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Norte da Índia - Sozinho - 40 dias em maio 2010 (c/ fotos)


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Como não foram feitos muitos relatos da Índia, estou escrevendo um relato da viagem que eu fiz ano passado, entre os dias 14 de maio e 24 de junho. Essa época é a de pré-monção (muito quente na maior parte da Índia).

 

Qualquer foto postada aqui foi tirada por mim. Todas as fotos de terceiros eu colocarei o link. Os nomes das atrações que eu colocar em negrito foram as atrações que eu mais achei interessante no local.

 

É capaz de eu editar esse relato no futuro ainda, pois estou escrevendo o que eu lembro. Minhas anotações estão todas no meu guia que estão em Vitória.

 

Antes de viajar:

 

- Vacinas

Antes de viajar é recomendável tomar algumas vacinas. No lonely planet tem uma lista de vacinas recomendadas (devem ser mais de 10, são tantas que até assusta). Eu fui na Anvisa e pedi uma lista de recomendações para a Índia e fui para um posto de saúde. Tomei as que o posto fornecia(se não me engano duas ou três). Parece que dependendo da época do ano e do local, algumas são importantíssimas.

 

- Trem

O sistema de trem indiano é, em minha opinião, excelente. Apesar de ser meio lento, é o melhor jeito de se viajar pela Índia pois é barato, relativamente confortável (recomendo viajar de pelo menos AC3 ou, no mínimo, sleeper) e te permite conhecer muitos indianos. Por isso, antes de viajar é importante conhecer o sistema de trens indianos, pois ele é meio confuso. Eu demorei a aprender a fazer a reserva pela internet e para entender o esquema de fila de espera. Acho importante aprender o básico antes de viajar e já fazer a reserva dos primeiros trens que você for utilizar, pois os trens sempre estão lotados (mesmo em off-season, já que os turistas não são os principais usuários).

 

- Quando/Onde ir/Por quanto tempo

Eu acho mais fácil pensar na Índia não como um país, mas sim como um continente que pode ser dividido em 5 regiões (extremo norte, noroeste, nordeste, sudoeste e sudeste). Assim como você não tenta conhecer um continente em 1 mês, não se deve ter a pretensão de conhecer a Índia em apenas um mês. Acredito que o recomendado é pelo menos 1 mês por região e não ficar dividindo seu tempo entre vários regiões, pois se perde muito tempo na Índia com o transporte, e porque tem tanta coisa em cada região que não faz muito sentido ficar indo de uma região para outra (você vai deixar de ver muita coisa para ver outra).

 

A região que atrai mais turista inicialmente é o noroeste (já que tem Delhi, Agra, Varanasi, Rajasthan...), mas te garanto que todas as regiões tem muitos atrativos e que é bom pesquisar pq, dependendo do seu interesse, você pode se inclinar a ir para alguma região. Minha preferência foi pelo extremo norte.

 

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Outra coisa importante a ser comentado é que cada região possui um clima diferente (as vezes BEM diferente), e que, enquanto em alguns meses do ano é horrível viajar pro noroeste, pode ser a melhor época para ir para o extremo norte por exemplo. Por isso, você tem duas opções:

* Se você tem liberdade da época do ano em que pode viajar, escolha sua região de destino e viaje na época do ano recomendada pra essa região.

* Se você não tem liberdade quanto a época, viaje para a região em que for recomendado na época que você for.

 

O mais importante é, não viaje para regiões na época que não for recomendado, isso pode desgraçar sua viagem :P , pois o clima da Índia tem muitos extremos.

 

Um bom site para consultar quando é a melhor época para cada cidade e quais atrativos de cada cidade é: http://www.mustseeindia.com

 

- Visto

Antes de viajar é imprescindível que você tenha o visto antes de viajar. No meu avião tinha um gringo sem o visto que estava crente que conseguiria o visto na hora e que foi mandando de volta. O visto é bem tranquilo de ser feito, apesar de um pouco caro.

 

Houve uma mudança nas regras do visto ano passado. Devido a gringos que praticamente viviam na Índia com visto de turismo (sempre indo para o Nepal renová-lo assim que o visto estava expirando), agora toda vez que você sair da Índia você deve permanecer pelo menos 2 meses fora antes de retornar. Eu consultei a embaixada na época (pois eu estava pensando em dar um pulo no Nepal e voltar para a Índia) e eles me informaram que essa regra só existia para impedir a renovação dos vistos e não para atrapalhar o turismo "honesto".

No entanto, já ouvi muitos relatos negativos no sentido (nem todo mundo da fronteira está preparado e eles acabam levando a regra ao pé da letra). Por isso, tome cuidado e evite sair da Índia para depois retornar rápido.

 

- Seguro saúde

A questão de fazer ou não o seguro saúde na Índia é um tema polêmico. Se você vai se manter sempre em grandes centros urbanos ou próximo deles talvez valha a pena fazer, fora isso acredito que não. Na maioria das cidades o atendimento vai ser muito muito barato de qualquer forma, e se for um caso de um acidente grave o problema maior não vai ser pagar, vai ser encontrar alguém preparado para te atender. A situação da saúde nas vilas é muito precária, chega a dar pena. O mais importante é se prevenir antes de viajar (fazer check up, se vacinar etc).

 

- Remédios

Não espere muito das farmácias indianas (a maioria são comércios informais de rua, assim como 99% de todas as lojas da Índia), leve tudo que você for precisar de casa. É recomendável levar medicamentos para intoxicação alimentar (eu chutaria que 90% dos viajantes tem problemas com comida nas primeiras semanas).

 

- Papel Higienico/Higiene/Outros

Sempre leve na sua mochila um rolo de papel higiênico, itens básicos de higiene (álcool gel, pasta de dente,toalha, as meninas levar absorvente etc). É possível encontrar esses itens nas cidades para comprar, mas não espere encontrar nada dos hotéis, restaurantes e banheiros da Índia. Tenha sempre o seu contigo. Toda vez que for viajar para vilas, abasteça com tudo na cidade antes de ir, porque você não vai encontrar nada disso nas vilas. É hilário (e trágico) ver mochileiros desesperados atrás de preservativos, rolos de papel higiênicos etc...

 

-Prepara-te para a comida

Eu adorei a comida indiana, mas na Índia tudo que você for comer provavelmente vai vir apimentada. Muitas vezes vão te perguntar se você quer ou não apimentada e , mesmo que você peça sem pimenta, a comida vai vir apimentada do mesmo jeito (inclusive café da manhã indiano pode ser apimentado também). Além disso, muitos restaurantes não tem opção de carne alguma. Dependendo da cidade, é inteligente só comer comida vegetariana (já que algumas cidades tem cortes frequentes e diários de energia e a maioria dos restaurantes não possui gerador... então me pergunto como eles fazem para conservar a carne...). Por isso, se você tem o estômago sensível, é bom já ir apimentando aos poucos sua comida antes de ir e já vai se preparando para perder alguns kilos na Índia (eu perdi uns 5).

 

- Experiência prévia

Acho inocência daqueles que citam a Índia no mesmo patamar do Brasil. Perto da gente eles parecem estar ainda na idade das cavernas... por isso eu recomendo que todos que queiram viajar indepedente lá tenham alguma experiência em um país mais pobre (se for fazer um mochilão maior pela Ásia, deixe a Índia mais pro final por ex). Acredito eu que minha viagem na Índia teria sido muito pior se eu não tivesse viajado pela Bolívia antes.

 

Além disso, o choque cultural na Índia é inevitável. Quase todo mundo com quem conversei odiou a Índia nos primeiros dias. Sempre acham muito loucura, muito suja, precária e irritante. Por isso, é importante ter calma e paciência, e planejar uma viagem longa. Depois de uns dias você já vai estar adorando toda a loucura que antes achava insuportável.

 

- Passagem

Por motivos que não sei explicar, eu comprando minha passagem separadamente (SP - Londres e Londres - Delhi) a passagem me custou 1700 dólares. Se eu procurasse direto SP - Delhi através de sites como decolar ou travelocity, saia pelo menos 2200 dólares. De quebra ainda fiz um stop de alguns dias em Londres na volta. Fica a dica para checarem isso quando forem comprar a passagem.

 

Meu roteiro:

 

Meu planejamento inicial deve estar por algum canto aqui do fórum. Eu estava planejando 20 dias pelo noroeste e 20 dias pelo extremo norte. Durante a viagem, devido ao calor absurdo que fazia no noroeste (que eu já esperava mas, em minha inocência, imaginava que por ser brasileiro não iria ser problema), eu acabei mudando totalmente minha viagem ficando 8 dias no noroeste e 32 no extremo norte. Olhando para trás, tenho a certeza absoluta que a alteração foi a escolha certa, já que o clima no extremo norte estava muito agradável e eu adorei a região. Segue abaixo um pequeno relato de cada lugar.

 

Delhi

 

Delhi é uma das maiores cidades da Índia e ela tem bastante atrativos. No entanto, é uma cidade difícil... MUITO difícil. Em minutos na cidade você vai se deparar com tudo o que há de pior na Índia, toda a loucura, pobreza, poluição, sujeira... todas as injustiças sociais e esquisitices e você vai ser muito asseiado por indianos querendo te vender algo ou te passar a perna com alguma coisa.

 

Dica: Olhando para trás, se eu fosse refazer meu roteiro eu iria deixar para rodar por Delhi no final da viagem em vez de no começo, iria direto para Agra ou outra cidade menor. Fazendo dessa forma, você irá reduzir consideravelmente seu choque com a Índia. Além disso, é muito difícil aprender como funciona a Índia por aqui (você não vai ter noção de preços, de como se locomover nem nada... vai ser fácil de te enganarem aqui).

 

Logo que cheguei no aeroporto de Delhi, eu peguei um táxi pré-pago para o Paharganj (main bazaar) onde eu iria procurar um hotel. O táxi foi meio caro (se não me engano entre 200 e 250 rúpias). A vantagem de usar o pré-pago e a certeza de que vão te deixar onde você pediu e que você irá pagar um preço tabelado. Só mais tarde que eu percebi que é tabelado, mas é caro.

 

Dica:Novamente faria diferente aqui. Na segunda vez que cheguei em Delhi (já no fim da viagem), eu saí andando do aeroporto até a rua e peguei um tuc-tuc. Eles são proibidos de entrarem no aeroporto mas você encontra alguns fora e saem menos de 1/3 do preço do táxi. Não vai ser tão confortável quanto ao táxi, mas você vai ter que abandonar qualquer ilusão de conforto cedo ou tarde (na verdade cedo mesmo) enquanto mochilar por aqui. Mas antes de qualquer coisa, confira se existe ou não metrô no aeroporto, em Delhi o metrô é sempre a melhor opção.

 

O táxi me deixou na entrada de Paharganj. Nessa hora eu já estava suando e passando mal de tanto calor (uns 45ºC), uma das desvantagens de viajar pelo noroeste nessa época do ano (em todos guias falavam para ir pro extremo norte nessa época). Nada que eu vi antes me preparou para o que estava por vir. O Paharganj é muito pior do que qualquer coisa que ja tinha visto, parece mais uma favela. Ainda por cima pareciam que tinham jogado uma bomba, pois estavam destruindo tudo devido aos jogos em Delhi (estavam reformando toda a Delhi devido ao XIX Commonwealth Games).

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Fiquei perambulando procurando hotel e toda hora era abordado por indianos querendo vender de tudo (vai ser assim enquanto você ficar com cara de perdido carregando sua mochila rs...). A maioria não me informava de nada ou davam informação errada querendo me levar para outro local. Perguntei para um gringo onde era o hotel que eu procurava (recomendação do Lonely Planet), e ele me apontou. Aquelas ruas são um labirinto e, como não existe endereço na Índia, eu perdi um tempinho para achar o hotel Namaskar. No hotel, não havia mais o quarto single (mais barato, 150 rúpias) e só havia o quarto de casal com Ar Condicionado. Naquela altura do campeonato eu já não queria saber mais de economizar e dava graças a deus por ter um quarto com AC. O problema é que o quarto era relativamente caro e não tinha banheiro dentro, o banheiro coletivo era uma coisa muito suja dividida com os funcionários (que por sinal não eram nem um pouco limpos nem higiênicos). Eu só fiquei por lá porque eu n tava com saco para continuar andando com minha mochila naquele calor.

 

Fiquei meia hora deitado com o AC ligado e me xingando pela situação de merda em que eu havia me colocado. Confesso que mais tarde naquela noite eu gastei um tempo na Lan House procurando viagens para a Tailândia ou outro destino próximo e só desisti por que estava caro e também porque não era uma boa estação para esses países. Hoje eu rio de tudo isso... se tivesse desistido tão cedo não iria ter curtido a melhor viagem que já tive até hoje.

 

Dica: Paharganj tem uma localização excelente e é onde se encontra as acomodações mais baratas, mas eu não recomendo a ninguém ficar por lá. Vale a pena dar um pulo lá mais tarde e conhecer, mas ficar por lá logo de cara foi "meio" desagradável. O problema do transporte já está resolvido com as novas linhas de metrô (vou comentar abaixo). Logo atualmente não se justifica ficar mais por lá, a não ser que você queira viajar de forma MUITO econômica.

 

Depois de descansar, eu fui almoçar em um restaurante próximo, gostei de cara da comida indiana, e em seguida fui procurar um tuc-tuc para ir para uns lugares que tinha escolhido no guia. Eu negociei um pouco, mas acabei pagando um pouco caro pela corrida (comparado com o que eu paguei mais pra frente), mas no dia eu achei tão barato que tava achando que tinha barganhado bem. Fica o aviso, as coisas aqui são muito mais baratas do que a gente pensa inicialmente, mais barato que na Bolívia por exemplo. Só para efeito de comparação, em Delhi você consegue uma corrida de 15 km por 50 rúpias sem pechinchar muito. Se for pelo taxímetro sai mais barato ainda, só que é difícil achar um tuc-tuc que liga o taxímetro e você também corre o risco dele ficar dando volta para encarecer a viagem. Melhor ainda, você pode utilizar o metrô.

 

Dica: Utilize sempre que possível o metrô de Delhi. Eles são muito mais rápidos, pois de tuc tuc você sempre vai devagar devido ao trânsito (e porque o bixo é lento mesmo). Além disso, os metrôs são baratos, limpos e tem AC (melhor que muito metrô de 1º mundo). Acredito que hoje em dia já tem metrô para as principais atrações, até as que eram mais distantes (como o lotus temple), pois eles estavam abrindo muitas linhas novas devido aos jogos. Eu só fui descobrir que o metrô prestava no 3º dia em Delhi, um achado tardio infelizmente. Falaram-me inclusive que iria ter metrô até o aeroporto, mas isso eu já não sei confirmar.

 

Aviso: Por favor gente, em alguns lugares da Índia você encontra pessoas ganhando dinheiro com maus tratos com animais, não deem grana a eles. Alguns os maus tratos são evidentes, como os que que fazem ursos dançarem, mas outros nem tanto. Eu cometi esse erro pois paguei 20 rúpias para um encantador de cobras. Foi uma experiência muito legal (muita adrenalina), mas mais tarde eu descobri que eles arrancam a glândula de veneno da cobra e por isso as cobras têm uma morte lenta. Repito o pedido, não sustentem esse povinho.

 

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Locais que eu visitei em Delhi:

 

-Humayun’s Tomb

É uma construção bem linda, feita pelos Mughal que depois inspirou o design do Taj Mahal. Apesar de não ter muita coisa para ver aqui, vale muito a pena a visita.

 

Aqui também aconteceu uma coisa engraçada. Uma menina indiana veio até mim e pediu para o pai tirar uma foto de nós dois. Depois tirou outra. Depois chamou a mãe e tirou uma foto nós três, depois com o irmão. Fui perguntar para o pai o que tava havendo (pois já achava que eu era parecido com alguém que eles conheciam). O pai veio me explicar que é porque a filha me achava bonito :-| ! Pois é, já deu para perceber que o diferente ali era eu e que, por mais turistas que tenha na Índia, muito dificilmente você vai encontrar outro andando pelas ruas (a não ser em locais mais turísticos). De qualquer forma, a maioria das atrações turísticas está cheias de indianos, pois eles pagam MUITO menos que nós para entrar lá (coisa de 5 a 10 rúpias sempre).

 

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-Jama Masjid

 

Uma das maiores mesquitas da Índia. É bem bonita e grande, se você nunca viu uma mesquita vai achar essa visita bem legal. De quebra fica em Old Delhi, uma região que você vai querer dar uma volta de qualquer forma.

 

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-Red Fort

Esse na verdade eu nem entrei. Eu conversei com uns gringos e eles falaram que era menos interessante dos que eu veria em Agra e em Rajhastan (que eu acabei não indo rs). Eu fui na frente e estava uma fila absurda, acabei não indo. Fica para a próxima.

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-Birla Mandir

Esse é um templo hindu. Ele não é muito grande, mas é bonitinho e... bem diferente dos templos ocidentais. A visita valeu a pena. Se for passear aqui, não perca o jardim nos fundos onde famílias indianas acampam. Infelizmente não pude tirar fotos dentro (era proibido), por isso só tenho fotos do lado de fora.

 

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-Gandhi Museum e Gandhi Memorial

Fui visitar o museu dedicado a Gandhi e também o jardim onde está o memorial de Gandhi (onde ele foi cremado). O memorial fica num jardim simples, sem muitas coisas para se ver. A visita ali foi de caráter apenas sentimental.

O museu vale a pena se você tiver algum interesse em Gandhi.

 

-Orfanato

Em Paharganj, tem um orfanato. Uma das formas deles arrecadarem dinheiro foi um tour diário conduzidos por algum menino do orfanato. Ele te conduz pelo slum (favelas indianas) e conta um pouco de como era a vida. Infelizmente não pude fazer o tour pois só acontecia de manhã e eu visitei o orfanato a tarde no último dia em Delhi. A situação lá no orfanato também não era muito boa, mas só posso imaginar quão ruim era a vida das crianças. Acho interessante o tour para conhecer um pouco a realidade indiana e para contribuir um pouco para a causa.

 

Acabei não indo em várias atrações famosas de Delhi (como o Lotus Temple, Red Fort e Qutub Minar). Mas meu único arrependimento foi não ter ido ao templo Akshardham. Pelas fotos e comentários, deve ser o templo hindu mais interessante de Delhi. O dia em que descobri ele, o mesmo estava fechado. Uma pena.

 

Agra

 

Peguei um trem de Delhi - Agra. O trem era classe AC3 (3 camas de cada lado). Só viajei em trens nessa classe e gostei bastante. Os trens são relativamente confortáveis e a maioria dos indianos que conheci nos trens dessa classe falam inglês e são pessoas interessantes. Nesse trem passou um funcionário perguntando o que eu queria jantar. Perguntei o que tinha e ele falou uns 20 nomes (em indiano, desnecessário dizer que não entendi nada). Preferi não comer, mas a cara da comida estava boa (chegou depois pros que pediram). Fiz amizade com um indiano que era do exército, depois fui com ele jantar na estação (20 rúpias numa veg thali, muito barato; para quem não sabe o que é thali: http://2.bp.blogspot.com/-PWdpGxD6n7o/TZYKpsq-LLI/AAAAAAAABDY/rfNbIQC1r7E/s1600/thali.jpg ; é composto de vários pratos típicos vegetarianos, geralmente é a opção mais barata do cardápio). Em seguida peguei um tuc-tuc para o hotel que eu fiquei.

 

Golpe: Aqui tentaram me dar um golpe, quando saí tinha uma cabine la fora escrito "pre-paid rickshaw". A cabine era muito tosca (totalmente diferente da cabine do aeroporto de Delhi) feita de madeira e escrito em tinta do lado os preços. Os preços estavam absurdos (até o meu hotel era coisa de 200 rúpias). Ficaram tentando me convencer a pagar essa valor mas eu ignorei até que um tuc-tuc aceitou me levar por um preço justo.

 

Eu fiquei no hotel Shanti Lodge, também recomendado pelo Lonely Planet. Não tinha quartos com AC :( , só com ventilador e Air Cooler, que não servia para muita coisa. Já estava extremamente desconfortável, e para piorar a luz acabou no meio da noite. Desnecessário dizer que eu acordei segundos depois que o ventilador parou. Olhei pela janela e vi luz fora, então pensei que o corte foi problemas no hotel. Fui descer as escadas para avisar o funcionário. Na descida um rato passou do meu lado ! Encontrei todos funcionários deitados no chão, cena que se repetiu em vários locais da Índia. Eu sinceramente não entendo porque eles dormem no chão quando tem sofás próximo. Acordei um deles que resolveu a situação. A única vantagem desse hotel é o restaurante. A comida é OK e tem uma visão magnífica para o Taj Mahal. Não recomendo o hotel mas o restaurante do hotel recomendo de olhos fechados.

 

Passei apenas um dia inteiro em Agra. Foi uma pena pois Agra merece muito mais. Infelizmente só tinha trem para Khajuraho 2 x pro semana , e se eu n pegasse naquela noite iria ter que esperar bastante para ir para lá (ou pular Khajuraho).

 

O que eu vi em Agra:

 

-Taj Mahal

 

Eu fui visitar o Taj Mahal logo em que abriu. O hotel era bem pertinho do Taj, deu para ir andando tranquilamente. O ingresso é absurdamente caro para os padrões indianos (850 rúpias). O Taj realmente é absurdamente bonito. Acho que em termos arquitetônicos foi o mais belo monumento que eu vi. Mas não é necessário muitas horas para vê-lo pois o Taj é praticamente só o que vemos na foto, dentro dele só há o túmulo. Um problema também é que as vezes você precisa esperar horas para tirar uma foto boa, pois Agra as vezes fica coberto em névoa (pelo que eu vi no dia e em foto de outras pessoas outros dias).

 

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Dica:Quem ta sem dinheiro ou só quer ver o Taj de um ângulo diferente, pode pegar um tuc-tuc e ir para o rio que fica atrás do Taj. Acho que é uma volta grande, mas de lá você consegue ter uma vista quase tão boa (aliás, alguns consideram até melhor) do que a vista de quem paga. Eu tava sem tempo então nem fui lá, mas fica a dica.

 

-Agra Fort

Depois do Taj eu fui caminhando até o Agra Fort. Eu recomendo ir caminhando mesmo (só não recomendo caminhar no calor de 45ºC como eu fiz). O forte é legal mas nesse caso eu recomendaria pagar um guia (tem vários guias na frente), acho que ficou faltando um pouco disso na minha visita ao forte. Lembrar que quem entrou no Taj Mahal tem um desconto bem grande no Agra Fort e no Fatephur, então guarde o ingresso que eles te dão no Taj.

 

Voltei de Cycle-Rickshaw pro hotel (foi minha 1ª vez no cycle). Apesar de ser muito barato, eu fiquei com pena do cara pedalando e acabou que eu paguei mais a ele (contando a gorjeta que eu acabei dando) do que eu pagaria num tuctuc. Além disso é muito mais devagar. Então não usei muito cycle-rickshaw depois desse (a não ser em casos em que era necessário, já que o cycle passa por lugares que o tuc tuc não passa).

 

-Fatehpur Sikri

Depois do almoço eu fui para a estação de ônibus local e peguei um bus para o Fatephur Sikri. De estrangeiro só tinha eu e mais uma mulher no ônibus todo (que por sinal foi baratíssimo). Fui conversar com ela e para minha surpresa era brasileira (só conheci 2 brasileiros na viagem toda).

Passamos andando pela feira em Fatehpur e depois visitamos a parte de graça do local. É bem bonito mesmo, mas dizem que a parte paga é bem melhor. A gente só descobriu a entrada para a parte paga mais tarde (estava muito mal sinalizada e tinham poucos estrangeiros no local). Recomendo muito a visita ao local com mais tempo, é bem bonito.

 

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Bem mais a noite eu fui pegar o trem para Khajuraho. Fiquei um tempão na estação de trem e quando o trem chegou, não encontrei o número do meu vagão na área de AC3. Fui perguntando para todo mundo e depois me informaram que os vagões ficavam lá atrás pois o trem iria se separar no percurso. Quando descobri onde era o trem já tava andando. Tive que correr atrás do trem com minhas mochilas e pular no vagão. Minha sorte é que tinham indianos na porta que me agarraram e puxaram para dentro.

 

Khajuraho

No trem eu conheci um guia indiano que acabou me contando toda a história dos templos. Cheguei em Khajuraho e queriam me cobrar uma fortuna para chegar na região próxima aos templos. Fui olhando como os indianos faziam e descobri que eles dividem o tuc tuc (na verdade em algumas regiões existem tuc-tuc maiores que levam uma porrada de gente). Peguei um desses e paguei 20 rúpias.

 

Dica: Em alguns lugares existem tuc-tuc compartilhados que passam sempre pelas rotas mais populares. É algo parecido com os ônibus locais da gente (apesar de ser extremamente apertado e lerdo). Eu vi mais em Varanasi e posteriormente em Rishkesh (onde eu usava direto). Os preços variam de 5 a 10 rúpias, ou seja... quase de graça. Como meu hotel ficava distante do centro turístico em Rishkesh, esse "serviço" foi uma economia boa.

 

Em Khajuraho eu iria passar um dia inteiro e iria pegar o trem no mesmo dia para Varanasi (na verdade iria ter que fazer baldeação para chegar lá). Novamente, tive que fazer isso pois se não fizesse desse jeito iria ter que passar muitos dias na cidade. Fui num hotel e paguei 50 rúpias para deixar minhas coisas num quarto e depois usar o chuveiro. Em Khajuraho eu visitei apenas os templos. Nesse dia deu pico de 47ºC, tava um inferno. Nesse momento eu já estava cogitando mudar o roteiro depois de Varanasi rs.

 

-Templos de Khajuraho

Eu visitei primeiramente os templos do conjunto de templos (é cercado e precisa pagar). Os templos, que tem mais de 1000 anos, são lindíssimos e escondido pelas paredes dele estão as famosas esculturas inspiradas no Kama Sutra. Eu fiz Day trip em Khajuraho só para ver esses templos e digo que sem dúvidas valeu a pena.

 

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Após ver os templos do complexo, eu almocei num restaurante bem a frente do complexo, foi muito bom (tinha AC!!! Para vocês verem como tava triste a situação, eu lembro de cabeça todos os pontos que tinham AC daquela semana haha). Em seguida fui caminhando até os outros templos (tem um bem do lado do complexo e outros mais pra dentro da cidade. É uma caminhadinha boa e os templos de lá são bem mais fraquinhos que o do complexo. Se tiver tempo é uma boa, mas não precisa ficar triste se não vê-los.

 

Mais a noite eu fui pegar o trem para Varanasi. Conheci uma família koreana que tinham fechado a passagem com uma agência e estavam indo com um guia. Um deles me disse que, além dos hotéis terem sido horríveis, eles viajaram todas as vezes na classe sleeper (tem camas mas n tem AC). Deviam estar muito putos pois pagaram caro numa agência e estavam viajando com menos conforto do que eu (viajar de sleeper não deve ser tão ruim em outra situação, mas naquele calor devia estar o inferno).

 

Varanasi

 

Novamente cheguei na cidade e fui em busca de um hotel recomendado pelo LP. Chegando lá, o cidadão me fala que eu deveria esperar 8 horas para ver se ele arrumava um local para mim. Já tava puto com os hotéis recomendados pelo LP e resolvi perambular atrás de um hotel melhor. Encontrei um bem perto do Burning Ghat por 400 rúpias com AC. Não lembro o nome, mas é na ladeira subindo o Manikarnika Ghat, o maior Ghat onde eles queimam os corpos. O lugar não é dos mais glamorosos rs, mas fica bem localizado em relação aos outros ghats. E se vc n for muito a fundo no ghat não é obrigado a ver os corpos queimando.

 

Aviso: Em Varanasi há quedas de energia programadas durante o dia. Elas existem para que a cidade possa transmitir energia para outras cidades vizinhas. Por isso, recomendo não comerem nada que possa estragar com facilidade na região e também ficarem

 

Das atrações de Varanasi as mais memoráveis são os Ghats. Assim que eu cheguei, fiquei andando ao lado do Ganghes. Ao entardecer, notei um barco cheio de indianos saindo do Main Ghat e fui ver o que era. Iam dar uma volta no Ganghes e me cobraram apenas 10 rúpias (depois perguntei e os indianos só pagaram 5 rs)! Foi bem legal porque no momento que estávamos saindo tinham barcos com tambores e outros instrumentos tocando e no momento que voltamos estava bem no começo do ritual diário que acontece no main ghat.

 

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No outro dia cedo novamente fiz um passeio pelo Ganghes (dessa vez antes do nascer do sol e sozinho). Custou-me um pouco mais que 100 rúpias. Esse passeio vale muito a pena, recomendo ficar sempre o mais perto do Ganghes possível durante sua estadia em Varanasi, lá sempre tem algo acontecendo.

 

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Fui visitar uns templos hindus mas eram bem medíocres. Dizem que o golden temple de Varanasi é bem bonito, mas me impediram de entrar (não sei porque motivo). Tem um castelo mais pro fundo que eu acabei não indo também.

 

No segundo dia a tarde eu fui num shopping indiano em Varanasi. Os shoppings lá não são muito diferentes dos daqui, é realmente uma coisa bizarra a desigualdade (um shopping lindo no meio daquela pobreza toda). Dentro do shopping tinha AC e tudo mais, lojas de grife famosas internacionalmente e lojas locais. Fui procurar uma saia indiana para comprar para minha mãe mas para minha surpresa, a maioria das roupas de lá eram ocidentais com estampas indianas. As classes ricas indianas estão se ocidentalizando pelo visto.

 

Fui a um cinema nesse shopping (fui outra vez no fim da viagem em Delhi). Vale muito à pena ir! Esse primeiro filme era bem medíocre, um filme cópia de Hollywood que metade dos diálogos eram em inglês. Mas mesmo assim da para ver como são as produções atuais indianas. Por incrível que pareça, em termos de fotografia, os filmes indianos estão melhores que os Hollywoodianos!!! Os filmes estão muito lindos... mas o roteiro continuam uma porcaria (a maioria parece uma coletânea de videoclipes). Os filmes também são bem longos, a maioria em torno de 3 horas com um intervalo no meio. E é bem legal também para ver a reação do público. É bom lembrar que em cinemas indianos não se pode entrar com mochila, bolsa nem máquina fotográfica. Se forem no cinema, não levem nada disso pois vão ser barrados.

 

Por fim fui no Mc Donalds indiano comer um Big Maharaja (o big Mac indiano que tem 2 hamburgues de frango e molho de pimenta em vez do molho do Big Mac). Mc Donalds na Índia é uma grande porcaria para falar verdade e são muito caros (se não me engano 150 rúpias um combo, bem mais barato que no Brasil, mas ainda muito caro em relação a comer em restaurante). Não me deixaram tirar foto do aviso de que não vendem comida com porco ou boi :( .

 

Uma outra dica em Varanasi é jantar no Ganga Fuji. É um restaurante perto dos Ghats que a noite tem musica instrumental indiana ao vivo. Vale muito a pena, e a comida também é boa.

 

Eu sinceramente já tava cansado de viajar com tanto calor e eu resolvi viajar para o norte a partir daqui. Fui procurar todos os trens e não haviam vagas para nenhum lugar do norte. Já estava cogitando fazer tudo de ônibus (ia demorar uns 2~3 dias). Decidi ir para a estação de trem, pois tinha ouvido falar que em alguns lugares tinham cotas. E foi exatamente o que aconteceu, tinha cotas para turista no trem Varanasi-Haridwar e eu consegui comprar com tranqüilidade.

 

Dica:Se você quer viajar entre duas cidades turísticas e todos os trens estão lotados, confira no centro turístico da estação de trem se não há cotas.

 

Essa viagem saiu cedo e durou 18 horas! Foi uma eternidade. A única coisa legal é que eu conheci bastante gente no trem e pude conhecer um pouco da cultura local.

 

O mais memorável foi uma conversa com uma jovem indiana recém-casada. Ela me contou que já havia concluído o mestrado e que tinha casado recentemente. Disse-me que o casamento foi arranjando pelos pais dela e do esposo, e que somente conheceu o esposo no dia do casamento (e disse nunca ter namorado nenhum homem antes!). Disse que conheceu e já viajou com ele na Lua de Mel. Depois também me disse que ela não sabia dirigir porque a família era classe média e, portanto não possuía carro, e que quando voltasse do doutorado que irá fazer em Madrid provavelmente iria ter um salário bom, em torno de 20 mil rúpias (coisa de 1000 reais por mês)... é gente, infelizmente a situação lá não é das melhores para a maioria das pessoas.

 

Golpe: Aqui tentaram me dar outro golpe, e dessa vez conseguiram. Como o trem não tinha restaurante, eu tive que pular em uma parada para comprar alguma coisa para comer. Comprei um salgado e dei uma nota de 100 rúpias. O cara todo enrolado atendia os outros e não me dava o troco, quando pedi o troco ele olhou e apontou para trás e me disse que meu trem estava indo... desnecessário dizer que corri igual um louco para pegar o trem e deixei o troco com ele. Não foi muito dinheiro, mas fica o aviso rs.

 

Assim que possível eu continuo com os outros 33 dias da viagem no extremo norte da Índia.

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Segue a parte final do relato!

 

Cheguei em Haridwar e a cidade estava lotada de "turistas" indianos. Descobri que era a época de yatra (sânscrito para jornada ou procissão), uma época que os hindus peregrinam para locais sagrados. E, apesar de Rishkesh ser muito mais popular entre estrangeiros, a cidade mais sagrada da região é Haridwar. Mal cheguei e já fui novamente abordado e ainda achei a cidade muito quente. Resolvi pular ela e ir direto para Rishkesh, que era meia hora de bus de Haridwar.

 

Rishkesh

 

Cheguei em Rishkesh e o clima lá estava bem mais agradável, em todos os sentidos. A cidade é bem bonitinha e estava menos cheia. A primeira coisa que eu fiz foi tentar agendar uma das atrações mais famosas da cidade, o rafting no ganghes. Consegui me encaixar em um que estava saindo na hora, só pedi 10 minutos para jogar minhas coisas num hotel próximo (em frente ao rio) e partir com eles. O hotel nem é digno de menção, era uma bela porcaria, mas pelo menos não passaria calor (o clima em Rishkesh estava mais ameno) e nem era excessivamente sujo.

O rafting vale muito a pena, seja pela paisagem no caminho (de jeep), seja pela chance de passar pelo ganghes ou pela própria paisagem do rio. Não é um rafting muito difícil (deve ser tipo II/III), mas eu agradeci muito a oportunidade de mergulhar em água gelada (eu não disse anteriormente, mas o chuveiro anteriormente não refrescava tão pouco, pois a água saia quente da caixa).

 

Passei a tarde andando pela cidade e procurando opções de trekking perto. Encontrei dois lugares interessantes para se ir: Chopa e Lake Doriatal (ambos ficam na região do Himalaia "perto" de rishkesh. Ambos não se encontravam no Lonely Planet. O problema maior era encontrar meio de transporte, não havia ônibus para o local e todos os shared jeeps para a região estavam agendado devido ao Yatra. A única opção era pagar 12000 rúpias para um táxi me levar, e eu não estava disposto a isso. Deixei para pensar nisso outro dia e planejei tentar fazer um safári no dia seguinte (existe um safári entre Haridwar e Rishkesh).

 

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Haridwar

No outro dia peguei o bus de volta a Haridwar para procurar uma agência que era indicada pelo Lonely Planet para tentar fazer o safári (é uma bem perto da train station). A agência não me ajudou muito, queriam me cobrar o preço de um grupo para fazer e também não conseguiram me arrumar transporte para Chopta. No caminho de volta eu conheci a Majo, uma argentina que tinha acabado de chegar em Haridwar, com a maior cara de perdida. Ela tinha feito Couchsurfing em Delhi na casa de um escocês e ainda não tinha se acostumado com a Índia. Resolvemos dar uma volta nos Ghats de Haridwar. Eles são bem diferentes dos Ghats de Varanasi e acho que valem a pena ser vistos, mas fora isso recomendo irem para Rishkesh mesmo. Pensamos em visitar um templo no alto da cidade mas a fila do teleférico estava enorme. Acabamos decidindo voltar a Rishkesh.

 

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A tarde visitamos um Ashram lá e assistimos um ritual que acontece no main ghat de rishkesh a noite (bem bonito o ritual), onde jogam velas flutuantes no Ganghes. Ela acabou decidindo ir para Chopta junto comigo e decidimos nos encontrar 4 da manhã para procurar meio de ir (as estradas pelo Himalaia fecham a noite e abrem de madrugada. Nesse horário bem cedo é que saem os bus e shared jeeps para lá).

 

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Dica: Eu não cheguei a participar de nenhum retiro de yoga, mas aqui em Rishkesh e nas proximidades é o local mais procurado da Índia para isso (ou apenas para se fazer aulas). Dois ashrams muito bem recomendados são: Phoolchatti yoga ashram e Parmarth Niketan

 

No outro dia tivemos que esperar um tempão para pegar um bus para Urkimath, de lá tivemos que pegar 2 shared jeeps para chegar em Chopta.

 

Dica: Shared jeeps são um meio de transporte muito bom nas montanhas. Um preço "justo" é 1 rúpia por KM rodado, é bem barato.

 

Chopta/Lake Deoriatal

 

Chegamos em Chopta com a idéia de fazer a trilha até Tungnath (4 km subindo morro direto de Chopta) e dormir lá, mas quando chegamos já era muito tarde. Acabamos ficando no único hotel da vila. Foi caríssimo, 650 rúpias e nem chuveiro nem privada tinha. Mas fazer o que, não tínhamos muita opção. A vila é minúscula mas fica numa região linda, cercada por montanhas. Os indianos a chamam de "Suíça Indiana".

 

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Foi uma pena pois queríamos ver o nascer do sol de Chandrashila (uma montanha que fica mais alto ainda subindo de Tungnath).

Acordamos de madrugada e subimos até Tungnath e visitamos o templo de Shiva que se encontra lá (o templo hindu mais alto do mundo). A vila que se encontra aqui é bem legalzinha.

 

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Tomamos café numa casinha e seguimos subindo para Chandrashila. A vista de lá é muito boa também. Ficamos um tempão no alto do morro e decidimos descer até Chopta. Lá almoçamos esperando para ver se passava algum ônibus ou shared jeep para nos levar até Sari Village (onde começa a subida até o lago).

 

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Não tivemos sorte, e nos avisaram que era possível que umas 5 horas mais tarde viria um. Já não sabia o que fazer quando a Majo sugeriu pegarmos carona. Andamos uma hora pela estrada até encontrar uma parada com um pequeno restaurante. Fomos pedir carona para uma van estacionada e conseguimos! A van estava cheia de indianos (provavelmente classe alta) na Yatra. Fiquei uns 10 minutos para aprender uma palavra achando que era Hindu... só para ele me dizer depois que era em Bengali... cômica a situação.

 

Deixaram-nos na estrada a uns 15 minutos andando da vila. Já estava tarde quando tomamos Chai (um "vício" que me seguiu a Índia toda) e descansamos um pouco. Decidimos continuar subindo até o lago na esperança de achar algum local para dormir lá. Acabamos pegando a trilha errada e tomamos o triplo do tempo para subir (2 horas em vez de 40 min) o morro, debaixo de chuva. Chegando lá tivemos a sorte de terem algumas barracas armadas para alugar. Foi bem caro novamente, mas não tinhamos como barganhar. Comemos o chapati feito num fogão a lenha e fomos dormir esperando que a chuva passasse.

 

Acordei bem cedo no outro dia e consegui ter uma visão das montanhas. É muito lindo o lugar. Apesar de que a visão provavelmente é muito melhor quando as lótus no lago e sem nuvens nas montanhas (em outra estação infelizmente).

 

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Dali estávamos a decidir se voltávamos pra Rishkesh ou se íamos para outro canto. Como eu tinha o curso marcado para dali a 3 dias, eu não pude fazer o trekking mais famoso da região, o Gangotri (source of ganghes), então decidimos ir a Kedarnath, que é o templo mais famoso da região. Para chegar lá foi outra aventura... em vez de retornar a Sari e esperamos um shared jeep aparecer por milagre (muito difícil pois Sari é minúscula e ninguém quer ir para lá), decidimos fazer uma "trilha" pelas florestas até uma vila do outro lado do morro. Essa trilha nem existia, era só um caminho pequeno que os moradores fazem entre uma vila e outra. A trilha é bem bonitinha, passando pela floresta. No fim dela passamos por umas casinhas de moradores locais, que sem poder se comunicar apenas nos observavam com surpresa e sorriam muito. Da vila pegamos outro shared jeep até Kedarnath.

 

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Nesse shared jeep conhecemos um senhor que era de uma casta alta e nos explicou um pouco o sistema de castas. É triste porque no meio do jeep ele apontou pra umas pessoas e falaram que eles eram de castas baixas e que cuidavam de animais ou serviço de limpeza.

 

Kedarnath

 

Chegamos a Kedarnath andando, após abandonarmos o jeep num tráfego absurdo de jeeps e ônibus. A cidade estava LOTADA de indianos. Tinha muita gente, todos ali para fazer a Yatra até o templo no topo da montanha (15 km subindo morro sem parar). Grande parte dos indianos pagam mulas ou então pagam 4 homens para os carregá-los. Os mais ricos vão de helicóptero (!!!) até o topo. Almoçamos tarde e resolvemos iniciar a caminhada pois nos informaram que tinha uma vila no meio do caminho onde podemos dormir.

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Esse trekking foi um dos mais absurdos da minha vida. Além de ser uma subida infinita andando na lama e chuva, toda hora tínhamos que nos desviar de mulas e cavalos subindo e descendo o morro ou dos homens carregando os outros. Ficava até perigoso porque o trekking era numa pirambeira e quando você andava perto da queda você podia ser empurrado para fora. Cheguei na vila morto de cansado e doente.

 

 

No outro dia caminhamos até o topo. A caminhada de manhã foi bem melhor pois fazia sol e pudemos observar a paisagem em volta... as montanhas e o rio cortando embaixo, bem legal. O templo também é uma visão linda, com as montanhas atrás. Infelizmente eu perdi o time da foto e só consegui tirar com nuvens cobrindo a montanha =(. Depois de um tempo decidimos retornar a vila e começar o retorno a Rishkesh.

 

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A descida foi bem mais tranqüila, fizemos em poucas horas. O problema foi achar transporte, todos lotados para o dia todo. O jeito foi tentar arrumar carona de novo, um guarda disse que arrumava para gente. Acabamos esperando até umas 20 horas um caminhão. O caminhão foi lotado de indianos atrás, nós dois mais três indianos na frente. O problema foi que a maioria dos indianos foi saindo pelo caminho e lá pelas 22 horas estávamos os cinco sozinhos na frente. A previsão de chegada em Urkimath era uma da manhã e o motorista falou que os hóteis estariam fechados mas para não se preocupar que poderíamos dormir na casa dele. Nessa hora eu já tava MUITO preocupado com a situação já, tanto por mim quanto pela Majo. Ficamos conversando em espanhol sobre o que fazer e aproveitamos a primeira oportunidade, uma parada para janta em uma vila, para agradecer e dizermos que estávamos muito cansados para prosseguir. Dormimos no pior hotel da minha vida, o único encontrado na vila com quarto livre (a sorte é que vai tanta gente no Yatra que tinha hotel em qualquer buraco da região).

 

No outro dia conseguimos shared jeep até Urkimath, mas não foi necessário ir até lá pois num cruzamento mais pra frente apareceu outro Shared Jeep. Os motoristas conversaram e nos informaram que o outro estava já indo para Rishkesh. Aproveitamos a oportunidade e fomos. Chegamos cedo em Rishkesh. Fiquei mais dois dias pela cidade. Quem for por aqui vale muito a pena a visita em lakshman jula, nem que seja para perambular pelos mercados e comer nos restaurantes. A ponte também é legal e o Templo Hindu mais a frente vale a visita. As livrarias aqui também são boas e os livros bem baratinhos.

 

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Dica: Não deixem de ir no Honey Hut em Rishkesh. Esse café um oásis na Índia, assim que você entra parece que saiu da Índia e foi para o 1º mundo. Um local ultra limpo, bonito, com AC, café e comidas com mel deliciosos... quem vai no banheiro se espanta que eles possuem sabonete líquido e papel higiênico... haha.

 

Consegui um ônibus turístico direto de Rishkesh para Daramshala, onde iria fazer o curso. Combinei com a Majo de encontrá-la em Daramshala depois do curso e parti. Parece que ela ficou mais alguns dias na cidade e fez o Gangotri. Pelas fotos me pareceu absurdamente lindo o trekking, acho que quem tiver tempo aqui vale muito a pena fazer.

 

McLeod Ganj

 

A chegada é em Daramshala mas todos que vem aqui estão interessados mesmo em Mcleod Ganj, onde estão asilados a maioria dos tibetanos na Índia. Aqui é a residência do Dalai Lama e onde fica a sede do "governo" tibetano. Fui cedo em um local onde Dalai Lama ia discursar só para descobrir que era fechado para tibetanos e monges. Desci, tomei café e segui para Tushita de tuc-tuc

 

 

Tushita Meditation Centre

 

Tinha agendado o curso no Tushita por indicação de dois amigos que fizeram RTW e gostaram muito da experiência. A eles só tenho que agradecer. O retiro de 10 dias de introdução ao budismo que realizei aqui foi uma experiência muito foda... uma das melhores da minha vida. Os dias eram passados em silêncio (com exceção da manhã do 1º dia e a tarde do último) alternando entre aulas de budismo e sessões de meditação. O curso é totalmente voltado para viajantes ocidentais, sem bitolação e sem restrição de religião. A idéia toda do budismo é de acreditar por experiência em vez da fé, então alguns ensinamentos podem ser aplicados indepedente da sua religião. É algo que eu recomendo muito. Como no retiro não podia tirar fotos, eu não tenho nenhuma para postar a não ser do último dia.

 

O link do tushita é: http://www.tushita.info/

 

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O pessoal tinha marcado de se encontrar para jantar no Ohm hotel, que foi justamente o hotel que eu fiquei. O hotel é bom, barato e tem uma vista sensacional. Passei a tarde dando uma volta na cidade e em seguida fui no jantar com o pessoal. A galera do curso era muito gente boa (não os conheci durante o curso devido a fala ser proibida), conheci gente que me acompanhou o resto da viagem toda. Acho que para todo mundo que viaja sozinho por esses cantos é bem legal fazer esses cursos , principalmente pela experiência mas também pela galera que você conhece.

 

Dica: Aqui em McLeod Ganj é o local perfeito para se realizar cursos. Muita gente faz o curso de budismo ou de meditação vipassana ( http://www.dhamma.org/ ). Eu recomendo o de budismo pois além do vipassana ser mais intenso (praticamente o dia todo só meditando), as aulas são em vídeo e iguais em todos os centros do mundo, inclusive o do RJ. Existem outros cursos como massagem, música e culinária tibetana, é bem baratinho.

 

Passei mais dois dias em McLeod Ganj, a cidade é muito legal, vale a pena ficar mais tempo aqui. No começo eu realmente não sabia o que fazer. Eu queria ir para Leh mas a estrada Manali-Leh estava fechada. A única opção era ir pela Kashmira (Srinagar), mas não existia bus Daramshala-Srinagar. Provavelmente iria ter que ir pra Jammu e de lá pegar um Jeep, uma jornada de mais de 2 dias que eu estava evitando.

 

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No primeiro dia visitei:

 

Tibet Museum

 

Vale uma pena dar uma olhada aqui. O museu é pequenininho e não tem muita coisa, mas dá para ver um pouco da situação que eles passaram e passam ainda.

 

Library of Tibetan works & archives & museum

 

É uma caminhada boa para chegar aqui, fica meio longe. Tem umas estátuas bonitas e pinturas bonitas, mas não acho que seja uma visita “obrigatória”. Não há muita oportunidade de aprendizado. Acredito valer mais a pena quando há uma palestra (acredito que duas vezes por semana) de algum monge famoso.

 

LIT

 

Visitei o LIT, que é um trabalho voluntário que rola em McLeod Ganj. Quem tiver um tempinho pode ajudar dando aulas de inglês ou outra línguas. Eu visitei duas noites aqui, geralmente eles passam documentários sobre a situação Tibet/China, alguns refugiados contam a história da fuga deles do Tibet, rola música e comida tibetana. O melhor é que todo seu dinheiro vai para ajudar a causa.

 

Tsuglagkhang Temple

 

É o templo tibetano mais famoso daqui e maior (chamam de templo do Dalai Lama). É bem bonito e vale muito a pena ser visto.

 

Em McLeod Ganj tem um mercado tibetano também show de bola e se tem a oportunidade de conhecer muitos tibetanos. Eles tem a fisionomia muito diferente e o jeito também absurdamente diferentes dos indianos.

 

Nesse dia a noite bateram na minha porta do hotel. Quando atendi eram Barrie e Talia, duas canadenses que eu havia conversado na entrada do Tushita e com quem tinha comentado que planejava ir para Leh. Elas estavam falando que estavam fechando um shared jeep para o outro dia a noite e me perguntaram se eu não topava. Mas foi muita sorte viu =D.

 

No segundo dia acordei bem cedo e fiz o trekking do Triund. O trekking é bom, mas acho que vale mais a pena ir mais fundo e ir até a linha do gelo. Vi as fotos de amigos que fizeram e parece ser bem legal, eles acampam em cavernas no caminho e voltam pelo bosque. Recomendo para quem tiver tempo.

 

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Voltei para a cidade e só deu para assistir a abertura da Copa e me arrumar para pegar o Jeep para Srinagar.

 

 

Srinagar (Kashemira)

 

A estrada para Srinagar é meio punk e longa. Passa também entre montanhas e encontramos diversos comboios militares no caminho. Tivemos que sair duas vezes para registrar nossa entrada na Kashemira.

 

Chegamos perto das 10 horas em Srinagar, onde o motorista nos deixou na frente do Dhal Lake (o lago mais famoso de Srinagar). O lago é lindo e está lotado dos famosos barcos-hotel. Como estávamos em seis estrangeiros, atraímos a atenção de uma porrada de indianos querendo vender estadias nos barcos para a gente. Seguimos o conselho de um amigo e pegamos um barquinho até Nagin Lake. Esse lago não é tão belo qual o Dhal, mas é muito mais calmo e tem menos barcos. Encontramos o barco indicado por amigos e decidimos ficar nele. Saiu muito barato, contando a gorjeta que demos no fim para o cara que trabalhava no barco, saiu coisa de 300 a 350 rúpias por dia contando a acomodação, café da manhã, jantar e chai a vontade =D.

 

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No primeiro dia ficamos simplesmente relaxando no barco, com umas cervejas que conseguimos traficar (Kashemir é muçulmana e ali é complicado arrumar cerva) e curtindo as músicas de cada um (alguém tinha levado uma caixinha de som salvadora). A visão pro lago e pras montanhas é absurdamente linda e o lugar tem uma atmosfera maravilhosa. Nesse mesmo dia, a dona do barco nos encontrou a noite. Era uma inglesa que herdou o barco (os hotéis-barcos são de origem inglesa) e veio conversar conosco. Só nos avisou que no dia havia morrido um jovem indiano que estava protestando. Parece que o policial disparou um cano com gás e acabou acertando a cabeça dele. Devido ao ocorrido a cidade estava em greve e as ruas bloqueadas. Não iríamos conseguir ir para Leh tão cedo.

 

No lago, vez ou outra passa algum vendedor com seu barco pelas proximidades, basta chamá-lo que ele vem. Alguns vendem artesanato outros doces...

 

No outro dia, conseguimos dois barcos para nos levar por algumas atrações das regiões próximas do lago. Visitamos uma mesquita linda e em seguida fomos ao Mughal Gardens, passando por alguns trechos lindos do lago. Acho que os dois lugares valem a visita.

 

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A noite nesse dia assisti a primeira pelada do Brasil na Copa, quase ninguém me acompanhou na espera do jogo (foi de madrugada por lá).

 

Quando acordamos, nos avisaram que a greve tinha terminado e que já era possível visitar a Old Srinagar. Os gringos se recusaram e eu acabei indo sozinho para lá. Visitei a mesquita mais famosa da região e alguns outros locais, mas não sei se recomendo a ninguém pois o clima lá realmente é tenso. Não sei explicar porque, mas ninguém parece confortável por lá e eu era o único estrangeiro andando no bairro. A situação tá tão feia que os indianos tem um bunker (!!) no meio do bairro. Pedi para tirar uma foto mas não me permitiram infelizmente.

 

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Bem, Srinagar é um lugar maravilhoso mas eu recomendo cautela antes de vir. Procurem muito saber sobre a situação atual quando forem. No dia seguinte cedo fomos de jeep para Leh.

 

Leh

 

A estrada para Leh é muito longa e passa pelas montanhas. Ficamos o dia inteiro no Jeep só parando para almoçar. Mas sinceramente, eu pagaria só para andar naquela estrada. Toda hora tinha visões maravilhosas de lá, e depois de várias paradas, combinamos de não parar mais o carro para tirar fotos porque se não, não chegaríamos nunca.

 

 

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Chegamos bem a noite em Leh e estava tudo fechado. Por sorte o motorista tinha um primo por lá que tinha uma conhecida num hotel. Acabou que ficamos todos apertados no hotel. Dormiram os seis divididos em uma cama de casal e em uma sala! De qualquer forma, no outro dia, conversei com Barrie que eu não tava a fim de viajar com tanta gente, e acabou que dividimos o grupo. Eu, Barrie e Talie fomos para outro hotel.

 

Leh é uma cidade maravilhosa, se eu soubesse que era tão foda teria reservado pelo menos duas semanas. Ela é uma cidade budista em alta altitude (acho que tão alta quanto La Paz), com o terreno árido e cercado por montanhas. O povo de Ladakh ( a região que se encontra Leh ) é bem parecido com o tibetano, são pessoas bastante acolhedoras. Além das atrações no local (templos e mercados de artesanato) , existem vários templos em cidades vizinhas e várias opções de trekking. Também perto tem a rodovia mais alta do mundo, um passeio que todos dizem que vale muito a pena e que acabei não fazendo.

 

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Visitamos algumas gompas em Leh, a mesquita (vale a pena pela visão do terraço) mas a atração mais legal de Leh mesmo é o Spituk Monastery. Não tem muito erro, na cidade toda você consegue ver o monastério bem no alto. Para chegar lá é uns 40 minutos caminhando, não se toma muito tempo.

 

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No outro dia, pegamos um ônibus para Thiksey, que possui o monastério budista mais lindo que eu vi na viagem. Ele é enorme e possui uma estátua gigante dentro dele. É uma visita que vale muito a pena também. Para variar, iria demorar muito para passar um bus e dessa vez fui eu que sugeri pedirmos carona. Fiquei um tempão segurando um papel escrito Leh na rodovia sem sucesso. A Talia quis tentar e em alguns minutos conseguiu a carona (algumas coisas nunca mudam). Nessa noite rolou o segundo jogo do Brasil, dessa vez assisti com uma galera israelense que pelo visto adoravam ver jogos do Brasil.

 

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Aproveitamos que estava rolando no dia o Hemis Tse-Chu, um festival budista no monastério da cidade de Hemis, e pegamos um bus para lá. Passamos o dia assistindo o festival e mais tarde retornamos para Leh.

 

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Mais tarde, organizamos nós três mais a Emily (que também estava conosco em Srinagar) três dias de trekking com um guia nepales. Iríamos percorrer um trecho do Markha Valley e pegar uma saída antes do fim. Escolhemos assim pois eu já tinha que iniciar meu retorno para Delhi e elas não estavam a fim de andar 5 dias. Para quem tiver tempo, novamente recomendo fazer pelo menos o Markha Valley, porque o trekking é sensacional.

 

No primeiro dia andamos e fizemos uma side trip para uma vila de Ladakh onde tomamos chai e em seguida andamos até o primeiro abrigo, também uma casa de uma mulher de Ladakh. Jantamos comida típica local e dormi com um dos céus mais lindos da minha vida.

 

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No outro dia já começou com meia hora de caminhada até a base do paso. Esse paso era de 5000 metros e foi um tanto demorado para cruzarmos. A Talita, que por incrível que pareça era a atleta do pessoal (correu meia-maratona) tava sofrendo muito com a altitude. Depois do paso ainda andamos bastante cruzando o rio diversas vezes até chegarmos em outra vila, onde dormimos.

 

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Vale comentar uma coisa espetacular... esses animais no paredão!!!

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O terceiro dia foi uma caminhada por uma região mais árida, onde tivemos que cruzar o rio para chegar a estrada de volta a Leh.

 

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Em Leh, eu só peguei o ônibus a tarde para chegar no outro dia cedo em Srinagar, onde tomei o vôo para Delhi. Passei mais um dia em Delhi, onde fiquei em Connaught Place. A noite fui no cinema novamente e o dia seguinte passei fazendo compras de presentes e depois retornei a São Paulo.

 

Chega a ser engraçado o tanto de perrengue que eu passei nessa viagem, mas é até hoje a que eu mais curti. Espero ter ajudado a todos viajantes que queiram ir para esse país incrível.

 

Abraços

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

Opa! terminei de ler agora a segunda parte. que fantástica viagem, os perrengues são parte do crescimento ... sem eles acho q perde a graça, perrengues moderados é claro! rsrs

 

Muito bacana seu relato, com muitas informações e fotos belíssimas!!

 

Meus Parabéns!!

 

Abraços!!!!

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  • Colaboradores

Do caramba essa viagem, vc foi muito macho mesmo, sozinho ainda mais... Imagino o choque cultural, a experiência, as adversidades, fantástico cara, um tipo de viagem que eu tenho vontade de fazer um dia, digo isso sentado aqui no ar-condicionado, cadeira confortável, mas coragem e atitude, acho muito difícil por enquanto, mas eu chego lá, parabéns!

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  • Membros de Honra

Hahaha Daniel, isso tudo é verdade mas o que pegou pesado para mimfoi viajar sozinho para um país totalmente diferente e que não tem albergue nem vida noturna, eu tinha medo de não conhecer outros viajantes, mas o medo se provou infundado.

 

Viajar para a Ásia é muito bom, recomendo a experiência... abraços!

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