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Trekking no Monte Rorarima - 8 dias com Fotos


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A minha viagem ao Monte Roraima concretizou-se agora entre os dias 7/12/2011 e 23/12/2011. Tomei conhecimento do local há mais ou menos 10 anos, quando meu amigo George Flushing, venezuelano, me enviou algumas fotos da sua viagem para lá.

Aproveitei o grande deslocamento [a partir de Salvador] para conhecer também o famoso Salto Angel e a capital do Estado de Roraima, Boa Vista.

Consegui formar um grupo de 4 para a trip [Luis, Aureni, Ademir e eu], todos de Salvador.

 

Este relato se restringirá ao Monte Roraima. Quanto ao Salto Angel e Boa Vista, postarei em breve.

 

O Monte Roraima, no Brasil, faz parte do Parque Nacional do Monte Roraima, criado no ano de 1989; já na Venezuela, encontra-se dentro do Parque Nacional Canaima, com aproximadamente 4 milhões de hectares, é considerado o maior Parque Nacional da Venezuela.

 

Sair de Salvador para a Região Norte é uma verdadeira Via Crucis, já que não há voos diretos para nenhuma cidade da região. A ida foi pela Gol [com milhas] por volta das 18h do dia 7/12, com conexão em Brasília + escala em Manaus para, finalmente, chegar a Boa Vista por volta de 1 da madruga, já do dia seguinte [horário local, cujo fuso é de duas horas a menos em relação a Brasília]. Como saí de casa por volta das 15h30min, contabilizei um total de quase 12 horas envolvido com o deslocamento.

 

O aeroporto de Boa Vista é muito próximo do centro da cidade, porém, apesar desta curta distância, o valor da tarifa do táxi normal é de R$30,00 [valor fixo da zona].

 

Resolvemos dormir em Boa Vista para, só às 10h do dia 8/12, seguirmos para Santa Elena de Uairén. Ficamos no Hotel Barrudada [tel. (95) 2121-1700], que por sinal foi muito bom [excelente café da manhã] = R$120,00 quarto duplo. Para quem quiser economizar, há a opção do Hotel Ideal, cuja tarifa é de R$60,00 para duas pessoas.

 

No dia 8/12, conforme combinado, chegou o nosso taxista [Rivaldo – tel.: (95) 9115-3190]. Consegui este contato, se eu não estou enganado, aqui mesmo no site mochileiros. Cobrou-nos R$150,00 até Santa Elena [R$37,50 pp]. Como tínhamos 4 grandes mochilas cargueiras, o carro do Rivaldo que era amplo e com ar-condicionado, tornou a viagem de 230km até Santa Elena bastante confortável.

 

Chegando à fronteira, carimbamos o passaporte tanto na saída do Brasil quanto na entrada na Venezuela e seguimos finalmente já em terras do Senhor Hugo Chávez.

 

A cidade de Santa Elena, segundo o taxista, fica a +-17 Km do posto de fronteira.

Por volta das 13h já estávamos na Agência do Sr. Roberto Marreto [MYSTIC TOUR – TEL.: (58) (289) 4160558 OU 4160686 – http://www.mystictours.com.ve] para acertarmos os detalhes finais da viagem. Esta Agência se mostrou muito profissional durante todas as fases da viagem [cotação de preços, dúvidas que surgiam etc]. Inclusive, mesmo quando solicitava esclarecimento de alguma dúvida desde o Brasil, sempre respondia com celeridade e de forma detalhada.

 

O valor combinado para o trekking ao Monte Roraima [8 DIAS] foi de BsF 3.640,00 [com um câmbio de 1 Real = 4,6 BsF] = R$791,30. Este valor, se comparado às agências do Brasil, é bastante convidativo.

 

Às 18h, no briefing [santa Elena possui fuso de 30min a menos em relação a Boa Vista], descobrimos que o nosso grupo de 4 acabava de ganhar mais 2 membros – Anselmo e Danilo, ambos de São Paulo.

 

Como o trekking só se iniciou no dia seguinte [9/12], procuramos um local para dormir. Inicialmente fomos ao Hotel Michelli, porém, apesar do baixo custo [R$45,00 para duas pessoas], não ficamos, pois o único quarto disponível não nos agradou. Escolhemos, então, a Pousada L' Auberge – tel.: (58) (0289) 995-1567 ou (58)(0416) 628-0836 – http://www.lauberge.net [ar-condicionado, quartos limpos etc], que saiu por R$72,00 para duas pessoas sem café da manhã]. O dono da pousada foi bastante gentil e a estada foi muito prazerosa.

Acordamos cedo e tomamos café numa padaria com bastantes opções [fica bem no centro da cidade e é bastante conhecida e frequentada por brasileiros].

 

Turisticamente, a cidade de Santa Elena é desprezível.

 

1º DIA:

O início do trekking se dá na Comunidade Indígena de Paraitepuy [ +-87km de Santa Elena de Uairen, sendo 65km de estrada asfaltada e os 22km restantes de terra].

A chegada à Comunidade já nos sinaliza o quão especial será o trekking. Lá fazemos o registro de entrada no Parque com a apresentação dos passaportes; também se contratam os porteadores [carregadores] que não foram fornecidos pelas agências para as pessoas que optarem em pagar por este serviço adicional [ custo em dezembro/2011: BsF 200,00 por dia OU +- R$ 44,00 por dia].

Realizados os trâmites com todos do grupo, pisamos rumo ao primeiro acampamento [Rio Tek]. Neste dia, o visual é o mais singelo, porém também interessante. A nossa frente, sempre os imponentes Montes Roraima e Kukenán. Olhando para trás, visualizamos a Gran Savana se agigantando.

 

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Como iniciamos a caminhada apenas por volta das 12h, só chegamos ao acampamento às 17h.

O trajeto de 13km pode ser vencido entre 4 e 5 horas de caminhada, com pausas para fotos, descansos e alimentação. São poucas subidas. Grau de dificuldade do dia = BAIXO

 

Ao chegarmos, o primeiro que fizemos foi cairmos no Rio Tek para um bom banho.

 

Para a nossa sorte, nesta noite a lua estava cheia e rendeu esta bela foto.

 

A lua nascendo por trás do Monte Roraima.

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Jantamos uma bela macarronada feita pelo guia Roberto, que por sinal estava fantástica.

 

Fiquei impressionado com o vigor da turma que nos levou. Além de carregaram mais peso que todos [barracas, alimentação etc], chegavam aos acampamentos e iam direto para preparar o rango da galera. Haja disposição.

 

Como não tinha o que se fazer no acampamento, o sono vinha cedo [sempre antes das 20h].

 

2º DIA:

Foi tranquilo.

São +-10km [4,5 horas de caminhada] até o acampamento base [próximo ao grande paredão]. Poucas subidas marcaram este dia. Aqui estamos a 1.870m.

O legal deste dia é que o imponente Monte Roraima está cada vez mais perto; por outro lado, também se aproxima a grande subida [ Paso de las Lágrimas], que é a mais temida pelos trekkers.

 

Amanhecer no acamapamento do Rio Tek:

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Fotos do dia antes de chegar ao acampamento base:

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Chegando ao acampamento, caiu um pé d’água violento. Coisa rápida, comum na região.

 

Quando o cenário abriu, foi possível contemplar as belas vistas do local: de frente, a muralha do Monte Roraima; à esquerda o Salto Kukenán, com seus 610 metros [5ª maior do mundo], se mostrava espetacular com o grande volume de água que se formou após a chuva.

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3º DIA:

Este foi o grande dia: a conquista do cume. O 2º mais difícil na minha opinião. Foram apenas 4 km [medidos pelo GPS do Danilo], vencidos em quase 4 horas [em média se faz em 5 horas], com um desnível de 930m.

Realmente foi punk, principalmente quando temos de passar pelo Paso de Las Lágrimas, vencendo inclinações de até 65º, pedras soltas e escorregadias, uma queda d’ água no meio do caminho para aumentar ainda mais a adrenalina neste trecho etc.

 

Paso de Las Lágrimas [tente localizar um grupo subindo]:

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Passado o “perigo”, finalmente chegamos ao cume do Monte.

 

A primeira visão foi de arrepiar: formações rochosas incríveis que nos obrigavam a viajar num mundo cheio de visões inéditas; jardins com flores, pequenos arbustos avermelhados [floresta de Bonnetias] etc. Caminhamos mais uns 15min para conhecermos o nosso primeiro “Hotel” – São Fransciso. Era bastante pequeno, porém confortável. Pelo que vi, para quem valoriza uma bela vista, o melhor hotel no topo é o Índio, que possibilita apreciar a Gran Savana, o Monte Kukenán e o belo pôr-do-sol. A escolha do hotel, pelo que eu entendi, é feita na Comunidade Paraitepuy [início do treking]. O Hotel Índio ficou nesta noite com uma galera da Suíça e da Austrália.

 

Caminhando no topo rumo ao Hotel são Francisco fui recepcionado pelo ilustre morador do local, o Sr. Oreophrynella Quelchii – sapinho preto do tamanho de 1/3 de um dedo indicador adulto.

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Neste dia, dei uma volta rápida para ver o pôr-do-sol e tirar algumas fotos.

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No topo, um dos problemas é o banho. Como encarar a água gelada num ambiente também gelado?

 

Outro problema para este primeiro dia no topo é a água para beber. Não há rios, apenas alguns pequenos lagos. Esta carência é minimizada quando seguimos para outras regiões do topo [Ex. Sentido norte]. Do nosso grupo, três tiveram diarréia, e um outro, após o 11º dia de contato com a água da região, apresentou sintomas relacionados com vermes.

 

4º DIA:

O destino era chegar ao Hotel Coati [ficamos duas noites], já no lado brasileiro. A caminhada é de aproximadamente 13km, sendo vencida em torno de 5 horas, com paradas para descanso e fotos.

 

Durante o trajeto, passamos por lugares incríveis. Um show de pedras esculpidas e o belo Vale dos Cristais.

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Neste dia, vivenciamos momentos de muito sol e de muita névoa, dando ao ambiente o ar misterioso que predomina na região.

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Após o almoço, já no Hotel Coati, fomos até a um mirante que nos permite apreciar o Monte Roraiminha e parte da floresta da Guiana [+-1,5km, ida e volta]. Espetacular!!! Demos sorte, pois na hora o céu estava azul, com algumas nuvens, que deixaram o paraíso ainda mais grandioso.

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E o belo pôr-do-sol [formações rochosas da Tríplice Fronteira]:

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De todos os hotéis que ficamos, o Hotel Coati foi o mais confortável.

Foto dentro do Hotel:

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Arredores do Hotel Coati:

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5º DIA:

Era para mim um dia muito especial, pois iria estar frente a frente com o lendário Lago Gladys, que fica na Guiana Inglesa.

Saímos cedo para concluirmos o trajeto de apenas 5,5km até o lago [11km ida e volta]. O dia amanheceu bastante ensolarado, mas em pouco tempo, o “russo” chegou forte, tornando a caminhada mais lenta e mais perigosa, já que a cerração faz com que as pedras fiquem bastante escorregadias.

Passamos numa área muito bonita, cheia de pequenos arbustos avermelhados [Floresta de Bonnetias] antes de chegarmos ao Lago. Tentamos também apreciar o abismo da Guiana, mas, infelizmente, não demos sorte, pois tudo estava fechado. Fica para a próxima.....

 

Chegando ao Lago, o tempo continuou fechado, mas, por questão de alguns segundos, conseguimos vê-lo... O lugar realmente é incrível... transmite a essência do Monte Roraima, que é nos sentirmos num mundo muito distante, cercado de mistérios, silêncio e, sem dúvida, de muita paz espiritual... Valeu demais!!

 

Lago Gladys:

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Floresta de Bonnetias [várias foram vistas no trajeto até o Lago gladys]:

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A poucos metros do local, fomos ver os destroços de um helicóptero da Rede Globo que caiu por lá há alguns anos. Esta parte do Monte é considerada de difícil acesso por via aérea, segundo Roberto Marrero, dono da Mystic Tours, em função das correntes de ventos que se formam. Nós, inclusive, mostramos interesse em irmos até a Proa, mas não foi possível...

 

Retorno ao Hotel Coati:

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6º DIA:

 

Seguimos para o Hotel Índio [ 13km de caminhada até o hotel + 4km Jakuzzis e Ventana] = 17km].

 

Saímos cedo, por volta das 7h30min, e seguimos rumo à Fronteira Tríplice. Em menos de 40 min já estávamos diante das belas formações do local.

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Mais uma hora de caminhada chegamos ao El Fosso, que mostra a queda de um rio dentro de um buraco, formando uma bela cachoeira.

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Antes da chegada ao Hotel Índio:

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Por já ser o sexto dia do trekking, alguns colegas do grupo se mostravam cansados ao ponto de 2 deles desistirem de caminhar mais 4 km [ida e volta] a partir do Hotel Índio para conhecer 3 grandes atrações do Monte: Abismo, La Ventada e os Jakuzzi.

 

Valeu cada pernada... Inicialmente, passamos pelos Jakuzzis [poços de água que se formaram dentro do rio que corta o local]; depois seguimos para apreciar o abismo... Ao chegarmos ao local, o tempo fechou geral, não dando qualquer chance de se ver nada. Mas, como tínhamos tempo de sobra, esperamos a boa vontade da mãe natureza. Nada. Pelo contrário, caiu um pé d’ água violento... Nos acomodamos debaixo de uma pedra já próximos à Ventana e ficamos aguardando o tempo melhorar. Da mesma forma que a chuva veio, surgiu um belo arco-iris e o tempo abriu, nos proporcionando um dos grandes espetáculos do Monte Roraima: a vista para o Monte Kukenán, repleto de cachoeiras.... sem comentários.. Ficamos lá paralisados para apreciarmos a grandiosidade do lugar.

 

Jakuzzi:

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Região da Ventana:

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Região do Abismo:

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Vista do Pôr-do-sol a partir do Hotel Índio:

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7º DIA:

Este sim, foi para mim o dia mais cansativo. Tivemos de enfrentar a descida de 4km [alguns dizem que são 6km] até o acampamento base. De lá, após o almoço, mais 10km até o Rio Tek, onde dormimos na primeira noite, totalizando, neste dia, pelo menos 14km...

 

Monte Kukenán visto do Hotel Índio [primeiras horas do dia]:

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Descida do Paso de Las Lágrimas:

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Chegando ao acampamento, todos mortos, jantamos e fomos dormir...

 

8º DIA:

[ Foram mais 13km]

Neste dia, restava apenas nos despedirmos do local e agradecer a Deus por nos ter proporcionado momentos tão especiais... Ao caminhar, de vez em quando, dávamos uma olhada para trás, sentindo que, aos poucos, perdíamos a vista do grande Monte Roraima.

 

 

RESUMOS:

 

I. DISTÂNCIAS PERCORRIDAS:

1º dia = 13km

2º dia = 10km

3º dia = 4km [pura subida]

4º dia = 13km

5º dia = 11km

6º dia = 17km

7º dia = 14km

8º dia = 13km

 

Mirante Roraiminha = 3km [fui duas vezes]

 

TOTAL DO TREKKING = 98km

II. DETALHES FINAIS:

 

1º os puri-puris: são mesmo terríveis. Não respeitam nada. Parece que não há repelente no mercado capaz de inibir a ação dos danados. A trégua só é dada no topo;

 

2º banho no topo: difícil demais encarar as águas geladas;

 

3º dormida no Hotel Índio: compensa a vista e a “arquitetura” do lugar, mas o terreno para dormir foi o mais ondulado. Nem mesmo usando o isolante térmico inflável da THERMAREST [Pro Plus REC 18634778]] consegui dormir bem;

 

4º. cuidado com a bateria das câmeras: como não há como recarregá-las, leve reserva e economize um pouco nos dois primeiros dias. Quando chegarem ao topo vão entender o porquê;

 

5º. confirmo o que falaram alguns colegas: para curtir bem o Monte Roraima, de fato necessitamos de, no mínimo, 4 noites no topo, totalizando 8 dias de trekking.

 

6º. se você pensar em não usar mais algum item que levou consigo para a viagem e não tiver um destino certo, a doação aos indígenas é muito bem vinda;

 

7º. para o bem de todos [viajante e moradores da região], as regras do Parque Nacional, quanto ao fazer o nº 2, devem ser respeitadas rigorosamente, pois no topo, devido à escassez de solo, há grande risco de as fezes contaminarem os lagos e riachos. Síntese: as fezes devem ser transportadas do topo para a cidade. Para facilitar, adicione cal ao “chocolate”.

 

8º lembre-se que a vacinação contra a febre amarela para entrar na Venezuela é obrigatória [até 10 dias antes de entrar no país];

 

9º. para quem quer fazer o Salto Angel, dezembro me pareceu um excelente mês para combinar as duas viagens – pouca chuva no Monte Roraima e água suficiente na queda para ver o espetáculo e curtir uma viagem de canoa de 4 horas cheia de adrenalina;

 

10º. para quem for viajar pelo interior da Venezuela, prepare-se para ser parado diversas vezes pela guarda nacional para ser interrogado.

 

Boa Viagem

Marcos

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Ótimo relato e belas fotos. Parabéns pela iniciativa. Realmente nossa viagem foi fantástica. Deixo, abaixo, minhas impressões.

 

El Monte Roraima es una de las regiones mas antiguas del planeta, con mas de 2 billones de años de edad, localizado en las fronteras entre Venezuela, Brasil y Guiana Inglesa. La superfície plana de la montaña tiene aproximadamente 90km de extensión, la mayor parte en território bolivariano. Fueron 8 días de trekking, totalizando aproximadamente 100km. Grandes aventuras y mucho desprendimiento. El último trecho de la subida es conocido como “El paso de las lágrimas”. Después de su conquista, llegamos a la cumbre, donde nos quedamos 4 noches. Me sentí en otro mundo. La vista se pierde en un infinito de rocas negras formando diversas formas: castillos, animales, guerreros y todo lo que tu imaginación te permita. Es el fruto de muchos años de erosión por la influencia de vientos y lluvias. La proximidad con las nuves y la abundancia de tonalidades oscuras dan al lugar una apariencia de paraíso o infierno. Para mi fue un paraíso, pues la energia emanada era de paz y satisfacción. El tiempo cambia en segundos: el sol sale, permitiendo apreciar los abismos, la selva y la sabana y de repente todo el espacio es ocupado por nuves, posibilitando ver apenas pocos metros alrededor. La abundancia de agua en las rocas y de cristales de cuartzo completan ese escenario místico. Con relación a la flora, es el mayor jardin que ya conocí. Toda la vegetación es de pequeño porte, por la carencia de suelo. Bellas flores dan vida a este mundo perdido. La fauna es escasa. Solo nos dieron la bienvenida una rana con cuerpo no mayor que 2cm y un pajarito. El equipo de viaje también fue especial (Marcos, Aureni, Ademir, Anselmo y Danilo), todo el tiempo reinó la amistad y el companerismo. En ese ambiente de total aislamiento, los guías de la comunidad indígena de Paraitepuy (Roberto, Simon, Arnold , Román y Rafael) también fueron una óptima compañía. Las comidas que nos hicieron estaban riquísimas!!!!! Después de esta increible experiencia, continué viaje para el Salto Ángel, también en el Parque Nacional de Canaima, Venezuela. Em breve les contaré sobre esta otra emosión. Se trata de la mas alta quebra de agua del mundo, con casi 1km.

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Olá Marcos!

 

 

Li recentemente quase todos os relatos sobre o trekking ao Monte Roraima e este seu já tenho como a principal referência. Muito bom mesmo!

 

Parabéns pela pernada, creio eu seja um dos "sonhos de consumo" de praticamente todo trekker brasileiro, e pela disposição de compartilhar suas experiências com a comunidade!

 

Uma das coisas que me chamou a atenção em seu relato foi justamente a questão da qualidade da água (contaminação?). Um aspecto que não vi em nenhum outro relato (mais antigos) sobre a região. Seria já um sinal de que a região está sofrendo com o impacto ambiental derivado da exploração comercial do roteiro? ... Fica em aberto.

 

Abraço!

Editado por Visitante
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Getúlio/Otávio e Tui:

 

O comentário inicial que fiz sobre a qualidade das águas ficou muito resumido e não consegui transmitir com exatidão a minha visão sobre o assunto.

 

O Monte Roraima, no seu topo, possui pouca terra [tem muita rocha], o que justifica a obrigatoriedade de o turista retornar com suas fezes. Há indícios e relatos de pessoas que, de forma irresponsável, deixam as fezes no local, ou seja, ignoram as orientações repassadas pelo Parque à respeito do assunto. O fato é grave, pois a qualidade da água no topo depende, e muito, da retirada das fezes dos visitantes.

 

De fato, várias pessoas têm problemas intestinais no roteiro, atribuídos à água [fundamentalmente no primeiro e último dia no topo para quem escolher o meu roteiro, pois as águas são captadas em pequenos lagos; os demais dias, sem problemas - captação em córregos e rios] ou à alimentação. Cuidados nesse sentido são necessários, para evitar que a viagem perca um pouco do seu brilho por problemas de saúde.

 

A situação está sob controle. Ainda o local é um paraíso preservado.

 

Vlw pelos elogios.

 

Abraço,

Marcos

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