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REGIÃO DE AREQUIPA - CANYON COLCA / PUNO / SILLUSTANI - VIAGEM DE CASAL - COM FOTOS!!


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Fomos de Cusco a Arequipa no 1º vôo pela manhã. Esse vôo tinha saído de graça pra nós quando fizemos a compra dos trechos internacionais pela decolar.com. Não tenho a menor idéia do que aconteceu, mas quando fazíamos a cotação sem esse trecho interno – pra ver se não valeria a pena ir de ônibus – o preço era o mesmo.

 

Arequipa é conhecida como a Cidade Branca, já que suas principais construções, principalmente as religiosas (como a Catedral, de fachada gigantesca) foram construídas com uma pedra vulcânica que é branca. E isso dá um toque todo especial na aparência delas, lembrando as construções de Jerusalém.

 

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Chegamos, pegamos o táxi (35 soles - dá pra ir pegar no lado de fora do aeroporto, mas é uma boa caminhada até lá) e fomos direto ao hostel Los Andes, beeeem no centro. O Los Andes tem três andares e fica em um prédio antigo, tem cozinha grande e área externa de convívio. Ficamos sozinhos em um pequeno quarto e compartilhamos o banheiro (em dois dias houve falta de água – segundo eles problema na rua – e uma noite tomei banho de canequinha e outra, hostel mais vazio, nos disponibilizaram o chuveiro de um quarto particular).

 

A praça central de Arequipa, com sua catedral, é uma das estrelas da cidade, juntamente com o Convento de Santa Catalina. Três dos seus lados são formados por uma série de grandes arcadas, sobre as quais uma área de restaurantes é um belo convite pra uma breja com o visual da praça e da catedral lá embaixo, perfeito pra fotos. O quarto lado é a própria catedral, estendendo-se de uma ponta a outra da praça, com suas torres enormes e colunas gigantescas. O único problema do lugar, assim como em Cusco, é que andar por ali é ser assediado constantemente por funcionários de restaurantes, casas de câmbio, agências, vendedores ambulantes, etc. Mas daí é só ligar o botão do f**** e ir driblando um por um, educadamente.

 

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O entorno da praça de armas também é bastante rico em construções históricas. Além disso, há bons restaurantes, alguns bem estilosos, alguns temáticos (tem um com um boneco do Che Guevara sentado em uma das mesas). Também comi hambúrgueres fantásticos por ali (nada de carne congelada). Bem atrás da catedral tem uma viela bem legal com mesas na calçada.

 

Assim como em Cusco, as vestimentas típicas são usadas geralmente pelas mulheres mais velhas, mas não é nada pra turista ver, faz parte do dia-a-dia delas. Assim como carregarem o bebê “amarrado” nas costas: vimos isso em tudo quanto é lugar, tanto na zona rural de Cusco quanto em um ponto de ônibus em Arequipa.

Para o dia seguinte fechamos o passeio para o Canyon do Colca. Faríamos o de dois dias, sem trekking. Pagamos acho que setenta soles cada pelo transporte, hospedagem em Chivay (a mais simples) e a guia. Para a entrada para o Canyon são mais quarenta soles. As malas pesadas ficaram no hostel mesmo, e fomos só com as mochilas. Uma coisa importante que deve ser sempre levada no bolso no Peru, e que usamos o tempo todo tanto em Cusco quanto em Arequipa, principalmente nessa época de seca, é manteiga de cacau. É impressionante como os lábios ressecam rapidamente!!! Eu passava quase que de hora em hora!

 

A van passou pra nos pegar às sete (no meio do caminho trocaríamos por um micro-ônibus). Mais algumas pessoas subiram, depois uma última parada em um supermercado para comprar alguns mantimentos e pegamos estrada. No caminho até Chivay fizemos algumas paradas para curtir o visual, como a reserva dos guanacos (ou lhama, ou alpaca, nunca sei), com o visual do vulcão El Misti ao fundo (a melhor época para curtir o vulcão com o cone nevado é no verão, quando chove mais). Outro visual fascinante na estrada são os outros vulcões, esses cobertos de neve, que avistamos quando paramos em um mirante a 5000mts de altitude: as nuvens baixas que quase envolvem seus cones não são nuvens, mas fumarolas que eles expelem continuamente. Na encosta de um desses vulcões é que foi encontrada a Juanita, múmia famosa que fica exposta em Arequipa.

 

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Chegamos em Chivay, deixamos as coisas no quarto simples do hotel e fomos direto para as termas. Localizado no fundo de um vale, o balneário conta com 3 piscinas aquecidas com água vulcânica, cada uma um grau mais quente que a anterior. O visual em volta é bem legal, há armários individuais e cabines para troca de roupa, e é uma experiência que vale a pena (entrada=15 soles). Não fui nas termas em Águas Calientes, mas ouvi falar que lá a água é barrenta. Nas termas de Chivay a água é cristalina, como em uma piscina.

 

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Á noite Chivay até que tem um certo movimento, com feirinha de artesanato e restaurantes. Outra coisa legal do centrinho são as várias estátuas, bem realistas, de personagens folclóricos da região. E à noite o frio pegou. E pela manhã também, já que acordamos às 05h30 pra sair pro Canyon.

 

Até o Canyon tem bastante chão, principalmente porque é sempre subida e porque a estrada é bem ruinzinha. Mas o visual à direita é animal!!! Muitas terraças e as montanhas enormes e próximas, que foi uma característica de praticamente todos os lugares em que nós fomos no Peru. Ao longo da estrada, paradas pra fotos em alguns mirantes. O último é a Cruz do Condor, parada final e intensamente turística. Gente pra caramba mesmo!! Mas o visual é imponente, o Canyon tem três quilômetros do topo da montanha mais alta até o fundo. O esquema pra curtir o lugar mais numa boa é o seguinte: pro lado direito tem várias trilhazinhas, tranquilíssimas, que chegam a outros mirantes e pontos de observação, praticamente vazios (parece que o pessoal não tem disposição nem pra uma caminhadinha). Os condores? Olha, quando eu li aqui que a matemática pra ver os bichos não era das mais exatas e muito dependia de sorte mesmo, eu desencanei e fui pra curtir o Canyon. As 45m do 2º tempo surgiu unzinho vindo lá de baixo, e eu nem perdi tempo de preparar a máquina, apenas curti o vôo do condor.

 

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De volta a Arequipa nos preparamos para ir a Puno. Como não descemos de Cusco direto para lá, como a maioria faz, tivemos que fazer um bate-e-volta, já que nosso vôo para o Brasil sairia de Arequipa. Fomos pela Cruz del Sur, que atrasou pra sair e atrasou durante o trajeto (teve alguns trechos em que o ônibus balançou bastante, mas muito mesmo, nunca tinha visto ou sabido de algo assim, eles falaram que era o vento, mas até hoje não entendi realmente o que aconteceu). Tinha duas inglesas que perderiam o ônibus para Copacabana, e eu, com meu inglês não fluente e meu portunhol, servi em mais de uma ocasião como intérprete entre elas e o comissário de bordo.

 

Chegando em Puno não deu outra: perdemos o que achávamos ser o último passeio para Uros do dia. Mas como muita gente também tinha perdido, uma agência, na própria rodoviária, tratou rapidinho de organizar mais um passeio. E foi assim que, debaixo de chuva, vento e frio, nós conhecemos as ilhas flutuantes. Levávamos as capas de chuva conosco: nunca se sabe quando vai precisar delas, e quando se precisa, fica-se muito feliz por tê-las. Retornamos ao cais já de noite e arrumamos um hostel bem no centro histórico de Puno, que por sinal não é tão feia como muitas vezes ouvi dizerem, na verdade o calçadão do centro histórico é bem tranquilo e limpo. Agora, saindo do centro histórico a paisagem urbana vai ficando meio deprimente, como em toda cidade peruana que visitamos.

 

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No dia seguinte saímos bem cedo pra visitarmos as Chullpas de Sillustani, uma necrópole ao ar livre onde os túmulos são grandes torres de pedra, exclusivos para as múmias da nobreza, não só inca, mas também do povo kolla, anterior a eles. Essa não é das atrações mais conhecidas, e muita gente perde uma grande oportunidade de conhecer um lugar único e de fácil acesso. Acertamos com um taxista por 60 soles para ele nos levar até lá (30 km), nos esperar por 01h30 e voltar.

 

O lugar é fantástico! A vista é surreal: torres de diversos tamanhos e épocas erguidas no alto de um planalto cercado por um lago enorme. A diferença entre as contruções incas e as dos kollas é visível, sendo as dos kollas muito mais primitivas. Entre as torres incas há uma com 12 metros de altura. E, como eu já disse, a paisagem ao redor é espetacular: perdi-me em devaneios enquanto caminhava pelo lugar, seguindo mentalmente os passos das procissões fúnebres, imaginando como deveria ter sido uma cerimônia realizada ali. Voltamos para Arequipa no busão das 14h00.

 

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Em Arequipa, no dia seguinte, decidimos fazer o Tour Campina: foi o grande fiasco de toda a viagem. Pelo menos conseguimos um desconto, mas mesmo assim foi um fiasco! Teoricamente o tour abrangeria um passeio pela área mais campestre de Arequipa, e as fotos do folder mostravam bucólicas igrejinhas centenárias em aprazíveis vilarejos na roça. Mas, tirando o Mirador Yanahuara, de onde se tem uma bela vista do El Misti, o resto é resto: o tal zoológico de lhamas e alpacas não passava de um quintal fedido de uma fábrica de roupas, ficamos mais tempo parados no trânsito caótico de Arequipa do que conhecendo lugares (o visual dos caminhos que ligavam as atrações era feio pra caramba – um sequência interminável de bairros com aparência de favela), e as igrejinhas não ficavam em um vilarejo campestre, mas em meio ao concreto e construções sem reboco (aquela foto do folder só pode ter sido montada!!). No final, pra quem quisesse, um passeio a cavalo (pago à parte) em uma grande área descuidada e de mato alto. . .

 

Penúltimo dia no Peru e fomos conhecer o Convento de Santa Catalina, que agora também abre à noite, às terças e quintas: falaram que nesse horário o lugar ficava muito bonito, com uma iluminação especial, etc. Perguntamos à mulher do guichê qual dos dois períodos ela escolheria. Ela respondeu: “os dois, entrem lá pelas 17h00, façam o tour de dia, e depois fiquem por lá até escurecer, e conheçam o lugar de noite”. Estava decidido como faríamos.

 

O convento é uma cidadela dentro da cidade, bem no centro histórico. Foi fundado em 1579 e chegou a ter mais de duzentas freiras vivendo por lá. Lá dentro há vários pátios com paredes ricamente decoradas por afrescos religiosos, além dos aposentos mobiliados das freiras (alguns com móveis originais). Tem também uma cozinha medieval gigantesca, passagens estreitas e labirínticas interligando as construções e ruelas floridas e coloridas. Á noite, uma iluminação intencionalmente fraca deixa tudo na penumbra, e o ambiente muda completamente: dentro dos aposentos das freiras, apenas velas; nos fornos das pequenas cozinhas individuais, brasas são acesas. O estranho é que a gente não vê os caras que fazem esse trabalho, eles entram e saem como fantasmas. E por falar em fantasmas, o mais legal à noite é que o ambiente fica levemente assustador, ainda mais por estar praticamente vazio, talvez por ser um horário ainda não muito procurado: quase matei de susto uma mulher quando saí de repente de um quarto praticamente escuro para uma das ruelas, por onde ela passava (ela deu um grito, dois passos pra trás e pôs a mão no coração rsrsrsrs).

 

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Nessa nossa última noite, ainda cruzamos por mais uma procissão religiosa: foram duas em Cusco e duas em Arequipa. Por sinal, o Peru me pareceu um país com forte tendência militar-religiosa: sempre havia uma parada militar antes das procissões, há muitos policiais pelas ruas (alguns com escudos tipo tropa de choque) e o mais reles policial de trânsito se veste com toda a pompa militar. Acho que são resquícios da época do Fujimori. Outra coisa que me chamou bastante a atenção é que o uniforme das crianças nas escolas se parece muito com os uniformes que meus pais usavam na década de 50: para as meninas saia azul plissada até o tornozelo e camisa branca de manga comprida com a gola fechada até o pescoço, para os meninos calça social e gravatinha vermelha.

 

Despedimo-nos de Arequipa e do Peru com a certeza de que havíamos visto uma ínfima parte de tudo o que aquele país tem a oferecer. Há 5000 anos civilizações diversas vêm florescendo e se extinguindo de norte a sul do país, deixando um rico legado de cidades, construções, pirâmides e templos. É esse Peru que eu quero conhecer melhor da próxima vez.

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  • 11 meses depois...
  • Colaboradores

Parabéns pelo relato Dérien

Fizemos uma mochilada parecida (vide nos nossos relatos)

Realmente não conheci Sillustani mas queria muito ter conhecido. Ficamos apenas 1 dia em Puno, só deu pra conhecer Uros e partimos pra Nasca.

Queria muito ter conhecido também TIAHUANACO, que fica na região. Você não foi?

 

Abs

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