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Verona – Itália – a minha primeira ópera


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Tocam os sinos quando subimos a torre. Estamos no alto e apesar de já pisar solos veroneses há 2 dias, é a primeira vez que meus olhos se dão conta da sua magnitude. Difícil não entender o porquê Shakespeare se apaixonou por Verona e nos deu Romeu e Julieta, para nos transformar em românticos anônimos, perdidos pelo mundo.

 

A Torre de Lamberti fica no centro da área turísitica e por já passar das 7 horas, embora o Sol insista em não se pôr, nos vemos apenas na companhia de dois alemães. Trocamos a gentileza de tirar fotos uns dos outros, me escapole un Danke Scheon, e logo ganhamos de novo as ruas. A memória do tocar dos sinos continuam a agredir os meu ouvidos, mas a beleza da cidade faz os meus olhos sorrirem.

 

Uma cidade cercada, que teve muralhas levantadas na época da grande guerra e que conserva a sua história em cada detalhe. Encanta-me saber que a Ponte Pietra, destruída pelos alemães durante a guerra, teve os seus materiais originais resgatados do fundo do rio para ser reconstruída em 1957. Quem me conta isso é um senhor italiano, que apesar de saber que não falo a sua língua, insiste em contar-me sobre a cidade.

 

O italiano é fácil de entender. Porém, é como um conversa sem volta. Troco para o espanhol e pronucio tudo de forma mais lenta e de repente há um papo meio esquisito entre duas pessoas que devem soar insanas para outros, mas nos entendemos e aprendo a usar este idioma na Itália e engaveto o inglês.

 

Seguimos até a casa de Julieta. Há inúmeras cartas na parede, dos dois lados. O que pedem os apaixonados? Resisto a ler as cartas, tiramos fotos distantes, e sorrimos. Vemos a sacada, a estátua de Julieta e não resisto a tocar um dos seus seios. Dizem que este ato nos traz sorte. Do lado de dentro da casa, as minhas indagações floreiam. Há um escrito que diz que a casa é tida como a casa de Julieta Capuleto. Será real?

 

Nos arredores, fica a casa de Romeu, que é propriedade privada. Nos limitamos a observá-la de fora e caminhamos para a tumba de Julieta, num belo casarão, decorado com esculturas e quadros. Hoje, requinto de cerimônias de casamentos. O ápice do romantismo, não?

 

Há um poço repleto de moedas, para fazer pedidos. Pegamos as menores e a deixamos cair. Não falamos sobre os desejos, mas corremos para o hotel e nos vemos de repente prontos para a Ópera.

 

É a nossa primeira vez. Na Europa, em julho, o Sol banha as cidades até quase as 10 horas da noite. O ar da Arena é quente e as pedras que a compõem, guardam o calor dos dias. Construída antes do Coliseu, é o cenário perfeito para a nossa estréia.

 

Escolhemos a Ópera mais clássica, Aida, escrita há quase 200 anos e encenada na Arena há quase cem. Os meus olhos e ouvidos se encantam, por fim, em conjunto e deixo as indagações de lado, e assisto a um espetáculo sem igual. Porém, estamos muito cansados para os seus quatro atos e o calor nos faz querer dormir.

 

O cair da noite torna a Arena um palco ainda mais espetacular e ao final caminhamos leves pelas ruas quase desertas de Verona, para que outro dia possa de novo ter fim.

 

Breno Pessoa mora em Londres, trabalha como produtor de conteúdo para uma empresa de intercâmbio, e adora viajar.

 

 

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Verona do alto

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A Arena pouco antes do espetáculo

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Amiga fazendo um pedido

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  • Membros

Oi Breno!!! Obrigada pela dica.

A propósito, ainda tecendo elogios a sua descrição sobre Verona, sabe que até falei a respeito com uma amiga da minha filha hoje?? É que você deu a melhor definição que já vi a respeito do italiano "...O italiano é fácil de entender. Porém, é como um conversa sem volta..." Penso como você só não tinha chegado a uma definição tão perfeita. Vou levá-la comigo, mas prometo sempre te dar os créditos pela definição.

Um abraço.

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  • 3 semanas depois...
  • Membros

Oi Breno!! Por favor você poderia me tirar algumas dúvidas sobre Verona?? Já tracei um roteiro e não sobrou muito tempo para Verona, infelizmente. Um dia seria suficiente para conhecê-la?? Vou ficar 2 ou 3 dias em Veneza e de lá pretendo pegar o trem noturno para Paris. Para não ficar andando para lá e para cá com malas pensei na possibilidade de ficar em Veneza e de lá ir à Verona. Seria uma boa opção ficar hospedada em Veneza e de lá tomar um trem para conhecer Verona?? Dese já, agradeço. Valeu!!

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  • Membros

Breno, bravo!!!! bravissimo!! eu estive tbem por lah em maio/2010 e me apaixonei por tudo. o que mais me emocionou foi um senhor tocando violino na praca proximo arena - coliseu, com tanta perfeicao que nao resisti e chorei pra valer. eu passei somente algumas horas lah e pretendo ateh voltar um dia. ah! uma dica eh visitar tbem Vicenza, a cidade dos Pallazze, por que tem somente 40 deles p vc visitar! eh a cidade de andrea paladio! nao precisa dizer mais nada! abracao CATH.

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  • Membros

Lu, um dia é bastante! Vá ao centro turísitico onde ficam as principais atrações e curta a parte mais interessante da cidade. Sim, pode ficar hospedada em Veneza e pegar o trem de ida e volta. Informe-se sobre o último trem de volta e saiba logo o qto pode ficar!

 

Cath, valeu pela dica, devo retornar lá em breve para visitar a mesm amiga!

 

B x

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