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TREKKING DE 7 DIAS NA CHAPADA DIAMANTINA (IBICOARA E VALE DO PATI) COM FOTOS E CUSTOS – FEVEREIRO 2017


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Envio poucas fotos, em breve posto mais meu Instagram: @diegodacostaphotos

 

O início da viagem deu-se no aeroporto de Salvador, e às 9h já estávamos saindo (minha namorada e eu) com um carro alugado indo em direção ao Pelourinho comprar um presente para um amigo... Saímos de lá às 10h30, pois a viagem para Ibicoara (área rural) seria longa, uns 580 km para ser bem exato, e ainda queríamos dar uma conferida no Poço Azul, que fica no distrito de Nova Redenção, e a entrada fica no trajeto.

 

Por que não ir à Lençóis primeiro?

 

- Bem, fomos lá ano passado e fizemos o roteiro básico/clichê (Rio Mucugezinho, Poço do Diabo, Grutas, Pratinha e Morro do Pai Inácio, no segundo dia, e Vale do Capão com Cachoeira da Fumaça por cima no terceiro.

 

Sim, e o primeiro?

 

- Estive em Fortaleza e Jericoacoara durante a semana, indo direto para Chapada, e um diarreia me pegou no primeiro dia, pode ter sido a mistura de temperos. Kkkkk.

Lá percebemos a imensidão e beleza do Parque Nacional e o retorno seria inevitável, já que só tivemos 3 dias em 2016.

 

 

...VOLTANDO PARA 2017

 

CHEGANDO EM IBICOARA

 

Chegamos em Ibicoara umas 21h e perguntamos ao frentista do posto de combustível como chegar na zona rural, pois lá é seria melhor para armar a barraca e fazer as cachoeiras da Fumacinha e Buracão, seguindo aos valiosos relatos que alguns postaram aqui. Do centro da cidade para nosso destino final são aproximados 30 km em estradas de terra, chovia bastante (ÓTIMO para a região, que sofre com estiagens) desde Mucugê e nos preocupava a possível situação da estrada, visto que era um carro sedan e nosso guia Luciano (Associação Bicho do Mato) nos aguardava até às 19h, pelas estimativas de chegada.

 

Com as dicas que Luciano deu foi possível chegar em sua residência às 21h45, o que foi bom, pois o medo do carro quebrar e ficar no meio do mato sem apoio estava constante.

 

 

 

Por que ficar na casa de Luciano?

 

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Ele é guia, muuuiiittttoooo experiente e atencioso, diga-se de passagem, e também hospeda as pessoas na casa dele, podendo ficar dentro da sua casa, com café da manhã e janta, como também armar a barraca, e ainda sugere outras opções, como também fizemos.

 

Ah, para fazer as referidas Fumacinha e Buracão, ficar no Baixão (zona rural) é melhor,do ponto de vista logístico, carismático, e por aí vai.

 

 

Enfim, dormimos em segundos, após uma viagem ultra-cansativa.

 

CACHOEIRAS IBICOARA PARTE 1 (FUMACINHA POR BAIXO) 18 km

 

Acordamos com aquele clima friozinho maravilhoso, tomamos café da manhã, que estava uma delícia (penso naquela tapioca quase todos os dias) e começamos a conversar com ele para que nos explicasse um pouco sobre as duas cachoeiras que tínhamos acertado fazer. Ah, não tínhamos percebidos a beleza inexplicável daquela localidade (que não cabe em nenhuma lente fotográfica, apenas na memória), pois nosso campo de visão a noite era até onde os faróis alcançavam.

 

 

A conversa com o guia (alguns chamam de briefing) é importante para ele explicar detalhes como o tempo (chuva e tal), grau de dificuldade e sobre a possibilidade de abandoar caso o tempo mude.

 

 

 

Estamos iniciando em trekkings e temos equipamentos básicos, botas confortáveis, capas de chuva e por aí vai... é muito interessante, pois estamos em ambientes diferentes da nossa zona de conforto e estar preparado para possíveis situações é essencial. Uma dica: leia fóruns sobre equipamentos básicos e compre aos poucos, pois dói menos no bolso.

 

Tinha chovido na região por 3 dias, e pela manhã havia previsão de continuar, como pouca possibilidade, mas o tempo na Chapada muda em segundos, podendo haver mudança de planos.

 

Começamos a trilha em um ótimo horário e clima então percebemos o grau de dificuldade que tinha sido relatado em vários relatos e blogs, mas para quem não é sedentário e gosta de se movimentar (caminhadas, corridas, bikes, etc) não há problemas algum, a adaptação a trilha de pedra é muito rápida.

 

As pedras estavam muito escorregadias, foi preciso andar com muita cautela para não cair, e mesmo assim consegui quebrar meu bastão de caminhada, ruim para se adaptar sem, mas ótimo para saber que é possível fazer tudo sem ele, embora os joelhos não agradeçam tanto quanto antes, nas subidas, e principalmente nas descidas.DSC_0554.jpg.13623f3e56e478e1d6521804a00884dc.jpg

 

Com as paradas para lanche chegamos em aproximadamente 3h30 e a paisagem é fenomenal, quando avistamos a fenda, um raio de sol (dura 15 minutos por dia) batia na pedra que faz parte daquela beleza natural, é indescritível.

 

A cachoeira estava com água, e por mais de um mês estava sem, devido à estiagem que se fazia presente nos dias anteriores ao nosso, fomos os primeiros a avistarem ela, pois algumas pessoas não ia lá devido a isto, o que não perde o valor daquela beleza natural que Deus criou com muito carinho. Contemplamos por quase 1 hora, pois a volta deveria ser no mesmo dia.

 

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A volta foi um pouco mais rápida, não menos cansativa, pois a exaustão se fazia presente e os trovões já anunciavam mais chuvas, e quando chegamos ao fim um caldo de cana nos espera, é muuuiittto válido. Ah, neste local também é possível acampar, lá é o início da trilha que dá na cachoeira.

 

Uma janta maravilhosa nos aguardava na casa de Mariana (paulista) e James (inglês), pois fomos indicados por Luciano e acertamos na noite anterior de ficar lá no segundo pernoite, devido a um pequeno imprevisto, e a conversa com eles foi muito boa, são pessoas ótimas, que recebem todos de braços abertos.

 

CACHOEIRAS IBICOARA PARTE 2 (BURACÃO) 7km

 

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Acordamos na barraca com uma vista linda para aquele enfileirado montanhoso, típico da região, e outra refeição nos aguardava, um excelente café da manhã, outras conversas deram continuidade (parecia que já nos conhecíamos de outras encarnações) e Luciano já chegava para darmos início a mais uma trilha, porém de lá já deveríamos seguir destino para começar o Vale do Pati. Nos despedimos, desmontamos a barraca e seguimos destino de carro até o início da trilha.

 

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Uma trilha bem mais fácil que a do dia anterior, fizemos em 30/40min, mas há quem faça em 2h, depende do ritmo cada.

 

Chegamos no início do cânion, as águas nos aguardavam, e entramos com os coletes (obrigatórios) e fomos nadando até a cachoeira, com aquela vista fenomenal, muito impressionante. Fomos até a base, entramos na cortina atrás da queda, pulamos, êta mundo bom, agradeci a Deus todos os dias por estar lá muito bem acompanhado e recepcionado.

 

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Na volta conhecemos a cachoeira por cima, e outras cachoeiras até que nos despedimos de Luciano para ir em uma hospedaria em Mucugê.

 

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NOITE EM MUCUGÊ

 

Chegamos em Mucugê no final da tarde, uma cidade bem “caretinha”, que tem seu charme e encanto.

 

Ficamos em uma hospedaria simples, só para passar a noite e seguir cedo para o povoado do Guiné, iniciar o Vale do Pati.

 

A noite de lá pede uma boa pizza, um café, ou outra coisa que tenha vontade, lá é simples, mas muito bem servido de alimentação pronta, caso desejem.

 

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VALE DO PATI (3 dias) +- 50 km

 

Saímos de Mucugê às 7h para iniciarmos o Vale do Pati, que não foi feito em travessia, a exemplo de Guiné-Capão ou Mucugê-Capão ou Andaraí-Capão (ou vice-versa), pois estávamos com carro alugado e não achamos interessante que alguém fizesse a travessia de um povoado a outro sem ser meu, sabe?

 

Enfim, a possibilidade de fazer circuito também é muito válida, e não deixamos de conhecer nada previsto para nossa programação.

 

O guia Rogeer, muito responsável e preparado da Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão- ACV-VC estava nos aguardando no povoado do guiné para iniciarmos mais um trekking, e outro briefing foi realizado, as mochilas foram pesadas, para verificação do peso, etc, e perguntado sobre nossos equipamentos estavam em condições, pois é muito importante estar com eles no Pati.

 

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O clima nublado do dia ajudou na subida pela rampa, que é um indicativo da sua condição de saúde física, concluímos em uns 40/50min, paramos no topo para tomar água e comer um lanche de trilha esperto. Este momento é essencial para que o guia perceba o ritmo de cada um, e faça um trajeto modelado ao grupo. Segundo ele fomos muito bem, e gostou de saber que já tínhamos feito duas nos dias anteriores, o que, certamente, seria bom para ele, menos problemas poderiam seriam enfrentados.

 

Seguimos pelos gerais do rio preto até a vista esplendorosa do Mirante do Pati, que ficamos por lá contemplando por um bom tempo, e entendendo com seriam as trilhas nossos dias seguintes, pois de lá dava para ter uma noção panorâmica.

 

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Descemos a rampa do mirante (senti falta do meu bastão), passamos na frente da casa de sr. Wilson e ficamos na casa de Miguel e Aguinaldo. Daria para deixarmos as mochilas e fazer algo por perto, mas resolvemos descansar um pouco.

 

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Todas as casas que passamos tem a opção de diária completa (hospedagem, café da manhã e janta), que é muito bem servido com uma qualidade impressionante, como também a opção de camping, colchão e isolante térmico, e você também pode utilizar a cozinha coletiva (levando sua comida na mochila, o que pesa bastante ou comprando para fazer lá, com um preço mais caro, devido ao transporte de mulas e de difícil acesso), contribuindo de forma diferenciada.

 

No segundo dia, após do excelente café da manhã, seguimos para o Morro do Castelo com passagem pela gruta (levem suas lanternas e pilhas extras), vislumbramos aquele mirante impressionante, tomamos um vento frio, que doía até na alma, fomos em outro ponto deste, e seguimos para relaxar na cachoeira dos funis. De lá seguimos para o pernoite na Igrejinha, e claro, uma janta TOP.

 

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Testando fotos com alta exposição na gruta do Morro do Castelo:

 

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No terceiro dia, após outro excelente café da manhã, seguimos para o Cachoeirão por cima, e o sol deu as caras. Relembrei que o sol da Bahia queima até a alma, mas nem cogitei legar protetor solar, pois ele polui os rios, e sim roupas que fazem o mesmo, e chegamos lá depois de uma luta contra o calor. Beba muita água, pois é extremamente necessário que você esteja hidratado. Chegamos no mirante e ficamos mais uma vez impressionados com a beleza e a imensidão daquele lugar maravilhoso que Deus criou.

 

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Quando estávamos lanchando pensei em cancelar o 4º dia no dia no Pati, pois pelo nosso planejamento ele seria “menos aproveitado” e já estávamos cansados (mentalmente e fisicamente), porém muuuuiiittttoooooss realizados, então conversei como Rogeer para a possibilidade de voltarmos e fazer algumas cachoeiras na rica região do Vale do Capão, e ele aceitou numa boa, e pediu que nos preparássemos para a caminhada que seria uma de dois dias em um, já que seria de retorno.

 

Voltamos nas pressas e o sol das 14h já batia forte, sentimos o quanto os dias nublados e de chuva foram generosos, subimos o mirante mais uma vez, descansamos, e seguimos pelos Gerais do Rio Preto até descer a rampa do Guiné, onde o carro nos aguardavam.

 

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Seguimos para o Vale do Capão (amamos aquele lugar mágico) em uma estrada de terra, que deve ter uns 50km, até chegar, e achar um camping próximo a vila.

 

Atualmente, vivem no Pati, cerca de 5 famílias que dependem exclusivamente do turismo consciente, então, se pretende ir, vá com respeito a natureza e a eles, e se possível, estimule a permanência destes, assim como fiz, para que outros possam usufruir como eu, outras pessoas que me estimularam com seus relatos e outros que também pretendem ir.

 

VALE DO CAPÃO – CACHOEIRA ANGÉLICA E PURIFICAÇÃO – 7km

 

Acordamos, tomamos café e fizemos as cachoeiras Angélica e Purificação, que é uma trilha leve, muito tranquila, e de lá resolvemos voltar e não ir nos Gerais do Vieira, pois meus pés pediam um pouco mais de descanso. Então lembrei da Pratinha, lá em Iraquara, que seria bom para um descanso final.

 

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PRATINHA – sem trekking

Do Capão até a Pratinha são uns 60 km, e chegamos lá para um merecido descanso e recarregar as energias.

 

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LENÇÓIS – sem trekking

 

Após a Pratinha, resolvemos pernoitar em uma hospedaria bem simples, mas organizada, para ficar mais fácil sair da Chapada, e não perder o vôo, que era um em um horário que se ficássemos em outra cidade teríamos que acordar bem mais cedo que ás 6h.

 

Esperamos ter ajudado, tentamos ser mais objetivos, mas cada detalhe do relato foi pensado com carinho.

 

DICAS E SUGESTÕES

 

Alugar carro em Salvador, mesmo tendo o Pati e o carro ficando parado?

 

- Sim, para o roteiro que queríamos fazer, foi essencial, e o custo se paga, mas se puder economizar, ótimo.

 

Todos os lixos das trilhas devem voltar com você, inclusive aquela lata de sardinha, pois a natureza passa anos para decompor certas embalagens.

 

Sugerimos fazer trilhas com guias de associações, pois eles são responsáveis por uma condução segura, além de trabalharem voluntariamente em incêndios florestais, busca e resgate, além de serem muitos competentes e sempre estão fazendo diversos cursos de aperfeiçoamento, entre outros. Além de serem muito bem recebidos nas casas dos nativos.

 

Obs. Um turista espanhol ainda não foi localizado, após uma trilha sem guia e sozinho, mesmo depois de meses de procura pelos voluntários de associações e cães farejadores de referência nacional. O que fiquei intrigado, pois desde que fui ano passado ele já tinha sumido.

 

Antes de ir, procure exercitar-se, para estar bem fisicamente pois este tipo de turismo é para quem estar bem preparado, pois o socorro lá é realizado de forma precária, mas eficiente. Tente não precisar dele, que seu corpo agradece por isso.

 

O planejamento é tudo, por isso mando meu relato com os custos básicos de uma planilha que fiz, quem quiser é só pedir que envio no e-mail. Para terem uma ideia, com tudo isso que fiz, não tivemos despesas extras, e a km do carro deu 1293, apenas 33 a menos que a previsão.

 

A Chapada Diamantina, principalmente estes locais que conhecemos este ano possuem uma vibe muito positiva, o que permite você dar um banho de positividade na sua alma, energizar-se espiritualmente, tendo a possibilidade de troca de experiência com nativos, estrangeiros, mais que brasileiros até, desenvolvimento do senso de responsabilidade com a natureza, economia de recursos, boa alimentação e outras coisas que vocês só podem descobrir quando visitarem aquele paraíso. Ah, com certeza terei um retorno. Será a 3ª vez, e devo fazer a Fumaça por baixo (Capão- Lençóis).

 

Deu para entender porque tanta gente escolhe esses lugares para viver e ser feliz?

 

CUSTO: CARRO, COMBUSTÍVEL E PEDÁGIO (7DIAS): R$1.000

GUIAS: R$780

HOSPEDAGEM: R$ 400

ALIMENTAÇÃO (EXTRA): R$ 130

 

Ah, sempre tenham uma reserva para emergências

 

Contato de Luciano (Ibicoara) - Facebook: Luciano Guia Bicho

Contato de Rogeer (Pati) - Facebook: Rogeer Cronus

 

Mais fotos exclusivas? Meu Instagram: @diegodacostaphotos

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