ARUBA E CURAÇAO EM SETE DIAS

VOOS: pegamos um voo da GOL saindo do Rio em direção a Brasília e de lá fizemos uma conexão para Aruba com escala em Curaçao. Usei milhas na promoção e pagamos 30 mil milhas por passageiro (ida e volta). Infelizmente, a promoção do Smiles não incluía a ilha de Curaçao, apesar do avião fazer escala ali, ou seja, coisa de doido imaginar que o mesmo avião da GOL que saía de uma ilha e ia para outra não podia nos levar pelas milhas. Desse jeito, tivemos que voar direto para Aruba e de lá pegar um voo Aruba x Curaçao X Aruba com a companhia DAE Express para conhecer a segunda ilha e retornar ao Brasil.

Mais estranha ainda foi a situação vivida em Brasília na ida: desembarcamos do avião que havia nos trazido do Rio para pegar um tal de “selo internacional” (uma etiqueta de papel) no chek-in. Logo depois fizemos o controle de passaporte e entramos no outro voo e para nossa surpresa era a mesma aeronave que tínhamos voado até Brasília. Sentamos nos mesmos assentos. Essa situação pode até fazer sentido para a companhia alegando que o voo internacional saía de Brasília e por isso tínhamos que desembarcar, mas continuo achando um absurdo essa burocracia de desembarcar e embarcar de novo na mesma poltrona.

O voo de Aruba para Curaçao é bem rápido (17 minutos no ar). Tem duas companhias que fazem o trajeto diariamente com vários horários: DAE Express e Insel Air. As aeronaves são pequenas (50 lugares) e de hélice. Quem tem medo de voar, prepare-se. Hehehe. Nosso voo saía às 10h, mas chegando lá nos informaram que havia sido cancelado e que iríamos embarcar às 15h. Não recebemos nenhum aviso prévio, nem por e-mail e na véspera o voo estava confirmado. Sacanagem... É preciso pagar as taxas de embarque na hora, elas não estão inclusas nos bilhetes como aqui no Brasil. Pagamos US$ 64,00 e só pode ser em cash.

A verdade é que as duas ilhas são bem próximas, mas você perde tempo no translado. Ficamos apenas dois dias em Curaçao e como aquela ilha é bem grande não a conhecemos bem. Se não for usar milhas, voe até Curaçao e de lá para Aruba, retornando daí para o Brasil. Se quiser conhecer bem as duas ilhas, reserve pelo menos 10 dias.

TRANSPORTE: em Aruba, o sistema de ônibus (a maioria made in Brazil by Ciferal) é bem eficiente. Você pode ir da área dos hotéis em Palm Beach e Eagle Beach para o Centro (Oranjestad) em 30 minutos ou para a praia de Arashi com relativa facilidade. Comprem o ticket ida-e-volta com o motorista. É mais barato. Já para ir para Baby Beach, alugue um carro. Em Palm Beach, tem locadoras.

Em Curaçao, também há ônibus (espécie de van) para os locais mais próximos do Centro, porém esta ilha é muito grande e há muitas praias bonitas distantes, cujo acesso só de carro.

DINHEIRO: a moeda das duas ilhas é o florin, mas o dólar americano é uma espécie de segunda moeda informal em Aruba. A tal ponto, que você pode pagar o ônibus em dólar, porém receberá o troco na moeda local. Na maior parte do tempo é a maior confusão, você tem moedas dos dois sistemas na tua mão, o que me confundiu várias vezes. Atenção para notas de 50 dólares, pois o pessoal de lá torce o nariz. Alguns nem aceitam. Já para as notas de 100 dólares, a coisa é pior. Como diria Zeca Pagodinho, “nunca vi, eu só ouço falar”. Ninguém aceita. Eles alegam que há um derrame de notas falsas nesses valores. Traveler Cheque é difícil também, apesar de Aruba ser bem americana.

Para sacar em espécie com o cartão de crédito debitando sua conta no Brasil à vista (saque internacional) não deveria haver problema, pois há diversos caixas eletrônicos no Centro e na área turística. Isso em tese, porque em todos os caixas que tentei sacar no Oranjestad, eu não consegui, apesar de ser familiarizado com esse procedimento (sou bancário). No entanto, existe um ATM em Palm Beach junto ao Restaurante Tango que funcionou normalmente.

TELEFONES: foi a única experiência de fato ruim. O custo da ligação é astronômico, os cartões telefônicos mal dão tempo de você dizer alô. Em Aruba, tem uma loja da companhia telefônica do lado do Brickell Bay hotel, mas as filas são enormes e você perde preciosos minutos de praia. Liguei do meu celular e na volta minha conta me fez perder muitos fios de cabelo.

COMPRAS: não fui com essa intenção, então não prestei muita atenção, mas até onde vi, em Curaçao é bom para comprar jóias em ouro, perfumes e relógios. Os preços em Curaçao são bem mais em conta do que em Aruba, que está inflacionada por conta dos americanos. Eles possuem tanta influência lá que tem até um terminal exclusivo no aeroporto. Aliás, pensando bem é tudo mais barato que no Brasil por conta dos impostos, roupas e eletrônicos inclusive. Nas duas ilhas, você encontra filiais das principais grifes européias.

PARA COMER:O menu das duas ilhas é bem internacional. Comemos melhor em Aruba, ainda que os preços sejam caprichados no sal. Lembramos com saudades de um tenro Tenderloin do Restaurante Tango e da deliciosa pizza de lagosta com queijo do Gianni’s, ambos em Palm Beach. Provem e não vão se arrepender.

PARA FICAR:

Em Aruba, optamos por ficar em Palm Beach, onde fica a maioria dos hotéis da ilha. A noite termina cedo, mas até meia noite, tem bastante movimento e boa infraestrutura, com muitos restaurantes, bares, casinos e um shopping pequeno.

Outra opção seria ficar nas praias de Eagle Beach ou Mancebo, porém lá a noite é um deserto e você vai ter que pegar ônibus para Palm Beach à noite (20 minutos).

Em Aruba, ficamos no Brickell Bay. É estilo inn. Conforto razoável, mas como ficávamos fora durante o dia, nada que atrapalhasse, a exceção do café da manhã que era péssimo.

Em Curaçao, ficamos no Scuba Lodge, que é show. O hotel, que lembra um hostel, foi feito pra mergulhadores e tem toda a infra pra prática desse esporte. Os donos, moças e rapazes holandeses, parecem surfistas e te recebem descalços. O chão do lugar é de areia de praia. Mais à vontade, impossível. Apesar da informalidade, eles são muito profissionais e atentos. Os quartos são muito limpos e confortáveis. O café da manhã eu nunca vi nada igual! Fantástico e servido numa varanda a beira mar...

PRAIAS:

Tenho certeza que você já viu todas aquelas fotos de praias paradisíacas do Caribe, mas te garanto: você ainda vai se surpreender! As praias de Aruba são muito bonitas mesmo. Difícil de acreditar no que você vê, na cor do mar, no por do sol... Nunca vi praias parecidas... Arraial do Cabo chega um pouco perto.

Palm Beach é a Copacabana de lá. Bem bonita! Crowded de turistas cor de papel. Hotéis verticalizados para todo lado, casinos, preço também nas alturas.

Eagle Beach e Manchebo Beach são muito lindas, praias cheias de famílias, com hotéis de poucos andares, mas sem nenhuma infra fora deles, nem uma carrocinha de cachorro quente ou camelô vendendo biscoito Globo pra tapear a fome. Vá preparado. Hehe.

Arashi Beach é sensacional! Acho que ainda consegue superar as outras duas. Se chegar cedo, consegue vaga nos pequenos quiosques de praia de graça. Aluguel de cadeira: 5 dólares.

Baby Beach, fica no outro extremo da ilha, mas foi a praia que eu e minha esposa achamos a mais bonita de todas. Tem um formato de Concha, como aquela de Cabo Frio, é rasa e ótima para crianças, daí o nome. Tem restaurantes de trailer com um cachorro quente a moda arubiana delicioso (com legumes). Banheiros porém precários. Fomos num dia em que era feriado local e pudemos conviver com os locais, que percebemos também gostam muito dessa praia. Um povo muito alegre que gosta de cantar e dançar, incluindo Michel Teló...

Em Curaçao, visitamos apenas a Seaquarium Beach que é bem legal e foi construída atrás de uma barreira de pedras. Lembra um pouco Muro Alto, Boa Viagem ou Barra de São Miguel. A praia é bastante elitizada. Tem muitos restaurantes e lojas de souvenir, mas é uma praia urbana. Bem bonita, mas não deslumbrante como as de Aruba.

PASSEIOS:

Praia, praia, praia!

Se tiver tempo em Aruba vá até às Piscinas Naturais, onde você pode ficar com snorkel junto aos peixes coloridos. Sei que comparações não devem ser feitas, mas se pensarmos em Maragogi ou Porto de Galinhas, é uma piscina natural meio sem graça. Só que o passeio até lá é show de bola. Nem pense em ir de carro, mesmo 4 x 4. Tem que ser com os guias locais em jipões daqueles de atravessar deserto. A estrada some várias vezes pela parte árida da ilha e só quem conhece a trilha sabe chegar (tipo Jericoacoara). Você vai poder parar em uma capela muito legal no meio do deserto, além de uma mina de ouro desativada, tudo isso no meio do Parque Arirock. É um passeio de dia inteiro, mas que não deve deixar de ser feito. Vai conhecer o lado B da ilha. E se segura malandro porque várias vezes parece que você vai voar do jipe...

Em Curaçao, vale a pena andar pelo Centro que é dividido em duas partes: Punda e Otrobanda, separados por um braço de mar e uma ponte de pedestres móvel. Ao sinal sonoro, ela abre e é muito engraçado a correria. A arquitetura, de origem holandesa está bem preservada e você vai se lembrar muito de Olinda, que também foi colonizada por aquele povo. O conjunto arquitetônico é muito, muito legal.

CULTURA:

Os povos de Aruba e Curaçao parecem amistosos e simpáticos (mesmo nos lugares sem turistas consumidores). Em algumas conversas que tive, reparei uma certa rivalidade entre os dois. O idioma comum das ilhas é o papiamento e parece com o português. Muitas palavras você identifica de primeira. Participei da missa de Páscoa e entendi quase tudo (tá certo que a liturgia é a mesma em todo lugar e isso facilita).

voce comprou a passagem pra curacao na hora lá como foi:?

é facil?