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Fortaleza, Caponga e Canoa Quebrada – Ceará 04/09 a 10/09/2010.


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Fortaleza, Caponga e Canoa Quebrada – Ceará 04/09 a 10/09.

 

Fiz essa viagem ano passado com o pretexto de ir a um congresso que ocorreu em Fortaleza. Contudo, como era de se imaginar, alguém que ama viajar jamais conseguiria estar em outro Estado presa durante dois turnos do dia, em uma sala, por uma semana, com pessoas falando as mesmas coisas que eu já ouço nas aulas e leio nos livros. O resultado foi o seguinte: assisti a abertura do congresso e participei de uma mesa de discussões, o restante do tempo eu e mais cinco colegas fomos conhecer o que dava do Ceará. Demorei a escrever por falta de tempo e por um pouquinho de preguiça, mas como sei que esses relatos ajudam na hora de preparar a viagem (como me ajudou também) resolvi “vencer o que me vencia” e por os dedos no teclado. Com esse texto pretendo expor minhas impressões a respeito dos lugares que visitei, oferecer uma idéia de valores e indicar possibilidades. Segue também o roteiro que fiz antes de viajar (vou tentar por em pdf).

 

A elaboração da viagem começou meses antes quando tivemos que conseguir o transporte. Eu explico. O congresso foi um encontro nacional dos estudantes de História (ENEH) e, como alunos, todos do curso queríamos ir. Fizemos comissões e estabelecemos critérios para as vagas do ônibus. Mas, antes de tudo, a primeira decisão que tomamos é todos aqueles que fossem não precisariam desembolsar nem um centavo para transporte ou para a inscrição (R$50,00). Como faríamos isso? Promovendo festas para arrecadar dinheiro, fazendo pedágios, rifando livros, passando livro de ouro e vendendo lanche na universidade, ah, fizemos o porquinho solidário (quem quisesse depositaria de boa vontade qualquer quantia para colaborar conosco). Todos que tiveram interesse em ir tiveram que por a “mão na massa” e nos revezamos em diversas funções. O dinheiro que conseguimos arrecadar (com bastante sacrifício e momentos divertidos também) pagou o combustível do ônibus que a universidade cedeu, as diárias do motorista, mas não foi suficiente para a inscrição (ainda assim conseguimos negociar e só pagamos R$10,00 por pessoa).

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120192655.jpg 500 375 Legenda da Foto]Pedágio antes da viagem[/picturethis]

 

Chegamos a Fortaleza dia 04/09 e ficamos hospedados na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Não pagamos a hospedagem (nos foi oferecidas as salas e a área externa para colocarmos nossos colchões ou montarmos nossas barracas). A primeira coisa que eu procurei saber é se perto da Universidade passava ônibus para os locais que queríamos ir e fomos informados que estávamos em um dos bairros mais perigosos de Fortaleza. A recomendação era não andar pelo bairro. Pode até parecer estranho, mas eu fiquei feliz com isso, pois pensei que se eu tivesse vindo de outra maneira iria conhecer apenas a Fortaleza turística, mas não teria o contato com as outras partes da cidade. O bairro era bastante afastado do centro, por isso, qualquer lugar que iríamos os ônibus rodavam, rodavam... o que aborrecia muito meus colegas, mas, mais uma vez me deixava feliz.

 

Nosso único meio de locomoção lá foram os ônibus (passagem R$1,20) - e eles merecem dois parágrafos inteiros só para eles. O sistema de ônibus de Fortaleza é muito estranho. Você não está em um lugar e de repente se quiser ir para outro é só chegar em um ponto de ônibus e tomar outro transporte não. Você tem que ir até um terminal urbano, saltar e procurar outra plataforma que tenha o ônibus para o seu destino. Isso atrasa demais qualquer passeio. Muitas vezes estávamos em um local, inclusive mais perto do nosso próximo destino, e tínhamos que voltar tudo até o terminal para pegar outro transporte e fazer novamente o mesmo caminho e mais o que faltava para chegar ao destino final. Perguntei aos moradores de lá porque essa confusão toda. Eles me responderam que era porque as empresas interurbanas não tinham linhas que rodassem com um mesmo ônibus por bairros muito distantes entre si. Os moradores muitas vezes tinham que tomar 2 ou 3 transportes para ir de um lugar a outro e isso custava caro. Tal problema foi resolvido com esses terminais. Neles as pessoas saltam e pegam outro ônibus sem pagar, assim você gasta apenas uma passagem, o que não acontecia antes. Porém, solucionou-se um problema e causou-se um transtorno. Além desse problema, os transportes coletivos ainda têm mais três problemas: a imprudência dos motoristas, a superlotação e a falta de respeito dos homens.

 

Os motoristas correm de uma maneira impressionante, a depender do horário não param nos pontos de ônibus, fecham a porta antes de todo mundo entrar, vão arrastando sem nem olhar se ficou alguém e freiam da maneira mais brusca possível. Já os homens têm o péssimo hábito de ficar se esfregando atrás das mulheres (e dos homens também a depender da orientação sexual). Ah, a atenção também tem que ser constante porque a qualquer momento você pode ser surpreendido com alguém tentando meter a mão na sua bolsa, seja no ônibus ou na estação. A respeito dessas situações vividas nos ônibus tenho estórias que dariam um novo relato.

 

Outra coisa que vale destacar aqui é que a comida no Ceará é muito boa e barata. Na maioria do tempo comemos nos PFs, mas os dois dias que fomos a restaurantes ninguém gastou mais que R$18,00, nem na barraca de praia na Praia do Futuro! O atendimento também foi excelente em todos os lugares e o cearense é bastante acessível e conversador, porém, não é bom de informação nem na medição das distâncias.

 

Dia 04/09 – chagamos e não podemos sair por causa do credenciamento.

 

Dia 05/09 – Ainda estávamos com um problema no credenciamento que só foi resolvido depois das 14h. Após resolvido isso, eu e minha amiga nos juntamos com cinco pessoas da Universidade Católica que conhecemos lá (eles eram de Salvador mesmo mas só nos conhecemos lá) para rodar. Decidimos ir ao Mercado de Artesanato, almoçar por lá e depois ver o pôr do sol na Ponte dos Ingleses. Chegando ao Mercado, era domingo e por isso estava fechado. Na frente tinha um forte, sugeri visitarmos a construção, mas ninguém quis. Seguimos então para a Praia de Iracema para procurar um lugar para almoçar. Os restaurantes na frente da praia eram bastante caros, entramos por umas ruas transversais e achamos um muito bom e barato, é pena eu não lembrar mais o nome dele. O atendimento foi tão bom e a comida tão gostosa que voltamos lá novamente só para comer o mesmo peixe.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120204612.jpg 500 375 Legenda da Foto]Tilápia boa demais no restaurante em iracema[/picturethis]

 

A orla de Fortaleza é enorme e à noite é muito mais movimentada que durante o dia. Não vi ninguém tomando banho de mar por lá. O mar é muito forte e cheio de pedras, o que é muito estranho para nós de Salvador ter um mar somente para apreciá-lo. A Ponte dos Ingleses é um bom local para assistir o pôr do sol. E que pôr do sol tem o Ceará! Os feixes de luz se dissipam pelo céu de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. Aliás, o céu não é igual em todas as partes. Quando eu falo isso as pessoas não levam fé, mas é. Em Salvador tenho a impressão que o céu é mais plano e o pôr do sol acontece de cima para baixo, já em Fortaleza tive a impressão do céu ser mais côncavo (acredito que pela própria localização geográfica) e o sol se põe em diagonal. A ponte dos Ingleses não é um lugar indispensável.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120195303.JPG 500 374.796747967 Legenda da Foto]Ponte dos Ingleses[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120195531.JPG 500 374.796747967 Legenda da Foto]Praia de Iracema[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120195615.JPG 374.796747967 500 Legenda da Foto]Pôr-do-sol em Iracema[/picturethis]

 

Outra coisa que venho reparando nas cidades e que também vi por lá são os limites e os agrupamentos sociais em espaços pequenos. Vou dar um exemplo. Viemos do Mercado andando e em certa região entramos em uma rua que dava na orla. O lugar tinha casas muito simples construídas com madeirite (um tipo de madeira de baixíssima qualidade) e alguns moradores sentados nas portas. Achei estranho para um ponto turístico mas, vá lá. Chegando mais próximo avistamos uma ponte em péssimas condições, sem nenhum turista e com pessoas muito suspeitas. Resolvemos então perguntar a um dos moradores se aquela era a Ponte dos Ingleses e ele nos disse que ali só tinha ladrão, para termos cuidado aonde estávamos andando, nos deu uma bronca! ::carai:: A ponte que iríamos ficava a uns 200m do local que estávamos (de uma dá para ver a outra). Interessante e triste como diferenças sociais tão gritantes convivem como se fossem normais uma do lado da outra. Um espaço de 200m separa pessoas muito pobres, sem nenhuma infra-estrutura de um lugar feito para turistas, bem planejado urbanisticamente e com prédios onde moram das classes A e B.

 

Dia 06/09 – Eu, uma amiga e um amigo resolvemos ir à Águas Belas. Tínhamos na verdade duas opções: ou esta ou Mundau. Chegamos à rodoviária e Mundau era longe demais para fazer um bate e volta como o pessoal queria, além da passagem custar R$ 18,00 só a ida. Ficamos então com a segunda opção, porém, o ônibus para lá não saia da rodoviária, mas de um terminal rodoviário em outro bairro. Lá se fomos nós de ônibus até o tal terminal. Chegando lá, almoçamos um pf num dos restaurantes do local. Pagamos R$ 5,00 e de brinde veio uma baratinha no meu prato!

Duas horas depois chegávamos em Caponga (último ponto mais próximo do nosso destino). Nos informaram que para Águas Belas só de carro ou andando (seriam + ou – 6 Km). Decidimos ir andando pela praia mas tivemos que desistir de ir pela beira do mar e passar para o asfalto mesmo. Em Caponga, as pessoas também não tomam banho de mar por causa da correnteza e das ondas. A praia é cheia de pedras e concreto colocado para barrar o mar, em torno ficam uns bares. Como queríamos ir vendo o mar fomos passando por cima destas pedras em uma faixa muito estreita entre elas e o mar forte até chegarmos em um local com areia. Caminhamos pela areia por algum tempo até desistirmos, pois eram várias dunas o que nos atrasaria muito. Passamos então para o asfalto. Eu tinha pesquisado e a praia me parecia bonitA, tinham me dito também que era um bom lugar. Fui cheia de expectativa, mas chegando lá veio a decepção. Para comer só havia um hotel que deveria custar caro pelo que vimos da infra-estrutura dele. Para tomar banho tinha uma piscina natural bem legalzinha formada pelo encontro do rio com o mar. O vilarejo era pequeno. Havia um passeio de barco que entrava pelo rio e que íamos fazer, mas quando chegamos lá nos informaram que o rapaz do barco tinha ido embora a uns 10min e só iria voltar no dia seguinte. Ficamos tomando banho na piscininha e quando enjoamos fomos dar uma volta. Sentamos em uma casa onde tinham duas bordadeiras trabalhando e ficamos ali por algum tempo conversando, depois elas nos apresentou a outra bordadeira e fomos com essa outra para a casa dela. Compramos uns panos de prato. Na nossa conversa elas nos contou sobre o comércio de bordados e rendas de lá. Uma toalha de mesa bem trabalhada é vendida por R$15,00, panos de prato por R$2,00 para uma senhora que vai lá buscar para vender no Mercado de Artesanato por R$ 40,00 e R$10,00 respectivamente. No acordo que fizeram, elas são impedidas de vender qualquer produto para outras pessoas.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120200908.jpg 500 375 Legenda da Foto]Jangadas em Caponga[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120201019.jpg 500 375 Legenda da Foto]Águas Belas[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120201127.jpg 500 375 Legenda da Foto]Águas Belas [/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120201312.jpg 500 375 Legenda da Foto]Bordadeira[/picturethis]

 

Paramos para conversar também com o dono de um bar. Quando deu 16:00 resolvemos voltar, seria em média 1h de andada. No caminho ainda presenciamos um desfile com banda e tudo de um colégio da região em homenagem ao 7/09. Em uma praça achamos um carro que fazia lotação e nos levou até a rodoviária de Caponga por R$2,00 por pessoa. Fomos nós três e mais um casal num carrinho velho, mas com um motorista muito simpático.Ele parou o carro no caminho e tudo para vermos o pôr do sol. Lá em Caponga o céu ficou todo vermelho quando o sol se pôs, foi um espetáculo e tanto. O motorista disse que todo turista se surpreende com o pôr do sol de lá.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120201435.jpg 500 375 Legenda da Foto]Pôr-do-sol em Caponga[/picturethis]

 

Dia 07/09 – No dia anterior, na fila do terminal urbano quando voltávamos para a UECE, ficamos conversando com uma moça que também estava na fila. Perguntamos a ela qual era a praia que ela mais gostava de ir e que ela achava mais bonita em Fortaleza. Ela nos respondeu que era a praia da Caça e Pesca. Resolvemos então que iríamos para lá no dia 07. O ônibus é o mesmo que também passa pela praia do Futuro. Como é longe, o ônibus foi esvaziando e quando já estávamos próximos fomos pedir ao motorista que nos avisasse o ponto que deveríamos descer. Quando ele soube para onde iríamos disse que não era de jeito nenhum aconselhável, que seríamos assaltados etc. (tacou o terror mesmo). Nos recomendou descer na Praia do Futuro. Aceitamos a sugestão.

Ficamos em uma barraca chamada Terra do Sol. Muito boa: os banheiros super limpos, dois ambientes, cooler nas mesas e tudo. Comemos um escondidinho que ainda não comi outro melhor. Uma porção comem três pessoas tranquilamente. Não vimos a quantidade de ambulantes que as pessoas diziam aqui, nem os que havia lá nos incomodaram. Também não vi assalto. Só há um problema: eles vendem lagostas filhote para os banhistas, ou seja, uma pesca predatória. O mar lá também é brabo, nem entrei. Passamos o dia lá, só voltamos as 16:00 para irmos à festa da faculdade. Dois colegas ficaram lá até as 18:00 e eis a confusão. Disseram que foram os últimos a sair e acharam estranho porque aqui em Salvador as pessoas ficam na praia até tarde. O garçom veio falar com eles que já iriam fechar e quando eles perguntavam porque lá fechava cedo, o rapaz respondeu que era porque ficava perigoso. No caminho para o ponto de ônibus foram seguidos por um grupo e quando chegaram no ponto nenhum ônibus parava para eles, nem os táxis. Tiveram que pedir ao no Hotel Vila Galé para chamar um táxi para eles. O pessoal do hotel disse que a essa hora lá não parava mesmo nem ônibus nem táxi por medo de assalto.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120203717.jpg 500 375 Legenda da Foto]Praia do Futuro[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120204303.jpg 500 375 Legenda da Foto]Praia do Futuro[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120204354.jpg 500 375 Legenda da Foto]Praia do Futuro[/picturethis]

 

Dia 08/09 – CANOA QUEBRADA UUUUUUUUUUUHHHHHHHHHH

 

Havia alguns anos que eu desejava ir a esse lugar. Por mim teríamos ido um dia depois da nossa chegada, eu estava muito ansiosa para conhecer e não faço muita questão de estar em grandes centros urbanos, mas as outras 5 pessoas que foram comigo só queriam ir nos últimos dias da viagem, então tá, né?

Já havia planejado tudo: local para ficar, os passeios que poderíamos fazer, preço e horário de ônibus... Fomos bem cedo para o terminal. Rapaz, quando chegamos lá parecia que estávamos em uma estação de metrô de São Paulo ou do Rio, era tanta gente, um empurra-empurra para entrar no ônibus. Deixamos passar dois ônibus para ver se a situação melhorava, mas percebemos que quanto mais tarde ficava a coisa ia piorando e nosso ônibus estava marcado para as 8:00. Entramos na confusão, mas duas amigas não conseguiram entrar no mesmo ônibus. A coisa tava tão feia que cheguei a pensar que iam rasgar minha mochila. Imagina que eu estava com uma mochila de 50L e com uma barraca de camping dentro de um ônibus lotado de gente. Tive que ficar uns 15min segurando a mochila com a barraca e tudo em cima da cabeça. Para se ter uma idéia, eu estava solta no meio do ônibus e, apesar do motorista correr feito um louco e frear como ele bem entendia, eu não me movia de tanta gente que tinha em volta. Passei o tempo todo resmungando do sistema de transporte da cidade. E minha amiga falando: imagine se eu tivesse trazido meu violão como vocês queriam...

Outro problema também nos rondava. Eu e mais duas amigas somos bolsista do programa de iniciação científica do CNPq. Nosso dinheiro saí todo mês até o dia 05 e já estávamos no dia 08 com uma grana que só duraria, no máximo, mais dois dias apertadíssimo. Toda hora íamos ao banco ver se saiu e nada, mas, como não desistiríamos por nada desse mundo, o jeito foi pechinchar em todos os lugares que passamos. Conseguimos desconto desde a água na rodoviária até o banheiro do mesmo local que terminou saindo de graça. :o

 

Chegamos em Canoa e fomos direto para o camping que já custava R$ 5,00 ou 10,00 a mais do que eles mesmo tinham anunciado no site (e na nossa situação R$ 10,00 era um almoço a mais). Conseguimos ficar pelo preço do anúncio antigo (R$15,00). O nome do camping é Via Láctea (o único que presta na cidade) e é um ótimo lugar: bem gramado, com sombra (não lembro se tem cozinha), banheiros limpos e de frente para a praia. No caminho para o Via Láctea tem uma casinha com um quintal disponível para acampamento por R$10,00, mas não tem nem um pé de árvore, ou seja, sol o dia inteiro, num terreno inclinado. Essa casa também aluga um quarto, mas um pessoal de São Paulo que também estavam no congresso já tinha alugado. De qualquer forma eu acho que onde ficamos era melhor.

 

Montamos acampamento e fomos procurar a associação de buggys. Fechamos um pacote (depois de muito choro) por R$ 55,00 por pessoa e fomos 3 em cada carro. Existem passeios mais barato. Os preços variam, mas queríamos os das dunas. Foi o dinheiro mais bem gasto da viagem. Antes de partirmos para o passeio almoçamos em um restaurante bem simples de um morador local R$8,00 o pf. O peixe não era muito bom, mas o dono era legal. Sentou conosco, depois chegou um artesão local que também se juntou e almoçamos todos juntos. No final ainda ganhei um presente do artesão. :D

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120212204.jpg 500 375 Legenda da Foto]Imagine dormir e acordar com essa vista[/picturethis]

 

Muita emoção o passeio. As dunas são enormes e o carro descendo parece montanha russa. Não tenho nem como descrever. No meio da tarde os buggeiros nos levaram em um criatório de camarão para comermos. Não foi caro, pagamos com R$ 6,00 de cada e comemos camarão ao alho e olho e tomamos refri. Comemos legal,mas eu comeria mais. Nesse mesmo criatório tem uma represa e nós inventamos de tomar banho nela. Entramos, fomos até a metade e começamos a achar o cheiro estranho. O lugar fedia a camarão e era cheio de lodo ::putz:: . Só tomamos banho ali porque o dono disse que podia. O passeio de buggy acabaria um pouco mais a frente, porém, os motoristas disseram que iam estender o caminho com a gente e nos levou para ver o sol se pôr em um lugar lindo e que não fazia parte da nossa rota. Era lindo mesmo o lugar. Fica perto de uma duna chamada “funil da morte” (o nome é porque para descer essa duna só com um buggy em condições melhores do que os que nós estávamos e com motoristas bastante experientes, caso contrário, era certo um acidente). Ah, no meio do caminho fomos ao famoso esquibunda. Pagamos R$ 10,00 e tivemos direito a descer 2x no esqui e 1x a tirolesa, também estava incluída a subida da duna de bondinho. Eu e minha amiga gostaríamos de ter feito o voo duplo, mas como o dinheiro não saiu...

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120205634.jpg 500 375 Legenda da Foto]Buggy[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120205731.jpg 500 375 Legenda da Foto]Descida das dunas gigantes[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120205829.jpg 500 375 Legenda da Foto]Esquibunda[/picturethis]

 

À noite fomos passear pela Broadway e conhecemos o pessoal de São Paulo. Como não tínhamos grana para jantar fora compramos pão com mortadela e queijo coalho e comemos no camping mesmo.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120211034.JPG 500 374.796747967 Legenda da Foto]Canoa Quebrada[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120211114.jpg 500 375 Legenda da Foto]Jangada[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120211219.jpg 375 500 Legenda da Foto]Construindo uma jandada[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120211304.JPG 500 374.796747967 Legenda da Foto]Igrejinha[/picturethis]

 

Dia 09/09 – O triste dia de saída de Canoa, mas antes de irmos embora acordamos cedinho e passamos a manhã andando pela vila, fomos na ponte onde fica o mirante e passamos horas nas piscininhas naturais da praia. Existia uma trilha ecológica pelas dunas perto da Igrejinha mas não daria tempo de fazermos. Foi unânime a seguinte frase: Se tivéssemos vindo nos primeiros dias, não teríamos mais voltado à Fortaleza. Voltamos no ônibus das 14h (eu acho) porque queríamos ir à festa em homenagem a Woodstock que teve na UECE. Como chegamos à Fortaleza fora do horário de pico o ônibus estava tranquilo (ufa!). Ah, o dinheiro caiu na conta pouco antes de saírmos de Canoa.

 

Dia 10/09 – Roteiro: Teatro José de Alencar, Beco da Poeira, Mercado de Artesanato, Dragão do mar e passeio em Iracema.

No José de Alencar almoçamos no próprio restaurante do teatro (pf era 6,00 e bom). O Beco da Poeira é onde vendem roupas baratas (achei as roupas muito espalhafatosas, cheias de brilho, babado etc. mas minhas colegas saíram de lá com um sacolão cada uma).

O Mercado de Artesanato tem muita coisa bonita e barata. Comprei castanha, cachaça, blusa de renda... Não almoçamos lá porque além de ser caro, outros colegas que tinham comido lá disseram que o atendimento e a comida eram ruins.

Fomos à Iracema ver a feirinha de artesanato Beira Mar que tem coisinhas bonitas e baratas. De lá fomos ao Dragão do Mar. Os restaurantes como a pizzaria Aminc’s é cara (apesar do nosso dinheiro ter saído já tínhamos antes entrado no limite da conta e o salário que entrou foi boa parte comido). Tem uma cervejaria também (não me lembro mais agora) que o pessoal daqui tinha recomendado, mas meus colegas não queriam pagar o preço da cerveja (cara mas de qualidade). Jantamos no Dragão em um lugar com o preço mais acessível. A comida estava boa, mas a quantidade era pequena, saímos todos com fome.

O Dragão do Mar estava com uma exposição chamada de Picasso a Gery Hill, fiquei triste de não ter podido ir, pois, quando chegamos já estava fechada. Lá também tem uma feira de artesanato melhor que a da praia de Iracema. Tem uma barraca que vende chocolate - um no cascalho com brigadeiro q só de lembrar a boca enche de água. Comprei um monte e trouxe para Salvador. Sobre o Dragão do Mar, eu esperava ser melhor pelo que eu tinha pesquisado no site deles, mas também é uma opinião parcial, pois não chegamos a sentar em um dos barzinhos para ficar de papo para o ar, nem chegamos a tempo de pegar a exposição, nem fomos ao planetário (o dia de observação da lua aconteceria no dia 18/09, no momento estava tendo uma palestra e nós estávamos fugindo de palestras). Nesse dia voltamos para a UECE de táxi porque saímos de lá tarde (não achei o táxi caro). Iríamos voltar à Salvador no dia seguinte, mas fomos pegos de surpresa. Quando chegamos à UECE todo mundo já estava com as malas feitas esperando por nós para partir. Tivemos que correr para desmontar as barracas, arrumar mochilas etc. tudo “na carreira” para poder realizar a vontade de uma pequena minoria do grupo que havia decidido voltar um dia antes do combinado.

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120212010.jpg 375 500 Legenda da Foto]Teatro José de Alencar[/picturethis]

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20110120211619.jpg 500 375 Legenda da Foto]Centro Cultural Dragão do Mar[/picturethis]

 

Antes de terminar vou fazer últimas observações: Deixamos de ir ao Piratas porque não nos agradava a música tocada lá, foi pelo mesmo motivo que deixamos também de ir a shows de humor (eu não vejo a menor graça). O Beach Park era uma opção cara para nós que estávamos com o dinheiro curto. Cumbuco eu tinha lido aqui que o mar também era forte, tudo caro e o passeio de buggy era inferior ao de Canoa. Gostaríamos de ter ido ao Arri Égua, mas o problema foi o transporte. Ah, também não podíamos entrar na Universidade depois da meia noite, ou seja, todos os passeios teriam que terminar cedo. Existe também um passeio de barco pela orla de Iracema e outro passeio que saí de Fortaleza e vai para umas piscinas naturais no meio do mar, mas meus companheiros de viagem não quiseram ir :x .

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Lycia, moro em Fortaleza e gostaria de fazer uma observação sobre seu relato de viagem. Vc disse que na praia da Caponga as pessoas não tomam banho de mar por conta da correnteza e das ondas, mas não é bem assim. É que vc deve ter chegado na praia na hora da maré alta e aí realmente é perigoso entrar no mar, mas quando a maré está baixa, a praia se transforma numa maravilhosa piscina natural onde é possível tomar banho de mar. Ah!, e aí vc poderia ter ido pela beira mar até Aguas Belas.

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Nossa, eu estava planejando uma viagem para Fortaleza mas depois desse depoimento desisti de ir. Praias ruins para banhos, bandidagem, cruzes.....não imaginei que Fortaleza fosse isso. Fui para Porto Seguro ano passado e adorei. Os baianos são super simpaticos e educados e a gente pode andar tranquilamente pelas ruas sem ser seguida por bandidos, porque la se alguém assaltar turista não fica impune não, a policia pega mesmo. E a Passarela do Álcool onde tem muitos restaurantes e lojas que funcionam até tarde da noite sem perigo algum para os turistas. E também tem ótimas praias bem limpas e próprias para banho. Perdi totalmente a vontade de ir para Fortaleza.

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Zildinha,

 

Sou cearense e, embora morando em Brasilia há doze anos, sempre vou ao Ceará. Fortaleza é como todas as cidades do mundo: existem áreas seguras e áreas não tão seguras, existem horários seguros e horários não tão seguros e quando há uma combinação dos dois, por exemplo, você está numa área mais perigosa já tarde da noite, então todas as cidades são perigosas.

 

Quanto as praias, realmente o pessoal de Fortaleza não tem o costume de tomar banho de praia na cidade. Geralmente eles vão para praia do Futuro ou para fora de Fortaleza. Não sei te dizer ser as praias da cidade (beira-mar, iracema, etc,) ainda estão poluidas mas sempre vemos uma ou outra pessoa tomando banho de mar. Vai do gosto de cada um.

 

Abraços

Patricia

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Nossa, eu estava planejando uma viagem para Fortaleza mas depois desse depoimento desisti de ir. Praias ruins para banhos, bandidagem, cruzes.....não imaginei que Fortaleza fosse isso. Fui para Porto Seguro ano passado e adorei. Os baianos são super simpaticos e educados e a gente pode andar tranquilamente pelas ruas sem ser seguida por bandidos, porque la se alguém assaltar turista não fica impune não, a policia pega mesmo. E a Passarela do Álcool onde tem muitos restaurantes e lojas que funcionam até tarde da noite sem perigo algum para os turistas. E também tem ótimas praias bem limpas e próprias para banho. Perdi totalmente a vontade de ir para Fortaleza.

 

Zildinha, minha intenção não foi de hipótese nenhuma depreciar a cidade. Foi como a Patrícia falou: "Fortaleza é uma cidade como qualquer outra grande cidade do Brasil", há assaltos, problemas no transporte etc. Meu relato é um ponto de vista dentro de vários outros que podem não ser o mesmo. Lembre-se que as impressões que temos dos lugares tem como referência a nossa própria cidade. Achei estranho as pessoas não tomarem banho de mar nas praias da cidade porque em Salvador as pessoas tomam, mas existem praias frequentadas para isso (Praia do futuro, por exemplo) e que têm uma infra-estrutura muito superior a de Salvador nesse aspecto. Fortaleza deve ser legal para os que gostam da noite, dos shows de humor e estão com grana para gastar nessas baladas. Eu, pessoalmente, não iria novamente à Fortaleza, mas iria à Canoa Quebrada e Jericoacora (que não pude ir mas tenho vontade de conhecer). Gostar ou não de um lugar está muito relacionado ao que vc pode se proporcionar no lugar. Tive vontade de fazer o passeio de barco pela orla, mas meus amigos não quiseram; não pude ficar de táxi para cima e para baixo etc. Se eu não tivesse tendo que andar de ônibus para todos os cantos eu não teria visto muito desses aspectos negativos que podem passar desapercebido por muitos turistas e que fazem eles se esquecerem que estão em uma "cidade de concreto e com problemas socias" para viverem em "um universo onírico" proporcionado pela distância da sua própria realidade. Canoa quebrada é muito mais tranquila em relação a isso. Em Salvador eu sei me portar nos lugares e por isso tenho a sensação de estar mais segura, além do mais tínhamos que usar uma pulseirinha parecida com aquelas de hotel para poder ter acesso à Universidade, essa pulseira não dava para tirar e chamava muita atenção nos fazendo alvo de trombadinhas.

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Deixa eu ver se entendi bem, caso tenha lido certo

 

Vcs fizeram vaquinha, colaborações, festas e pediram apoio da faculdade para ir a um congresso, assistiram a abertura e foram passear o resto dos dias ou fizeram tudo isso no tempo livre de vcs?

 

Guilherme, a Universidade Federal da Bahia onde eu estudo disponibiliza o ônibus para eventos acadêmicos, porém deixam o motorista e o combustível por nossa conta, ou seja, não há dinheiro público envolvido nessas atividades (os ônibus são patrimônios já antigos, aliás, bem antigos da universidade e ficam a disposição de todos os cursos). Para custear a viagem fizemos lanches para vender (materiais tirados do nosso bolso), festas (bebidas e comidas vendidas tiradas do nosso bolso) e pedágios (o cartaz dizia: pedágio para contribuir com o ENEH - Fortaleza dos alunos de história) foi feito na sinaleira da frente da Universidade e tivemos como muito dos contribuintes os próprios alunos de outros cursos. Ol ivro de ouro foi feito dentro do campus de Filosofia e Ciências Humanas, ou seja, entre os nossos professores que, por sua vez, já foram alunos e sabem perfeitamente o que acontece nos encontros. A rifa do livro foi para quem quisesse, mas o livro rifado foi doado por nós mesmos e não por bibliotecas etc.

 

2º No ônibus havia 40 pessoas, dessas, digo que menos de 15 não participaram efetivamente do congresso, as outras assistiram a todas as palestras oferecidas.

 

3º Infelizmente vivemos em um sistema competitivo e a UFBA participa disso fazendo um ranking dos melhores alunos de cada curso que é medido pelo escore individual de cada um e depois comparado o resultado desse escore com os outros alunos. Nessa classificação eu estou em 3º lugar, ou seja, do curso de História da Universidade Federal da Bahia eu sou a 3º melhor aluna. Para estar nessa posição eu estudo em média 7horas por dia (excluindo o período que estou em aula) além de participar do núcleo de pesquisa da Universidade, onde desenvolvo uma pesquisa cujo tema é identidade e alteridade no carnaval de Salvador (1945-1990). Nunca vou a nenhuma aula sem ter lido o texto, nunca copiei trabalhos da internet etc. Esses encontros normalmente não discutem "assuntos acadêmicos" mas fazem política partidária voltada para o interesse ou a ideologia do grupo político ao qual os CA's de cada curso são filiados. A minha opção em não assistir palestras para aproveitar a cidade não foi feita porque somos um bando de vagabundos utilizando de recursos públicos para benefícios próprios etc, mas por não ter envolvido recursos públicos para custear nossa viagem e porque, sinceramente, eu já estou cheia da politicagem partidária. As oficinas que se propunham a discutir assuntos acadêmicos não tinham vagas para todos e, mesmo que tivessem, eu não participaria porque fui mesmo na intenção de me dar um descanso desses debates que já faço, "seguindo corretamente a cartilha", o ano todo, inclusive nas férias.

 

Foi até bom vc ter me perguntado isso porque já fica de esclarecimento para outras pessoas que possam ter pensado o mesmo. Espero ter respondido à sua dúvida.

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