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ETIÓPIA: Guia Prático para a Região do Vale do Rio Omo


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Fala moçada!

 

Na minha viagem de volta ao mundo, o primeiro país africano que visitei foi a Etiópia – um dos lugares mais históricos do mundo, rico em fé religiosa e cultura, e bem diferente de tudo que havia visto até então.

 

Como há pouca informação sobre o país aqui no Mochileiros.com, resolvi escrever esse guia simples para quem planeja uma viagem ao Vale do Rio Omo.

 

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A África subsaariana é tida como um dos lugares mais pobres economicamente do mundo, mas viajar por lá pode ser a experiência mais cara que venha a ter! A Etiópia não foge a essa regra. É predominantemente visitada por europeus endinheirados e aposentados que buscam algo diferente para sua lista de lugares desenvolvidos já visitados. O Vale do Rio Omo, no sul do país, na fronteira com o Sudão do Sul e o Quênia realmente faz jus ao termo “exótico” já que concentra várias tribos indígenas que vivem ainda de forma bem primitiva. As principais são mursi, hamer, ari, kara e bena. Visitar as cidadezinhas e as tribos que vivem lá pode fazer você desembolsar US$150 por dia, não incluídas hospedagem e gorjetas!!! Uma realidade que não condiz com o país, mas que irá lhe garantir conforto, ar condicionado e rapidez.

 

Mas se você tiver um tempo a mais, poderá conhecer quase tudo pagando US$15 por dia, INCLUINDO hospedagem, transporte, alimentação, gorjetas e um lanchinho para as criancinhas das vilas, que foi o que gastei.

 

Importante saber que esse roteiro é só uma base para você que pretende conhecer a região. Minha sugestão é se adaptar aos dias de mercados nas vilas que é quando as tribos saem do mato para fazer compras. O cenário é incrivelmente rico!! Fora dos dias de mercado, o lugar é superparadão e pode ser um tanto entediante se você não tiver alternativos programas para fazer. Outra coisa que também se deve atentar é para os dias de ônibus, já que não existe transporte para todo lugar todos os dias. Mas, quanto a isso, você não deveria se estressar, já que, com certeza, você ficará sem!! O etíopes são mestres em dar informação errada com toda a certeza do mundo!! Por isso, seu tempo não pode ser tão corrido.

 

Dia 1

Bom, a viagem inicia em Addis Ababa bem cedo. Os valores a seguir são em dólares (dez/2014). O ônibus ($7,5) segue direto para Arba Minch, a porta do Vale do Rio Omo. São 10 horas de viagem. Passei uma noite no Pelican Hotel ($7,5). Com exceção do hotel de Jinka, todos os outros são bem básicos, sem café-da-manhã, sem wifi, sem água quente. Em Turmi a água quente é bem dispensável!

 

Dias 2 e 3

No dia seguinte, a ideia era ir para Kayefar, mas conheci dois alemães, que já estavam a par dos dias de mercado e me aconselharam a seguir com eles para Jinka – bus $5. Jinka é o fim da rodovia no sentido oeste. Hotel em Jinka, quarto compartilhado ($6,25). Sábado é dia de mercado lá – boa oportunidade para ver mursi e ari; há um museu também (não visitei), e um rio com água limpa.

 

Dia 4

Dois dias foram suficientes e parti para Kayefar, bus $1, no trajeto de volta. Hotel Sami ($7,5), bem novo, mto bom, mas com um grande inconveniente: sem mosquiteiro. Kayefar fica no meio do caminho entre Konso e Jinka, dali uma estrada de terra segue para o sul, em direção a Turmi, Omorate e a fronteira com o Quênia.

 

Dias 5 e 6

Em Kayefar descobri, pela primeira vez, que a informação certeira de que haveria bus para Turmi era incorreta. Então fui pegar carona (caronas pagas). Desembolsei $2,5 até Dimeka (caminhão) e mais $2,5 até Turmi (com uma van contratada por uma suíças). Hotel Green em Turmi ($5, após chorar por um desconto) – há chuveiro no quarto, mas o sanitário é fora. Tava triste de tão sujo, mas uma australiana brigou mto para que o lavassem direito. Infelizmente, os etíopes donos de hotéis nessa região não tem noção alguma de limpeza. É um dinheiro bom que recebem (pela realidade do país), mas eles não o investem em nada. Era dia de mercado em Turmi (um dos melhores) e uma ótima oportunidade para ver os hamers. No dia seguinte haveria mercado em Dimeka bom para ver hamers e karas, mas não consegui transporte para lá. Fiquei 2 dias em Turmi e andei muito. Dá pra visitar várias tribos a uma distância de 40/60 minutos a pé da vilazinha, sem guias. Para isso, seguia o curso seco do rio. Uma das melhores experiências, porque nenhum turista vai ali e os indígenas são muito mais receptivos.

Uma pausa para falar da relação entre as tribos e os turistas. Fato 1: eles não gostam de turistas. Fato 2: eles amam o dinheiro dos turistas. Uma foto, mesmo à distância, é motivo para uma extorsão de alguns $birrs, especialmente pelas mulheres. Fato 3: Se você estiver só, como eu estava na minha caminhada pelo leito seco do rio, e tentar uma aproximação não tanto invasiva eles são muito amigáveis, vão interagir bem e aceitar tirar fotos com você.

 

Dia 7

De Turmi peguei o caminho de volta para Arba Minch, mas parei em Konso. Bus lotado, viajei em pé (5h), mas não foi nada cansativo; paga a mesma coisa de quem viaja sentado, claro ($7,5)! Como é um lugar que não recebe tantos turistas, tem o povo mais simpático de todo o Vale do Omo. As crianças de lá são loucas por turistas e TODO MUNDO irá acenar pra você!!

O hotel xexelento de Konso acho que se chama Edget ($5), fica bem na rotatória. No dia seguinte (Qui) era dia de mercado!

 

Dia 8

Há vários ônibus de Konso para Arba Minch ($2,5). Dormi uma noite em Arba Minch ($7,5); não gostei da atmosfera da cidade. Mas se quiser pode fazer passeio para os lagos e ver crocodilo; dizem que é bonito, mas não achei opção para mochileiros brasileiros. Turistas europeus pagam de $150 a $200 para conhecer o lago, o parque e para ver os répteis.

 

Dias 9 e 10

Como havia tempo livre, ainda segui para Hawassa (bus $4,65) – disparadamente, a melhor cidade que conheci na Etiópia, mas já fora do Vale do Omo. O lago Hawassa é lindo e a cidade é bem mais limpa. Um carinha no bus de Arba Minch me indicou uma pensão bem boazinha ($8 perto do terminal de ônibus. Fiquei dois dias na cidade; as atrações são: o lago, o mercado (o setor de alimentos é cheio de senhorinhas supersimpáticas), o mercado do peixe (paga-se pra visitar, explorando o turista!) e há uma igreja nova, mas cheia de pessoas em qualquer hora do dia – bom para interagir com os locais. A cidade tb tem uma das maiores universidades do país; então, é cheia de jovens.

 

Dia 11

De Hawassa, peguei um bus especial (que de especial não tem nada) $8 para Addis Ababa.

 

Gasto total: $165.

Mercados visitados: Jinka, Turmi, Konso e Hawassa.

Farei umas seleções das fotos e em breve as postarei na minha fanpage de volta ao mundo (@sabedojoao) e aqui também.

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  • 1 mês depois...
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Obrigado Caru!

 

Bom saber que o guia te foi útil. Realmente, há pouca informação sobre a maioria dos países africanos. Aproveito pra informar os dias de mercado (dez/14) no Vale do Omo, como já havia publicado na minha fanpage:

 

Segunda: Gazer, Maetser, Kako, Erbore, Konso (Karat) e Turmi.

Terça: Jinka, Tolta, Dimeka, Konso (Fasha), Omorate e Alduba

Quarta: Koybe e Yetnabersh

Quinta: Gazer, Meatser, Kayefar, Beneta, Turmi, Bala, Konso (Karat) e Gio

Sexta: não há mercado

Sábado: Jinka, Tolta, Wubamer, Hanaa, Dimeka, Erbore, Konso (Fasha) e Wayto

Domingo: Luka

 

É isso aí!!

 

Abraço

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  • 2 anos depois...
  • 2 meses depois...

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