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Trekking nos Lençóis Maranhenses - 4 dias [COM FOTOS]


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O que dizer dos Lençóis Maranhenses? Não há palavras, fotos ou imagens em vídeo para demonstrar a real grandeza deste lugar. Mais um Parque Nacional brasileiro conhecido com a certeza de que este é, sem dúvida, para mim, um dos mais espetaculares.

 

Conhecer os Lençóis já estava nos meu planos há alguns anos, porém, só agora, em julho/2013, consegui concretizar este sonho. Foram 6 dias, sendo 4 dedicados exclusivamente para fazer o trekking com o objetivo de conhecer as entranhas deste grandioso Parque Nacional.

 

A época certa para estar nos Lençóis é fundamental para que possamos testemunhar as inúmeras lagoas que se formam no período das chuvas [junho a setembro]. Em momento algum me cansei de apreciá-las, até porque eram o grande presente da caminhada, pois, com o calor escaldante desta época do ano, ter à disposição a todo instante um lugar para se refrescar era mesmo estar no paraíso. Tudo impressionava: a imensidão das dunas, a variedade das cores e formas das lagoas, os pores-do-sol, as mudanças de tons das dunas com o fim da tarde etc.

 

Com a condução perfeita do nosso guia Joel [Tel.: 0xx98-8749-0847] e o tempo a nosso favor, a travessia foi perfeita de ponta a ponta.

Durante os dias da caminhada não encontrei uma vivalma pelo caminho. O mundo era nosso, ou melhor, os Lençóis eram nossos.

 

Antes de iniciarmos o trekking, fizemos um dos passeios tradicionais: circuito Lagoa Bonita, que parte de Barreirinhas e custou R$60,00 pp. Ver aquela imensidão de areia branca repleta de lagoas aumentou ainda mais as minhas expectativas, sem falar que o pôr do sol não decepcionou.

 

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No dia seguinte, navegamos pelo Rio Preguiças até Caburé. De lá, atravessamos para Atins onde pernoitamos na Pousada Irmão Atins.

Para fechar esse segundo dia, fomos apreciar a revoada dos Guarás no fim da tarde [R$25,00 pp]. Para isso, é necessário uma canoa para atravessar o Rio Preguiças até o lado dos Pequenos Lençóis. O show das aves foi mesmo muito bonito.

 

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1º DIA DO TREKKING: 22/7/2013

DA BANDEIRA DA LAGOA VERDE EM CANTO DE ATINS AO OÁSIS DE BAIXA GRANDE

TOTAL PERCORRIDO APROXIMADO: 20 km, sendo 18 km até o Oásis + 2 km [ida e volta] para assistirmos ao pôr do sol.

TEMPO GASTO: 8 HORAS, COM PARADAS PARA FOTOS E BANHOS

 

Por que escolhemos o sentido Atins – Santo Amaro? O vento, que é forte em vários momentos, sopra a nosso favor e o sol bate na parte de trás do nosso corpo, ou, no máximo, nas partes laterais, tornando a travessia menos desgastante.

 

No dia anterior nos encontramos na Pousada com o Joel para combinarmos o horário de saída e outros detalhes. Como tínhamos que iniciar a caminhada bem cedo para não sermos tão castigados pelo sol, fomos dormir por volta das 21h para despertarmos descansados. Por volta das 4h da matina, já estávamos tomando o nosso café da manhã.

 

O trecho entre a Pousada e a bandeira da Lagoa Verde, em Canto de Atins, não o fizemos a pé. A dificuldade do trecho é alta se levarmos em consideração o terreno a ser pisado: areia fofa era só que o se via. Se fôssemos a pé, o percurso só seria vencido em no mínimo 3 horas, sem falar que não acrescentaria nada em relação à beleza dos Lençóis. Optamos, então, em contratar a Toyota do dono da Pousada [o irmão, como é chamado], que nos cobrou pelo serviço o valor de R$160,00. Ficou caro porque éramos apenas 2, mas mesmo assim valeu muito a pena o investimento.

 

Zarpamos às 4h30min, e, em 35 min, já estávamos na bandeira da Lagoa Verde. Quando desci do carro, senti uma forte emoção ao pisar naquele solo. Ali marcava o início das minhas pegadas naquela abençoada criação da natureza. De um lado, o mar; do outro, os Lençóis Maranhenses.

Ainda estava escuro, mas aos poucos os primeiros raios de sol puderam ser vistos e sentidos, marcando o início da transformação das cores das lagoas e das dunas.

 

De presente, após alguns minutos de caminhada, encontramos a famosa pininga, que é uma tartaruga endêmica da região. Além dela, a presença das gaivotas era constante. Sempre nervosas, insistiam em dar rasantes intermináveis para nos assustar em defesa de seus filhotes.

 

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Com a saída do sol, o objetivo era tomar o primeiro banho numa linda lagoa para recompor as energias.

Após o banho e lanche, seguimos firmes rumo à Baixa Grande.

 

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Como sou apaixonado por fotografia, acredito ter sido abençoado pelas luzes do dia, pois em vários momentos mesmo com o sol reinando absoluto, via-se um horizonte ora fechado ora aberto, o que dava um toque bastante especial para quebrar a monotonia dos tons das cores.

 

Após termos caminhado mais da metade do trajeto, o Oásis de Baixa Grande, local onde passamos a nossa primeira noite, já era visto quase sempre que subíamos uma grande duna.

 

Durante o caminho, passamos por algumas áreas que, algum dia, segundo o nosso guia, foi um oásis. Havia muitos arbustos mortos e galhos de árvores espalhados, consequência da força natural do lugar.

 

Vencidas as montanhas de dunas e as travessias das lagoas, finalmente, às 13h, chegamos ao nosso primeiro Oásis [baixa Grande], totalizando, assim, 8h de caminhada. E quem nos recebe? Desta vez não foi uma pininga, mas sim um belo tatu que, por sorte, consegui fazer o registro.

 

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Fomos recepcionados por D. Dete que, de pronto, iniciou os preparativos do nosso almoço: galinha, arroz, feijão e macarrão – custo R$25,00.

O local é muito bem cuidado. Tudo limpo e aconchegante.

 

Após o almoço e um descanso merecido, caminhamos mais 1km aproximadamente para assistirmos ao pôr-do-sol, e que pôr-do-sol. Aliás, quando o assunto é este fenômeno, os Lençóis com certeza concorrem fortemente a um posto de destaque.

Para chegarmos ao mirante de contemplação, cortamos o Rio Negro, que estava raso. No caminho, passamos por um ninho de gaivotas que ficava bem ao lado de uma lagoa e, mais uma vez, nós, “invasores”, fomos “atacados” pelos pais.

 

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No retorno, que já estava um pouco escuro, quem encontramos novamente? Mais uma pininga que mesmo com o seu ritmo lento já marcava um longo trajeto percorrido.

De volta ao nosso aconchego, preparamos um lanche, baixamos as fotos e paramos para curtirmos juntos com o guia, D. Dete e seu esposo os registros da trajetória deste primeiro dia fantástico.

Mesmo sendo uma noite de lua cheia, as nuvens não nos deram chance para vê-la nascendo. Enfim, não se pode ter tudo.

Por volta das 23h, caímos nas redes e apagamos.

 

CUSTOS [pp]:

Almoço: R$ 25,00

Rede: R$ 25,00

Água 1,5l = R$ 6,00 [o transporte encarece muito o custo]

Refrigerante em lata = R$ 5,00 [não tenho total certeza]

 

 

2º DIA DO TREKKING: 23/7/2013

DE BAIXA GRANDE A QUEIMADA DOS BRITOS

TOTAL PERCORRIDO APROXIMADO: 10 km, sendo 9 km até o Oásis + 1 km [ida e volta] para assistirmos ao pôr-do-sol.

TEMPO TOTAL DE CAMINHADA: 5H, COM PARADAS PARA FOTOS E BANHOS

 

Despertamos por volta das 6h30min com uma chuva muito forte, fazendo com que a nossa saída se desse apenas por volta das 8h. O dia abriu e a caminhada mais uma vez foi espetacular.

 

Antes de chegarmos ao Oásis, nos deparamos com esta belíssima lagoa, que nos convidava, sem muito esforço, para um banho incrível. Nota 1000 para ela.

 

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Após 4 horas de caminhada, pisamos na Queimada dos Britos, local onde nasceu o nosso guia. Lá, fomos apresentados aos seus pais: Sr. Raimundo e Dona Joana, responsáveis pela elaboração da comida e alojamento dos turistas.

 

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Às 13h a comida já estava pronta: peixe frito acompanhado de arroz, feijão, macarrão e salada. Sabor bem caseiro. Uma delícia! Custo: R$25,00 pp.

Depois do banquete, nada melhor do que um bom descanso. Caí na rede e dei uma cochilada leve para recompor as forças.

 

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Queimadas dos Britos é um local incrível: a paz impera no lugar. Não foi por acaso que foi escolhido para servir de apoio e cenário para a produção nacional Casa de Areia, com Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.

 

No fim da tarde, seguimos para assistirmos a mais um belíssimo pôr-do-sol.

 

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À noite, não resistimos a um guisado de carneiro à base de leite de coco preparado por Dona Joana. Comemos muito! Acho que o consumo de comida foi proporcional à queima de calorias. O corpo pedia.

Finalmente, a lua deu as caras para a nossa alegria. Era tanta luz natural que o uso de lanterna foi dispensado.

Finalmente, depois de um longo bate papo com um casal de turistas de Floripa, caímos na rede e adormecemos.

 

CUSTOS [pp]:

Almoço: R$ 25,00

Janta: R$ 25,00

Rede: R$ 25,00

Água 1,5l = R$ 5,00

Refrigerante em lata = R$ 4,00 [não tenho total certeza]

 

3º DIA DO TREKKING: 24/7/2013

DE QUEIMADA DOS BRITOS A BETÂNEA

TOTAL PERCORRIDO APROXIMADO: 16 km, sendo 15 km até o Oásis + 1 km [ida e volta] para assistirmos ao pôr-do-sol.

TEMPO TOTAL DE CAMINHADA: 8H, COM PARADAS PARA FOTOS E BANHOS

 

Neste dia, partimos às 7h30min, já sob um sol forte. Um dia lindo! Dentro do Oásis, caminhamos uns 20min até chegarmos às dunas dos Lençóis. As pessoas, geralmente, com medo do sol escaldante, optam por sair ainda no escuro. A opção é boa para quem quer fugir do castigo, mas, em compensação, deixa de fazer belos registros fotográficos das primeiras horas.

 

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Por incrível que pareça, a areia só é quente dentro do Oásis. Nas dunas é possível caminhar por um certo tempo descalço. O vento constante diminui a temperatura da areia. Isso é bom, pois se pode caminhar ora descalço ora calçado, dando aos pés um bom descanso.

Durante o trajeto, observamos várias mudanças de cenários: jardins de flores silvestres, rios, várzeas, lagoas bem cheias, lagoas não tão cheias, lagoas com diversos tons: azulados, esverdeados, amarelados, avermelhados etc. Foi um Show!

 

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O convencional deste dia é seguir direto para Santo Amaro, porém, como tínhamos interesse em desbravar o máximo possível dos Lençóis, optamos por mudar a rota. A escolha foi acertadíssima. Foi, sem dúvida, o dia mais impressionante, marcado, no seu ponto alto, pela preciosa Lagoa das Cabras, que, segundo Joel, é perene e só é conhecida por aqueles que optam por fazer o trajeto Queimada dos Britos / Betânea, em vez de seguir direto para Santo Amaro. Confesso que me emocionei bastante diante daquela visão: lagoa extremamente verde, dunas em toda a sua volta, inclusive com vegetação, uma ilha de areia no meio da lagoa dominada pelas gaivotas etc. Putz, o que mais dizer? Resta-me, agora, rever as fotos, fechar os olhos e buscar na minha memória todos os sentimentos que eu vivi naquele momento. Lá paramos, tomamos o banho dos deuses, lanchamos e descansamos. Me despedi agradecendo a Deus em meus pensamentos por ter me dado a chance nesta vida de poder presenciar mais uma obra de arte natural tão grandiosa.

Depois de 1 hora aproximadamente curtindo a Lagoa das Cabras, seguimos o nosso caminho rumo a Betânea.

 

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Por volta das 15h30min, após 8 de caminhada, chegamos a esta comunidade ribeirinha, que pertence à cidade de Santo Amaro e é separada das dunas pelo Rio Alegre. Ao chegarmos na casa da simpaticíssima Dona Chaga, onde dormimos, fomos recepcionados desta vez por um alegre cachorro, cuja história será registrada no dia seguinte.

 

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O almoço já estava pronto: um delicioso carneiro ensopado encomendado quando saímos da Queimada dos Britos, acompanhado de arroz, feijão, macarrão e um suco feito com os cajus colhidos no próprio quintal da Dona Chaga. Quer coisa melhor? Como de costume, comemos muito.

 

Um pequeno descanso e uma prosa com os donos da casa, atravessamos o rio com a ajuda de um barquinho que está sempre à disposição e fomos assistir, mais uma vez, a um espetacular pôr do sol.

 

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De volta, baixamos as fotos e convidamos os donos da casa para vermos juntos os belos registros do dia.

Para fechar o dia, Dona Chaga fez um delicioso bolo de chocolate, que foi devorado com café por alguns e suco de caju por outros.

Por volta das 22h, mortos, desabamos nas nossas redes. Como já era a 3ª noite dormindo em rede, nossos corpos já estavam perfeitamente acostumados.

 

CUSTOS [pp]:

Almoço: R$ 25,00

Janta: R$ 15,00

Rede: R$ 25,00

Água 1,5l = R$ 5,00

Refrigerante em lata = R$ 4,00 [não tenho total certeza]

 

4º DIA DO TREKKING: 25/7/2013

DE BETÂNEA A SANTO AMARO

TOTAL PERCORRIDO APROXIMADO: 10 km

TEMPO TOTAL DE CAMINHADA: 4H, COM PARADAS PARA FOTOS E BANHOS

 

Como tudo que é bom chega ao fim rapidamente, não podia ser diferente. Era mesmo o último dia de nosso trekking.

 

Por volta das 8h, após um ótimo café da manhã, iniciamos a nossa caminhada. Mochilas nas costas, usamos o barco para atravessar o Rio Alegre pilotado por duas jovens da família de Dona Chaga. Quando acabamos de descer do barco, vimos que o nosso amigo, o cachorro simpático e brincalhão que nos recepcionou no dia anterior, resolveu atravessar o rio a nado para nos encontrar. E assim fez. E agora, o que fazer com o “menino”? Pedimos às jovens que o levasse de volta. Acompanhamos o retorno do cachorro e seguimos a nossa rota.

 

Para a nossa surpresa, após uns 15 min de caminhada, quem chega? O nosso amável cachorro amigo, que, a partir daquele momento, passou a ser o nosso companheiro. O bicho era apaixonante, valente e brincalhão. Não tinha como não cuidar daquela criatura. O guia nos disse que já o tinha visto em Queimada dos Britos. Síntese: o cachorro era um verdadeiro bandoleiro, no melhor sentido da palavra. Gostava da liberdade e do mundo das dunas.

Na Lagoa Gaivota, já bem próximo a Santo Amaro [2 km do centro], paramos para um banho fantástico nesta estonteante lagoa. É espetacular! Incrível dizer que, mesmo após 4 dias de caminhada, vendo centenas de lagoas deslumbrantes, pude ainda encontrar mais uma que me causasse tamanho impacto. O nosso amigo também achou o mesmo. A prova está aí com a sua pose para a foto.

 

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Ao chegarmos em Santo Amaro, veio a pergunta: o que fazer com o “menino”? O bichinho se sentia cansado e com muito calor, já que o solo dentro da cidade estava muito quente. Fomos almoçar e ele nos acompanhou até o restaurante. Sem problemas, pôde entrar e, por ter se comportado bem, almoçou também.

O guia descobriu, não me lembro como, que um parente do dono do cachorro estava na cidade e que ia tentar localizá-lo. Combinamos, então, de levarmos o “garoto” até a pousada para aguardar o desfecho da história. Por sorte, os donos da Pousada Água Bela aceitaram ficar com o cachorro até o retorno do nosso guia. Tivemos de prender o bicho para não fugir, mas não foi fácil para mim ver de perto a tristeza estampada no rosto do “garoto” acostumado à liberdade sem freios.

Por volta das 21h, o guia Joel chegou à pousada e levou o nosso amigo para a sua casa para, dois dias depois, devolvê-lo ao seu lar em Queimada dos Britos.

Encerradas as emoções do dia, pedimos à dona da pousada para reservar uma vaga na jardineira que parte todos os dias de Santo Amaro às 3h30min rumo a Sangue [porta de entrada para Santo Amaro].

Após um excelente jantar na pousada [carne de sol], descansamos e fomos dormir.

 

DIA 26/7/2013: RUMO A SÃO LUIS

Às 3h30mim, em ponto, a nossa jardineira já nos aguardava. A viagem que deveria ser feita em 2h30min até o povoado de Sangue, durou mais de 4h. Aconteceu de tudo: primeiro, o carro atolou na areia dentro da cidade. O motorista não conseguiu sair sozinho e foi preciso pedir socorro por telefone ao dono da empresa; outro problema ocorreu minutos depois: novamente um outro atolamento, desta vez ao atravessar o Rio Alegre. Por sorte um trator vinha atrás da nossa jardineira e após várias tentativas conseguiu fazer o resgate do veículo com sucesso. A estrada é bastante complicada. É areia fofa durante todo o trajeto. O tempo despendido, que foi anormal, causou a perda do nosso ônibus para São luís, cuja passagem já havia sido comprada diretamente no site da Cisne Branco. Saía às 7h05min.

 

Ao chegar a Sangue, não acreditei. Para a nossa sorte havia um ônibus de turismo fretado que partiria minutos depois. Para onde? São luís. Não perdi tempo. Procurei os responsáveis do grupo, contei toda a história e pedi uma carona. Graças ao bom Deus tive a sorte de cruzar com gente do bem no meu caminho. Aceitaram-nos no grupo. Após 3h de viagem aproximadamente chegamos ao nosso destino final: São Luís.

Ficamos duas noites em São Luís e regressamos para Salvador na noite do dia 28/8/2013.

 

INFORMAÇÕES ADICIONAIS E DICAS:

1. na alta estação [Junho, julho e agosto], se for de ônibus para Barreirinhas, compre a passagem com antecedência ¬ R$ 28,00. Partem lotados. A viagem dura em média 4h30min a 5h. A estrada estava boa [Cisne Branco: https://vendas.cisnebrancoturismo.com.br/cgi-bin/br5.cgi ];

2. distância percorrida durante os 4 dias: aproximadamente 56km. Para quem está acostumado a grandes travessias não vai encontrar tanta dificuldade;

3. se for fazer os passeios clássicos de Barreirinhas e não tiver muito tempo, escolha o circuito da Lagoa Bonita, pois além de ser a mais bonita da região de Barreirinhas é menos procurada [quem fez o circuito da azul confirma]. Vá à tarde para curtir o pôr do sol, que é fantástico;

4. sugiro o início do Trekking em Canto de Atins, já que, como já relatei, o vento sopra sempre a nosso favor e o sol não castiga o nosso rosto;

5. usei para caminhar uma sandália/papete da marca KEEN. Mesmo quando ficava cheia de areia, em pouco tempo surgia uma lagoa para fazer a faxina. Ademais, você pode andar ora descalço ora calçado, trazendo um bom descanso para os pés. O nosso guia usou uma sandália havaiana, que, segundo ele, dá conta do recado muito bem;

6. não bebi água das lagoas, por isso não sei dizer se é boa ou não;

7. não sei se foi a época, mas não encontrei mosquitos dentro do Parque Nacional. Em Atins, sim.

8. itens básicos: óculos de sol [sem eles acho que dá para ficar cego]; boné e protetor solar;

9. não deixe de assistir aos pores do sol todos os dias;

10. proteja bastante a sua câmera. A areia dos Lençóis não perdoa;

11. se tiver tempo, faça a travessia em 4 dias, pois entre Queimada dos Britos e Betânea você vai enlouquecer com a beleza da Lagoa das Cabras;

12. o nosso guia Joel nasceu em Queimada dos Britos. Conhece todos os labirintos. Excelente companhia - Tel.: 0xx98- 8749-0847. Cobrou-nos, pelos 4 dias, R$450,00.

13. mais informações sobre os lençóis, acesse: http://www.icmbio.gov.br/parnalencoismaranhenses/guia-do-visitante.html

 

Marcos Jeronimo

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