibus por policiais mesmo tendo recebido o visto. Após esperar meia hora, o motorista virou a chave do veículo e partiu. Mas, em menos de dez minutos, parou o veículo novamente. Porém não se tratava de embaraço alfandegário. À frente do ônibus, gigantescas plataformas denotavam o início do Eurotúnel. Após ter a liberação de acesso pelo funcionário da ferrovia, o motorista manobrou para a plataforma indicada e inseriu o veículo no imenso trem que percorre por baixo do Canal da Mancha. Com a entrada de outros veículos, o vagão foi lacrado e o trem iniciou o percurso. Nesse trajeto os passageiros têm permissão de descer do ônibus e andar pelo trem. Apesar do caminho ser por baixo do mar, nada demonstrava que está embaixo dele, a mais de 100 km/h. O vagão foi aberto com a parada do trem indicando o fim do Eurotúnel, em Folkestone. O motorista manobrou e rapidamente caiu na estrada, regulada sob a curiosa mão inglesa. No primeiro posto de combustível da estrada, o ônibus fez uma parada, onde alguns passageiros desceram e retiraram suas malas (e meu receio de “pegarem” a mala errada...) – fiquei com a impressão de que alguns europeus vão ao terminal inglês no Canal da Mancha e utilizam o transporte de ônibus para a Europa Continental para economizar. Em seguida, o motorista retornou a marcha rumo à capital inglesa. De largas rodovias, o cenário do percurso modificou para estradas menores, mais apertadas, de caráter urbano... Até visualizar numa avenida a placa da TransportForLondon, prova inequívoca de que tínhamos chegado à Grande Londres. Como cruzamos a cidade desde os subúrbios até o centro, esse trecho, de certa forma, foi o equivalente a um city tour. As casas da exclusiva arquitetura britânica foram trocadas por lojas de comércio e alguns prédios, mas ainda não aparecera nenhum ponto famoso reconhecível – até chegar próximo ao rio Tâmisa e, como fã do personagem James Bond, reconhecer instantaneamente o prédio do MI6 ao lado da Vauxhall Bridge. Em poucos minutos, o ônibus chegou na rodoviária que atende Londres (Victoria Coach). Diferentemente do que seria possível imaginar para um país desenvolvido, a rodoviária não é integrada à estação homônima de trem e metrô. Na estação Victoria, pagamos a caução do cartão OysterCard (£ 5) e o valor do metrô avulso até Candem Town, que fica na zona 2 (£ 2,40). À época, bastava ficar mais de dois dias em Londres para receber a caução do cartão de volta – agora só é possível receber depois de um ano. Como era também uma estação de trem, poderia já ter comprado o travelcard para iniciar o uso no dia seguinte. RESUMO Não se preocupe muito com a NECESSIDADE de ir ao banheiro – o ônibus faz frequentes paradas. TRAGA comida comprada nos supermercados – o preço dos alimentos nas paradas realizadas pelo ônibus é bem alto. A ENTREVISTA para acessar o Reino Unido começa ainda na França. Basta responder diretamente o que o oficial da imigração perguntar – e tenha os papeis relacionados à viagem junto consigo. Os ônibus são uma forma mais barata (e demorada) de utilizar o EUROTÚNEL. RECONHEÇA o prédio de MI6, constante nos filmes de James Bond. Dia 22/12 (5) Nesse dia ocorreu um erro: acordamos mais tarde do que devia, o que pode afetar todo o planejamento previsto para o dia. Fomos à estação de trem Euston comprar o Travelcard em papel para uso do transporte público ilimitado por uma semana e que permitiria participar da promoção 2FOR1. A atendente da estação perguntou qual seria o tempo de uso (1 semana) e as zonas abrangidas (1 e 2). Ela requisitou as fotos 5x7 para colar no documento – na verdade, as 3x4 do Brasil servem. Como as fotos 5x7 são caras na Europa e ainda mais caras na Inglaterra, lembre-se de trazer do Brasil – e pediu que assinássemos o travelcard. Recebemos um tipo de “carteirinha” com nossa foto e um papel em formato de cartão que deve ser inserido nas catracas das estações de metrô e somente mostrado aos motoristas dos ônibus vermelhos. Em posse do Travelcard e dos vouchers da promoção 2FOR1 desembarcamos na estação Tower Hill, para irmos na Tower of London. Só que a cidade possuiu atrações uma ao lado da outra e, antes de irmos à Tower of London, conhecemos a icônica Tower Bridge. Porém é mais importante executar o passeio principal do dia e, conforme o tempo disponível, conhecer as demais atrações. Tendo encontrado a bilheteria da Tower of London, era o momento de testar os vouchers da 2FOR1 e descobrir se era somente uma promoção “para inglês ver”. O funcionário ficou com os vouchers e viu nossos travelcards – e a “mágica” aconteceu: recebemos o segundo ingresso gratuitamente. A Tower of London, com esse nome, parece indicar somente uma torre – mas é muito mais do que isso. É um fascinante complexo com mais de 900 anos, que serviu de residência real, depósito de armas, casa da moeda e atualmente, além de importante atração turística, serve como cofre das joias da Coroa Britânica. Tal qual alguns museus em Londres, possui algumas seções interativas, o que permite ao visitante se integrar ainda mais com a história – e, consequentemente, a visita demanda ainda mais tempo do que podia ser previsto. Considero um símbolo de Londres e um sacrilégio não a visitar – é uma atração a qual voltarei. Com o horário de visita a Tower of London e de outros museus exaurido, buscamos conhecer alguns dos locais abertos da cidade. Decidimos ir à área abrangida pela Oxford e Regent Streets e desembarcamos na estação de metrô Oxford Circus – ou seria o Brás? O Natal estava à vista, em 3 dias, e uma quantidade imensurável de consumidores compartilhava cada metro quadrado do local, uma das regiões de comércio popular mais famosa de Londres (para brasileiros, infelizmente, os preços não eram tão populares quanto gostaríamos). A despeito da dificuldade de deslocamento típica de zonas de comércio popular, avançamos pela Regent Street até Piccadilly Circus, praça consagrada por seus painéis curvos e pela estátua de Eros. Depois de encontrar uma lanchonete para refeição, já que os restaurantes ao redor são extremamente caros, chegamos a Leicester Square, outra memorável praça londrina (e de preços também “memoráveis”). Nela ficam algumas lojas famosas, como a do Lego e da M&M´s. No caminho para a estação de metrô Charing Cross, chegamos a outra praça que acredito ser ainda mais célebre: Trafalgar Square, que celebra a vitória da Marinha Real Britânica contra as forças napoleônicas durante a batalha homônima de 1805. Nela ficam as Coluna de Nelson (homenagem ao destacado Almirante Nelson, que participou da Batalha de Trafalgar) e National Gallery, que seria um dos lugares visitados no dia seguinte. RESUMO DICA UNIVERSAL: acorde cedo para aproveitar o máximo que puder da viagem. UTILIZE o Travelcard em papel de 1 semana para pagar menos nas atrações. Entre no que considero como passeio OBRIGATÓRIO em Londres: a Tower of London. ADMIRE a ponte vitoriana Tower Bridge. VÁ para a região do “Brás” de Londres: Oxford e Regent Streets. Inevitavelmente, em algum momento da viagem, PASSARÁ pela Trafalgar Square. Dia 23/12 (6) Mais habituados com Londres, desembarcamos na estação Westminster para acessar a Churchill War Rooms, um museu em homenagem ao ex-primeiro ministro inglês Sir Winston Churchil. No museu é apresentado um pouco da vida e história do estadista, como suas obras literárias (ganhou o Prêmio Nobel de Literatura). Contudo, a ênfase é aplicada sobre as ações mais importantes realizadas pelo político: as salas do atual museu serviram como gabinete de guerra para liderar o Reino Unido junto aos demais países nas vitórias dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, até 1945. Os ambientes representam fielmente o período da guerra, com bonecos representando oficiais no esforço de vitória, mapas dos anos 40, escritório, a sala de trabalho das secretárias do ex-ministro, o quarto de Churchill, cozinha, além de curiosidades e objetos relacionados à guerra, como a Enigma ­­– uma máquina eletromecânica de criptografia, cujo código foi quebrado sob liderança do matemático Alan Turing. Para quem tem curiosidade, o filme O Destino de Uma Nação indica de forma satisfatória o gabinete de guerra que foi transformado em museu. Após a visita ao local, é perceptível compreender a admiração dos britânicos pelo seu ex-primeiro ministro – que, decerto, ganhou mais admiradores após o passeio. Depois de conhecer Churchill War Rooms, fomos ao National Gallery, um museu de arte fundado em 1824 que abriga pinturas de artistas europeus do século XIII ao XX, com quadros de Cézanne, Manet, Goya, entre outros. Curiosamente, um dos quadros que nos impressionou – An Experiment on a Bird in the Air Pump (1768) – era justamente a pintura que aparecia atrás de James Bond em Skyfall. Todavia, a visita ao National Gallery tinha de ser rápida, já que era um outro museu o foco do dia (ademais, é o principal museu da cidade): The British Museum. Conseguiram colocar artefatos de TODAS as culturas que já existiram: macedônios, fenícios, sumérios, babilônios, árabes, africanos, índios, egípcios, gregos, romanos, americanos, africanos, asiáticos, chineses, mongóis, indianos... (com a ressalva que somente um pequena fração das peças do museus ficam em exposição). Na área egípcia, os turistas se aglomeram ao redor da Pedra de Roseta, artefato que permitiu a tradução dos hieróglifos do Egito Antigo para os idiomas vigentes, por meio da “ponte” representada na pedra em grego antigo. Como é de se esperar, várias múmias ficam expostas nas alas. Contudo, mesmo chamando pelo Imhotep, nenhuma respondeu – era impossível não lembrar do filme O Retorno da Múmia (2001). Na seção grega, não um, dois ou três... mas incontáveis vasos gregos lotavam a sala e, a despeito de ter mais de dois mil anos, vários estavam intactos, como se o curador do museu tivesse comprado os objetos na Oxford Street. Em outra ala, enormes colunas gregas chocavam os visitantes por seu tamanho e, possivelmente, se perguntavam como colocaram – e trouxeram da Grécia – tais colunas no museu. Para ver todo o museu (e caso goste de objetos históricos) um dia é necessário. O museu fecha às 17:00, contudo isso não quer dizer que pode ficar dentro do complexo até as 16:59. Vinte minutos antes eles já iniciam o processo de “evacuação”. Com as atrações fechadas, resta visitar os lugares abertos. Um dos escolhidos foi o Monument, uma torre de pedra criada em homenagem ao Grande Incêndio de Londres de 1666. Outro local foi rever o edifício do MI6 (só não contávamos com um guindaste que atrapalhava as fotos...) e caminhar pelas vias Millbank e Whitehall até acessar um pub próximo à Trafalgar Square. No entanto, o local não agradou e voltamos ao apartamento, mas não antes de comprar um prato típico britânico: fish and chips. A ressalva que fica para esse prato (e para outros alimentos) é que custou £ 6,50 em Candem Town, contra £ 13 na área mais central (e turística) de Londres. RESUMO VISITE as Churchill War Rooms. CONHEÇA alguns museus de Londres: National Gallery e The British Museum. CONSUMA uns dos típicos pratos londrinos: fish and chips. Dia 24/12 (7) Era o primeiro dia com limitações de atrações devido ao feriado Natal e as opções de passeios eram menores, devendo ser previamente pensadas. Ainda no começo da manhã, desembarcamos na estação St John´s Wood até chegar à Abbey Road, rua que foi o cenário do consagrado álbum homônimo de The Beatles. A frequência de turistas-fotógrafos que aparecem no local é relativamente alta, o que permite o registro do seu momento Paul McCartney, apesar de ser uma rua comum – os carros continuam passando por lá, demandando mais tempo para as fotos/videos. A próxima atração do dia foi a troca de guarda em frente ao Buckingham Palace. Apesar de ser famoso, é dispensável – achei demorado e cansativo, sem contar com os alertas da polícia acerca dos batedores de carteira (os pickpockets). Pelo menos, o passeio seguinte não era longe: a Queen´s Gallery, numa entrada lateral do Buckingham Palace. Sendo dentro do palácio, imaginava que seria possível visitar algumas salas ricamente decoradas, tal qual o Palácio Real de Madrid e curtir a exposição. Infelizmente, eram só algumas simples salas com exposição de objetos de arte pertencentes à Coroa Britânica (como toda as exposições de artes na Europa, é interessante, mas existem outros lugares com mais obras e baratos). Posteriormente, caminhamos ao longo de The Mall, a via de asfalto vermelho que sempre aparece nos filmes e noticiários, e conecta o Buckingham Palace à Trafalgar Square. A ideia seguinte era conhecer a St. Paul Cathedral, contudo nós e mais alguns turistas fomos avisados que já estava fechado para visita, apesar de ter verificado com antecedência que estava ainda no horário válido para acesso. Como não adianta discutir, fomos à Milennium Bridge, uma ponte exclusiva a pedestres que conecta a catedral ao Tate Modern. Outra atração que estava realmente aberta era Bond in Motion (London Film Museum Covent Garden), um museu acerca de James Bond. Para chegar ao local, utilizamos os tais ônibus vermelhos da cidade, que permite aquela visão um pouco mais “de cima” das ruas, e achei meio lento – definitivamente os trilhos são a melhor opção para Londres. No museu encontram-se os carros, objetos, roupas e materiais dos filmes, especialmente do último, Spectre (2015) – para quem curte os filmes do agente especial britânico é um passeio que poderá valer a pena. Findo o passeio pelo mundo de 007, só restava pelo resto do dia conhecer mais ruas e lugares da capital britânica. Andando mais próximo ao Rio Tâmisa, encontramos o enorme edifício The Shard, à Tower Bridge, sob a especial iluminação noturna e, mais afastado, a estátua de Sherlock Holmes próximo da estação Baker Street. RESUMO FAÇA pessoalmente sua própria versão da capa do álbum Abbey Road, dos The Beatles. ENCARE junto com milhares de turistas uma posição privilegiada no Buckingham Palace. Com um pouco mais de sorte, VÁ para St. Paul Cathedral e caminhe pela Milennium Bridge. Dia 25/12 (8) Merry Christmas! O Natal chegou. Mas, diferente dos britânicos, não pretendia passar o feriado no apartamento. Afinal, estava em Londres e cada segundo em libras esterlinas tinha que ser aproveitado. Todavia, esse dia era o mais difícil da parte do planejamento, pois as atrações estariam fechadas, até o transporte público. Seria o caso de conhecer os lugares abertos da cidade, com o cuidado de minimizar o uso das pernas. Como um referencial, utilizei os cenários londrinos da série Sherlock, da BBC. A primeira parada foi a frente da casa do Sherlock Holmes, a 221B que fica na... N Gower Street, próximo à estação Euston (os produtores escolheram essa rua pela proximidade da Baker Street, que é uma rua movimentada, e pela conveniência de gravação). Seguimos pela Woburn Pl, onde encontramos algumas lojas abertas, apesar do feriado (provavelmente seus lojistas não comemoram o Natal) até chegar a High Holborn, que delimita parte da City of London (Londres e a City não se confundem: a City é a cidade original, enquanto os outros lugares, como Westminster, são cidades que foram unidas na atual Londres). Na City, ficam a Central Criminal Court, cenário de julgamento de James Moriarty. Bem próximo, o St. Bartholomew´s Hospital, onde Sherlock faz suas pesquisas auxiliado por Molly e... (melhor assistir à série). Apesar de citar apenas alguns cenários, cada casa, cada prédio merece uma contemplação. Ao longo das vias da cidade, cruza-se por edificações seculares que provam o porquê de Londres É Londres. Após chegar ao ponto mais “oriental” do dia – a área ao redor da estação Bank, depois de ver outros turistas que abusavam das pernas no feriado, realizamos um percurso às margens do Rio Tâmisa, ora mais próximo do rio, ora mais afastado. Nessa maratona, foi possível encontrar mais estátuas da Rainha Victoria e perceber a admiração dos britânicos pela antiga monarca – desde estátuas em frente ao Buckingham Palace, na Blackfriars Bridge, a nome de linha e estação de metrô. Na área da estação Embankment, atravessamos o rio pela Golden Jubilee Bridge até os Julibee Gardens, que também são cenários da série Sherlock e um dos lugares mais visitados de Londres, onde fica a roda gigante London Eye (e também vários “espertinhos” tentando dar golpe em turistas). A próxima ponte era a Westminster Bridge, onde o helicóptero abatido por James Bond caiu em Spectre (2015). O local é uma paisagem perfeita para fotos e vídeos da própria ponte e dos Palace of Westminster e Big Ben (o problema é que estes ainda estão em reforma...). Do parlamento avançamos até o Buckingham Palace, agora sem que aquele movimento insano de turistas como no dia anterior, o que permitiu apreciar os detalhes da praça e da área externa do palácio. Pela Constitution Hill, chegamos ao Hyde Park, que, surpreendentemente estava aberto no dia. O parque, um dos maiores de Londres, é famoso pelo Kensington Palace e os esquilos que acompanham os transeuntes, em busca de comida. Durante o descanso no parque, a noite chegou, junto ao cansaço, imperando o regresso ao apartamento. Caminhando ao redor do parque, chegamos ao Marble Arch e seguimos pela Oxford Street, que seria o foco do dia seguinte. As ruas do comércio popular estavam vazias, bem diferente do enxame de pessoas visto no dia 22, e as lojas fechadas preparavam-se para as liquidações que iniciariam em alguns pares de horas. Todo esse trajeto totalizou mais de 20 quilômetros – unicamente a pé. Existe a possibilidade de embarcar nos ônibus Hop On Hop Off, que funcionam no feriado de Natal. Contudo, como nessa viagem a maioria das atrações seria conhecida nos seis dias restantes de passeio, escolhemos nossas pernas – não adianta se iludir: para conhecer o Velho Continente, tem de andar... (e muito). RESUMO APROVEITE o Natal em Londres para conhecer uma cidade muito mais tranquila. VISITE os cenários da série Sherlock, da BBC. CRUZE as inúmeras pontes sobre o Rio Tâmisa. Dia 26/12 (9) Boxing Day! O terceiro dia de limitações das atrações é um feriado típico dos britânicos. Nesse dia os lojistas derrubam os preços dos produtos que não venderam até o Natal. E, mesmo com a necessidade de acessar a Oxford Street, a restrição de transporte público ainda continuava – o regresso é feito gradualmente, começando pela periferia até chegar ao centro. Por conta disso (e do horário das aberturas das lojas), era necessário acordar mais cedo do que o de costume, como se fosse um “dia de trabalho”. Entrementes, chegamos a tempo na mais famosa loja de roupa barata das ilhas britânicas – e europeia: Primark. Tal qual a versão da Gran Via, em Madrid, os produtos estavam com preços muito satisfatórios, alimentados pela característica de liquidação do dia – produtos com remarcação na hora, blusas de 8 por 3 libras, camisetas por 1 libra. Para quem tiver a oportunidade de passar esse dia em Londres (e com a mala adequada), vale muito a pena. Depois de vasculhar cada conta da loja, fomos em outras na Oxford Street, mas nestas os preços não chegavam próximo ao encontrado na primeira – fora da dificuldade de caber na mala. Ainda assim, os camelôs que vendem na calçada possuem bons preços, como um moletom com o desenho de Londres, mais barato do que em outras lojas inclusive afastadas do centro da cidade. A ideia à tarde era visitar a St. Paul Cathedral, que, segundo o site da igreja, retomaria seus passeios no dia. No entanto, o cansaço no grupo decorrente do dia anterior foi implacável e descansamos por um breve período no apartamento. Nesse ínterim, percebemos o patriotismo dos britânicos: a quantidade de filmes com atores do Reino Unido era absurda (coincidência ou não, assistimos ao 007 Skyfall, com James Bond realizando uma perseguição nas ruas de... Londres!). Posteriormente, voltamos ao centro de Londres, para se encantar novamente com as ruas da cidade e encontrar eventualmente mais algumas pechinchas do dia. RESUMO APROVEITE as ofertas do Boxing Day. Dia 27/12 (10) Com o retorno das atividades turísticas, fomos até à estação King´s Cross St. Pancras visitar a plataforma 9 do Harry Potter. Apesar de ser denominada como uma única estação, são duas estações de trem concebidas separadamente – King´s Cross e St. Pancras (a que aparece em Harry Potter e a Câmara Secreta é a St. Pancras). Apesar de o último livro do bruxo já ter sido lançado a doze anos, ainda tinha fila para tirar foto para "embarcar" na plataforma. Dos filmes do Harry Potter, fomos ao cenário de outra produção da sétima arte: Um Lugar Chamado Notting Hill. Desembarcamos na estação Notting Hill Gate e caminhamos pela Portobello Road, com sua sempre constante feira de rua (existem produtos interessantes, mas se deve tomar cuidado com eventuais produtos falsos). Fora de Notting Hill, entramos no ônibus vermelho para conhecer o Kensington Palace, que foi o principal palácio da realeza até a rainha Victoria mudar para o Buckingham Palace. Neste palácio ainda vivem (ou viviam) alguns membros da família real, como o Duque e a Duquesa de Sussex (Príncipe Harry e Meghan Markle). No palácio, os funcionários contam a história do local e, principalmente da Rainha Victoria e do príncipe Albert – como o forte temperamento da jovem rainha, de expulsar sua mãe após a morte do rei. Nas salas, objetos pertencentes à antiga monarca ficam em exposição, como suas bonecas, quadros, pinturas, joias e coroa que não ficam na Tower of London. Além da Rainha Victoria, existe uma ala dedicada a outra personalidade real querida pelos britânicos: a Princesa Diana, com uma exposição da breve vida da Lady Dy e de seus célebres vestidos. Fora do palácio, fomos à Westminster Abbey. Só que nos enganamos com a entrada junto com outros turistas e achamos que já estaria fechada, mas era um portão errado. No fim, resolvemos ir ao Natural History Museum. Apesar de ser um passeio à primeira vista para crianças, o museu também diverte adultos. Ficam à vista rocha da Lua, representação de milhares (e gigantescas) espécies, como a Baleia Azul, e outros tantos extintos, como dinossauros e outros não tão antigos assim, como o Pássaro Dodô. Para os brasileiros que não têm a menor ideia de como é enfrentar um terremoto, um simulador do museu representando a fúria da Terra num supermercado de Kyoto consegue gerar uma noção. Tal qual a Tower of London e British Museum, os funcionários “convidavam” os visitantes a se retirarem do recinto. Para a última noite completa em Londres, visitamos na Regent Street a Hamley´s – famosa loja de brinquedos que divertem crianças (e muitos adultos – o problema é que nada mais cabia na mala...). E a sempre presente caminhadas pelas ruas da cidade, como em Whitehall. RESUMO CONHEÇA alguns dos cenários de filmes em Londres, como do Harry Potter e Um Lugar Chamado Notting Hill. Já que não dá para entrar no Buckingham Palace no inverno, VISITE o outro palácio real: Kensington Palace. Outro museu a ser CONHECIDO na cidade: Natural History Museum. Dia 28/12 (11) Como tudo na vida, alguma hora acaba – o último dia nas ilhas britânicas chegara. Era o ato chato de arrumar as malas e a missão impossível de fazer as compras caberem nelas (contudo, creio que fosse melhor fazer na noite anterior à saída). Infelizmente, não era possível deixar as malas no apartamento; ou seja, tal qual em Milão seria necessário encontrar um depósito de bagagem, com a diferença de ter algum conhecimento do preço pelo pago na Itália. Existem alguns sites que oferecem esse serviço, mas como não estávamos acostumados – fora que em alguns o preço continuava caro – preferimos o modo tradicional. Fomos até a estação Victoria e vimos preços muito acima do que fora pago em Milão. Somente com o choque percebemos que estávamos na estação Victoria de trem e metrô e não na rodoviária (coach) Victoria. O serviço da rodoviária se mostrou muito mais conveniente: os preços eram bem menores, o prazo de aluguel e o tamanho da mala mais flexíveis. Com as malas guardadas, fomos à Westminster Abbey e, desta vez, na porta – e fila – certa. Aliás, foi o único local de Londres que tinha fila gigante (pode ser pela data, 28/12; dia da semana – sexta-feira; o horário em qual chegamos; e/ou é uma atração superdisputada). Na abadia encontramos o lugar onde está enterrado o cavaleiro que o papa enterrou (quem acompanha Robert Langdon entenderá...), além de outras poderosas personalidades históricas britânicas, o local onde é feita a coroação da monarquia britânica e a cadeira em que o recém rei/rainha recebe a coroa, com quase um milênio. Findo o passeio pela abadia, era o momento de se preparar para a viagem à Paris. Fomos à estação do metrô receber a caução de £ 5 do Oystercard de volta e ao mercado para comprar algum alimento para comer na viagem. Após retirar as malas, aguardamos na rodoviária a chegada do ônibus. Desta vez, muito diferente da experiência em Milão, essa rodoviária aproxima-se mais com o que conhecemos da rodoviária Tietê, com painéis eletrônicos indicando a linha do ônibus à respectiva plataforma, bancos para descanso, lanchonetes e lugares cobertos. Desta vez, o ônibus chegou no horário e, semelhante ao primeiro trajeto, o motorista fez uma simples conferência do bilhete e passaporte, cabendo a cada um guardar sua respectiva mala. Era o fim da minha primeira estadia em London. Depois de um pouco mais de uma hora de percurso, o ônibus chegou em Folkestone para os trâmites de imigração. Os agentes britânicos entraram no ônibus e passaram os chips dos passaportes num leitor; já os franceses foram mais “tradicionais”, com a fila indiana para se apresentar aos agentes de imigração. Todavia, o trâmite de imigração foi bem mais rápido do que o da viagem da semana anterior (afinal, seria um tanto difícil imaginar um imigrante ilegal querer sair do Reino Unido rumo à Europa Continental). O ônibus partiu rumo ao Canal da Mancha, mas, ao invés de descer para as plataformas do trem, estava subindo... até parar em uma das vagas dentro da balsa. Só que esta balsa era muito diferente das que atendem a travessia Santos-Guarujá; estava mais para um cruzeiro: restaurante, cassino, área de descanso, free-shop. A balsa saiu do cais britânico ao lado de centenas de gaivotas, num cenário parecido ao visto no filme Indiana Jones e A Última Cruzada, apesar da limitação de visão devido à fraca luminosidade noturna. O trem é inegavelmente mais rápido (menos de uma hora) do que a balsa (2 horas), mas para quem está a turismo a balsa pode tornar a viagem mais divertida – e seguramente bem mais econômica. Durante o trajeto, basta encostar num dos vários bancos da balsa, já que não é permitido ficar dentro do ônibus enquanto a embarcação navega pelo Mar do Norte. RESUMO/INÍCIO A rodoviária (coach) Victoria possui depósito de bagagem com preço INFERIOR a de estações de trem. VISITE a Westminster Abbey, a principal igreja de Londres. O trajeto Londres-Paris pode ser feito de maneira ANTIGA: via balsa. Londres e Paris – Parte 3 – França e Suíça Dia 29/12 (12) Já em território francês, o ônibus fez uma parada no Aeroporto Charles de Gaulle e chegou em Paris, na rodoviária Gallieni que, diferente de sua equivalente londrina, é integrada ao metrô da cidade. Depois de comprar os bilhetes de metrô (na época, os t+10; agora existem opções melhores) e ver alguns usuários pulando a catraca, embarcamos na rede de trilhos até a cidade de Montreuil. Como chegamos mais cedo do que o combinado para entrar na casa alugada (e para escapar do frio), decidimos tomar um chocolate quente – só não contávamos que ninguém entenderia chocolate, apesar da grafia em francês ser chocolat. Após muito esforço, conseguimos obter o produto – e perceber que a influência do inglês nos outros países fica limitada às áreas turísticas. Depois de deixar as malas na casa, fomos à primeira atração da cidade, a Basilique du Sacré-Coeur, na área mais elevada de Paris. Já tinha pesquisado ainda no Brasil acerca dos golpistas que amarram pequenas fitas no braço e, para evitar de sermos importunados, subimos até a basílica com as mãos dentro do bolso. Diferente do que pode ser imaginado para umas das cidades mais visitadas do mundo, o acesso à área interna da basílica é gratuito – porém, é uma visita rápida. Para quem quiser pagar, há a opção de subir nela e ter uma ampla visão de Paris. Mas não é a única: a Tour Eiffel ou a Cathédrale Notre-Dame também oferecem uma visão “aérea” da cidade. O roteiro por Paris estava mais flexível, em comparação a Londres. O escolhido no dia foi se perder pelas ruas do bairro de Montmartre e chegar ao próximo ponto turístico do bairro: Le Mur des Je T´aime (o Muro do Amor – o muro em si não é uma novidade espetacular, mas sintetiza o romantismo da capital francesa e perceber a quantidade absurda da casais que percorrem as ruas parisienses). O ato de se “perder” em ruas desconhecidas força aos “perdidos” reforçar a atenção e visualizar detalhes que fogem quando imersos na rotina. Nesse ato, ao olhar para direita, vi no fim da subida de uma rua umas pás de moinho de vento que não me eram estranhas. Ao chegar no fim dela, descobrimos que se tratava do consagrado cabaré Moulin Rouge. Em direção ao Rio Sena, percorremos o Boulevard Haussmann (em homenagem ao prefeito do departamento do Sena que reconstruiu Paris durante o século XIX no formato atual) até às Galeries Lafayette Haussmann. Nas galerias é possível, a partir de seu terraço, ter uma visão ampla da cidade e, ainda, gratuita. Nessas andanças por Paris, entramos em alguns mercados – e caríssimos, muito mais do que em Londres. É fundamental se hospedar fora da cidade e ir aos supermercados na periferia, que apresentam um maior leque de produtos e preços mais “favoráveis”. RESUMO/INÍCIO Fora de áreas turísticas, pode ser mais DIFÍCIL se comunicar em inglês. VISITE a Basilique du Sacré-Coeur e Le Mur des Je T´aime. CAMINHE pelo Boulevard Haussmann. Dia 30/12 (13) Esse dia foi programado para ir ao Château de Versailles. Na verdade, não deveria – era um domingo, um dos piores dias da semana para tal passeio. No entanto, por questões pessoais só poderia ser nesse dia. Como no primeiro dia em Londres, saímos mais tarde da casa do que deveríamos e, consequentemente, essa demora cobrou seu preço – às 11 da manhã ainda estávamos em Paris, próximo da Tour Eiffel. Depois de descer na estação Gare du Versailles Chateau Rive Gauche, seguimos o fluxo de pessoas pela avenida até o palácio e o erro de sair tarde ficar às nossas vistas: era fila para entrar, fila para o banheiro, fila para pedir informações, fila para comprar ingresso, fila para tudo! Compramos o ingresso ao palácio e aos Domínios de Maria Antonieta, e Versailles nos contemplou com um benefício: recebemos um ingresso com hora marcada, que o sistema gera aleatoriamente para alguns (sortudos) visitantes. Como a hora marcada para entrar no palácio, fomos conhecer seus jardins – e já entender a razão do rei Luis XIV ser o símbolo máximo do absolutismo: o jardim era absurdamente grande, até onde a vista alcança e impecável (de tão grande oferecem aluguel de carros de golfe para conhecê-los). Posteriormente, com a reserva horária, adentramos o palácio e percebemos que a ostentação do rei sol estava muito além dos jardins. Em um vídeo sobre a história e construção do Château foi mostrado que criavam alas do tamanho de casa para qualquer ato banal, como sala de fumo, sala de reunião, sala de espera 1, sala de espera 2, teatro... até o momento de queda decorrente da Revolução Francesa de 1789. Quadros que cobriam toda a parede da sala que, por sua vez, tinham tamanho de casas, vários bustos de nobres franceses ornamentam o palácio, com ênfase, é claro, de Luis XIV e um nível riqueza que tornaria a Operação Lava Jato insignificante. Depois de passar um pouco mais de 2 horas dentro do palácio (e descobrir que a fila da qual escapamos com a hora marcada passava de 3 horas) fomos aos Domínios de Maria Antonieta. O local tem muita beleza, luxo e tudo o que é característico da época, mas após ver a suntuosidade de Château, estes ficam meio “simples”. Como a noite chegando, era o fim do passeio pelo Château de Versailles. Seria um fato comum o retorno para a casa, exceto por termos ido em direção à estação errada (Gare de Versailles Rive Droite) ao invés daquela que tínhamos chegado (Gare du Versailles Chateau Rive Gauche), mesmo possuindo o mapa online no celular. Ou seja, estude sempre bem o caminho, especialmente antes de ir ao local e evite uns bons minutos de andar à toa... RESUMO/INÍCIO PROGRAME-SE para chegar cedo ao Château de Versailles – este fica fora de Paris, e, de quebra, evitar loooooongas filas. IMAGINE um enorme palácio e seus jardins e qudruplique – o Château de Versailles é ainda maior. Dia 31/12 (14) Fim de ano, era sabido que o dia seria pela metade – afinal, era dia de horário reduzido de expediente e saberia como os parisienses e outros europeus passam o Ano Novo. Decidimos ir numa atração que não estava no guia de bolso, mas tinha encontrado em pesquisa na web: o Château de Vincennes. Bem mais simples (e vazio) do que a versão de Versailles, tinha sua graça como mais um palácio europeu que viria a conhecer – mas é surpreendente como o turismo de massa foca nas mesmas atrações; o palácio tem estação de trem e metrô literalmente na frente, no limite da cidade de Paris e, mesmo assim, é pouco visitado (se quiser fugir do sufoco de filas, é uma boa opção). Depois de obter os ingressos com uma atendente brasileira (tem brasileiro em todo lugar), conhecemos o Château e a capela vinculada. É o mais importante forte-real francês em estilo medieval ainda existente e serviu de prisão para personalidades famosas, como o Marquês de Sade. De Vincennes, fomos para o Hôtel des Invalides, onde está enterrado Napoleão Bonaparte, mas receei que não seria possível conhecê-lo integralmente por causa do horário e desistimos. Bem próximo dali fica o Champs de Mars, onde foi erguida a Tour Eiffel (apesar de ser apenas uma torre, trata-se da Torre, que povoa o imaginário de milhões de pessoas pelo mundo... e de outras tantas que já a conheceram e apreciam sua beleza). Atravessamos o Rio Sena e chegamos na Avenue des Champs-Élysées, que seria um dos lugares de concentração do Ano Novo. Aos poucos, europeus e turistas chegavam ao local para a passagem do ano e, enquanto isso, lojistas protegiam suas lojas já fechadas com tapumes. No regresso para a hospedagem, o transporte público estava com catracas liberadas – talvez para incentivar os habitantes a curtir o ano novo nas ruas, apesar do frio. Depois de nos prepararmos para a passagem de ano, sem levar carteira, e documentos e dinheiro na pochete, embarcamos no metrô e escolhemos a Champs-Élysées comemorar (ou seria a Tour Eiffel). As estações da avenida estavam fechadas, sendo necessário desembarcar nas mais afastadas e entrar na avenida após uma revista policial (semelhante a de carnaval, que fica aquela impressão que o agente fez uma “revista” mínima). Escolhemos um ponto no meio da avenida com visão sobre o Arc de Triomphe, onde seria projetada a contagem regressiva. O ano novo chegou e estávamos comemorando, abraçando um ao outro – e percebemos que os demais nada faziam, simplesmente iam embora, só foram ver a contagem regressiva da avenida e a queima dos fogos – até que um mendigo percebeu nossa felicidade e foi se “enturmar” conosco. RESUMO/INÍCIO VISITE o Château de Vincennes, uma versão menor de palácio, nos limites de Paris. PERCA horas no Champs de Mars para admirar a atração mais visitada no mundo: Tour Eiffel. CAMINHE pela Avenue des Champs-Élysées. Dia 01/01/2019 (15) Depois do mendigo se despedir da gente, seguimos a multidão para voltar para a casa. Fomos em direção ao Rio Sena pela Avenue Montaigne por onde as pessoas caminhavam – e se avolumavam. Excesso de pessoas nas calçadas e motoristas furiosos por não conseguirem sair do lugar por causa do trânsito parado na madrugada parisiense – parecia a região da Avenida Paulista ou do Ibirapuera no Natal. Numa das estações de metrô mais próxima da avenida, a fila de acesso à plataforma avança para além da catraca (claramente não seria eficiente tentar embarcar nesta estação). Na busca de outras estações de metrô mais afastadas do epicentro humano, caminhamos ao largo da iluminadíssima Tour Eiffel, com seu brilho registrando os primeiros minutos de 2019 da Cidade Luz. Ao mesmo tempo, ficava o receio de encontrar o sistema de trilhos fechado, já que o de Paris não funciona 24 horas. Felizmente, conseguimos entrar em uma estação e embarcar em um dos carros do metrô, cuja linha passa por onde estava o enxame de pessoas. Seria bem irônico se a linha que pegamos fosse denominada de Linha 3 Vermelha do metrô de Paris – a diferença era mínima, como as vozes em francês ao invés do português: passageiros que não conseguiam embarcar (e algumas expressões que deviam ser palavrões em francês), trem parado por vários minutos sem explicação da central, amassado a ponto de não conseguir abaixar o braço. Mas tirando o momento Sé de Paris, o metrô seguiu viagem e conseguimos chegar na casa. Evidentemente, o dia não seria para acordar cedo, já que parte dele foi gasto na madrugada – e nem precisaria, já que as atrações estariam fechadas. Seria mais um caso para andar a pé para conhecer a cidade, com a vantagem de ter o transporte público em comparação com o Natal em Londres. Com o resto do dia, chegamos à Place de la Bastille, local do antigo forte de onde ocorreu o fato histórico A Tomada de Bastilha, marco da Revolução Francesa e do início da Idade Contemporânea. Indo rumo a oeste, seguimos pela Rue de Rivoli até o Hôtel de Ville (a prefeitura de Paris), alternando entre igrejas e prédios históricos pelo caminho. Do Hôtel de Ville ficam à vista os fundos da Cathédrale Notre-Dame de Paris, que seria conhecida em outro dia (e antes do terrível incêndio de abril de 2019). Indo pelo Rio Sena, cada ponte tem suas particularidades, desde a exuberância da Pont Alexandre III, que foi presente do czar para a França, até pontes mais simples, como a Pont Neuf. Mas os pontos turísticos da Cidade Luz ainda não tinham acabado: Place Vendôme, Place de la Concorde, Opera (Palais Garnier), Jardin des Tuileries, L´église de La Madeleine, Palais Royal e Jardin du Palais Royal, Petit e Grand Palais eram só mais outros lugares que conhecemos no dia. Paris tem muitos museus, mas a própria cidade é pura arte – e, nesse caso, não precisa comprar ingresso. RESUMO/INÍCIO CAMINHE (muito) para Paris – é o melhor jeito de conhecer a cidade e suas artes. Dia 02/01 (16) Esse foi o dia reservado para conhecer o Musée du Louvre. Como é sabido, é praticamente impossível conhecê-lo em somente um dia. Todavia, em consulta ao site oficial, descobri que na quarta-feira o museu trabalha em horário estendido, o que possibilitava um aproveitamento melhor da visita e uma imersão mais profunda na cultura que o museu oferece. Descemos na estação Palais Royal Musée du Louvre e apesar de ter visto vídeos na internet de filas insanas para entrar no museu, não tinha fila (pelo menos não na parte de cima; tinha de ver na entrada subterrânea do museu). Assim como ao redor da Tour Eiffel, existem camelôs vendendo bugigangas na praça próxima à consagrada pirâmide de vidro. Tínhamos visto um chaveiro caído no chão próximo à entrada do Carrousel du Louvre, pertencente provavelmente ao ambulante que vendia em pé. No entanto, como a fama de golpistas de Paris é tão grande quanto à fama da própria cidade, refletimos se não podia ser mais uma nova modalidade de golpe, como de ir ao encontro do vendedor e ele te forçar a levar o que você não quer ou algo pior – fazer turismo tem o efeito benéfico de bem-estar, o que diminui a qualidade de julgamento de atos pelos turistas – e é exatamente esse ponto pelos quais os golpistas se aproveitam. Entramos no Carrousel du Louvre e, para nossa surpresa, as filas absurdas de Versailles ficaram no Château – o trâmite entre comprar os ingressos, passar pelo detector de metais e a entrada definitiva não chegou a meia hora, com um detalhe que quase me passou despercebido: o mapa de museu tinha de ser retirado antes da entrada definitiva. Entramos no museu e logo aparecem placas indicativas para o caminho para Monalisa, o que considero um erro. Afinal, Musée du Louvre é muito mais do que um lugar para exposição da obra-prima de Leonardo da Vinci – existem infinitas obras belíssimas e objetos antigos fantásticos, além de salas reais com todo o luxo e esplendor correspondente, já que o museu foi um palácio real antes da mudança da Corte para Versailles. Para ver Monalisa sem aglomeração e sem pressa, basta procurá-la na última hora de funcionamento do museu. Além da obra-prima de Leonardo, existem muitos outros quadros de vários mestres renascentistas, objetos e pinturas da época do Império de Napoleão Bonaparte, esculturas, como a Vênus de Milo, objetos da época do domínio romano, artefatos egípcios (e mais uma vez Imhotep não me respondeu), relíquias árabes, artefatos africanos, pinturas do Brasil colonial, até o subterrâneo do Louvre. E, claro, ver os quadros que foram as pistas para Robert Langdon em O Código da Vinci. RESUMO/INÍCIO ESCOLHA o dia durante o qual o Musée du Louvre tem horário expandido – o museu é realmente muito grande. NÃO FOQUE somente nas atrações mais famosas – o enxame de pessoas pode estragar um pouco o passeio. Dia 03/01 (17) Descemos nesse dia na estação de metrô Cité, a única estação de metrô da pequena ilha fluvial do Sena (Île de la Cité) e de onde Paris foi fundada – e, como local extremamente turístico, na saída da estação um fiscal verificava se os passageiros tinham pago os bilhetes de transporte. A ideia era ir à Cathédrale Notre-Dame de Paris, mas em vez disso fomos ao Conciergerie, antigo castelo usado pelos reis franceses na Alta Idade Média. De estrutura mais simples em comparação aos outros conhecidos, foi o lugar que Maria Antonieta aguardou até ser guilhotinada na Revolução Francesa, saindo da suntuosidade de Versailles para o pequeno quarto gelado do Conciergerie. O bilhete de ingresso ao Conciergerie permite o acesso combinado à Sainte Chapelle, uma capela gótica do século XIII com ruínas medievais e relíquias da Terra Sagrada. Fora da capela, ainda na pequena ilha, fomos à Cathédrale Notre-Dame, mas os ingressos para reserva de horário do dia tinham acabado. Em direção à parte sul de Paris, chegamos ao Panthéon, local onde estão enterrados célebres franceses ou personagens importantes para a história da França, como Rousseau, Voltaire e Victor Hugo. Dentro do prédio histórico, erguido sob ordem de Luis XV em 1756, fica o famoso Pêndulo de Foucault, experimento que “tornou visível” o eixo de rotação da Terra. Em seguida, caminhamos pela margem sul do Rio Sena, passando por pontes já conhecidas e outras novas, como a Pont des Arts, com seus eternos cadeados e conhecer outros prédios históricos, como a da Assemblée Nationale. Cruzando o rio, chegamos novamente ao Avenue des Champs-Élysées e caminhamos até o fim de sua extensão, no Arc de Triomphe, que foi uma encomenda de Napoleão Bonaparte em homenagem às vitorias francesas nas guerras, com esculturas em sua estrutura exaltando o então Império Francês. Atualmente, nela existe uma “tumba” para o soldado desconhecido – uma homenagem aos milhões de mortos nas guerras mundiais. A quem interessar, é possível subir no arco e observar uma dúzia de avenidas que caem diretamente na rotunda (rotatória) em que fica o monumento, num verdadeiro “pesadelo” para motoristas. RESUMO/INÍCIO VISITE algumas das atrações na Île de la Cité: o Conciergerie e Sainte Chapelle. Mais ao sul, CONHEÇA o Panthéon. VOLTE para Avenue des Champs-Élysées e descubra o Arc de Triomphe. Dia 04/01 (18) Tendo em vista o fiasco para acessar a Cathédrale Notre-Dame de Paris no dia anterior, fomos mais cedo para garantir o acesso. Em posse do bilhete com a reserva do horário, fomos ao Le Jardin du Luxembourg, o mais famoso parque do centro de Paris, próximo de Sorbonne. Na frente do lago do parque o Senado Francês delibera suas ações dentro do Palais du Luxembourg. Voltamos à catedral conhecer sua parte interna que, assim como Basilique du Sacré-Coeur, era de entrada gratuita – mal sabíamos que iríamos conhecer partes da igreja que seriam destruídas em três meses. Até então, a área interna da igreja era um tanto lotada e meio escura, mas não importava – era a famosíssima Notre Dame, a de Paris, a de Victor Hugo. Uma linha do tempo mostrava o histórico de sua construção, a quase mil anos e expansão, como a inserção dos vitrais. O acesso para subir em suas torres era pela lateral da catedral, por meio de longas escadas, com controle de fluxo de visitantes. Na primeira “parada”, era possível ter uma boa visão de Paris e dos fundos da catedral – era inevitável lembrar do filme O Corcunda de Notre Dame e do Quasímodo. Dentro de uma das torres havia uma pequena apresentação da obra de Victor Hugo e um “quasímodo” vigiando a subida pelos turistas. O tempo de visita no topo da torre era por somente 5 minutos, muito pouco para o que gostaríamos, mas suficiente para ter uma ampla e maravilhosa visão da Cidade Luz (que inveja do Quasímodo...). Fora da catedral, encontramos ainda na praça outra atração para visitar: a Crypte Archéologique de I´île de la Cité. São mostrados os tesouros arqueológicos e a formação de Paris, desde antes da ocupação pelos romanos pelos nativos parisii até os tempos atuais. No museu ficam expostos moedas, construções antigas e vídeos interativos, com a apresentação da ocupação de Paris até então restrita somente à Île de la Cité, a formação de ponte para uma das margens do Rio Sena até o “transbordamento” da cidade pelas margens do rio que não parou mais. Para as mulheres de plantão, do lado sul do Rio Sena fica a CityPharma, farmácia de produtos baratos infestada de brasileiras. E, ao sudeste de Paris, uma Primark acessível de metrô, pela estação Créteil – Préfecture. RESUMO/INÍCIO PASSEIE pelo Le Jardin du Luxembourg. Quando a reconstrução após o incêndio de 2019 acabar, VISITE a Cathédrale Notre-Dame de Paris e Crypte Archéologique de I´île de la Cité. Dia 05/01 (19) O dia da estadia final em Paris chegara. Arrumamos as malas que, desta vez, podiam ficar na casa, sem custo adicional. O passeio escolhido para a data foram as Les Catacombes de Paris. Surpreendentemente, a fila de acesso às catacumbas estava enorme, talvez por excesso de visitantes e/ou por ser de acesso controlado. Para quem tem pouco tempo na cidade, pode ser mais interessante conhecer outras atrações. Finalmente conseguimos chegar na bilheteria e vi que tinha um combo junto com a cripta arqueológica que tínhamos ido no dia anterior – ou seja, podia ter comprado os dois juntos e economizado alguns euros. O passeio, por óbvio, começava por “baixo” – descemos por vários degraus até o subterrâneo, no qual se apresentavam longos corredores escuros mal iluminados, até chegar em “cavernas”, um pouco mais largas, lotadas de caveiras, minunciosamente e cirurgicamente encaixadas. Em certos pontos, as caveiras juntam com os ossos formam uma “bonita” ornamentação (mas é um local que não ficaria sozinho de jeito nenhum). Com o fim das catacumbas, voltamos ao nível de rua e, com isso, o fim dos passeios por Paris. Caminhamos pelo bairro de Montparnasse e nos guiamos até chegar à Tour Eiffel, facilmente vista entre os edifícios de Paris, para uma última admiração do ícone parisiense. Com a hora da nossa partida de Paris se aproximando, cruzamos o Rio Sena para embarcar no metrô na Champs-Élysées; contudo, era mais uma noite a qual os coletes amarelos estavam nas ruas (a sorte que eles ainda não tinham estragado algumas atrações; nas semanas seguintes picharam o Arc de Triomphe). Os acessos na avenida estavam fechados e tivemos que embarcar no metrô na Place de La Concorde. É mais um caso que comprova a necessidade de chegar com antecedência aos lugares com hora marcada, sob risco de tomar um grande prejuízo e dor de cabeça, além de estragar parte da viagem. Juntos com as malas, agora etiquetadas com pequenos pedaços de papel cedidos pela companhia, embarcamos no ônibus na rodoviária Bercy. O destino seguinte, quem diria, seria a Suíça, país que os próprios europeus acham caro visitar. RESUMO/INÍCIO PREPARE-SE para ficar em outra longa fila e entre em Les Catacombes de Paris. VISITE o bairro de Montparnasse. PODEM EXISTIR alguns coletes amarelos atrapalhando seu retorno para a hospedagem. Dia 06/01 (20) O ônibus chegou em Genebra um pouco antes do horário previsto. Apesar de ser a Suíça, a rodoviária não estava aberta. Aliás, era bem diferente das rodoviárias conhecidas em Milão, Londres ou Paris. Era um pequeno espaço aberto para os ônibus estacionarem na área central e a “rodoviária” era uma casinha do tamanho de uma sala. A cidade, proporcional à rodoviária, é pequena, mas muito poderosa – é sede da ONU (Palácio das Nações) e de diversos órgãos, como a OMC, e caríssima. Um dos pontos mais famosos de Genebra é o Jet d´Eau, uma grande fonte que lança a água do lago a uma altura de 140 metros. A limpeza do lago é realmente impressionante – conseguia ver seu fundo de forma clara e limpa (conheço algumas piscinas mais sujas). Um passeio pelas ruas de Genebra mostra que o lugar é realmente para poucos: lojas que trabalham com barras de ouro, roupas sendo vendidas a sete, vinte mil reais, relógios em exposição a mais de meio milhão de reais. Felizmente, a cidade não é composta somente por miliardários, e existem produtos por “somente” algumas unidades de reais – mas não adianta se iludir: as maiores “pechinchas” suíças ainda são mais caras do que seus equivalentes europeus e brasileiros. Por sorte, estávamos na cidade no primeiro domingo do mês, quando é permitida a entrada gratuita em alguns museus – considero que o uso de entrada gratuita valha mais a pena para atrações que não tenham forte fluxo de turistas. Uma das opções escolhidas foi o museu Maison Tavel. O museu Maison Tavel fica na parte oriental do lago, na área antiga da cidade, acessível facilmente a pé. Apesar da gratuidade da entrada, o local estava com baixo fluxo de visitantes, o que se mostrou conveniente: ao perguntar sobre um dos quadros do museu, o funcionário não só respondeu à pergunta como explicou sobre muitos assuntos referente à Suíça e Genebra, inclusive acerca da Guarda Suíça do Vaticano. No fim da noite, dirigimo-nos em frente ao Palácio das Nações da ONU – o pequeno “detalhe” foram as luzes terem se apagado justamente quando chegamos ao lado do portão. Já que a falta de luz impossibilitou fotos do local, caminhamos para outra propriedade das Nações Unidas, como a OMC. Ao andar pelas pequenas avenidas de Genebra, passamos por uma área de mata que serviria como uma luva para as Pegadinhas do Silvio Santos. Não se vê uma viva alma à noite, o que no Brasil deixaria qualquer um apavorado com medo de assalto. Mas ali era a Suíça... RESUMO/INÍCIO SUÍÇA (e Genebra) é realmente de outro mundo – e cara... VISITE o museu Maison Tavel. CAMINHE tranquilamente pela pequena cidade – apesar de vazia, é bem tranquila. Dia 07/01 (21) e 08/01 (22) Era o dia final na Europa e o voo estava previsto para depois das 14 horas. Era o caso de chegar no aeroporto perto do meio-dia, ou seja, tinha uma manhã sossegada. Infelizmente não havia tempo hábil para passear pela cidade ou ir a um museu e voltar ao apartamento e depois ao aeroporto. O que fizemos? Fomos com as malas a pé ao aeroporto – parece uma ideia maluca, mas a cidade é plana e o aeroporto é como Congonhas, inserida na cidade. Com malas de rodas adequadas, deu para conhecer um pouco mais de Genebra, apesar da distância de um pouco mais de 4 km. No aeroporto de Genebra, ia realizar a operação da devolução do imposto (Tax Free) decorrente da compra realizada em Londres. No entanto, a fila em Genebra estava muito grande e decidi tentar no aeroporto de Frankfurt. Como qualquer aeroporto internacional que se preza, tem a área de Free Shop, mas, sendo suíça, era muito cara (na verdade, percebi que essas lojas de aeroportos são caras, com exceção de alguns produtos). O voo de Genebra à Frankfurt era semelhante ao de São Paulo para Rio de Janeiro, em torno de uma hora, com a diferença que aquele sobrevoa a região dos alpes, um maravilhoso espetáculo: da pequena janela da aeronave observamos montanhas e vales repletos de neve, totalmente brancos. No aeroporto de Frankfurt, nova tentativa de receber a devolução do imposto e, mais uma vez, encontrei uma funcionária brasileira, que me indicou que tinha de receber a aprovação do setor alfandegário, ao qual nos dirigimos. Pelo que entendemos do funcionário alemão, como tinha saído do espaço da União Europeia, deveria ter recebido o carimbo quando passei pelo Canal da Mancha ou na Suíça. Mas para tudo se tem um jeito e ele permitiu que recebesse o imposto parcial. Apesar deste ser um caso pessoal de sucesso, é importante registrar que pode acontecer intempéries que, no final, impossibilita de receber o imposto – mas não só para isso. Ao planejar e executar uma viagem, considero que seja mais importante focar nas ações que possua o controle, como pesquisa de hospedagem, transporte e deixar eventuais benefícios, como o tax free e citycards em segundo plano. Embarcamos no nosso voo, se despedindo do frio de 4ºC rumo aos 34ºC. No avião, tinha o clássico O Diabo Veste Prada – assistir ao filme com as imagens de Paris, que agora conhecia, é muito mais emocionante e parece que fica mais próximo da gente (Comecei a entender de o porquê da Emily ser louca para ir à Paris...). RESUMO/INÍCIO VERIFIQUE onde fica o aeroporto para encontrar a melhor forma de deslocamento até o aeródromo. NÃO CONSIDERE o benefício do Tax Free como direito garantido – pode ser que não consiga receber o reembolso. ENCANTE-SE com os alpes totalmente brancos. O fato de ser free shop não quer dizer que seja sempre mais BARATO.
  4. Olá Mochileiros aqui segue o texto do planejamento da minha viagem preferida, ao longo de vários meses - e, claro, valeu muito a pena. Londres e Paris – Parte 1 – O Planejamento Com a descoberta de que viajar para o exterior não é caro como imaginara, tampouco impossível (e muito mais divertido do que qualquer sonho já realizado), fiz o óbvio: planejei a próxima viagem. Fica aquele impulso inicial de querer conhecer toda a Europa; mas, apesar desta caber numa tela do computador por meio de programas como o Google Maps, continua sendo um continente – Então, quais cidades que deveriam ser conhecidas? É feito um esboço de uma lista de cidades a serem desbravadas: Viena, Berlim, Roma, Londres, Bruxelas, Amsterdã, Paris, Praga... Mas a realidade aparece: não há tempo hábil de conhecê-las em uma única viagem. Logo, o esboço encolhe, diminui, encolhe... Enfim, a lista final está pronta: as escolhidas foram Londres e Paris. Nota-se que escolher os destinos de uma viagem é importante, mas não difícil. Porém representa o início da árdua e prazerosa tarefa de planejar a viagem. Com o foco da viagem definido, entra em ação o segundo passo: o transporte. Por limitações específicas, a janela temporal acessível para nós seria de realizar a viagem entre a terceira quinzena de dezembro e voltando na segunda semana de janeiro. Contrariando algumas recomendações de que o melhor é procurar voos próximos aos destinos, procurei de forma mais “ampla” – e considero que valeu a pena. Por quê? Para procurar passagem aérea mais barata, eu pesquiso pelo Google Flights. E, em vez de inserir somente o destino (Londres) ou mesmo o país (Inglaterra), procuro por Europa. Isso possibilita comparar diversos voos, incluindo no próprio país/cidade de destino. Nas primeiras pesquisas, tinha encontrado passagem barata por Barcelona, mas o dólar começou a subir (nem perto do desastre de 2020) e essa “pechincha” não aparecia mais. Claro que tinha consciência de que voos no final do ano são mais caros, já que é alta temporada (só que mais caro não implica automaticamente em ser absurdo). Em agosto, tive uma grata surpresa. Um voo de ida e volta por Milão, na Itália, com mala despachada inclusa por 2600 reais em alta temporada (CONSEGUI!). Não podia acreditar que tinha achado. Era um sonho! Mas não era para acreditar mesmo: quando ia finalizar a compra da passagem, falava que não estava mais disponível. Mas, ao longo dos dias seguintes, esse alerta de preço permanecia. Intrigado, resolvi entrar no site da companhia aérea e, ao invés de verificar o preço de ida e volta, analisei cada trecho: o trecho de ida estava em 1250 reais, condizente com apresentado pelo alerta de voos. Todavia, o trecho de volta estava muito mais caro, mais de 2500 reais. Comecei a simular com a ida travada em Milão e retorno por diversas cidades europeias. Surpreendentemente, o voo mais barato encontrado foi por Genebra, na Suíça, com conexão em Frankfurt (até hoje não entendo como umas das cidades mais caras do mundo – Genebra – pode ter o voo mais barato). Enfim, consegui em agosto comprar passagem para Europa a preço razoável (R$ 3100) para o final de ano, em alta temporada, com mala despachada inclusa (não creio que seja bom comprar com mais antecedência – vide a implicação do covid-19). Outros voos que eram mais próximos do foco da viagem estavam na faixa superior a 4 mil reais. Mesmo com o custo do deslocamento das cidades dos voos (Milão e Genebra) para as duas capitais, o valor final ficou menor do que os preços dos voos mais “convenientes”. Então, valeu a pena embarcar em voos para cidades mais distantes, mesmo que isso implique em mais viagens por dentro da Europa (além do óbvio: a passeio, não existe “tempo ruim” no Velho Continente). Como o voo não seria direto para as capitais, era preciso analisar os meios de transporte para o deslocamento até elas. Entrementes, era preciso definir os dias em que ficaríamos em Londres e Paris, bem como em Genebra e Milão. Tanto Milão quanto Genebra, considerei ficar um dia em cada cidade: além de ser locais que até então não conhecia, tem sempre o risco de acontecer imprevisto – o que aconteceu: o voo para Milão saiu com atraso do Brasil. No caso de Genebra, tinha risco de, por exemplo, pegar tempestade de neve que fechasse o acesso para chegar na Suíça – difícil, mas não impossível. Decidimos por permanência de uma semana em cada capital, com o Natal em Londres e Ano Novo em Paris. No deslocamento de Milão para Londres, existiam diversas modalidades de transporte: o aéreo, por trens e por ônibus. O uso de carro seria extremamente inviável: além de ser caro devolver em local diverso ao que retirou, parte do trajeto teria custo altíssimo para o veículo (como atravessar o Mar do Norte pelo Canal da Mancha ou pagar o pedágio para cruzar os alpes italianos e franceses). A primeira modalidade que salta aos olhos, é claro, são os aviões, especialmente as famosas companhias low-cost europeias. Entretanto, tendo mala despachada (e até com mala de mão, a depender do peso e tamanho), as empresas low-cost não são tão "low" assim. Mesmo assim aparecia alguns preços competitivos. Nas pesquisas de voos, os que tinham preço mais competitivo (mesmo com mala) eram aqueles que chegariam em Londres às 22:00 do dia seguinte ou partiria de Milão de madrugada. Ora, chegar no aeroporto é totalmente diferente de chegar na cidade: do voo às 22:00, chegaria no centro de Londres depois das 23:00 (os aeroportos que atendem Londres são longe da cidade) – com isso afetaria a disposição para o turismo no dia seguinte. Com relação ao voo de madrugada, teria que pegar um transporte privado até o aeroporto (caríssimo, por sinal – um táxi chega a cobrar mais de € 90 até o aeroporto de Milano-Malpensa) ou pegar o transporte público no dia anterior e dormir no aeroporto. Evidentemente, existiam voos em horários (e aeroportos) “melhores”, mas eram mais caros – alguns, bem mais. De trem, o trecho seria segmentado. Teria de comprar dois trechos: o primeiro de Milão a Paris e o segundo, de Paris a Londres. Mas não seria uma boa ideia. O primeiro trecho até possui preços interessantes, de € 40. No entanto, os horários são bem limitados e o que tinha menor preço saía às 6 da manhã de Milão, chegando em Paris só a tarde. O segundo trecho é realizado pelo famoso Eurostar, que percorre o Eurotúnel embaixo do Canal da Mancha em um trajeto de pouco mais de 2 horas – e é caro, muito caro: começa em € 49 avançando para mais de € 100. Os ônibus, por sua vez, existem em vários horários. O trajeto demora quase 22 horas, com uma “conexão” nas Rodoviárias Gallieni ou Bercy, em Paris. No entanto, como estão disponíveis vários horários, é possível escolher o que inicia o percurso à noite. Nesse caso, o ônibus chega em Paris mais cedo do que o trem e ainda economiza uma diária de hospedagem, já que se dorme no ônibus. A conexão em Paris demora menos de 2 horas, tempo suficiente para contornar eventual atraso do ônibus do primeiro trajeto. O escolhido foi o ônibus: ao invés de tirar uma soneca no aeroporto, melhor dormir no ônibus. Sem se preocupar com o horário de partida do avião ou do trem de madrugada, bastava chegar na rodoviária e aguardar a chegada do ônibus às 22:00. Em vez de pagar uma diária de hospedagem, o dinheiro serviu para “subsidiar” a passagem de ônibus, além de que ele deixa no centro das cidades, só precisando do bilhete de metrô (curiosidade: o trecho de Milão a Londres custou € 78, mais barato do que o táxi do aeroporto de Malpensa até o centro de Milão). Evidentemente que o ônibus não é mais rápido do que o avião, nem é tão confortável quanto o trem. Mas a praticidade de não se preocupar com horários ruins e a economia gerada tanto pelo preço da passagem com o “subsídio” de hospedagem tornavam-no preferido. Como dito, o trem do Eurostar pode ser muito caro – ao passo que, com o ônibus, ocorre justamente o inverso: no nosso caso, pagamos € 28 para realizar a viagem durante a noite, sendo que tinha visto no mesmo mês para outros dias por € 15. E, caso escolhesse o trem, mais uma diária de hospedagem teria que ser desembolsada. O último trecho, de Paris para Genebra, também foi feito por ônibus. O preço da passagem de ônibus, nesse caso, não estava distante do preço da passagem de trem. Só que, com o ônibus, ainda economizamos com a hospedagem na Suíça... Resolvida a questão de deslocamento entre as cidades, é o momento de procurar hospedagem. Como íamos ficar uma semana em cada capital, escolhemos o aluguel de quartos, que oferecem descontos para tal período e tem a conveniência de poder preparar sua comida – assim, dá para ficar bem alimentado e se esquivar dos caríssimos restaurantes de áreas turísticas. Todavia, ressalto que a hospedagem tem de ser pensada junto com o transporte urbano – além da conveniência de ter transporte perto, mas de seu custo. Diferentemente do Brasil, a tarifação do transporte público é por zonas – em teoria, quanto maior e mais longe do centro o deslocamento, mais caro ele fica. Então, tem de ser analisado como duas “forças antagônicas”: a primeira, da hospedagem, quanto mais próxima do centro turístico/financeiro, mais caro fica; a segunda, de transporte, quanto mais longe do centro, mais caro fica. E como conciliar essas duas “forças”? Infelizmente não existe uma resposta padrão: cada pessoa tem sua preferência na ponderação dessas “forças”. Ainda, ratifico alguns pontos que até podem fugir ao senso comum: Londres, de longe, é a cidade que tem um dos transportes públicos mais caros (a ponto de um tênis custar o equivalente a 2,1 bilhetes de metrô avulsos). Entretanto, apesar dessa característica, o “combo” de hospedagem na zona 5 para quatro pessoas é mais barato do que o “combo” equivalente em Paris ou Milão para estadia de 1 semana. Outro ponto de destaque é a preferência de se hospedar no centro destas cidades. Ora, se no Brasil não moro no centro, por que vou me hospedar no centro destas cidades (que podem ser bem mais caras)? Melhor usar esse dinheiro para melhorar minha residência. Com base nessa percepção, encontramos na França uma casa perto do metrô e fora da cidade de Paris – ela ficava na cidade de Mountreuil (mas é preciso verificar antes se o local de hospedagem na periferia não é perigoso, por exemplo). No nosso caso específico de Londres, tinha um detalhe importante: nos dias 24, 25 e 26 de dezembro vários lugares estão fechados, incluindo o transporte público durante o Natal. À vista disso, não adiantava ficar muito longe da cidade, já que não haveria transporte até o centro, com exceção do uso das pernas. Por outro lado, as hospedagens na área central são proporcionalmente caras. Como solucionar? Em uma tela do computador, procurei no site Transport for London o mapa que mostrava a rede de trilhos por zona tarifária. Em outra tela, buscava hospedagens próximas ao metrô e no limite da zona tarifária 1 e 2. Como esse trabalho, consegui encontrar hospedagem mais barata em Candem Town e que permitiria conhecer Londres no Natal. Em Genebra, a questão era embolada. Cogitava ficar em Annemasse, cidade francesa lindeira à Genebra, pois os preços das hospedagens na cidade eram muito inferiores à versão dos suíços. Seria ficar na França, pegar o trem ou ônibus para Genebra e voltar. Mas consegui encontrar um apartamento bem mais barato do que os demais quartos no centro de Genebra e, assim, considerando que a cidade é pequena, não precisando de transporte, que ficaríamos somente por um dia e que provavelmente nada consumiríamos, como ir ao mercado, ficou mais vantagem ficar na Suíça. Tendo solucionado os transportes e as hospedagens, era a fase de realizar a pesquisa de passeios e atrações, um dos melhores momentos do planejamento de viagem. Por conveniência, prefiro um guia na forma “clássica”, em formato de livro de bolso, mas não deixo de procurar na internet. Apesar de, na prática, estar tudo registrado num livro, não é tão simples assim – especialmente para quem quer ter uma experiência melhorada e econômica. Como Londres foi a capital do maior império que já existiu, é de se esperar que não dê para conhecer todas as atrações em uma semana. Dessarte, é preciso fazer um roteiro que, pessoalmente, estabeleço da seguinte forma: atração; valor do ingresso; dia e horário de funcionamento. Como a semana que iríamos teria os 3 dias de funcionamento parcial, o desenvolvimento de tal roteiro é ainda mais essencial, sob o risco de ficar mofando na hospedagem e se privar de uma experiência enriquecedora de novas culturas. O mesmo trabalho foi realizado em Paris, contudo foi mais simples – na verdade, Paris é um marco nas artes, mas não tão grande quanto a gente imagina: compare o tamanho da Linha 4 do metrô de São Paulo com uma reta cortando a capital francesa de leste a oeste e tire suas conclusões... (Mas não é por isso que a cidade deixa de ser extremamente densa em cultura e beleza, muito pelo contrário). Durante a pesquisa sobre as atrações de Londres, li sobre uma promoção das ferrovias britânicas: o 2FOR1 que atende a várias grandes cidades no Reino Unido, incluindo Londres. Essa promoção, que é diferente do LondonPass, consiste em receber o segundo ingresso gratuitamente desde que ambos tenham o bilhete de trem adequado. Com essa “mágica”, pagávamos quase metade do valor original das atrações e usufruíamos de transporte público ilimitado (a economia dessa promoção é tão grande que esta merece um tópico exclusivo de análise). Com isso, Londres, mais bela do que nunca, não me pareceu cara como já ouvi... Para quem já percebeu no mapa, Londres está mais próximo do Polo Norte do que Vancouver, no Canadá. Não obstante, seu clima é muito mais “quente” do que seria razoável supor, decorrente da Corrente do Golfo que influencia a Europa Ocidental. Por conta disso, as temperaturas mínimas que já atingiram a cidade de São Paulo não diferem muito da média destas cidades. Um bom casaco, luva comum, cachecol e bota são suficientes para esta viagem (só ficou a expectativa de pegar alguma nevasca na Suíça...). RESUMO EUROPA é um continente: não adianta querer conhecer vários lugares de uma vez só. PESQUISAR por passagem aérea pode demorar semanas – mas vale a pena. VERIFIQUE por passagens aéreas separadas e/ou multidestinos – pode trazer uma grata surpresa. DEFINA o número de dias de estadia em cada cidade. RESERVE 1 (um) dia de estadia nas cidades de origem e destino do voo – pode ocorrer imprevistos. O DESLOCAMENTO entre países da Europa pode ser de carro, trem, avião, ônibus e barco – o ônibus é a opção mais barata. O preço de voo com MALA DESPACHADA pode ser muito mais caro. Ônibus e trem noturno: pode economizar uma diária de HOSPEDAGEM. Ao procurar hospedagem combine junto com os passes de TRANSPORTE. SUÍÇA é cara [ponto]. PESQUISA de passeios e atrações deve ser feita previamente, para combinar melhor desempenho E economia. PROCURE por promoções de passeios, como o 2for1 do Reino Unido. A Europa Ocidental não é tão FRIA como a gente imagina.
  5. Colecionando bandeirinhas: gaúchos na Europa 🇵🇹 🇪🇸 🇫🇷 🇧🇪 🇱🇺 🇨🇭 🇩🇪 Foram 24 dias de roadtrip pela Europa, passando por sete países: Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Suíça. De quebra tivemos mais dois dias de conexão no Marrocos. Foi uma “baita curtida”, neste relato trazemos detalhes da trip e alguns passeios que fizemos. RESUMO DA VIAGEM Data Local Data Local 25/11 Rio Grande, Porto Alegre - Brasil 10/12 Colônia – Alemanha 26/11 São Paulo – Brasil 11/12 Colônia – Alemanha 27/11 Casablanca – Marrocos 12/12 Frankfurt – Alemanha 28/11 Lisboa – Portugal 13/12 Frankfurt – Alemanha 29/11 Sintra, Coimbra, Aveiro – Portugal 14/12 Genebra – Suíça 30/11 Porto – Portugal 15/12 Genebra – Suíça 01/12 Burgos – Espanha 16/12 Barcelona – Espanha 02/12 Bordéus – França 17/12 Barcelona – Espanha 03/12 Paris – França 18/12 Madri – Espanha 04/12 Paris – França 19/12 Madri – Espanha 05/12 Paris – França 20/12 Serra da Estrela, Covilhã – Portugal 06/12 Bruxelas – Bélgica 21/12 Lisboa – Portugal 07/12 Bruges – Bélgica 22/12 Casablanca – Marrocos 08/12 Roterdã, Amsterdã – Holanda 23/12 São Paulo – Brasil 09/12 Amsterdã – Holanda 24/12 Porto Alegre, Rio Grande – Brasil SAINDO DO RIO GRANDE DO SUL 🇧🇷 Iniciamos nossa trip no dia 25 de novembro saindo da cidade do Rio Grande, no extremo Sul do Rio Grande do Sul, em direção a Porto Alegre. Percorremos 369 Km de ônibus, para embarcarmos em Porto Alegre rumo a São Paulo, sobrevoando a distância de 866 Km. Em São Paulo, de fato demos início a nossa trip internacional, embarcando no voo da companhia área Royal Air Maroc com destino a Lisboa, Portugal. Nesse voo sobrevoamos 7544 Km, com duração de 12 horas e 35 minutos, até chegarmos em Casablanca no Marrocos, local onde tivemos uma conexão de 24 horas. O que nos possibilitou conhecermos um pouco dessa cidade que foi cenário de um clássico dos cinemas nos anos de 1942, Casablanca. No dia seguinte, voamos cerca de 642 Km ruma a Lisboa. CONHECENDO CASABLANCA 🇲🇦 Ficamos hospedados no Relax Hotel (hotel de trânsito da companhia área Royal Air Maroc), próximo ao aeroporto Mohammed V, cerca de 34 Km do centro de Casablanca. Contratamos um táxi e visitamos os principais pontos turísticos da cidade: Mesquita Hassan II, Medina de Casablanca, Rick’s Café. Uma das características mais marcantes do povo árabe do Marrocos é a barganha, tanto ao fazer uma compra nas lojas da Medina de Casablanca, quanto ao pedir uma simples informação no aeroporto. Tudo se transforma numa árdua “peleia”, a qual se vence pelo cansaço. Os idiomas falados no Marrocos são árabe e o francês, o inglês não é o forte deles. E a moeda é o dirrã marroquino. ENFIM CHEGAMOS AO VELHO CONTINENTE EUROPEU Na chegada do aeroporto Humberto Delgado em Lisboa alugamos um carro, o qual já havíamos efetuado a reserva pela internet com a empresa Sixt Rent a Car. Alugamos um Renault Clio ano 2017 (1.6 SW europeu a diesel), no valor de R$ 1422. A partir da chegada em Portugal, realizamos todas as viagens entre as diferentes cidades e países de carro. Foram cerca de 7237 Km percorridos entre Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Suíça. Dentro das cidades optamos por realizar os passeios caminhando, com o nosso companheiro de todas as horas, o chimarrão. Além de economizarmos no transporte e praticarmos uma atividade física, ainda podemos conhecer lugares que certamente passariam despercebidos se estivéssemos dentro de algum automóvel. Portugal 🇵🇹 Em Portugal visitamos as cidades de Lisboa, Sintra, Coimbra, Aveiro, Porto e Covilhã (região de Serra da Estrela). Particularmente de todos os 7 países visitados, o que mais gostamos foi Portugal. Além da facilidade com idioma e da comida, o povo português é muito hospitaleiro e as cidades oferecem tanto o agito, quanto o descanso. O pôr do sol regado a música de artistas de rua na Ribeira das Naus foi de tirar o fôlego, assim como comer os famosos pastéis de Belém na fábrica que existe desde 1837, em Lisboa. A subida caminhando até a Quinta da Regaleira em Sintra, foi compensada com o visual do Palácio da Regaleira, da cachoeira e do Poço Iniciático. Em Coimbra, depois de visitar a Sé Velha e o centro histórico, não podíamos deixar de degustar os pastéis de Santa Clara. Além disso, tomamos o nosso chimarrão na beira da Ria de Aveiro (Foz do Rio Vouga) e comemos os deliciosos ovos moles. Em Porto, com o nosso chimarrão, passeamos pela Ribeira do Rio Douro e degustamos o famoso bacalhau à Brás. A adrenalina de subir 1993 metros de altitude em Serra da Estrela e comer o famoso queijo feito com leite de ovelha, foi para fechar com tudo nossa roadtrip em Portugal. Espanha 🇪🇸 Na Espanha conhecemos Burgos, Barcelona e Madri. Em Burgos deu para “encarangar de frio”, chegamos na cidade a baixo de neve com temperatura de -5 °C, mas isso não foi impedimento para conhecermos o Arco de Santa Maria, a Catedral de Santa Maria de Burgos, a Plazza del Rey San Fernando, e também comermos os deliciosos tapas (petiscos) acompanhados de cervejas Estrela Galicia. Em Barcelona e Madri adoramos chimarrear no Parc de la Ciutadella, no Jardins do Retiro e no Templo de Debod, situado no Parque del Oeste, e comermos os famosos torrones espanhóis. Uma curiosidade sobre o povo espanhol, é que eles não gostam muito dos portugueses e dos brasileiros. Apesar do idioma espanhol ter aproximações com o português, os espanhóis com quem tivemos contato, se negavam a tentar nos compreender, sendo que nós conseguimos compreendê-los. França 🇫🇷 Se Portugal foi o país que mais gostamos, a França foi o que menos gostamos. Além de ser um país caro, também é atribuído muito status a cidades como Paris. Fora a parte central desta cidade, os bairros mais periféricos são sujos, com um trânsito caótico. Há uma discrepância entre o luxo da Champs Élysées e o restante da cidade. Mas como turistas, achamos linda a vista da Torre Eiffel, principalmente a noite quando começa a brilhar, o Museu do Louvre e a Catedral de Notre Dame. Em Paris também nos deliciamos com os famosos croissants, com os macarons e com a legítima champagne francesa (bem gaseificada), diga-se de passagem, uma fortuna mas valeu o investimento. Bélgica 🇧🇪 A Bélgica foi outro país que gostamos muito. As cervejas e os chocolates são os melhores do mundo, ganham até mesmo dos chocolates suíços. Em Bruxelas o tamanho do Manneken pis decepciona um a pouco, mas as luzes Grand Place superam qualquer expectativa. Uma parada obrigatória para quem vai a Bruxelas, e assim como nós ama cerveja, é ir no Delirium Café. Lá tomamos muitas cervejas (Delirium, Waterloo, Trappistes, La chouffe e Westvleteren), com tantos estilos diferentes de cervejas deu até para ficarmos levemente alterados. Outra parada, deve ser para comer fritas com molho samurai em algum mercadinho de natal. Em Bruges, depois de um passeio pelas construções medievais e os canais, comer waffles de creme de avelã transformam a cidade em um verdadeiro doce cenário romântico. Os idiomas falados na Bélgica variam bastante, sendo o francês, o alemão e o holandês (neerlandês). Holanda 🇱🇺 A Holanda é uma loucura. Roterdã tem edifícios fantásticos como as Casas Cubo e o Market Hall. Famosa pelas bicicletas e pelos canais, com seus coffeeshops e as vitrines com as profissionais do sexo, Amsterdã de forma organizada vem quebrando tabus. O Brasil ainda tem muito que aprender. Na Red Light District vale a pena fazer uma parada para tomar as cervejas típicas de Amsterdã, Heineken e Amstel. O idioma falado lá é o holandês (neerlandês). Alemanha 🇩🇪 Na Alemanha visitamos os melhores mercados natal, tomamos muito chopp e cervejas (Munchener, Dunkel, Vienna, Pils, Marzen, Kolsch), também comemos muito nürnberger würstchen (pão com linguiça alemã). Em Colônia nos encantamos com a Kölner Dom e com a sua história na Segunda Guerra Mundial. Já em Frankfurt vimos o entardecer tomando um chimarrão a margem do Rio Reno e quase comemos mett (carne crua de porco com temperos e pão), mas fomos salvos por uns senhores alemães que sensibilizaram com a nossa dificuldade com o idioma alemão. Em nossa roadtrip pela Alemanha foi bem difícil compreender este idioma, parecia que estávamos sempre sendo xingados. Suíça 🇨🇭 Na Suíça visitamos a cidade de Genebra. Assim como Paris esta cidade tem o custo de vida alto e o idioma falado é o francês. Os chocolates suíços são deliciosos, mas o destaque fica por conta do famoso queijo suíço, gruyère. A vista do Jet d”Eau, contemplada com um arco íris e o L’horloge fleurie formado com flores da época tornam a paisagem ainda mais bonita. Sobre a companhia aérea Royal Air Maroc Antes de comprarmos as passagens aéreas para Europa, realizamos pesquisas na internet para saber o país de entrada e a companhia aérea que ofereciam os melhores valores. Compramos as passagens pela companhia Royal Air Maroc, pela metade do preço que pagaríamos em outras companhias, pagamos R$ 2736,45 (ida e volta por pessoa). Nas nossas pesquisas encontramos diversas críticas sobre esta companhia, mas para nossa felicidade todas foram desmistificadas. Os serviços de voo foram de primeira classe. As refeições foram compostas por iogurte, pão, cookies, bolinhos, chocolates, carne, arroz, sopa, água, refrigerante, café, chá, vinho, cerveja, e muito mais. “Tchê tá louco”, o que mais fizemos neste voo foi comer, a todo momento os comissários de bordo se apresentavam nos corredores, carregando trolleys repletos de comidas gostosas. Durante o voo ainda podemos desfrutar de uma playlist com músicas marroquinas e assistir alguns filmes. Para os que preferem passar o tempo dormindo, foram distribuídos kits contendo: meias, vendas para os olhos, mantas e travesseiros. Um luxo só! Esta companhia também oferece para voos com conexão de 4 horas ou mais no Marrocos, alimentação e hospedagem gratuita nos hotéis da própria companhia. Após efetuar o desembarque no Marrocos, é preciso procurar o guichê da companhia Royal Air Maroc, que fica situado do lado de fora da área de embarque e realizar a reserva do hotel. Na área externa do aeroporto ficam as vans que fazem o translado do aeroporto Mohammed V ao hotel e vice-versa. Sobre a viagem de carro O carro que alugamos deu conta dos 7237 Km rodados, consumindo em média 19 Km/L de diesel. As estradas eram com pista no mínimo dupla, com trajetos com pedágios entre 3 e 13 euros, com exceção da França que pagamos os pedágios mais caros, com valores de 32 e 35 euros. Para compensar na Alemanha andamos em autobahn (vias sem limite de velocidade), sem precisar pagar nenhum pedágio. É isso mesmo, a Alemanha tem estradas maravilhosas e sem possuir nenhum pedágio. Documentação Além dos passaportes, da carteira internacional de vacinação, da carteira Nacional de Habilitação e da Permissão Internacional para Dirigir, ainda montamos um dossiê com a cópia de todos documentos: seguro viagem contratado com a empresa Real Seguro Viagem (R$ 476,88), hospedagens reservadas no airbnb e no booking, comprovantes financeiros, cópia da reserva da passagem de volta para Brasil e comprovantes de residência no Brasil. Acreditem vocês, que com exceção da apresentação dos passaportes nos embarques e desembarques nos aeroportos do Brasil, Marrocos e Portugal, não precisamos apresentar mais nenhum documento. Nem a Permissão Internacional para Dirigir foi exigida para alugar o carro. Nas fronteiras entre os países, só fomos parados na Suíça, mas era para adquirirmos o vignettes (espécie de adesivo fixado no vidro do carro, que permite trafegar nas estradas da Suíça), uma vez que a Suíça não faz parte do acordo entre países da União Européia. O vignettes tem o valor de 37 euros e são válidos por 1 ano. Foi melhor prevenir levando toda esta documentação do que passar por algum “entrevero”. Partiu próximo destino?
  6. Fala galera, estou colocando aqui a nossa experiência fazendo o trekking pela Walker's Haute Route, na Suíça/França. Se quiser dar uma força nosso trabalho, passa lá no nosso site que tem mais posts sobre a Suíça e também se cadastrando na nossa newsletter, a gente oferece o livreto "Trekking pela Walker's Haute Route - O Guia Completo", onde a gente responde todas as perguntas, como por exemplo, custo, como chegar, o que levar, melhor época pra fazer, etc. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Ja pensou em fazer trekking na Suíça? Muita gente vai pra conhecer as principais cidades, consumir bons queijos e viver a cultura da Suíça. Mas poucas pessoas sabem que o país é repleto de trilhas que ligam pequenas vilas e refúgios no alto das montanhas. Foi por isso que resolvemos fazer o trekking pela Walker’s Haute Route e viver uma aventura diferente por A Walker’s Haute Route é uma variação simplificada da famosa Haute Route, feita normalmente com o uso de skis e que atravessa os maiores montes dos Alpes franceses, suíços e italianos. É considerada um dos 10 melhores circuitos de trekking do mundo e um dos mais belos, desbancando até o famoso trekking do Mont Blanc (TMB). Pra falar a verdade, muitas pessoas acabam fazendo o TMB sem saber da existência da Walker’s Haute Route. Uma pena! QUAL FOI O NOSSO ITINERÁRIO? A rota clássica parte de Chamonix, na França, coladinho ao Mont Blanc, e atravessa vilarejos, florestas, vales incríveis, glaciares, tudo isso próximo à 3000 metros de altura. Depois de 2 semanas e mais de 180 km de trilha, o destino é a cidade de Zermatt, na Suíça, com o famoso Matterhorn de plano de fundo. Entretanto, que tal fazer algo diferente? Como a gente gosta de ser do contra, decidimos fazer o itinerário no sentido inverso, com algumas adaptações (sim você pode adaptar como quiser!). Tínhamos somente 15 dias de férias e queríamos conhecer algumas cidades da Suíça, como Zurique, Genebra e Berna. Portanto, não poderíamos fazer os 14 dias recomendados para o trekking completo. Decidimos fazer tudo em 10 dias, cortando os trechos menos importantes (mais fáceis ou com paisagens menos extraordinárias, se é que isso existe nos Alpes!) e chegamos ao seguinte itinerário (e os relatos completos😞 Dia 1: Zermatt – Cabana Europa Hut Dia 2: Cabana Europa Hut – Grächen Dia 3: Grächen – Gruben Dia 4: Gruben – Zinal Dia 5: Zinal – Cabane Moiry Dia 6: Cabane Moiry – La Gouille Dia 7: La Gouille – Cabane de Prafleuri Dia 8: Cabane de Prafleuri – Cabane du Mont Fort Dia 9: Cabane du Mont Fort – Martigny Dia 10: Martigny – Chamonix DIA 1 – ZERMATT ATÉ EUROPA HUT Último viewpoint do Matterhorn rumo à cabana Europa Hut. Tudo começou em Zermatt, no coração dos Alpes suíços, depois de uma viagem de trem bem corrida vindos de Zurique. Chegamos na madrugada do dia que iniciaríamos o trekking. Só deu tempo pra tomar banho e correr pro quarto e dormi pra descansar para o primeiro dia de trilha. Seriam os primeiros 22 quilômetros de trilha, saindo de Zermatt, subindo o vale de Mattertal e pegando a famosa trilha Europeweg com destino à Europa Hut, uma cabana/refúgio no alto das montanhas. Além de todas as vistas incríveis no meio do caminho (incluindo o famoso Matterhorn) e todos os precipícios enormes, o destaque do dia foi passar pela maior ponte suspensa por cabos de aço do mundo. Sim, eram quase 500 metros de ponte! Bom, posso adiantar que chegamos exaustos na cabana. Esse foi só o primeiro dia, imagina os demais… DIA 2 – EUROPA HUT ATÉ GRÄCHEN A trilha entre Randa e Saint-Niklaus era praticamente toda assim. Foi um descanso para as pernas e joelhos. Segundo dia na Walker’s Haute Route. A gente decidiu não continuar pela Europeweg e descemos o vale de Mattertal pra continuar a trilha por baixo. Passamos pelos vilarejos de Randa e Herbriggen, antes de chegar em Saint-Niklaus, nossa penúltima parada do dia. Nosso destino seria a cidade de Grächen. No total, foram quase 14 quilômetros de percurso desde a cabana Europa Hut até o nosso hotel em Grächen. Indo por baixo pelo vale, a gente abriu mão das paisagens das montanhas, pra ganhar uma experiência cultural incrível, vivenciando a vida das pequenas cidadezinhas da Suíça e dos seus habitantes. A propósito, os suíços sempre foram muito simpáticos com a gente. DIA 3 – GRÄCHEN ATÉ GRUBEN A borboleta e o pássaro lá no fundo fizeram questão de aparecer na foto. Depois de dormir em um hotel fantasma (conto mais se você comentar!), a gente começou a trilha de Jungen, acessível de teleférico a partir de Saint-Niklaus, e de onde a gente teve uma das mais lindas vistas de todo o trekking (foto acima). De Jungen, a gente pegaria a trilha até Gruben e passaria o nosso primeiro passe de todo o trekking, o Augstbordpass (2894 metros). A alegria foi imensa mesmo com todo o esforço e cansaço da subida. Chegando em Gruben, depois de passar por um bosque lindo, descobrimos uma vilazinha simpática e acolhedora. A gente chegou acabados, com as pernas doendo e os joelhos em estado crítico por causa do peso da mochila. A gente ficou o restante do dia se questionando se continuaria ou não… DIA 4 – GRUBEN ATÉ ZINAL Glaciar de Turtmanntal, pra mim um dos mais lindos dos Alpes. Quarto dia de trekking pela Walker’s Haute Route e sem dúvidas, o dia mais decisivo de todos. Seriam 17 quilômetros até a cidade de Zinal, localizada no vale de Zinal. A cidade foi primeira de língua francesa de todo o trekking. Ainda estávamos pensativos sobre a nossa decisão de continuar. No dia anterior, a gente juntou um monte de coisa que julgamos não necessários e deixamos lá mesmo no hotel. Partimos mais leves, mas sem saber se terminaríamos o trekking! Falando da trilha, o ponto mais alto do dia foi o passe Col de la Forcletta, à 2874 metros. Com o peso a menos, tudo parecia melhor. Estávamos mais felizes e dispostos! Em Zinal, fomos acolhidos no nosso hotel por uma senhora super simpática e fez o nosso dia terminar com chave de ouro. DIA 5 – ZINAL ATÉ CABANE MOIRY Quinto dia de trekking pela Walker’s Haute Route e incríveis 66 quilômetros percorridos. Faltavam um pouco mais do que a metade até o nosso objetivo final. Nesse dia, a gente teria que ir de Zinal até a Cabane de Moiry, o nosso primeiro refúgio da trilha, localizada pertinho da barragem e do glaciar de Moiry. Esse foi um dia muito agradável. A maior parte da trilha era contornando o Lac de Moiry, imenso, cor azul esmeralda. A parte final, entretanto, foi mais complicada. Pra chegar até o refúgio, a gente teve que subir umas centenas de metros. Mas o esforço valeu a pena. A cabana fica bem do lado das montanhas e do glaciar de Moiry. Vista que recompensou tudo, mas não tirou as dores nos joelhos que nunca estiveram maiores. Ha! E quase ia me esquecendo, a gente conheceu um casal de brasileiros super simpáticos que nos ensinou bastante sobre perseverança e determinação. DIA 6 – CABANE MOIRY ATÉ LA GOUILLE Vista que a gente tinha do Lac de Chateaupré, com o glaciar de Moiry atrás. Sexto dia de trekking pela Walker’s Haute Route e mais de 91 quilômetros de trilha percorridos. A gente tava preocupado com o estado dos nossos joelhos, mas por milagre no dia seguinte, eles já não doíam tanto como no dia anterior. Começamos a descida pela mesma trilha rumo ao destino do dia, a cidade de La Gouille. Só que esse seria um dia mais puxado. A subida até o passe Col de Tsaté não era o problema. Fizemos bem tranquilo e chegamos no passe, à 2868 metros, com muita energia. O problema foi a descida. Foram mais de 1200 metros de descida que não acabava nunca! Ainda perdemos o ônibus em La Sage e tivemos que ir andando até Les Haudères, de onde a gente pegou um ônibus para La Gouille. DIA 7 – LA GOUILLE ATÉ CABANE DE PRAFLEURI Sétimo dia de trekking pela Walker’s Haute Route. O primeiro ônibus para Arolla saindo de la Gouille sairia por volta das oito da manhã. A viagem até Arolla foi rápida, cerca de 20 minutos. Estávamos contando o tempo, pois seriam 16 quilômetros naquele dia, cinco deles praticamente em linha reta, contornando a Barrage des Dix. Além das vistas incríveis, o ponto alto do dia foi passar pelo famoso Pas des Chèvres. Nada mais do que um conjunto de escadas de metal que ajudam um pouco na descida até o Val des Dix. As escadas são super bem construídas, mas bate aquele medinho, sabe como é… Terminamos a trilha com uma subida até o Col de Roux (2804 metros), de onde a gente já podia ver a Cabane de Prafleuri, onde a gente dormiria aquela noite. DIA 8 – CABANE DE PRAFLEURI ATÉ CABANE DU MONT FORT Oitavo dia de Walker’s Haute Route e um dos mais difíceis do trekking tecnicamente falando. Seriam três passes em um só dia, algo inédito até então. No dia anterior a responsável da Cabane de Prafleuri havia dito que o dia seria de mau tempo e chuva. Ela nos aconselhou a sair bem cedo pra evitar maiores imprevistos. Foi o que a gente fez. Mesmo sendo um dia de trekking mais puxado, foi o dia com as melhores fotos. A parte mais complicada foi que tivemos que pegar a rota mais curta (pelo temido Col de la Chaux) que levava até a Cabane du Mont Fort, ao invés de pegar a rota pelo Col de Termin, com vistas melhores, mas perigosa em dias de mau tempo. Só que a gente não sabia que a rota mais curta era uma rota alpina, mais exigente! Daí você tira que passamos bons bocados nessa última parte. E foi nesse dia que a gente viu os primeiros Ibex da viagem. DIA 9 – CABANE DU MONT FORT ATÉ MARTIGNY Nono dia da Walker’s Haute Route. Depois de um dia de trekking puxado e alguns sustos, decidimos que pegaríamos mais leve. O plano inicial era fazer toda a trilha da Cabana du Mont Fort até Le Châble e de lá ir para Orsières, o que acrescentaria um dia no itinerário. Adaptamos o plano e fomos para Martigny, encurtando o trekking em um dia, mas ganhando um para descansar. De lá partiríamos para o nosso último e mais aguardado dia na Walker’s Haute Route. DIA 10 – MARTIGNY ATÉ CHAMONIX Último dia na Walker’s Haute Route. O cronograma seria ir de Martigny até Chamonix. Mas tudo tinha que sair como previsto. De Martigny, a gente pegou um ônibus até o Col-de-la-Forclaz, e de lá começou os últimos quilômetros de trilha até Chamonix. Depois de 10 dias e mais de 135 quilômetros de trilha, enfim a gente tinha chegado onde queríamos. Ao fazer a última subida até o Col de Balme (divisa entre a Suíça e França) e olhar pro horizonte, lá estava ele, o Mont Blanc, imponente! O dia não poderia estar melhor! A vista do Mont Blanc estava nítida, sem interferência alguma, nenhuma nuvem, perfeita. Não poderia pedir mais nada. Nos sentamos, tiramos as mochilas e ficamos ali por pelo menos uma hora, comendo e apreciando a vista do Mont Blanc. QUER SABER MAIS SOBRE A WALKER’S HAUTE ROUTE? Ficou com vontade de fazer um trekking na Suíça? Tem mais perguntas sobre a Walker’s Haute Route? Estamos preparando um livreto “Trekking pela Walker’s Haute Route – De Zermatt até Chamonix”, onde a gente conta com detalhes tudo que você precisa saber pra se preparar pra esse trekking e também a nossa experiência, dia à dia, durante os mais de 135 quilômetros de trilhas pelos Alpes da Suíça e França.
  7. Olá galera, Fiz uma viagem para Europa em Feveiro de 2018 e fiquei 60 dias por la. Dividi a viagem em 2 partes, uma com a família e outra sozinho. Estou compartilhando aqui algumas informações uma vez que o grupo me ajudou muito nessa jornada. Vou publicar em duas partes para não ficar muito longo. TRANSPORTE VOO SALVADOR – BARCELONA c/ stopover em Lisboa (TAP) – R$1.124,00 VOO MILÃO – Salvador com Stopover em Porto (TAP) – R$824,00 VOO BARCELONA – NAPOLES (RYANAIR) - R82,00 TREM NAPOLES– ROMA (TRENITALIA) – R$60,00 TREM ROMA – MILÃO (TRENITALIA) – R$148,00 VOO MILÃO – PARIS (RYANAIR) – R$90,00 BUS PARIS – BASEL (FLIXBUS) – R$81,00 TOTAL = R$2.409 + R$400,00 ( Transfer p/ Hotel) = R$2.809,00 HOSPEDAGEM – apartamento c/ cozinha em todas as cidades (exceto Nápoles) – Valor da diária/pessoa. LISBOA – R$61,50 BARCELONA – R$ 77,00 NAPOLES - R$80,00 ROMA - R$81,00 MILÃO – R$88,00 PARIS – R$95,00 SUIÇA – Casa da Familia =p TOTAL = R$1.356,00 TOTAL TRANSPORTE + HOSPEDAGEM = 4.165,00 OUTROS GASTOS: Lisboa Card/72h– R$190,00 bilhete T10 Barça – R$ 44,49 Camp Nou Experience – R$104,42 Sagrada Familia - R$86,26 Parque Güell – R$31,78 (tem opção gratuita) Tour Napoles-Pompeia R$152,00 Roma Pass – R$131,00 Paris Visite 3 dias - 108,96 Boat Station Thun-Interlaken - R$230,00 Top of Europe-Kleine Scheidegg-Grindenwald – R$850,00 (Não Fiz) O QUE MAIS GOSTEI? Barcelona é incrível demais, voltaria no verão para ficar no mínimo uma semana. Lisboa eu adorei pois me lembrou muito minha cidade (Salvador) e os preços bem em conta. Paris o que mais gostei foram os brechós com peças de 1 euro, no mais a cidade é encantadora, mas não voltaria, apesar de saber que tem muita coisa a oferecer. O QUE NÃO GOSTEI? A Itália em geral, principalmente na caótica napoles, tinha até tanque de guerra na rua. Eu achei a galera meio trambiqueira, queriam me subornar no aeroporto e etc. Mas foi onde comi mais, melhor, gostoso e barato. Claro! Suiça é muito cara, é linda demais, acabei gastando pouco porque tenho família lá, mas é muito caro, muito! Achei muito pega turista a maioria dos museus na Europa, é preciso selecionar bem onde quer ir, qualquer coisa que você visita é 15/25 euros e as vezes a sensação que tive era de muito custo para pouca coisa, tirando a muvuca de gente em alguns locais, como o Louvre. OBS 1:Da Suíça continuei sozinho a viagem que vou escrever em breve. OBS 2: Recomendo muito os voos da TAP com stopover, que é um tipo de conexão “voluntária”, uma parada numa determinada cidade de alguns dias. Escolhi Lisboa na ida e Porto na volta. OBS 3: Encontrei preços ótimos de voos com a Ryanair, mas se atente para as bagagens, os valores promocionais não dão direito a despachar bagagem. Eu consegui viajar europa apenas com bagagem de mão (1 mochila de 45L + uma bolsa de 15L). Quem viajar em grupo uma dica que dou é a cada 2 ou 3 pessoas tentar despachar so uma bagagem e levar o restante nas bagagens de mão. Outro detalhe é que as vezes o aeroporto fica muito longe da cidade (no caso de Paris) e acabamos pagando o mesmo preço praticamente de um transfer, que ainda assim compensou. OBS 4: Não fiquei na paranoia de visitar todos os moseus e etc. nem é minha vibe, gosto de circular pela cidade. Os city pass das cidades eu comprei por causa da comodidade que estava com a família e usamos muito o transporte público. Mas faça os cálculos para saber se compensa mesmo. OBS 5: Senti muito não ter feito a região da Florença, mas no consenso familiar Paris e Suiça eram prioridades. Além disso, o voo de Milão para Paris estava super barato, compensava ir pra lá. OBS 6: Bons valores eu achei por ser na baixa temporada, inverno. Tem os pros e contras. Por exemplo, não tomei banho de mar, nem em Portugal, nem em Barcelona. 80% dos dias na viagem estavam nublados. OBS 7: Na Suiça queria ter rodado o país de trem, mas como estava em Família, foi mais um trecho da viagem de curtir outra vibe mesmo. Quem estiver indo por la, pesquise sobre o Swiss Pass. OBS 8: Sobre as hospedagens, acabei gastando pouco pois dividir o apartamento com outras pessoas. Achei bons preços por causa da época, baixa estação. Pesquisei muito e é preciso se ligar na localização das ofertas. Geralmente por sorte eu achei boas hospedagens com boas localizações, com exceção de Roma e Paris. OBS 9: Para hospedagem utilizei o booking.com e o airbnb.com . Já para as passagens utilizei o skyscanner. Alguns blogs que recomendo e que aproveitei muito as informações: https://www.mochileiros.com https://www.viajenaviagem.com https://www.360meridianos.com https://mochilaobarato.com.br https://ilovetrip.com.br Quem quiser visitar, minha pagina no instagram, lá tem outras fotos dessa viagem e outros rolês que fiz. https://www.instagram.com/xdan.trips Próxima parte tem: Amsterdam, Berlim, Praga, Cracovia, Budapeste, Sarajevo, Zagreb e Porto.
  8. Olá pessoal, boa tarde! Estou com viagem programada para Outubro e minha mãe irá comigo, nossa imigração será feita em Zurique, a minha dúvida é se a minha mãe pode passar junto comigo na hora da imigração pois ela não fala nada de inglês/espanhol e é idosa. Alguém já passou por isso e sabe dizer como foi? Estou meio apreensiva de me separar dela mesmo que por pouco tempo ela é bem perdidinha! Obrigada desde já
  9. Olá, mochileiros! É bom estar de volta, postando e planejando uma viagem para fora novamente. Em 2016 e 2017 fiz mochilões para Europa sozinho, cujos relatos estão na minha assinatura (conheço Budapeste, Viena, Praga, Berlim, Paris e Londres). Jà em 2018 a situação mudou. No final de 2017 conheci a minha Mônica 😍... Viajamos para Gramado, Tiradentes (onde noivamos no final do ano🤩), Caldas Novas, e no início do ano fomos para a incrível Paraty. Estávamos pensando em celebrar nossa união fazendo um casamento com festa e etc. Porém, finalmente decidimos não mexer com isso. Vamos é curtir nosso relacionamento juntos, "mochilando" pela Europa. Já comprei as passagens: chegada em Amsterdam no dia 12/07/19 e saída por Paris no dia 29/07/19. Importante: ela ainda não sabe nenhum dos nossos destinos. Eu montarei o roteiro e ela só vai saber para onde iremos na hora do embarque. Absolutamente a viagem será uma surpresa do início ao fim (e ela nunca viajou para fora). Pretendo, sim, ficar uns 3 ou 4 dias em Amsterdam, assim como uns 4 dias em Paris (no final da viagem). Então aí vem uma dúvida: o que sugerem de cidades e passeios para fazer um roteiro "redondo"? Pensei em sair de Amsterdam, ficar umas 2 noites em Bruxelas (conhecendo essas redondezas). À princípio pensei em fazer: Amsterdam > Bruxelas > Londres > Paris. Eu sei que Londres é fantástico! Aliás, se hoje me perguntarem "qual cidade vc gostaria de visitar agora", prontamente responderia Londres. Foi a cidade que mais curti na vida!!! Mas gostaria muuuito de visitar Lauterbrunnen na Suíça, bem como Chamonix na França. Acho que são destinos com cara "romântica", embora estejam relativamente longe. E eu não gosto de fazer maratona de cidades. Gosto de realmente aproveitar e sentir o clima da cidade. Para tal, pensei em pegar um voo de Amsterdam (ou Bruxelas) para Zurique, e dali arrumar um jeito de ir a Lauterbrunnen. Depois pensei em ir para Chamonix e finalizar em Paris. E então, o que acham? Vale a pena esses translados até Lauterbrunnen? Ou deveria deixá-la para outra oportunidade (assim como Chamonix)? Sugerem algum outro destino bacana para um casal em lua de mel? 😀 Ahhh, e é claro. Farei um novo relato assim que voltarmos. 😉
  10. Bom dia! Então, já faz cerca de 2 meses que me encontro na Suíça, porém, por questões pessoais familiares eu preciso voltar para o Brasil antes do previsto (final de agosto). Entretanto, não faço ideia de quanto isso custaria, alguém pode me dar uma luz antes de eu entrar em contato direto com a agência a qual comprei as passagens? Grata!
  11. História Como já reportei aqui no Mochileiros, em Dezembro estive 2 semanas pela Tailândia. No voo de volta (Qatar Airways) fizemos uma pequena escala em (2 horas, Doha, Qatar) e uma senhora escala em Zurique: 10 horas!!! Note-se que podia ter escolhido uma escala menor (3 ou 4 horas não me lembro bem) mas decidi pelas 10 horas para me aventurar na cidade, aproveitando uma viagem de avião que de qualquer forma estava paga e evitando estadias numa cidade em que um cafezinho custa 5-6€ Informações práticas Ir do aeroporto de Zurique até ao centro da cidade não podia ser mais simples. Por várias razões: Pode sair e entrar no aeroporto sem estar a realizar checkins nem verificações de passaporte (foi apenas necessário o controlo de segurança) Basta ir para o terminal de comboios situado no próprio aeroporto e apanhar um comboio até ao centro (Hauptbahnhof) Uma boa parte de pontos de interesse estão situados numa pequena área. Como disse foi só deslocar-me até à estação do aeroporto e comprar um bilhete de comboio. Custou-me 13€ pp e dava para usar durante esse dia em todo o sistema de transportes. A viagem durou cerca de 15min Na volta viemos num comboio de superficie cuja viagem era mais lenta (30-40 min) apanhado do lado de fora da estação mas que deu para apreciar a cidade no quentinho da carruagem. Desde que aterrei até que voltei a passar no controlo de segurança passaram-se 3h30. Podia ter ficado mais tempo mas o jet lag estava a actuar e vir de um país com temperaturas superiores a 30ºC para uma cidade a 3ºC não estava a ser fácil. O que ver Planeei o que ver da forma mais preguiçosa possível. Já tinha a cabeça em papa de planear 2 semanas na Tailândia e não quis perder muito tempo. Fui ao Tripadvisor, apontei as top atractions e coloquei-as num mapa. Percebi que com uma pequena volta dava para ver muita coisa. Decidi não entrar em Museus porque tinha gasto o meu dinheiro todo em Pad Thais e street food Ainda assim deu para apreciar as vistas. Está aqui um mini-video da mini-aventura Qualque coisa é só falar
  12. Olá! Farei uma viagem para Geneve com conexão de 6 horas em Zurique, onde passarei pela imigração. Minha dúvida é: quão fácil é se perder nesse aeroporto de Zurique? e eles fazem muitas perguntas na imigração? Tenho receio pelo fato de que viajarei sozinha pela primeira vez e passarei quase 3 meses no país fazendo “nada” (só conhecendo Geneve, no caso), mas vou me hospedar na casa da minha irmã sendo que a mesma escreveu uma carta-convite. Tenho motivos para me preocupar?
  13. Brunaeb

    Conexão em Zurich

    Preciso de uma ajuda, estou muito preocupada com a minha conexão de volta em Zurich. Não consegui muitas informações sobre o aeroporto na internet, meus vôos são os seguintes: SP -> ZURICH ficarei 5 dias lá, depois farei ZURICH->ROMA mais cinco dias, no voo de volta para o SP há uma escala em Zurich, porém o intervalo entre eles é de apenas 1h10. Todos os vôos serão pela SWISS, mas a preocupação é com o tempo curto, a mala será despachada de ROMA para SP? Terei que passar novamente pela imigração? Os portões são muito distantes?
  14. Irei para Londres na semana que vem, mas minha conexão é em Zurique, na Suíça. Meu voo chega pela manhã e só à noite vou pra Londres. Eu gostaria de conhecer um pouquinho a cidade de Zurique, já que é minha 1° viagem internacional. Algumas pessoas não me aconselharam a sair do aeroporto pra não correr o risco de perder o voo, porém, a conexão é longa. De qualquer forma, queria a opinião de vocês: - Devo sair do aeroporto e dar uma volta no centro, voltando logo apos o almoço? Como seria isso na prática? -E preciso pagar uma taxa pra sair do aeroporto? - Irei passar na imigração na Suíça e em Londres? - Na Suíça meu voo pra Londres é considerado um voo doméstico?
  15. Olá pessoal!!! Fiz uma viagem maravilhosa para os alpes suiços e compartilhei algumas informaçoes sobre preços e tudo mais. veja no link abaixo: qualquer duvida estarei a disposiçao pra ajudar sobre valores etc!!! forte abrço
  16. Oi, eu vou estar em Paris em setembro e quero ir pra Suíça. Gostaria de receber indicações sobre qual cidade eu consigo a vista mais bonita dos Alpes Suíços, já que vou ficar poucos dias, quero ficar em só um lugar e também sobre hostel que vocês indicam. Estava pensando em ir de Paris para Suíça de trem para aproveitar a paisagem e voltar de avião. Agradeço qualquer ajuda, estou bem perdida!
  17. Olá, pessoal! gostaria de saber se Suíça realmente é tão cara como dizem, quem puder dê dicas de quanto se gasta por dia só para comer e fazer passeios pelas cidades, se é melhor conhecer as cidadezinhas de trem e quanto tempo em cada uma delas, qualquer dica será muito valiosa! Agradeço, abraços!
  18. Apesar da previsão apontar chuva para aquele dia, embarquei animado em Berna para conhecer um pedaço dos Alpes suíços. A cidadezinha de pouco mais de cinco mil habitantes não oferece grandes atrativos dentro de seu perímetro, e as melhores possibilidades estão ligadas aos esportes radicais e à natureza em seu entorno. Meu objetivo era conhecer os 4.158 metros de altura da montanha Jungfrau. Declarada Patrimônio da UNESCO, é nela que fica a estação de trem mais alta do mundo. Infelizmente, na bilheteria me disseram que, devido às condições climáticas, não valeria a pena subir. Na estação de Interlaken há televisões que passam imagens das câmeras instaladas no alto da montanha – a visibilidade era quase zero, só dava pra ver neblina. Enquanto esperava algum milagre que fizesse o tempo melhorar, peguei alguns flyers de cachoeiras e cavernas mas, como fazia frio e chovia, decidi que a opção mais sensata seria ficar pela cidade mesmo. Ainda bem, pois choveu sem parar. Compensei meu descontentamento com algumas compras! Comprei um legítimo canivete suíço – daqueles cheios de coisas –, de estampa camuflada e com direito a nome gravado. Comprei um vermelho também, tradicional, para dar de presente ao meu avô, que é fã de canivetes. Outra coisa que comprei foi um suvenir, uma vaquinha suíça – o mais impressionante é dizer que em Zurique e Berna não encontrei absolutamente nada de suvenir, tô falando desses baratinhos mesmo, que a gente põe na estante e espera encher de pó (rsrs). E, pra terminar a gastança: chocolates, muitos chocolates! Meu passeio pela organizada e florida cidade incluiu uma visita ao Schlosspark, ao lado da igreja e do castelo (que não se assemelha a um castelo exatamente). No almoço, optei por um prato típico, meu pedido foi Rösti Pick, retângulos de batatas rosti recheadas com queijo e acompanhadas por salada. Uma delícia! Sem ter mais o que fazer pela cidade, decidi seguir viagem. Ao chegar na estação, descobri que o trem para Milão tinha partido há dez minutos e o próximo seria dali três horas. A solução foi esperar… Tirei algumas fotos do pouco que dava pra ver dos Alpes e conheci um albanês que havia assistido e gostado bastante do filme brasileiro “Cidade de Deus”. Quando o trem finalmente chegou, parti para Milão – um tanto frustrado por não ter conhecido Jungfrau, por ter ficado a dois passos dos Alpes. Leia o post original com fotos: http://viajanteinveterado.com.br/a-dois-passos-dos-alpes-interlaken-suica/ Este é o 25º post da série Mochilão na Europa I (28 países) Leia o post anterior: Beleza medieval e charme suíço (Berna, Suíça) Leia o post seguinte: Rumo a Milão
  19. Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, preços, hotéis, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então preços muitas vezes vão ser estimativas e albergues, hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Meu objetivo era fazer uma peregrinação, semelhante à de Santiago de Compostela. Por isso procurei ficar em albergues associados à peregrinação. Havia uma credencial de peregrino, que recebi por correio em São Paulo de Paolo Asolan, que fazia parte de uma associação que promove a peregrinação. Não me preocupei com conforto nem com luxo. Eu não sou cristão. Meu objetivo não era a instituição Igreja, mas sim a vivência espiritual que transcende as instituições religiosas e remonta à natureza mais profunda do Universo. A peregrinação inteira sai da Cantábria na Inglaterra e vai até Roma. São cerca de 2000 Km. Eu resolvi fazer só metade e comecei de Lausanne na Suíça. Seriam cerca de 1000 Km, porém devido a voltas que o caminho deu (em alguns lugares não era o mais curto) e devido a inúmeros erros que cometi, acabaram sendo cerca de 1200 Km. Não foi muito fácil achar informações sobre esta peregrinação. Ela é muito menos conhecida do que o Caminho de Santiago. Geralmente a maior quantidade de informações está sob o nome de Via Francígena. Pode-se encontrar informações em: http://www.viefrancigene.org http://www.san-quirico.com/francigena_eng.htm http://en.wikipedia.org/wiki/Via_Francigena http://www.camminafrancigena.it/it/resource/track/category/via-francigena/ http://www.viafrancigena.com http://www.kulturwege-schweiz.ch/via-routen/viafrancigena/route.html http://www.eurovia.tv/home/index.php?option=com_content&task=view&id=30&Itemid=72 http://www.confraternitadisanjacopo.it/Francigena/home.php http://www.francigena-international.org/ Para hospedagem veja: http://www.viefrancigene.org/static/uploads/www.viefrancigene.org/elencoospitalitapellegrina.pdf Em São Paulo, no escritório de turismo da Itália no Edifício Itália, havia bastante material turístico gratuito sobre a Itália. Eu optei por pegar apenas um livreto com informações gerais sobre o país e um mapa turístico detalhado de Roma. :'> Durante boa parte do trecho na Itália encontrei muitas frutas no chão ou em árvores em locais públicos (uvas, amoras, peras, maças, mixiricas, etc) e saboreei várias delas. Uma vez inclusive eu não tinha tomado café da manhã direito e estava um pouco hipoglicêmico depois de caminhar bastante, quando parei e pensei em algumas frutas que havia pego do chão em dias anteriores, quando uma fruta caiu da árvore, desceu a ladeira e veio bater no meu pé. :'> Convém apenas certa cautela com a saúde. A sinalização não seguiu o padrão de qualidade do Caminho de Santiago. Havia cidades em que a sinalização era boa. Havia outras em que ela praticamente inexistia. Havia locais em que era simples, mas eficiente. Havia outros em que era sofisticada, com muitas informações, mas, quando você mais precisava, desaparecia. Como eu não levei mapas detalhados, sofri bastante com isso (muitos davam risada quando eu mostrava meu "mapa" (verso da credencial), que na realidade era apenas uma linha com as principais cidades). Eu me perdi muitas vezes, devido ao desaparecimento da sinalização e porque em muitos lugares não havia ninguém a quem perguntar ou as pessoas simplesmente desconheciam a peregrinação. Ela não era conhecida como o Caminho de Santiago. Por exemplo, fiquei perdido no meio de plantações (trigo ou arroz), no topo dos Apeninos, em zonas rurais, estradas e outros locais. Além disso, em alguns trechos, principalmente no Vale de Aosta e num pequeno trecho do Piemonte, o caminho não era o mais curto visando que o peregrino passasse por alguns pontos turísticos com vistas belas. Isso aumentou a distância percorrida em cerca de 200 Km. Além disso, como eu sempre quis fazer a peregrinação exata, sem desviar por caminhos mais fáceis, acabei entrando em trilhas em que havia obstáculos. Numa ocasião havia uma cerca elétrica envolvendo gado no meio da trilha. Consegui pular a trilha, passei por vários bois ou vacas, mas aí um resolveu enfezar comigo e começou a me perseguir. Acabei voltando e dando uma volta para retomar a trilha. Em outras ocasiões havia plantações com canais, montanhas com trilha tomada pela vegetação, erosão e outros obstáculos no caminho. Houve vários trechos em que a peregrinação seguia por rodovias (principalmente a Via Cássia), que em alguns trechos não possuíam acostamentos, além de terem bastante tráfego de ciclistas (uma vez inclusive alguns me orientaram a voltar para a estrada principal pois eu havia pego um caminho de subida de uma estrada lateral erroneamente). Isso fez com que fosse necessário ficar bastante atento para evitar acidentes. Tudo isso fez com que eu me cansasse muito além do planejado, sendo que ao final de alguns dias não conseguia nem mais subir ou descer escadas direito. Levei sapatos que não estavam muito bons (já não conseguia utilizá-los socialmente) com o objetivo de aproveitá-los até o fim, o que surtiu o efeito desejado, mas em contrapartida, sacrificou um pouco meus pés e pernas. Algumas vezes eu fiquei irritado com esta situação. Briguei um pouco com Deus. Isso fez a peregrinação ser uma grande experiência de autoconhecimento e tomada de consciência do grau de ignorância própria. Acho que eu tive pouca fé. Houve muitos atrativos naturais, culturais, históricos e religiosos ao longo do caminho, como lagos, rios, parques, bosques, montanhas, igrejas, santuários, construções antigas (da Antiguidade, da Idade Média e da Idade Moderna, além de algumas dos séculos 19 e começo do 20), etc. Porém alguns eu acabei só vendo por alto devido ao meu atraso em relação ao planejado (para não perder a visita a Roma). Num dos dias no Vale de Aosta, depois de muito chamar, eu tentei entrar numa igreja para visitá-la e disparou o alarme, o que fez o responsável vir correndo assustado. Eu pedi desculpas e ficou tudo bem. As igrejas geralmente tinham um bom astral, sendo poucas as imagens com aspecto de sofrimento. :'> Havia muitas igrejas e santuários enormes, com muitos ornamentos, em localidades pequenas. A maioria absoluta das minhas refeições foram feitas com compras de supermercado, padaria ou similares. Pão, queijo (mussarela ou branco), tomate, beringela, cenoura, pepino, maça, pera, banana e eventualmente algum doce (eu sou vegetariano). Raras vezes fui a restaurantes. Achar água potável ao longo da peregrinação não foi muito fácil. Frequentemente eu pedia para as pessoas, pois havia levado uma garrafa de apenas 600 ml e o calor após me afastar dos Alpes foi grande. Algumas vezes a água fornecida pelas pessoas e pela Cia de Abastecimento tinha calcita, mas resolvi beber mesmo assim, confiando na informação de muitos habitantes locais que a bebiam. Raras vezes houve chuva e não houve neve durante o trajeto. A chuva mais incômoda ocorreu numa zona rural, descampada, que devido a isso tinha vento forte. Apesar do meu plástico improvisado como capa, fiquei um pouco molhado, pois priorizei proteger a mochila. Quando avistei um galpão e pensei em me abrigar a chuva diminuiu e parou. A população no geral tratou-me muito, muito bem. :'> Sem eu pedir, muitos ofereceram almoços, tortas, no campo ofereçam frutos, etc. Forneceram água sempre que pedi. Houve raríssimas pessoas que não me trataram bem (talvez pensassem que eu era um pedinte ou um assaltante). Houve alguns religiosos e padres que também não me trataram bem (não estavam associados à peregrinação). Alguns ficavam surpresos, talvez horrorizados, quando eu dizia que estava indo a Roma (e faltavam ainda algumas centenas de Km). Outros achavam que eu era espanhol pelo meu modo de falar. Um italiano me perguntou porque o Brasil concedeu asilo a Cesare Battisti. Comentou comigo que eu poderia ver pessoas em Roma em cadeiras de roda resultantes de ações dele. Como eu não conhecia bem a história dele, somente por alto a atuação das Brigadas Vermelhas, principalmente os casos de maior repercussão como o sequestro e morte de Aldo Moro, e como eu também não conhecia as razões precisas da posição do governo brasileiro, fiquei sem saber explicar. Ao contrário do Caminho de Santiago, encontrar peregrinos, principalmente quando se está distante de Roma é difícil. Andei vários dias sem encontar nenhum outro, nem nos albergues. Telefonar para o Brasil de orelhões na Suíça foi muito fácil. Na Itália não consegui telefonar pagando. Só a cobrar, depois que descobri o Brasil Direto da Embratel. Antes, acabei passando por algumas situações um pouco embaraçosas, ao pedir para pessoas para tentar usar um cartão em seus telefones fixos, pois apesar delas não terem que pagar pela ligação, acho que muitas vezes desconfiavam que eu tinha alguma segunda intenção, como namorar suas filhas. A Suíça não fazia parte da zona do Euro. Sua moeda era o franco suíço, que na época estava quase 1 para 1 com o euro. A Viagem: Minha viagem foi de SP (Guarulhos) a Genebra em 25/7/2011. A volta foi de Roma a SP (Guarulhos) em 7/9/2011. Na ida fiz conexão em Madri e na volta fiz uma parada de algumas horas em Barcelona (o que permitiu dar um passeio pela cidade). Os voos foram pela Iberia (http://www.iberia.com/br) entre SP e Espanha e pela Vueling (http://www.vueling.com/PT), parceira da Iberia, nos trechos dentro da Europa. A passagem de ida e volta custou R$ 1514,10, incluindo todas as taxas. Brasileiros não precisavam de visto para entrar na zona Schengen, que inclui a Espanha, a Suíça e a Itália. Como eu fazia conexão em Madri, teoricamente a conferência dos documentos e a entrada eram lá. Porém o agente da imigração não me pediu nada além do passaporte e autorizou a entrada sem nenhum problema. Cheguei em Genebra em 26/7. Fui a pé do aeroporto até o centro da cidade (cerca de 7 km). Lá a hospedagem era muito cara, acima da média europeia a que eu estava acostumado. Fiquei hospedado no Albergue da Juventude (http://www.youthhostel.ch/en), pagando 29 francos suíços (cerca de US$ 38,00) a diária, com direito a café da manhã. Para isso precisei fazer a minha carteirinha de sócio, que dava direito a 5 francos suíços de desconto por diária. Teria sido mais barato fazer a carteirinha no Brasil. Aceitava cartão e os atendentes falavam inglês (uma falava português - era portuguesa). Eles foram cordiais, com exceção de uma. O segundo hotel mais barato custava cerca de 65 francos suíços a diária. Comprei em supermercados a comida para minhas refeições. A temperatura não estava muito alta para verão (de 10 C a 22 C). Por ficar hospedado num hotel da cidade, ganhei um passe para usar qualquer transporte público local gratuito. Como gosto muito de andar, só usei 4 vezes o passe, uma das quais para passear pelo Lago. Gostei muito de Genebra. Para as atrações veja http://www.geneve-tourisme.ch/en/home. Os pontos de que eu mais gostei foram a visita à ONU, a visita ao CERN, os parques, o lago e o Muro dos Reformadores. Na visita à Catedral, uma religiosa abordou-me cordialmente dizendo que o horário de visita havia acabado. Quando lhe perguntei sobre albergues para a peregrinação, talvez por ser protestante, ela pareceu não gostar e mudou o padrão de tratamento, dizendo que não entendia inglês e me mandando sair. Procurei conhecer todos os locais a pé. Só usei ônibus para ir e voltar do CERN e aproveitei o passe de uso dos transportes para andar no barco que atravessa o lago, como forma de passeio. Genebra era cosmopolita. Lá conheci brasileiros que estudavam Física em Portugal e estavam visitando o CERN, um rapaz eslovaco que pretendia trabalhar no CERN e também uma africana que pretendia fazer uma sistema computacional de apoio a ONGs. Saí de Genebra com destino a Lausanne em 31/8. Fui de trem, ao custo de cerca de 21 francos suíços (cerca de US$ 27,50). A viagem demorou cerca de 40 minutos. Em Lausanne também fiquei no Albergue da Juventude (http://www.youthhostel.ch/en). Paguei cerca de 38 francos suíços (cerca de US$ 49,50), com direito a um café da manhã consideravelmente mais farto do que o de Genebra. Esse preço já era com o desconto por ter carteirinha. Aceitava cartão e os atendentes falavam inglês. Eles foram cordiais, com exceção de uma. Comprei em supermercados a comida para minhas refeições. A temperatura aqui estava bem mais alta, chegando aos 30 C. Igualmente ganhei o passe para usar qualquer transporte público local gratuito, mas não o usei. Também gostei muito de Lausanne. Para as atrações veja http://www.lausanne-tourisme.ch/en/ e http://www.myswitzerland.com/pt/lausanne.html. Os pontos de que mais gostei foram o lago, a orla do lago, os parques, o templo budista tailandês (http://www.panoramio.com/photo/5213076) e o Museu Olímpico (só o conheci por fora - jardins e entrada). Fui tentar me informar sobre os albergues para a peregrinação na secretaria da igreja católica, sendo bem atendido por um rapaz, mas não muito bem atendido pela secretária. No primeiro dia em Lausanne liguei facilmente para o Brasil de um orelhão, usando meu cartão de crédito diretamente nele. A Peregrinação: Comecei a peregrinação em 4/8. Pretendia chegar a Roma no último sábado (27/8) de agosto, posto que no domingo o Museu do Vaticano era gratuito e depois teria cerca de 10 dias para conhecer Roma e fazer uma pequena viagem a Assis. Antes de começar ainda passei pelo centro para comprar um pen drive na loja Interdiscount (http://www.interdiscount.ch). Como não tinha a quantidade de informações disponíveis no Caminho de Santiago, não tinha exatamente uma meta de onde iria dormir. Só sabia que Montreaux provavelmente não seria uma boa opção, pois todos diziam que era caríssima. Saí de Lausanne e segui a orla do lago até Villeneuve. A vista foi magnífica , tanto do lago como das montanhas dos Alpes que viriam à frente. Ao passar por Montreaux, perguntei o preço da diária do Albergue da Juventude e até que não era fora do padrão suíço. Custava 37 euros suíços (cerca de US$ 48,00). Mas estava lotado. Decidi continuar caminhando e ver se mais perto do fim do dia encontrava algum abrigo pertencente à peregrinação ou algum local barato. Em Villeneuve aproveitei o calor do entardecer para tomar meu melhor banho no lago :'>, ao lado de um castelo. Depois passei num supermercado para comprar o jantar. Deixei a orla do lago e fui em direção a Aigle. Encontrei um casal de ciclistas peregrinos italianos que havia saído da Cantábria (foram os primeiros e últimos em muito tempo). Estava começando a ficar preocupado, pois estava escurecendo e eu não achava nenhum local associado à peregrinação ou barato (os mais baratos eram cerca de 100 francos suíços - 130 dólares). Peguei a estrada para Aigle e acabei entrando erroneamente na autoestrada, o que imagino que era proibido, pois havia uma cerca alta na lateral e eu não conseguia mais sair dela. Agora, não havia mais nenhum local para pernoitar, nem barato nem caro, só a estrada com as margens desertas (com vegetação). Estava quase convencido de que teria que passar a noite ao relento (eram mais de 21:30 horas e já estava escuro). Porém, consegui chegar a um viaduto que cortava a estrada, o que me permitiu sair dela. Mas na lateral havia apenas poucas casas e não havia hotel para ficar. Decidi então procurar um local com grama para passar a noite. Foi quando vi um camping (era o Clos de la George - http://www.closdelageorge.ch). Fui até lá e perguntei se poderia passar a noite lá. Disseram-me que sim, porém não tinha tenda e passei a noite ao relento. Mas de qualquer forma, possuíam banheiros com chuveiro quente, mesas, talheres e segurança (embora isso não me parecesse um problema ali). Ainda bem que não choveu e que eu tinha levado um grande plástico para servir como proteção para a chuva. Acabei usando-o como colchão. A noite acabou sendo tranquila (a temperatura nem caiu muito (13 C)) e pude apreciar as estrelas. Quando acordei havia uma espécie de lesma dentro da minha mala (provavelmente tinha sido atraída pelo pão). Paguei 16 francos suíços pela noite (cerca de US$ 21,88). Andei cerca de 45 Km no dia. Minha moral estava média-alta (7). Este primeiro dia mostrou-me que esta peregrinação seria bem mais complicada do que o Caminho de Santiago, onde a infraestrutura e a quantidade de albergues era muito maior e era muito mais fácil obter informações. Saí do camping em 5/8 com destino a Aigle. Cruzei Aigle sem me deter muito. Achei uma bela cidade, bem menor que Lausanne, porém grande, perto dos povoados por que eu havia passado. Continuei em direção a Martigny. Embora quase não houvesse indicações sobre a Via Francígena na Suíça, havia muitas indicações sobre rotas internas suíças para caminhantes, algumas das quais levavam ao Grande São Bernardo, que fazia parte da Via Francígena e era na fronteira com a Itália. Assim, resolvi sair da estrada e seguir estes caminhos, que eram muito mais belos e longe dos automóveis. Eles eram por entre florestas laterais às rodovias. :'> Cheguei a Martigny cerca de 20 horas. Em Martigny procurei a Igreja e pela primeira vez, fui muito bem atendido como peregrino. O padre disse-me para ficar no camping hostel TCS, mas disse que se não houvesse vaga conseguiria um local para eu ficar. Fiquei num dormitório do TCS (http://www.tcs.ch/fr/voyages-camping/camping/offres/martigny.php) por cerca de 20 francos suíços (cerca de US$ 27,35). Dei um rápido passeio por Martigny, que me pareceu uma cidade simpática. A temperatura estava começando a cair devido à altitude e à proximidade dos Alpes. Este dia andei somente 30 km. Minha moral estava alta (. Saí de Martigny em 6/8. Segui pelas trilhas das florestas até Bourg-Saint-Pierre. A subida acentuou-se. Poucas vezes precisei andar pelas estradas. Achei a paisagem bela. No caminho encontrei alguns portugueses fazendo uma espécie de churrasco em uma casa de campo. Em Bourg Saint-Pierre havia uma cabana específica para peregrinos, ciclistas, viajantes ou caminhantes, ao custo de 20 ou 25 francos suíços (cerca de US$ 27,35 a US$ 34,20). Havia 2 franceses lá que até me perguntaram o que havia ocorrido na disputa de pênaltis entre Brasil e Paraguai na Copa América (o Brasil havia perdido todos os pênaltis). A temperatura da noite estava cerca de 10 C. Andei cerca de 40 Km. Minha moral estava alta (8,5). Saí de Bourg-Saint-Pierre em 7/8. Fui em direção à passagem do Grande São Bernardo, que é o ponto mais alto da peregrinação, com cerca de 2500 m de altitude (http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_S%C3%A3o_Bernardo). A subida foi um pouco árdua, mas achei a paisagem muito bela. A vista dos Alpes agradou-me muito. No hospice (refúgio / albergue) do Grande São Bernardo parei para fazer uma visita, incluindo as instalações e a capela. Fui muito bem recebido, tratado e atendido. Recebi o primeiro carimbo da minha credencial. Também trocaram para mim cerca de 50 francos suíços que me restavam, com uma taxa bem melhor do que a dos comerciantes locais. Fiquei lá cerca de duas horas e depois cruzei a fronteira com a Itália. Na descida em direção a Aosta, peguei um pouco de chuva e vento. Foi o único local em que precisei usar minhas roupas específicas para frio (fleece e anorak). A temperatura creio que não foi inferior a 5 C. O forte vento é que dava uma sensação térmica menor. Entrando na Itália desci até chegar a Etroubles, de onde voltei um pouco para passar a noite no Château Verdun [http://it.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%A2teau-Verdun_(Italia) - Via Flassin, 3]. Lá fui recebido por um religioso que me disse que não havia lugar vago, mas que iria ver o que podia fazer. Depois de algum tempo conseguiu um bom quarto privado para mim. Tive direito a jantar e café da manhã. Paguei 10 euros (isso porque insisti que desejava pagar). A temperatura estava em torno de 15 C. Andei cerca de 35 Km. Minha moral estava alta (9). Saí do Château Verdun em 8/8. Parei para um passeio em Etroubles. Seu aspecto de pequena vila medieval e suas obras de arte ao ar livre muito me agradaram. Prossegui em direção ao Vale de Aosta. O caminho nesta região é muito montanhoso e as trilhas da Via Francígena vão pelas montanhas e não pela estrada (além de às vezes desviarem para passar por pontos turísticos), o que me fez andar muito mais e com maior esforço para cobrir poucos quilômetros lineares em direção a Roma. De qualquer modo, a vista é bela, com montanhas, vales, videiras, etc. :'> Decidi parar em Nus. Procurei algum albergue conveniado à peregrinação, mas não achei nenhum. Fui à Igreja, mas não havia ninguém. Fui a um povoado vizinho, do outro lado da estrada, até a casa do sacerdote. Falei para ele que era peregrino e que procurava um abrigo para passar a noite. Mas ele não gostou muito da ideia. Porém me disse que poderia dormir gratuitamente num quarto com banheiro, numa espécie de porão da casa dele. Parecia estar bastante contrariado, tanto que, antes de eu entrar, perguntou-me "Como você entrou na Europa?". Logo após eu entrar nos aposentos que ele havia indicado, fiquei pensando que aquilo poderia comprometer a imagem do Brasil (eu nunca me preocupo com a minha imagem, mas ali era uma questão da imagem dos imigrantes e do Brasil) e também que não gosto de aceitar nada de pessoa que faz contra a vontade. Resolvi voltar para a casa principal, toquei a campainha e devolvi a chave para ele dizendo que iria partir porque ele não estava feliz. E fui para um hotel. No caminho, 2 mulheres de uns 50 anos num carro me pararam na estrada perguntando o que havia ocorrido e porque o padre não havia me acolhido (inclusive cogitando a possibilidade de me oferecerem abrigo), ao que respondi que não havia problemas e eu tinha preferido ficar num hotel. Eu estava acostumado com o padrão de acolhida que tinha experimentado no Caminho de Santiago e que tinha sido igual no Grande São Bernardo, em Martigny e no Château Verdun. Este episódio decepcionou-me. Fiquei no Hotel Florian (http://www.hotel-florian.it - Via Risorgimento, 3), que até que não foi caro (20 euros para peregrinos). A temperatura estava cerca de 15 C. Em termos lineares de distância a Roma progredi cerca de 33 Km, mas andei de fato perto de 40 Km. Minha moral caiu para média-regular (6,5) por não achar albergue e pelas voltas do caminho. No dia seguinte (9/8) fui até Montjovet. As voltas que o caminho dava acentuaram-se e o sobe e desce também. Porém a paisagem era muito bela e ainda era possível ver os Alpes olhando para trás, o que eu fazia constantemente, procurando o Grande São Bernardo :'>. Eu me perdi um pouco em alguns trechos. Andei cerca de 20 Km lineares em direção a Roma, porém no total andei cerca de 35 Km. Um padre chegou a me aconselhar a ir pela estrada e não pelas montanhas, mas eu quis seguir a sinalização da peregrinação. Dormi no Pub Ristorante Hotel (http://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g736256-d3607216-Reviews-Hotel_Pub_Ristorante_Nigra-Montjovet_Valle_d_Aosta.html), pagando 35 euros. A temperatura estava subindo, chegando a 25 C durante o dia. Minha moral estava média-regular (6,5) devido a andar muito e progredir pouco e também por não achar albergues associados à peregrinação, o que gerava gastos de hospedagem bem maiores do que eu havia previsto. Em 10/8 as voltas do caminho e o sobe e desce continuaram os mesmos, o que fazia o progresso linear ser bem menor do que a distância caminhada. Progredi cerca de 20 Km, porém andei cerca de 40 Km. Neste trecho vi várias construções que pareciam ser medievais, incluindo algumas pontes feitas de pedra. A paisagem continuava muito bela, com montanhas, vinhas e bela vegetação. Passei a noite em Pont Saint Martin, num albergue público gratuito. Pensei em fazer uma doação, mas não achei o canal adequado. A temperatura estava aumentando e durante o dia chegando próxima aos 30 C. Minha moral estava média-alta (7,5), pois apesar de ter progredido pouco, tinha achado um albergue da peregrinação. Em 11/8 foi o último dia das voltas do caminho. Saí do Vale de Aosta e entrei no Piemonte. Lá o caminho foi bem mais direto, sem tantas voltas. :'> A sinalização era bem mais concisa, porém estava quase sempre presente. Houve várias vistas espetaculares no fim da área das montanhas. Cruzei a cidade de Ivrea, que achei bela. Lá comprei um cartão telefônico para ligar para o Brasil a partir de telefones fixos (públicos ou não), mas que não funcionou em nenhum dos muitos locais em que tentei usá-lo. Pude apreciar a vista do Lago de Viverone sob vários ângulos. Passei a noite em Cavaglià, onde encontrei uma moça, filha da dona de um bar-restaurante que me atendeu muito bem, dando muitas informações e falando que gostava do Brasil (tinha ido recentemente a um show do Carlinhos Brown e disse a ele que após conhecê-lo já poderia morrer, ao que ele respondeu "morrer por que?, agora é que ela deveria aproveitar e viver"). Ela me deu muitas informações sobre hotéis baratos na região e me ajudou a tentar fazer a ligação com o cartão comprado. Acho que me deu tanta atenção e por tanto tempo que a mãe dela ficou meio desconfiada e irritada, achando que eu desejava algum tipo de romance com sua filha. Passei a noite no HOTEL RISTORANTE LA G 884, pagando cerca de 20 euros. Avancei cerca de 36 Km. A temperatura durante o dia continuava próxima aos 30 C. Minha moral estava média-alta (. Em 12/8 continuei pelo Piemonte e fui até Vercelli. Passei por áreas rurais, incluindo plantações de arroz ou trigo e também por algumas estradas. Considerando as cidades anteriores, Vercelli era uma cidade relativamente grande. Achei-a bela, com igrejas e construções interessantes. Nela fiquei no Convento di Billiemme (Corso Alessandro Salamano, 139 - http://www.amicidellaviafrancigena.vercelli.it/ostello.html ), que era residência de religiosos e afins. Creio que o preço foi cerca de 10 euros. Encontrei um brasileiro, chamado Paulo, que estava morando lá. E encontrei novamente peregrinos, a maioria italianos, mas também um americano. :'> Todos comentaram como era raro encontrar peregrinos. Quando comentei isso com o Paulo, ele disse que a peregrinação estava ficando mais conhecida e que tinham passado por lá duas peregrinas na semana anterior (veja a diferença para Compostela!). Eles acharam que eu tinha muita coragem (provavelmente acharam que eu era louco) por fazer a peregrinação sozinho num país que eu não conhecia. Uma das peregrinas sugeriu-me pegar um barco para fazer a travessia do Rio Pó, que viria logo a seguir, dando-me inclusive um telefone para contato com o barqueiro. Avancei cerca de 30 Km. A temperatura durante o dia continuava próxima aos 30 C. Minha moral estava média-alta (. Em 13/8 entrei na região de Pávia. No trajeto vi muitas plantações e campos. Passei dentro de uma plantação de arroz ou trigo em que a sinalização da peregrinação desapareceu e em que eu fiquei perdido por cerca de 1 hora. Quase caí num dos canais tentando retomar o caminho. Acabei andando uns 8 Km a mais. Fiquei num albergue da Igreja em Tromello (Parrocchia San Martino - Via Branca, 1), em que encontrei um casal de peregrinos (creio que eram britânicos). Não me recordo se paguei algo (acho que não). Fui bem atendido, sendo que o hospedeiro inclusive me ofereceu uma camisa (a minha estava começando a rasgar). A temperatura durante o dia continuava próxima aos 30 C. Progredi cerca de 42 Km (andei cerca de 50 Km). Minha moral estava média-alta (7,5), mas eu estava começando a ficar preocupado com a data da chegada a Roma, pois tinha progredido menos do que esperava. Em 14/8 prossegui na região de Pávia indo até Belgioioso. A sinalização aqui deixava a desejar. Numa cidade pequena do caminho, Garlasco, havia um grande santuário (Santuario della Bozzola). Nesta cidade (ou em alguma outra próxima), quando eu estava pedindo informações sobre a peregrinação, uma mulher de uns 65 anos convidou-me para ir até a casa dela, pois o marido sabia de informações que poderiam me ajudar. Realmente, ele me falou bastante sobre o caminho a seguir e até me levou por 2 km, pois havia um ponto em que ele sabia que a sinalização sumia. Falo-me do Rio Pó, o maior da Itália, mas me disse que eu acharia pequeno, pois ele havia visto um documentário sobre o Rio Amazonas. Antes de sair da casa deles, a mulher me ofereceu almoço, que eu recusei educadamente, depois ofereceu-me uma torta inteira (acho que era de maracujá), que eu também recusei educadamente, mas acabei levando um pedaço da torta. Antes da cidade de Pávia, cruzei o Parque Ticino, :'> grande, com rio, trilhas, áreas para pequenique, diversão e mosquitos. Fiquei com vontade de um banho, mas pensei no horário e só admirei o rio. Atravessei a ponte para a cidade, que era grande e proporcionava uma bela vista da paisagem natural e da cidade. Cruzei a cidade de Pávia, que achei interessante, especialmente a Universidade, fundada no fim da Idade Média. Além dela, as demais construções, igrejas e praças da cidade pareceram-me interessantes. Quando cheguei à cidade de Belgioioso fui procurar por um albergue associado à peregrinação, fui até a casa do padre que não me tratou muito bem. Passei a noite no Hotel La Locanda Della Pesa (Via XX Settembre 111 - http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g2296210-d2296214-Reviews-La_Locanda_della_Pesa-Belgioioso_Province_of_Pavia_Lombardy.html), por 30 euros (desconto de 5 para peregrinos). Jantei num restaurante próximo ao centro, uma pizza margherita grande (massa bem fina) por 3 ou 3,50 euros, acompanhada por uma taça de vinho, o que custou ao todo cerca de 4,50 ou 5 euros. A temperatura durante o dia já estava passando dos 30 C. Progredi cerca de 38 Km. Minha moral estava média-alta (7,5). Consegui ligar para o Brasil a cobrar, depois de descobrir como. Minha mãe havia sido diagnosticada de Alzheimer há 7 meses e minha prima tinha ficado com ela e havia comprado um cachorro, que naquele momento estava gerando tensão, o que fez minha prima ficar nervosa. Não conseguir telefonar antes deixou minha prima desamparada. Em 15/8 fui em direção a Piacenza. Neste trajeto houve bastante vinhas, porém diferentes da de Aosta, geralmente não eram em encostas íngremes. Foi a única vez que eu peguei uma fruta (uma uva) de uma árvore, provavelmente de uma plantação privada (queria experimentar, não havia ninguém a quem pedir, não havia nenhuma no chão e achei que uma só não faria mal). A peregrina do albergue de Vercelli havia-me dito que o barco saía de Orio Litta. Quando lá cheguei procurei informações sobre a travessia de barco, mas o hospedeiro do albergue me disse que precisava agendar com um dia de antecedência. Disse porém, que a distância era a mesma de barco e por terra. Já eram cerca de 16 horas e ele sugeriu-me passar a noite no albergue de lá e prosseguir no dia seguinte de barco. Achei que seria desperdício de tempo e resolvi prosseguir, pedindo informações a ele sobre o caminho. Ele indagou-me sobre meu mapa e quando lhe mostrei que meu mapa era o verso da credencial, ele e um amigo dele que o estava ajudando a me dar informações ficaram rindo por cerca de 30 segundos (provavelmente achando que eu era maluco). Depois ele me explicou durante uns 5 minutos o trajeto, porém eu não fixei os detalhes, somente a direção e que era para eu ficar acima dos bancos laterias do rio e não ao lado do rio. Acabei indo e depois de apreciar uma bela vista do rio cheguei a Piacenza já de noite. Atravessei a ponte sobre o Rio do Pó no entardecer, o que permitiu uma magnífica vista do por do sol. O rio era grande (creio que da largura do Tietê em Barra Bonita), mas sem dúvida não havia como compará-lo ao Amazonas nem a outros rios grandes do Brasil. Piacenza era grande e eu pedi informação a várias pessoas sobre onde ficar, mas àquela hora (21:30) os abrigos estavam fechados ou eram distantes. Encontrei uma brasileira num bar-restaurante, que me ofereceu sua quitinete para eu passar a noite. Num primeiro momento fiquei meio desconfiado, pois com tantas histórias de dopagem e roubo de órgãos nunca se sabe. E também considerei que iria incomodá-la, pois eu iria ainda jantar e chegar tarde e depois acordar cedo e meus pés estavam sujos do caminho no campo. Numa quitinete isso seria um incômodo ainda maior. Fui procurar um hotel, não encontrei e resolvi voltar para procurar a brasileira e aceitar a oferta, porém ela havia ido. Tive que ir procurar um hotel aberto (os mais baratos estavam de férias). Só achei aberto o Hotel Euro (http://www.eurohotelpiacenza.it), que tinha como gerente da unidade um italiano que falava português e cujo irmão trabalhava no projeto Axé em Salvador. Depois de lhe explicar que era peregrino brasileiro, ele fez um desconto de 10 euros na diária (o máximo possível na alçada dele) e ainda se propôs a encontrar outro hotel mais barato para mim. Como já eram cerca de 23 horas, eu decidi ficar ali mesmo. A noite custou 65 euros, com direito a buffet no cafë da manhã. Jantei numa espécie de fast food de um afegão. A temperatura durante o dia continuava passando dos 30 C. Progredi cerca de 40 Km. Andei cerca de 50 Km, devido à busca do hotel. Minha moral estava média-regular (6,5). Em 16/8 saí de Piacenza em direção a Fidenza. Antes de sair dei um pequeno passeio por Piacenza e achei a cidade bela :'>, principalmente a catedral e as construções antigas. O caminho foi por áreas rurais e também por estradas. Novamente cheguei tarde e não consegui achar um albergue da peregrinação. Passei a noite no Hotel Fidenza (http://www.hotelfidenza.it), por 55 euros, com direito a buffet no café da manhã. Apesar da atendente ter-me dito que a água da torneira não era boa para beber, pois continha calcita, bebi assim mesmo, pois nos lugares anteriores haviam-me dito que era segura. Jantei na Pizzeria Lo Smeraldo (http://www.tripadvisor.it/ShowUserReviews-g1069551-d2587018-r147589421-Lo_Smeraldo-Fidenza_Province_of_Parma_Emilia_Romagna.html) em frente ao hotel, por 16 euros, pois não havia mais nada aberto. Comi dois pedações triangulares de pizza e tomei uma taça de vinho. Foi a melhor pizza de toda a viagem e uma das melhores que já comi na vida. A temperatura durante o dia estava subindo e passando dos 30 C. Progredi cerca de 40 Km. Andei cerca de 45 Km, devido à busca do hotel. Minha moral estava média-regular (6). Estava ficando preocupado, pois o custo estava alto e o progresso estava inferior ao que eu tinha imaginado. Eu não desejava luxo nem conforto, apenas locais baratos para comer e dormir. Em 17/8 saí de Fidenza e fui até Fornovo di Taro. Passei por uma espécie de bosque, com trilhas precárias e que num certo ponto acabavam. Tentei prosseguir, fiquei andando perdido algum tempo e precisei pular uma cerca ou muro até encontrar algumas pessoas trabalhando, que me disseram que ali não tinha saída e eu precisava voltar para a estrada. Consegui passar por uma grade que dava acesso à estrada e não precisei voltar todo o percurso. Apesar da dificuldade, achei a paisagem bela (mesmo em estado bruto). Neste trecho de bosque encontrei uma peregrina alemã (depois de muito tempo, enfim um peregrino novamente), que estava de bicicleta. Ela me disse que eu era o primeiro peregrino que ela havia encontrado. Desde a noite anterior pensei bastante e resolvi mudar de estratégia, pois estava saindo tarde e chegando tarde nos locais para dormir, o que fazia com que o dia rendesse menos e que eu não encontrasse albergues e tivesse que ficar em hotéis caros. Resolvi parar antes neste dia para começar o próximo dia mais cedo e ter margem de manobra à noite para encontrar albergues (não era como no Caminho de Santiago, em que havia muitos albergues - aqui a distância entre os albergues era muito maior). No Caminho de Santiago a estratégia anterior funcionou, mas aqui não estava dando certo. Porém, mesmo assim, não encontrei os albergues que o catálogo informava em Fornovo di Taro. Acabei ficando no Hotel Cavalieri (http://www.albergocavalieri.it), por 45 euros, sem café da manhã. Mas consegui jantar com compras de supermercado. A temperatura durante o dia continuava subindo e passando dos 30 C. Progredi apenas cerca de 30 Km. Andei cerca de 35 ou 40 Km, devido a idas e voltas no bosque. Minha moral estava média-regular (5,5). Em 18/8 fui até Passo Della Cisa. O caminho começou a apresentar novamente subidas e descidas, que geravam cansaço adicional, porém revelavam uma bela paisagem, cruzando bosques e campos. A vista de Berceto do alto também me agradou. Choveu um pouco durante o dia. Após Berceto, quase no final do caminho pisei em falso e levei meu único tombo durante a peregrinação, infelizmente em solo lamacento, o que me sujou todo. Após me informar em Berceto, passei a noite na Casa Cantoniera (SS della Cisa, km 58), que era albergue da peregrinação. Paguei cerca de 10 euros pela noite e cerca de 6 euros pelo jantar. Fui muito bem atendido e pude até lavar minhas roupas, que estavam precisando. A mudança de estratégia parecia estar dando certo. Agora só precisava tirar o enorme atraso de tempo. A temperatura começou a diminuir devido à proximidade com os Apeninos, ficando entre 20 e 30 C. Progredi cerca de 40 Km. Minha moral estava média-regular (6,5). Em 19/8 fui até Villafranca. Juntamente com o cruzamento do Grande São Bernardo foi um dos trechos mais belos. Primeiro visitei a pequena igreja campestre de Nostra Signora della Guardia (http://it.wikipedia.org/wiki/Nostra_Signora_della_Guardia), após boa subida. É simples e ilustra bem a fé e a espiritualidade, não a pompa. Depois cruzei os Apeninos, com vistas que achei espetaculares tanto da paisagem abaixo quanto da própria montanha e sua vegetação. A altitude passou de 1.000 m (não me recordo exatamente qual a altitude máxima, mas era bem menor do que a do Grande São Bernardo - acho que era cerca de 1500 m). A sinalização desapareceu em cima de uma montanha e eu fiquei perdido por algum tempo, até conseguir achar uma trilha local que me reconduziu ao caminho e à presença humana. Era um local totalmente deserto e poderia ser perigoso ficar perdido ali com o cair da noite, devido à queda de temperatura e ausência de qualquer infraestrutura, como água e comida. Havia inclusive um número de telefone para se discar, escrito em uma placa no alto de uma estação de comunicação, porém eu não tinha celular, caso tivesse precisado. Dormi em um trailler do camping Il Castagneto (http://www.campingilcastagneto.it/castagneto_eng) por 20 euros. A temperatura voltou a subir, ficando perto dos 30 C. Progredi cerca de 40 Km. Minha moral estava média-alta (7,5). Em 20/08 fui até Sarzana. Continuei com a estratégia de sair bem cedo para ter margem de manobra à noite. Isso tinha uma vantagem adicional, que era pegar o clima fresco da manhã. Neste trecho peguei novamente bastante terreno montanhoso, sendo que em algumas vezes o progresso era lento. Numa descida de montanha os sinais indicavam uma trilha que havia sido tomada pela vegetação e era praticamente apenas o caminho da água da chuva. Demorei cerca de 1 hora para percorrer cerca de 500 metros, sendo que minha camisa acabou ficando picada e rasgada pela vegetação. Num trecho seguinte, quando perguntei a pessoas sobre o caminho a seguir, pois a seta apontava para uma região de mata, um deles me disse que era possível seguir, porém o caminho era duro e com possíveis acidentes geográficos. Chegando na entrada do trecho, quando pedi confirmação aos que estavam lá, disseram-me que era melhor não ir por lá, pois o caminho não tinha condições de ser percorrido e me sugeriram ir pela estrada. Eu disse que iria mesmo assim, pois desejava seguir as setas. Logo em seguida, um homem abriu a janela no segundo andar de sua casa e me disse para não ir, pois o caminho estava muito ruim. Insisti que iria. Aí uma mulher abriu a porta da casa e veio me pedir para não ir, pois não dava para seguir aquele caminho. Diante de tanta insistência, disse-lhes que iria um pouquinho e, se não conseguisse continuar, voltaria. Realmente o caminho não estava bom. Havia um trecho erodido no meio, em que fiquei alguns minutos estudando como passar e depois decidi dar um pulo na diagonal, fazendo uma miniescalada, o que foi bem sucedido. Depois precisei andar numa encosta estreita, porém sem grandes problemas. Pareceu-me bem mais tranquilo do que a descida anterior. Após sair deste terreno, segui por estradas na montanha, que fizeram o caminho aumentar consideravelmente e me cansaram, porém me deram a primeira vista do mar (Tirreno). Mas eu me perdi algumas vezes nestas estradas. Quando cheguei a Sarzana, ao perguntar para dois homens onde era o albergue, um deles se ofereceu para me levar lá de carro, o que eu agradeci e recusei, pois desejava fazer todo o trajeto a pé. Dormi na Parrocchia San Francesco di Assisi (Via Paci, 8 - http://sarzana.corriere.it/parrocchie/parrocchia.shtml?idParrocchia=164404). O frei ofereceu um colchão no chão, sem roupa de cama, mas com cobertor, e o banheiro com uma ducha quente. Paguei 5 euros. Jantei numa pizzaria ao lado por cerca de 8 euros. Havia mais 1 ou 2 peregrinos lá. A temperatura voltou a subir, ficando perto dos 35 C. Progredi cerca de 25 Km. Andei cerca de 35 Km. Minha moral estava média-regular (6,5). Em 21/8 fui até Camaiorê. Passei pelo entroncamento da Via Francígena com o Caminho de Santiago. Passei pela região de Carrara, onde havia muitas marmorarias e muitas peças de mármore expostas na rua. Havia também obras de arte e ateliês com obras que achei muito belas. Houve um trecho montanhoso que permitiu vistas do mar e das montanhas que achei espetaculares. Acabei decidindo não sair do caminho para ir ao mar por causa do meu atraso e por receio de me perder depois. Peguei algumas mixiricas na rua, porém estavam um pouco verdes. Antes de chegar, passei por uma área verde, com um rio, que refrescou a temperatura. Quando cheguei a Camaiore, entrei na igreja, pensando estar vazia, e acabei interrompendo a missa que estava sendo dirigida pelo monsenhor. Saí de fininho para não causar mais transtorno. Porém, o monsenhor pediu para que um assistente fosse atrás de mim, pois pela minha aparência achou que eu era peregrino. O assistente encontrou-me e me indicou o albergue da igreja (Casa da Caridade - Oratorio Il Colosseo - Via Tabarrani, 26), que era uma casa onde ficavam religiosos e também outras pessoas carentes, com problemas de saúde e migrantes. Era dirigida por uma religiosa chamada Paola. Ela me recebeu muito bem, disse que poderia dormir lá e teria jantar e café da manhã de graça. Eu quis fazer uma contribuição voluntária, mas ela não aceitou. Eu insisti, mas ela não aceitou. Pediu-me apenas para passar um pano na mesa depois do jantar, muito mais para não me deixar triste do que por necessidade. Além do café da manhã, ofereceram-me muitos alimentos para eu levar, sendo que eu aceitei alguns, mas recusei educadamente outros, pois achei que não tinha cabimento gerar mais prejuízo para eles. Mesmo assim, creio que levei cerca de 1,5 Kg entre pães, frutas, iogurtes e doces (eles queriam me dar 3 vezes mais). Depois de tantas dificuldades e de alguns que não facilitaram a peregriunação, gostei muito de conhecer pessoas tão boas. Elas foram para mim um sinal claro da presença de Deus. Conheci lá também um hospitaleiro chamado Marco, que se bem me lembro, era engenheiro, lá morava, fazia trabalho voluntário e procurava um caminho a seguir na vida, e um peregrino italiano chamado Alessandro, que viajava de bicicleta. Conversamos longamente sobre a peregrinação, a espiritualidade e a vida. Um garoto africano pegou meu despertador para brincar, sem eu perceber. Teria dado a ele de presente, mas peguei de volta, pois sem o despertador não conseguiria acordar cedo nas manhãs. A temperatura voltou a subir, ficando perto dos 35 C. Progredi cerca de 40 Km. Minha moral estava média-alta (. Em 22/8 fui até Altopascio. Esqueci o pacote com os alimentos na Casa da Caridade, mas como a porta final ficava destravada e logo percebi, voltei e o peguei. Não fiquei para a oração da manhã (6:30 h), pois estava muito atrasado. No início o trecho possuía bastante área verde. Passei pela cidade de Lucca, que me pareceu bonita e interessante. Não me detive muito, mas apreciei seus muros, seu centro histórico e suas construções antigas. :'> Em Altopascio gostei da igreja central. Dormi no albergue municipal (Uff. Comune o biblioteca di Altopascio, Piazza Ospitalieri, 6) por cerca de 10 euros. Conheci duas peregrinas italianas que tentaram uma vez mais me ajudar com o cartão telefônico, mas sem sucesso. Liguei a cobrar para o Brasil de um orelhão e tudo parecia melhor na casa da minha mãe. A temperatura estava se aproximando dos 40 C. Progredi cerca de 40 Km. Minha moral estava média-alta (. A estratégia de sair cedo estava dando certo. Eu estava conseguindo achar os albergues da peregrinação ainda abertos e estava pegando uma parte do dia ainda com temperatura não tão alta. :'> Porém estava enormemente atrasado para a minha meta de chegada a Roma. Então precisava progredir mais e, portanto, andar até mais tarde. Em 23/8 fui até Termas de Gambassi. O caminho foi por áreas verdes e rurais. Pouco antes de São Miniato havia um desvio para um rio. Achei estranho, mas resolvi seguir parte pela margem do rio. Como não havia nenhum ponto de referência, marquei uma garça na outra margem como ponto de referência para um desvio, caso eu precisasse voltar, ciente do enorme risco dela voar. Realmente ela voou, porém eu consegui encontrar o caminho de volta. Então perguntei a duas mulheres sobre qual o percurso correto e uma mocinha me disse que era pelas margens do rio mesmo, mas foi chamar uma outra mais velha que me disse que não, que eu precisava ir em outra direção, que foi o que eu fiz. Acabei passando por uma ponte, não tão antiga, que propiciou uma vista que achei bela do rio e da paisagem no entorno. Após passar por São Miniato, os sinais novamente sumiram e eu tentei seguir por intuição em algumas estradas ladeadas por áreas rurais desertas, até encontrar um rapaz que me ensinou um caminho intrincado para atingir Piave di Coiano, que eu errei. Acabei dando uma enorme volta e indo parar em Calenzano, o que me aumentou o caminho em cerca de 15 km. Cheguei a Termas de Gambassi cerca de 20 h. Lá encontrei grupos de peregrinos turistas italianos jantando, que me indicaram o albergue em que ficar (Ostello Sigerico a cerca de 1,5 Km do centro - Pieve Santa Maria in Chianni). O albergue já não estava recebendo mais pessoas, pois a comida praticamente havia acabado, dado que no dia seguinte eles iriam sair de folga, após alguns meses sem nenhum dia de descanso. Porém ao me ver decidiram aceitar-me, cobrando um valor menor, devido ao que chamaram de jantar incompleto, mas que apreciei (massa e salada). Paguei cerca de 15 euros por tudo, com quarto e banheiro privativos. Quando soube que eu era brasileiro o dono comentou que o Sócrates, que havia jogado na Fiorentina, tinha sido internado no Brasil devido a uma hemorragia. Fiquei surpreso com o apreço dele pelo Sócrates, pois tinha a imagem de que não tinha feito muito sucesso com a torcida na Itália. A temperatura continuava perto dos 40 C. Progredi cerca de 50 Km. Andei cerca de 70 Km. Minha moral estava média-regular (7). Em 24/8 fui até Siena. Havia muitos italianos de férias em Termas de Gambassi que estavam fazendo o caminho ou parte dele. Eu fui com eles por uns 15 minutos, depois eles pararam para apreciar atrativos locais ao longo do caminho e eu continuei. O caminho continuava com bastante paisagens rurais e um pouco antes de chegar a Siena passei por trechos de um bosque ou reserva florestal (até fiquei um pouco preocupado, pois já estava anoitecendo e era um local totalmente deserto), com vegetação de que gostei. Na chegada a Siena, vi uma casa da Igreja e fui perguntar se havia albergue para pererinos. Para minha surpresa, o padre tinha acabado de chegar do Brasil (Fortaleza) naquela manhã e falava português. Vendo que eu era peregrino brasileiro e tendo conhecido como é a vida de peregrino quando peregrinou a Santiago de Compostela, quis me ajudar, oferecendo-me uma maça e depois dinheiro. Eu aceitei a maçã, mas recusei o dinheiro. Como ele insistiu, eu fui mais firme na recusa e ele me disse: "Desculpe, não queria ofender. Sei que você é rico!", ao que eu respondi "Não sou rico, só não quero o dinheiro". Achei que não tinha cabimento aceitar um dinheiro que poderia ser destinado a pessoas em situação de necessidade, sendo que eu não estava em situação de necessidade financeira. Ele me ofereceu um pacote de balas e eu resolvi aceitar algumas para ele não ficar chateado. Ele me orientou sobre onde era o albergue da juventude da cidade, posto que não havia albergue da peregrinação. O albergue da juventude estava deixando de fazer parte da rede, mas fiquei lá mesmo assim (http://www.ostellosiena.com - Via Fiorentina, 89). Paguei cerca de 20 euros. Quando cheguei ao quarto, que não era um dormitório com muitas camas, mas apenas um duplo, havia um rapaz inglês dormindo, que acordou com o barulho. Depois de arrumar minimamente minhas coisas e ele acordar e se arrumar, fomos jantar numa loja de pizzas em frente ao hostel. Ele parecia desejar conhecer amigos e conversamos durante todo o jantar, incluindo a onda de manifestações e depredações que havia ocorrido em Londres e que eu tinha visto em alguns dias em que havia ficado em hotéis. Quando lhe perguntei a razão daquilo ele me disse que se devia ao fato das pessoas estarem chateadas (com a paciência cheia - "bored"). O jantar custou cerca de 6 euros. A temperatura continuava perto dos 40 C. Progredi cerca de 50 Km. Minha moral estava média-regular (7). Em 25/8 fui até Buonconvento. Antes de partir o rapaz inglês perguntou se eu não queria ir ver algumas fontes que ele havia descoberto e depois conhecer a cidade. Como percebi que ele queria conhecer amigos, decidi ir até as fontes e depois até a catedral com ele. As fontes eram interessantes e a catedral era grandiosa. Mas eu precisava ir devido ao atraso que havia acumulado. Fiquei com o coração um pouco apertado , pois achei que ele estava um pouco deprimido e precisava de companhia, mas achei que ele encontraria outros amigos ou conheceria alguma namorada na sua viagem. Antes de eu partir, ele me disse que não conhecia nenhuma fonte para reabastecer suas garrafas perto do centro. Após eu me despedir e partir rumo ao caminho, cerca de 5 minutos à frente achei uma fonte. Decidi voltar, pois o tinha achado abatido quando eu fui embora, posto que quando me encontrou na noite anterior ele tinha achado alguém com quem conversar e que lhe deu atenção. Mas não o encontrei e ainda me perdi e errei o caminho. Fiquei cerca de uma hora perdido. Quando rencontrei o caminho já eram quase 12 horas e o progresso do dia tinha ficado comprometido. Mas não me arrependo. Parte deste trecho foi por estradas, mas depois houve caminhos por zonas rurais, passando por pequenos povoados. Em Buonconvento fiquei na Paróquia São Pedro e São Paulo (Via del Sole, 13), após conversar com o monsenhor. O pagamento era doação e eu deixei cerca de 10 euros. Minha camisa já estava sofrida pela peregrinação e pelas lavagens improvisadas, mas eu não quis trocá-la para não sujar nem estragar outras, já que a peregrinação fazia a roupa sofrer. Jantei com compras de supermercado. A temperatura estava perto de 35 C. Progredi cerca de 30 Km. Minha moral estava média-regular (7). Minha meta de chegar a Roma em 27/8 estava inviabilizada. Ainda faltavam cerca de 170 Km, mas o que me preocupava agora era não ter tempo para conhecer adequadamente a cidade ou ir para Assis. Em 26/8 fui até Radicofani. Andei bastante tempo por estradas, tanto movimentadas com várias pistas como menores. Houve alguns trechos de subida e descida e a paisagem lateral agradou-me, havendo algumas montanhas. Houve também trechos rurais, com bela paisagem. No meio da tarde vi que havia manchas vermelhas na minha pele e fiquei preocupado com minha saúde. Num primeiro momento pensei que poderia ser alguma doença, talvez devido à água ou às frutas pegas no caminho, mas depois, analisando melhor, achei que era alergia. Em Radicofani fiquei na Casa d’Accoglienza San Jacopo di Compostella (Via Magi), onde era o único hóspede e fui recepcionado por 1 homem e 2 mulheres. O pagamento era doação e eu dei cerca de 15 euros, incluindo acolhida, jantar e café da manhã. Eles fizeram um ritual de lavar meus pés e depois beijá-los, semelhante ao que uma mulher fez por Jesus e depois Jesus fez na 5.a feira pelos apóstolos. Jantaram junto comigo, conversamos sobre a peregrinação, Itália, Brasil e muito mais. Uma das mulheres, que morava em Gênova, deu-me uma informação muito útil, de que haveria uma bifurcação no caminho após uma descida e eu deveria seguir a seta com a figura amarela e não com a negra, pois assim eu economizaria cerca de 13 Km. Gostei muito desta estadia , tanto que, ao ir embora, após eles fazerem uma prece conjunta comigo de despedida, disse-lhes que eles eram uma prova da presença de Deus. O homem ainda me acompanhou até a saída do povaodo para que eu não me perdesse e para me mostrar o caminho posterior. A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 50 Km. Minha moral estava média-alta (. Era 27/8, sábado e eu pretendia avançar bastante e chegar a Roma na 2.a feira ou na 3.a feira de manhã, mas só fui até Acquapendente. A descida foi bela, com ampla vista. Lá embaixo vi as duas figuras de que a mulher havia falado e segui a amarela como indicado. Continuei pela estrada que possuía belas paisagens e entrei na Lazio. Porém, perto das 13 horas vi uma seta que indicava para sair da estrada e pegar uma subida numa direção perpendicular ao caminho. Achei muito estranho, mas como já havia errado muitas vezes, fiquei fissurado na placa e nas seguintes e acabei deixando de prestar atenção nos arredores. Havia uma outra placa à minha esquerda para seguir em frente numa estradinha paralela à estrada principal, que eu não vi. Aquelas placas que eu tinha visto eram do caminho alternativo circular que começava ou terminava na figura negra de que a mulher havia falado. Mas eu estava tão fissurado em não perder as setas devido a tudo que tinha ocorrido, que, mesmo achando que não fazia sentido a direção, resolvi segui-las. Só desconfiei de que era um caminho alternativo, talvez circular, quando já estava no meio. A paisagem foi bela, mas era subida, e gerou um razoável desgaste. Acabei gastando cerca de 4 horas nesta volta, que teve cerca de 23 km. Quando revi a figura negra, ficou comprovado que era um caminho circular. Estava tão cansado e com o ânimo tão em baixa que decidi parar cerca de 17 horas mesmo em Acquapendente. Fui até o abrigo que estava fechado e dizia que não adiantava tocar a campainha, mas dava um número de telefone para ligar. Como eu não tinha celular, resolvi tocar a campainha e, por coincidência, a responsável estava lá, pois estava passando por lá para fazer algo rápido. Fiquei em La Casa del Pellegrino da Confraternita San Rocco (Via Roma, 51). Estava tão desgastado que não conseguia nem subir e descer escadas direito , mas ainda assim fui conhecer a igreja da cidade. A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 20 Km. Minha moral estava destruída (2). Em 28/8, após um bom jantar com compras de supermercado e uma boa noite de sono, ainda decepcionado com o que tinha ocorrido, resolvi tentar recuperar um pouco do tempo perdido, porém tendo em mente que a peregrinação era para ser usufruída e não um motivo de sofrimento. Saí cedo e fui até Viterbo. No caminho andei bastante por estradas, mas também por pequenas vias e caminhos de terra. Pude apreciar a vista do Lago de Bolsena sob vários ângulos, de vias laterais, de colinas, etc., sendo que a achei muito bela. Lamentei estar tão atrasado, mas, com dor no coração, acabei não ficando algumas horas usufruindo da vista à beira do lago e nem me banhando em suas águas. Peguei o caminho errado mais uma vez e, ao perguntar para uma comerciante, ela me orientou a voltar e pegar a Via Cássia, pois eu estava indo por uma rua em direção ao lago. Em Bolsena visitei a Igreja e a achei bela. Cruzei um grande bosque antes da entrada de Viterbo, antes do qual, ao perguntar para um passante, ouvi como resposta que seria melhor eu ter um mapa, pois os sinais não cobriam todo o caminho e eu poderia me perder. Este passante ajudou-me a acertar a entrada do bosque. Viterbo era bem maior do que eu imaginava e demorei cerca de 1 hora para chegar a seu centro a partir de sua entrada. Depois de andar um pouco pela lateral do muro do centro histórico, procurando por albergues da peregrinação, visitei a catedral, que achei bela também. Lá, na saída da missa, perguntei às pessoas se sabiam onde era o albergue da Via Francígena na cidade e um casal levou-me até uma possível localidade, que não era, mas que tinha um próximo. Sempre que acabava meu caminho do dia e eu ia me dirigir a cidades eu procurava trocar de camisa, pois a minha camisa da peregrinação já estava muito desgastada, tendo alguns furos devido à travessia da vegetação e alguns rasgos devido ao atrito com a mochila. E, embora eu não ligue para aparências, percebo que isto incomoda as pessoas. Neste caso não tive tempo de trocá-la, pois não sabia se ainda teria que andar mais. Creio que o casal ficou assustado com o estado dela quando eu tirei a mochila das costas para sentar no carro. Dormi no Istituto Adoratrici Sangue di Cristo (Viale 4 Novembre, 25) por cerca de 20 euros. Jantei alguns pedaços de pizza (incluindo uma de repolho com mussarela, que adorei) numa praça próxima por cerca de 6 euros. A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 50 Km. Minha moral estava média-regular (6). Em 29/8 fui até Sutri. Comecei voltando para o ponto em que peguei o carro, para fazer a peregrinação completa a pé. Antes de prosseguir dei um pequeno passeio em Viterbo, pois a cidade possuía muitas construções antigas e históricas. Também tinha alguns pontos elevados que permitiam uma bela vista urbana e do ambiente natural :'> . Quando decidi prosseguir, continuando meu desejo de seguir exatamente os sinais, fui por uma pequena rua de terra, que aparentemente não tinha saída. Ela acabava em um portão, mas os sinais me diziam para prosseguir. Procurei chamar por alguém, mas não havia ninguém. Como era uma área aparentemente desabitada, decidi pular o portão e ver se era possível passar por ela. Consegui pular o portão, apesar de ser um pouco alto, mas ao andar pela área percebi tratar-se de uma espécie de cemitério antigo e me pareceu sem saída ou então com saída em propriedade privada. Resolvi voltar, pulei o portão de volta e quando estava caminhando na rua de terra para procurar uma forma de encontrar um caminho alternativo, para desviar o mínimo possível da rota, vi um homem de uns 70 a 80 anos dirigindo um carro antigo em direção ao portão. Perguntei a ele sobre a Via Francígena, falando sobre os sinais apontarem para o portão trancado. Ele me disse que o portão não estava trancado para pedestres. Os cadeados e a barra de ferro vertical que eu tinha visto eram laterais ao portão para pedestres e só prendiam o portão maior para carros. Bastava puxar um trinco. Ele me falou que era um cemitério etrusco muito antigo e que eu poderia ir em frente que havia uma saída sim. Visitei o cemitério, fui em frente e achei a saída que conduzia a um caminho de terra pelo qual continuava a rota, com algumas encostas mais altas do que eu nas laterais. Segui o caminho por algumas trilhas de terra e depois por estradas. Olhando a partir da estrada podia-se ver grandes edificações (igrejas ou outras construções) nas laterais, que, em alguns casos, eram num nível mais elevado. Devido ao calor e ao cansaço acumulado decidi parar em Sutri, pois a distância para o próximo albergue da minha lista era de cerca de 20 Km e eu preferi não arriscar, pois já eram 16:30. Com isso praticamente inviabilizei a chegada a Roma no dia seguinte. Em Sutri fiquei no Monache Carmelitane di Clausura (Via Garibaldi, 1) por 25 euros. A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 30 Km. Minha moral estava média-baixa (5). Em 30/8 fui até La Storta, nos arredores de Roma. Primeiramente passei por uma área grande campestre (cerca de 2 horas de travessia - acho que já era o Parque Veio) que achei muito bela :'>, com rios e vegetação até chegar a Campagnano. Estava deserta e, como já estava perto de Roma, fiquei um pouco preocupado quanto à segurança, mas tudo correu bem. Apreciei por alto o povoado de Campagnano e o achei bastante belo em sua simplicidade e conservação. Depois andei por áreas com muitas montanhas, o que me cansou bastante, mas teve como recompensa vistas que achei extraordinárias da paisagem natural e de alguns povoados . Em seguida apareceu um grande parque (Parque Veio), desabitado, mas com natureza que achei exuberante, com árvores (floresta), rios, etc. Havia alguns visitantes perto da portaria, mas em ampla parte do caminho não havia ninguém. Errei algumas vezes o caminho dentro do parque, mas nada que custasse muito. Após a saída do parque houve estradas que me levaram a um pequeno conjunto de casas onde os sinais desapareceram. Num primeiro momento não achei ninguém a quem perguntar, mas depois apareceu um homem de carro que não sabia o caminho. A seguir apareceu uma mulher de carro, que me disse para subir uma rua e virar numa pequena trilha antes de uma determinada casa, que eu sairia na rota correta. Quando cheguei na referida casa, achei melhor tocar a campainha para confirmar e, para minha surpresa, a mesma mulher morava lá (acho que ela só conhecia a trilha por isso). Segui a trilha indicada e, num repente, após uma colina, de surpresa, eis Roma! Grandiosa, enorme, magnífica! Creio que era uma vista semelhante à vista de São Paulo a partir da Pedra Grande no Parque da Cantareira ou a partir do Pico do Jaraguá. Eu me emocionei neste instante, tanto pela beleza da vista quanto por ver o objetivo próximo, depois de tantas vicissitudes. Fiquei um tempo admirando a vista da "Cidade Eterna". Eram cerca de 16 horas e pensei até que poderia atingi-la naquele dia, o que não ocorreu. Segui o caminho e em frente apareceu um sinal dúbio, semelhante aos que eu havia visto na Suíça e em alguns trechos do caminho. Fiquei pensando se deveria segui-lo ou não. Resolvi segui-lo, pois sempre que descartava um sinal eu me dava mal. E eis que o sinal era de uma outra trilha e eu acabei errando o caminho novamente, o que o aumentou em cerca de 10 Km. Nesta situação restava-me procurar um albergue em La Storta. Perguntei a um casal com um nenê, que depois descobri ser de equatorianos, que olhando no GPS do celular indicaram-me o caminho a seguir por uma grande avenida até chegar ao Centro. Quando estava a uns 3 Km de chegar, vi algumas freiras e, só por desencargo de consciência, resolvi confirmar com elas a informação. Elas eram nigerianas e, quando falei o nome do local, disseram-me que eu não deveria seguir mais 3 Km, mas que estava em frente a ele. Disseram-me para olhar para trás e eu vi na placa o nome da rua que estava procurando. Surpreso e admirado voltei para entrar na rua do albergue e procurar por ele, mas não o encontrei, pois a numeração não seguia uma ordem. Por fim, resolvi arriscar pela aparência da casa e acabei acertando. Uma irmã me recebeu e disse que não havia vaga. Eu respondi que não me importava em dormir no chão, mas só queria poder usar o banheiro e me abrigar durante a noite. A irmã concordou, mas disse que iria achar algo em que eu pudesse dormir. Dormi num sofá-cama numa espécie de sala de um conjunto de quartos. O albergue era o Istituto Suore Poverelle (Via Baccarica, 5). Paguei cerca de 10 euros pela noite. Ainda deu tempo de ir ao supermercado comprar o jantar e o café da manhã. Conheci alguns outros peregrinos, tendo ficado conversando por um tempo com um peregrino italiano. A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 35 Km. Minha moral estava média-alta (7,5). Em 31/8 cheguei a Roma. Antes de sair conversei um pouco com a irmã e descobri que ela tinha trabalhado no Brasil e conhecia a região de Paranaguá e da Ilha do Mel. Ela ficou surpresa ao me ver vestir a camisa da peregrinação para o último dia, pois a esta altura a camisa estava bem rasgada e furada. Saindo de La Sorta só andei por ambientes urbanos. Pouco tempo depois de começar a caminhar perdi os sinais da peregrinação e passei a me guiar pelas placas de Roma ou perguntar para as pessoas. Já em Roma, perguntei a um homem onde era o Vaticano e ele me disse que não era possível ir a pé, pois era muito longe, cerca de 5 Km. Eu sorri e fui perguntar a outro. Logo a frente ele me encontrou e num semblante de suave reprovação repetiu "Pegue um ônibus". Ao chegar ao Vaticano, perto de meio dia, troquei a camisa (aposentei-a) e pus uma calça por cima (já que não dava para trocar no meio da rua). Gostei muito da primeira visita à Praça de São Pedro e à Basílica de São Pedro (fiquei cerca de 4 horas na visita, incluindo assistir a uma missa dedicada aos peregrinos). Saí do Vaticano perto de 16 horas rumo ao último albergue da peregrinação (Spedale della Divina Provvidenza di San Giacomo e San Benedetto Labre - Via Galvani, 51. Soube que o endereço mudou para Via dei Genovesi, 11 - Trastevere). Minha primeira impressão de Roma foi de uma cidade muito bela. Gostei de caminhar pela lateral do Rio Tibre. No albergue, fizeram o mesmo ritual de Radicofani, lavando e beijando os pés dos peregrinos. Fiquei duas noites neste albergue, com direito a cama em dormitório, café da manhã e jantar. Conheci vários peregrinos lá, incluindo um suiço chamado Gerard e uma americana chamada Sarah, além de ter reencontrado o italiano de La Storta. O atendimento dos hospitaleiros foi muito cordial. O pagamento era por doação e eu deixei 30 euros (15 por dia). A temperatura continuava perto de 35 C. Progredi cerca de 20 Km e cheguei ao destino final. Minha moral estava média-alta (. O resultado final comprovou um ditado "Quem tem boca vai a Roma". E acho que sob certo aspecto eu tive muita fé, ao contrário do que disse antes, pois ir da Suíça a Roma, sem mapa, sem locais previamente determinados para ficar, somente seguindo sinais que desapareciam, foi uma demonstração da minha completa falta de juízo. Em 1/9 eu voltei ao Vaticano, pois peregrinos têm o direito a uma visita especial por alguns locais do Vaticano não abertos ao público. Fui fazer a visita junto com a americana Sarah. Minha memória falha e eu esqueci o nome do monsenhor que nos guiou. Depois fui novamente apreciar a Basílica de São Pedro, agora com mais calma e reencontrei o peregrino italiano Alessandro, que havia conhecido em Camaiore. Ele me deu um abraço (até me levantou do chão) e creio que ficou feliz com o reencontro :'>. Após a visita passeei um pouco por Roma e depois, voltando ao albergue, conheci os novos peregrinos recém chegados, todos italianos. Dei-lhes informações sobre a visita especial ao Vaticano e eles me deram informações sobre Assis. Eu conhecia e conheço poucas cidades europeias, mas Roma foi a de que mais gostei até então , desbancando Madrid, que era a minha favorita. Eu também estive em Roma entre 29/4/2013 e 2/5/2013. Vou incluir esta estadia aqui. Em 2/9/2011 saí do albergue (só eram permitidas 2 noites) e fui para o Hotel Yellow (http://www.the-yellow.com), pagando cerca de 21 euros por um quarto no dormitório, com direito a um aperitivo por diária (tomei caipirinha, caipiroska e vinhos). Levei o dia todo para achar o hotel, pois fui com o suíço Gerard, que tinha uma outra indicação e acabamos indo para um outro local totalmente diferente e depois tivemos que voltar. Na caminhada aproveitamos para apreciar a cidade. Em 2013 fiquei uma noite num dormitório do Hostel Four Seasons (http://fourseasonshostelrome.com - Via Carlo Cattaneo, 23) por 19 euros e 3 noites num dormitório do Hotel Corallo (http://www.hotelcorallo-roma.com - Via Palestro, 44) por 20 euros. Em todos os casos houve 2 euros adicionais de taxa de turismo. Fiz uma refeição em um restaurante perto da Estação Termini e as demais com compras de supermercado. Para as atrações de Roma veja http://www.guiaderoma.com.br, http://www.turismoroma.it/?lang=en e http://turismoemroma.com. Os pontos do Vaticano de que mais gostei foram a Praça de São Pedro, a Basílica de São Pedro, especialmente a Pietá, e a Capela Sistina . Os pontos de Roma de que mais gostei foram o Panteão, o Coliseu e Foro Romano, as igrejas, as 4 basílicas papais, o Monte Mário, os parques (Vila Borguese, etc.), o Rio Tibre, as fontes, os monumentos antigos, as praças e a cidade como um todo, além das pizzas . No domingo, 4/9, fiz uma ida e volta a Assis. Paguei cerca de 9,50 euros. Fui de trem (http://www.trenitalia.com) a partir da Estação Termini até a estação de Assis, que ficava a cerca de 3 Km do núcleo histórico onde estão as Basílicas, e depois andei até lá. Saí cerca de 8 horas, cheguei cerca de 10 horas, peguei o trem de volta cerca de 18 horas e cheguei cerca de 20 horas. Gostei muito de Assis. Para as atrações veja http://www.visit-assisi.it, http://wikitravel.org/en/Assisi e http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/italia-assis. Os pontos de que mais gostei foram as basílicas, a igreja da parte nova da cidade, a vista do alto da colina e os locais relacionados à vida de Francisco. Vi o escritório de uma missão que atuava na região Norte do Brasil, mas estava fechada porque era domingo. Na cidade havia bastante comércio turístico para quem gostava. Um ponto que me tocou a fundo foi conhecer uma gruta (caverna) onde Francisco morou (dormiu) por alguns anos, já na parte nova da cidade (ao lado da igreja), que de certo modo contrastava com o ambiente turístico. Em 30/04/2013, fiz uma ida e volta a Cássia. Fui de ônibus (http://www.umbriamobilita.it/it/orari/servizio-extraurbano). Paguei cerca de 14 euros. Saí do Terminal Tiburtina em Roma e fui até Cássia. Saí cerca de 7:30, cheguei cerca de 10:30, peguei o ônibus de volta cerca de 15:30 e cheguei cerca de 18:30. Também gostei de Cássia. :'> Para as atrações veja http://www.comune.cascia.pg.it e http://www.santaritadacascia.org. Os pontos de que mais gostei foram as igrejas, o monastério, a vista da colina e um passeio que dei por uma estrada subindo uma colina já saindo da cidade. Alguns dias antes de voltar para o Brasil vi o e-mail de uma espanhola que eu muito amava me convidando para uma visita onde ela estava na Espanha. O email chegou 6 dias depois que eu havia iniciado a viagem, mas como eu não li emails durante a viagem só o vi naquele momento. A visita ficou inviabilizada. Em 7/9/2011 peguei o ônibus especial na Estação Termini que me levou até o aeroporto por cerca de 6 euros (em 2013 encontrei uma outra companhia por 4 euros). O vôo saiu cerca de 9:30 de Roma e chegou cerca de 11:00 em Barcelona, onde passei algumas horas. Peguei ônibus especial para ir e voltar do centro por cerca de 6 euros cada trecho. Nesta rápida passagem por Barcelona gostei muito da cidade. ::otemo:: Almocei rapidamente um sanduíche no Subway e uns pedaços de pão ou pizza em outros locais. Para as atrações de Barcelona veja http://www.barcelonaturisme.com, http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/espanha-barcelona/fotos#1 e http://www.tripadvisor.com.br/Guide-g187497-l51-Barcelona_Catalonia.html. Os pontos de que mais gostei foram a praia, alguns parques que consegui visitar, os calçadões, a orla marítima, a catedral, a Igreja de Santa Maria do Mar, as contruções típicas, antigas e artísticas. ::otemo:: Certamente ficou muita coisa sem ver, para algum dia no futuro. Peguei o avião para São Paulo (Guarulhos) por volta de 22:00 horas e cheguei em SP ao amanhecer.
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