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Cordisburgo: Ciência e Literatura se encontram no coração das Minas Gerais.
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Por marinaasn
A 120 km de Belo Horizonte fica Cordisburgo, a cidade natal do escritor Guimarães Rosa. A antiga casa do autor é hoje um museu. Além disso, a cidade abriga a Gruta do Maquiné, aberta à visitação. Faz tempo que a cidade estava nos meus planos de viagem e quando estive em BH, resolvi que era a hora de conhecê-la. Imaginei que não teria maiores dificuldades para ir de manhã e voltar ao final do dia, já que a distância era pequena. Mas não foi bem assim…
Só na própria rodoviária de BH consegui informações sobre o horário dos ônibus. A viagem levou 4 horas, com as diversas paradas pelo caminho.
As grutas são lindas e o restaurante que fica em frente te obriga a comer muito mais que o necessário 😬.
Na recepção da Gruta, perguntei como eu poderia chegar até o centro da cidade. Uma dúvida simples, mas nem tanto. O guia disse que não tinha ônibus dali, mas que ia ligar para um taxista conhecido para perguntar se ele poderia vir me buscar. “Mas não se preocupe, que a gente dá um jeito. Qualquer coisa, te levo no meu carro.” Se tem uma coisa que aprendi nas cidadezinhas pelo Brasil é que o que falta em estrutura, sempre se contorna com solidariedade e boa vontade. O taxista – o único da cidade, pelo que entendi – não atendia o telefone e o guia saiu falando com todos os visitantes perguntando quem poderia me ajudar.
Consegui carona com uma família muito animada que veio comemorar o aniversário de seu avô em Cordisburgo. Para trazer todo mundo, alugaram uma van. “Tem espaço para ela aí, não? Para deixar ela no centro?”, perguntou o guia. “Claro, porque você não falou logo?! E se não tivesse a gente dava um jeito também!”
Cordisburgo é uma cidade pequena, de menos de 10 mil habitantes, e a rua principal – ou a que me pareceu a principal – fica em frente a uma antiga estação. Não sei pelo vagão de trem enferrujado na linha, se o mato crescendo, mas chega a dar saudade do tempo que não vivi. A casa-museu Guimarães Rosa fica quase em frente essa estação de trem. A fachada é simples, igual a muitas outras casas ali do centro, mas achei uma graça. O escritor viveu nessa casa com a família até os 9 anos e vários cômodos recriam a decoração de uma casa de interior no início do século 20. Tem o quarto da família com os terços na parede, o oratório cheio de santos na beira da cama, a colcha bordada e o tapete de remendos de tecido no chão (como não se lembrar um pouco da sua própria avó?). Tem a cozinha com o fogão a lenha, as panelas de ferro, o pilão e a cristaleira com paninhos bordados em cada uma das prateleiras. Nos fundos da casa tem o poço, um carro de boi de madeira…
O pai de Guimarães Rosa tinha uma venda e conta-se que o primeiro contato do autor com as falas e as histórias sertanejas vem do que ele ouvia ali enquanto seu pai trabalhava. A venda também está lá, com os produtos que serviam à vida daqueles tempos: os artigos de couro e de palha, os vasos de barro, o berrante, os brinquedinhos da época, os chapéus e as violas, as espingardas, as selas, os esteios, entre outras coisas que hoje mal sabemos o nome.
Apesar dos transportes atrapalhados, valeu muito a pena!
Quem se interessar, conto sobre esse passeio com mais detalhes neste post. Para ler mais histórias sobre o interior do Brasil siga o blog Noticias de Toda Sorte ou o Instagram.
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