Vanuatu

Leio há anos os tópicos de viagem aqui no Mochilieiros.com, mas até então nunca tinha sentido necessidade de criar um perfil, mas vivi algo tão legal nos últimos dias sobre um país que geralmente nós (brasileiros) não sabemos quase nada, que resolvi compartilhar a experiência.

Há alguns meses vivo em Brisbane e logo mais retornarei ao Brasil. Com isso, ao final dos meus compromissos aqui na Austrália tinha que decidir se viajaria mais por aqui ou se me aventuraria por algum dos países da Oceania. Então comecei as pesquisas e para minha surpresa percebi que não tem tanta informação assim sobre turismo na Oceania, a não ser sobre AUS, NZ e Fiji. Informações escritas em Português então... algo mais raro ainda!

Investiguei sobre Papua Nova-Guiné, Ilhas Salomão, Fiji, Vanuatu, Ilhas Kiribati, Nauru, Tonga, Samoa, Tuvalu etc. Ao final acabei optando por Vanuatu, porque a passagem aérea pela Air Vanuatu é em torno de 500 AUD com taxas e me pareceu um destino mais alternativo em relação a Fiji, que tem mais estrutura. Queria algo roots, mas não tão roots quanto Papua Nova-Guiné (apesar de também estar na minha lista de desejos).

Vanuatu é um arquipélago formado por 83 ilhas e sua capital é Port Vila, onde passei 03 ótimos dias. Não existe serviço de transporte público, então o centro da cidade é repleto de vans e o valor da passagem deve ser negociado diretamente com o motorista. Haja negociação, pois para o mesmo trajeto a tarifa pode variar mais de 100%, dependendo do motorista. A moeda local é o Vatu (VUV) e diria que não é um país barato, possivelmente devido ao isolamento e também pela proximidade com a AUS. Na melhor das hipóteses em termos de cotação, 1000 VUV é equivalente a 1 AUD, então, por exemplo, um pedaço de torta com salada saí em média 10 AUD. Isso até descobrir umas senhoras que fazem comida no Mercado Público: uma ótima refeição com arroz, omelete, pepino frito, que saí por 4 AUD. Nunca esquecerei a expressão de felicidade de uma senhora quando viu os 4 AUD pagos pela comida: ela esticou a nota na mão, deu um sorriso meigo e guardou numa gavetinha.

Como não falar do povo de Vanuatu? Numa das minhas primeiras pesquisas sobre o país li num site que o povo é considerado um dos mais felizes do mundo. Fiquei meio desconfiada, pois hoje em dia inventam ranking de tudo que é coisa e com ar meio tendencioso. Mas depois de passar 10 dias lá, eu tive a impressão de que o ranking reflete a verdade. Você anda na rua e as pessoas sorriem para você, te cumprimentam e não somente porque eu era turista, pois pude observar que eles fazem isso entre eles também. Quando alguma pessoa descobria que eu era do Brasil, me dizia: “não acredito!”, “nossa... eu nunca vi brasileiros aqui” etc. Os vanuatuenses são geralmente pessoas muito simples, tanto que senti uma pureza de coração que nunca senti em lugar nenhum

Em Port Vila fiz um tour ao redor da ilha e valeu muito à pena, pois passei por vilarejos, uma aldeia com apresentação típica, uma escola construída pelo Japão (nesta parte parece que vivenciei trechos do Documentário “Escolarizando o Mundo”), almoço local numa praia paradisíaca, onde no rasinho já era possível ver peixes de várias cores. Não existem muitas operadoras de tour e a maioria delas é operada por australianos, como queria dar o dinheiro para os locais, fiz uma andança pela cidade e consegui encontrar uma. Ainda por cima consegui desconto de 15 AUD

De Port Vila fui pela Air Vanuatu para ilha da Tanna, num voo que durou uns 40 minutos. Passei 03 dias nesta ilha e posso afirmar que foi uma das experiências mais legais da minha vida. Lá não há tanta opção de acomodação, fiquei num bangalô de frente para o mar, que não foi tão barato assim, mas valeu a pena. Fiz o tour no Monte Yasur, que é considerado uns dos vulcões ativos com melhor acesso. Geralmente este tour é realizado por volta das 17h até o anoitecer, então é importante ter uma lanterna para se guiar, principalmente na volta do passeio. Sobre o vulcão em erupção: uma das coisas mais marcantes que já vi... realmente a certeza do poder da mãe natureza!

Tanna é uma ilha das mais inexploradas, tanto que a vegetação parece um incrível tapete verde. Lá existem várias aldeias e tive a honra de passar algumas horas com as mulheres de uma aldeia. Elas prepararam um prato típico nas folhas de bananeira, ralaram mandioca no caule de samambaia, confeccionaram cestas com folhas, dançaram e me convidaram para dançar com elas. Foi tão especial pela simplicidade, que guardarei esta experiência com muito carinho na minha memória.

Depois de Tanna fui para a maior ilha de Vanuatu, que se chama Espiritu Santo, onde fiquei mais tempo relaxando do que conhecendo os pontos turísticos em si, pois os tours eram em torno de 70 a 80 AUD e já estava muito satisfeita com tudo o que tinha vivido em Tanna. Aproveitei os dias por lá fazendo snorkeling e indo comer no Mercado Público, onde as comidas eram muito mais em conta e gostosas, além do fato de dar dinheiro para os locais. Um dos pontos que visitei foi o Million Dollar Point, que é uma praia onde os estadunidenses afundaram equipamentos usados na II Guerra Mundial. O tour para lá custa 35 AUD, mas se negociar com algum táxi saí por uns 12 AUD. Melhor nem tentar entender porque resolveram afundar os destroços num paraíso daqueles...

O que mais me chamou a atenção foi o quanto os vanuatuenses são amigáveis e indico esta viagem a todos que gostam de turismo mais alternativo, pois é fato que lá não tem muita estrutura de turismo mais convencional. Para mim foi tudo tão perfeito e sempre me lembrarei de Vanuatu com saudosismo.

Muito legal o relato! E a viagem entao, nem se fala! Parabéns!

Déia

Muito interessante, destino inusitado.

Parabéns.

Muito legal sua primeira mensagem no site

Muito bom...

Eu tenho vontade de conhecer Nauru. Parabéns pelo relato.