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Trilha das Cachoeiras do Ribeirão de Itú


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Fala Thiago.. blz?

 

Vou colocar somente o texto então.. quem quiser ver as fotos pode dar um pulo lá no http://diarionamochila.zip.net

 

Travessia Salesópolis - Boiçucanga

Sábado frio e chuvoso, assim começava a aventura. A nossa intenção era fazer a travessia Salesópolis - Boiçucanga, também conhecida como Trilha das Cachoeiras do Ribeirão de Itú.

 

A trilha possui aproximadamente 8 km em mata fechada, conta com travessias de rios, cachoeiras e poços para mergulho e o tempo todo segue pelo Rio Boiçucanga, nome indígena, que significa "Cobra de Cabeça Grande" devido a sinuosidade do percurso dele e no final ter um formato alargado, dando a impressão de ser a tal cobra. Essa trilha tem grande importância histórica, foi palco de muitas batalhas entre os índios Tupiniquins e Tupinambás que dividiam a ocupação da área e lutavam pelo domínio do caminho, pois era importante rota de mercado que ligava as cidades de Ubatuba e Santos.

 

Continuado com a aventura, lá pelas 5 horas da matina estávamos de pé com as malas arrumadas e com o encontro marcado as 6 horas no metro Tatuapé com o restante dos corajosos aventureiros. Corajosos mesmo, porque de um grupo de 9 pessoas, em cima da hora 3 desistiram! O que poderia complicar um pouco nossa aventura, não desanimou nenhum pouco a galerinha que estava mesmo afim de atolar o pé na lama e curtir umas cachoeiras. As 6:30 estávamos na estrada, optamos seguir pela Rodovia Ayrton Senna passando pelas cidades de Mogi, Bertioga e enfim chegando aos limites de São Sebastião passando por algumas praias até chegar em Boiçucanga as 8:30.

 

Nossa meta era ir até o centro de São Sebastião, onde nos encontraríamos com o guia e um veículo rural que nos levaria para o início da trilha que fica no km 18,5 da Estrada do Rio Claro, mas infelizmente chegamos com algum tempo de atraso e por recomendações do guia não seria possível realizá-la por completo pois sairíamos muito tarde da mata, o que colocaria em risco a travessia devido a dificuldade dela.

 

Com a mudança de planos,fizemos a trilha ao contrário, partindo de Boiçucanga, passando pelas quedas até chegar ao Poço dos Macacos e retornar. A empolgação continuava grande pois sabíamos que trilharíamos a parte mais bonita apesar de abrirmos mão de conhecer alguns pontos interessantes da trilha como um antigo posto de vigilância da Petrobrás, o sítio do tal Dito do Cachimbo, figura quase lendária da trilha que mora isolado no meio da mata há 40 anos e também uma figueira de 40 m² considerada uma das maiores da Serra do Mar.

 

O novo ponto de encontro com o guia era o bar do Seu Caetano em frente à ponte de Madeira, em Boiçucanga, na Estrada do Cascalho e também próximo ao inicío da trilha.

 

Passando das 10:30, com um forte mormaço, os borrachudos em plena atividade, e uma incrível poluição sonora provocada por um cd do Sandy e Junior que insistia em tocar repetidamente no bar do Seu Caetano surge uma figura que a distância confunde-se com o Rambo! Calsa e camisa camuflada e uma faca de dar inveja a qualquer açougueiro. Era ele, Gláubio o guarda-parque responsável e indicado pela prefeitura e seu ajudante Marcos e que nos acompanhariam durante a trilha.

 

A seguir, rumamos pela trilha e após 10 minutos de caminhada já tivemos a primeira travessia de riacho. O caminho de ida iria contornar a primeira queda, sendo ela visitada somente no final. Iríamos direto para a segunda queda, o Poço da Samambaia-Açu.

 

Pude perceber a presença de turistas mesmo com o tempo ruim que tinham a intenção de ficar na primeira queda, o que não exigia muito esforço para se chegar até lá. Durante temporada e feriados prolongados essa primeira queda chega a receber a visita de mais de 300 turistas. Sorte da trilha que poucos se arriscam a subir para as demais quedas o que minimiza o impacto ambiental. Outro fator que complica a ida para os despreparados é a intensidade da subida para a segunda queda, são aproximadamente 40 minutos de intensa subida de tirar o fôlego de qualquer um.

 

Fizemos uma parada rápida na segunda queda, o Poço do Sambaia-Açú com 20 metros de altura e um belíssimo porém perigoso Canyon no final do poço, somente para recuperar o fôlego e continuar a subida beirando barrancos estreitos.

 

Mais vinte minutos e a subida dá o lugar a um terreno mais plano onde começaríamos agora a seguir o rio mais de perto com constantes travessias. De longe, vemos uma belíssima queda de água sinuosa e com um volume enorme, daí o nome da terceira queda, a Cachoeira da Serpente.

 

Passava do meio dia e a fome já batia, tinhamos em mente parar no Poço dos Macacos para fazer nosso primeiro lanche mas no caminho uma surpresa. Avistamos, ou melhor, fomos avistados por uma cobra que tentara dar o bote no nosso amigo Daniel, que por sua sorte conseguiu desviar do pequeno réptil de mais ou menos 1 metro de altura, espessura fina e cor preta com listras amarela. Com meus conhecimentos de biologia de 6ª série não consegui identificar o animal, mas por sorte nada de mais aconteceu e de tudo isso ficou a frase "A cobra pica o segundo!" ou seria uma premonição do Daniel? O qual estaria em segundo, atrás do Rambo que sua função era ir na frente pra ver se encontrava cobras, bichos ou algo estranho. Particularmente a trilha para mim, já ficaria marcada na história, pois foi a primeira vez em que encontrei uma cobra no meio do caminho e ainda mais na tentativa de bote.

 

Mais surpresas ainda viriam ao encontrarmos um cágado no Poço dos Macacos, lugar onde se forma uma bela piscina natural e tem uma pedra no alto que serve para um trampolim de aproximadamente 2 metros de altura. Lá foi nosso primeiro mergulho nas águas geladas do Ribeirão.

O divertimento no poço encerrou-se com a presença da chuva que aumentara nos causando preocupação o que poderia provocar a chamada tromba d' água nas travessias do rio.

 

Por sorte, a chuva forte de verão logo passou e deu lugar ao sol que passou a nos acompanhar na volta da trilha. Como nosso objetivo, chegar ao Poço dos Macacos, estava cumprido tínhamos em mente relaxar e aproveitar para se banhar nas outras quedas como a da Samambaia Açú que tem um belo trampolim de 4 metros de altura excelente para mergulhos.

 

Aproveitamos para ir até a primeira queda também, a Cachoeira da Pedra Lisa, com aproximadamente 35 metros é com certeza a mais bonita.

Após 20 travessias de rios e riachos, com os pés encharcados e 6 horas de caminhada pela Mata Atlântica, voltamos ao bairro de Boiçucanga com a sensação de que realmente valeu a pena.

 

Agradecemos muito a companhia do piadista metido a Rambo e Guarda Parque Gláubio e seu ajudante. Também quero agradecer a galerinha ponta firme que contra tudo e contra todos resolveram se arriscar e fazer a trilha, Amarildo, Rafael, Marza especialista em mergulho em cachoeira, Daniel, vulgo Peruquinha que afirmou ter sentido a cobra no meio das pernas e claro a Bobs minha namorada companheirinha que está em todas.

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valeu mesmo amigo... Agora todos nós poderemos apreciar seu relato diretamente nos Mochileiros.. e olha que a família é imensa!!!

 

Muito boa sua descrição. Parabéns.

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  • 4 anos depois...

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