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  1. Sempre me perguntam o por quê fui ao Amazonas, a resposta é simples: eu percebi que nós, brasileiros, conhecemos muito pouco - ou nada - sobre a nossa própria cultura. Depois que me dei conta disso, busquei me informar mais sobre os povos indígenas que aqui vivem e também sobre a nossa floresta Amazônica, tão importante para as condições climáticas! E assim me aventurei durante 11 dias (fui em fev/2018), 7 horas de barco adentro do Rio Negro (partindo de Manaus) para conhecer duas comunidades indígenas/ribeirinhas do povo Baré. Dia 1 → cheguei no aeroporto de Manaus e já senti a receptividade de alguns manauaras quando fui perguntar como ir ao centro de ônibus (é só pegar o ônibus 306 e confirmar com o motorista para saber se está indo no sentido certo)! Segui o Local Hostel (recomendo muito mesmo) e depois saímos para almoçar. Fui para o Tambaqui de Banda, que é uma franquia de uma rede e que fica na praça principal, bem próximo do Teatro de Manaus. E lá foi sucesso total quando provei meu primeiro prato: Jaraqui Frito ❤ mais tarde, outra surpresa boa quando comi meu primeiro Tacacá de Camarão. Eita culinária sensacional!! Jaraqui Frito Tacacá de Camarão Dia 2 → acordei cedinho e saí em busca do Amazon Bus. Não rolou esse passeio porque o busao tava em manutenção, acabei conhecendo o Edson em um ponto de informações para turistas (esquina do teatro com a Eduardo Ribeiro - super recomendado para quem quer saber os horários de funcionamentos dos espaços culturais da cidade), um turismologo bem gente boa que me instruiu sobre o que fazer no centro de Manaus. De lá partimos para o Marco Zero, rua em fica o Centro de Pesquisas Medicinais Indígenas (super recomendo para quem tem interesse na cultura indígena). Depois parti para um tour no Teatro Amazonas com uma ótima guia e de lá fui para o Parque do Mindu. A medicina indígena merece respeito ! Teatro Amazonas Dia 3 → peguei uma carona para o Porto da Ceasa (não é o mais conhecido) e já com um grupo (não sei se valeria a pena ir sozinho) pegamos uma lancha para fazer o passeio do encontro das águas. Recomendo esse porto (que fica distante do centro se comparado com o porto de Manaus moderna) com esse passeio se você já está com um grupo de turistas, já que costumam cobrar por lancha e não por pessoa - se tiver um grupo razoável já sai bem mais barato que fazer o mesmo passeio pelo Porto de Manaus Moderna. Passamos pelo encontro das águas, passeio obrigatório pra quem vai para Manaus, depois visitamos um criadouro de pirarucus e até brincamos de pesca (sem anzol). Depois avistamos preguiças, macacos, jacarés e vitórias régias. O próximo passeio foi para o MUSA (fica um pouco distante, se tiver com pouco tempo não recomendo ir de transporte público), que oferece trilhas e uma vista panorâmica maravilhosa da reserva. Encontro das águas Pausa para a foto com a preguiça Ps: diferente do que parece, segurar a preguiça no colo NÃO é um ato inofensivo. Tempos depois da viagem descobri que as preguiças dormem 20h por dia, que esse tipo de atitude deixa a preguiça (e outros animais) muito estressados e que essa exploração do turismo com os animais tem consequências negativas bem graves. Fica o alerta e um texto para reflexão: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2017/10/reportagem-especial-animais-selvagens-sofrem-com-o-turismo-fast-food-na Vista Panorâmica da Reserva no MUSA Dia 4 → acordei bem cedinho, um pouco ansioso para o que viria pela frente. Comi meu primeiro x caboquinho (lanche de tucumã, que é uma fruta local), passei no trabalho do meu amigo pra pegar a rede emprestada (fundamental se vai fazer viagens longas com os recreios) e assim segui para o porto. Lá já dei logo de cara na entrada que saia o barco, comprei aquela farinha maravilhosa e um prato feito, segui viagem no recreio. Não demorou muito para eu conversar com o Nei, um pintor que passa uns tempos trabalhando na floresta e que me ajudou a recolocar a rede (acreditem, não é tão fácil quanto parece hehehe) para descansar nas ótimas 6/7 horas de viagem. Conversamos bastante enquanto caia uma chuva meio assustadora e, logo que ele saiu, comecei a interagir com outras pessoas até que, por coincidência, conheci a mãe do comunitário que iria me hospedar em uma das comunidades indígenas dos Baré. Chegando em Nova Esperança, Walmir me recebeu na entrada da aldeia e me deixou bem a vontade. Tomei um dos 4 banhos diários - #sqn - e fui jantar. Tive o grande prazer de conhecer o Peba Fopec, um estudioso e aventureiro que se mudou para a Amazônia porque se sentiu no dever de contribuir com o melhoramento da gestão ambiental na região. Conversamos um pouco sobre tudo e ele me contou das reuniões que estavam acontecendo horas antes entre os líderes comunitários sobre, por exemplo, a criação de um fórum para fortalecer a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista; me entusiasmei com a ideia e tomei a decisão de escrever esses depoimentos a partir desse dia para fortalecer um possível projeto de turismo de base comunitária. Comunidade Nova Esperança Cultivo de temperos Dia 5 → dormi bem mal essa noite mas levantei com muita disposição para meu segundo dia na comunidade, o mais importante até então. Tomei uma ducha gelada e sofrida pela manha, tomei o café da manhã e pude saber mais da atuação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amazonas para a manutenção das unidades de conservação, além das divisões territoriais na RDS. E assim fui para escola, meio cansado mas muito animado para conversar com as crianças. Chegando na sala, uma surpresa: eram umas 20 crianças de 4 a 10 anos e outras de 12 ou 14. E assim improvisei nas explicações para conseguir dialogar com aquelas fofuras heheh e parece que eles gostaram, 2 (Renatinho e Andreia) pediram ajuda nas lições de matemática e juntos com mais 1 criança assistiram minha apresentação com outros adolescentes (14-22 anos). A professora se empolgou com uns alunos mais interessados e assim eu mostrei documentários, clipes e os materiais que eu havia trazido no pen drive. Escutei várias experiências pessoais e pude compreender melhor a pluralidade dos povos indígenas e comunidades ribeirinhas da região. Encerrada a aula as 17h, tomei outra ducha bem gelada e conversei mais um pouco com Walmir, Cesar e com o Peba. Ao fim do dia presenciei o encerramento do evento com umas brincadeiras como o amigo secreto que foram bem divertidas e mostraram muito das relações que tem se construído nesse grupo de líderes comunitários. Professoras da escola com o Renatinho e a Andreia Reunião de representantes do governo com os comunitários No pouco que participei das reuniões, pude perceber que há um desejo genuíno de estar em dia com a legislação ambiental, mas, para que isso aconteça, precisam ser instruídos e necessitam de investimentos para tal (público ou privado - ex: zona franca de Manaus como compensação). Outra pauta muito importante era quanto à centralização de serviços públicos para viabilizar um aporte não tão grande do governo, tendo em vista que é inviável manter estruturas de saúde e educação, por exemplo, em todas as comunidades (que são inúmeras com um número baixo de habitantes – por volta de 30 a 60). Dia 6 → comecei o dia com uma trilha na mata com Carlison, filho do Walmir. Encontrei várias cenas inusitadas como árvores gigantes tombadas e teias de aranha. Peguei o final da reunião da Reserva de Desenvolvimento Sustentável e depois do almoço fiz um trajeto lindo até chegar em São Thomé. Teia de aranha na floresta Trajeto de lancha privada entre Nova Esperança e São Thomé (rios Cuieiras e Negro) Chegando lá conheci os comunitários que me mostraram um pouco do seu trabalho e ainda ouvi Abilho e Miriam sendo muito sinceros quanto às dificuldades de revitalizar o Nheengatu (língua dos Baré). Ao fim do dia Miriam matou uma aranha cabeluda que estava perto do banheiro e assim fui dormir na rede, na expectativa de um dia de altas emoções na selva nos próximos dias. Caranguejeira picada ao meio Dia 7 → depois de uma bela tapioquinha pegamos a canoa e seguimos para a trilha. Pude aguçar meus sentidos no meio da floresta, conhecendo novas espécies e tendo mais noção do perigo. Chegando em casa batemos uma bela de uma pratada e fiquei bem pesado heheh. Conversamos mais e praticamos um pouco de arco e flecha. Ao fim da noite contei do drama vivido pelos guarani (aldeia do Pico do Jaraguá) em SP. Trecho de canoa no Igarapé Tomando água do cipó Raízes da árvore descolando do chão Brincando com esse mito da zarabatana! Dia 8 → tivemos uma manhã tranquila, conversei com Abilio e Manoel sobre as dificuldades de combater o desmatamento na região. Pela tarde, brincamos de zarabatana e arco e flecha com as crianças. E logo em seguida partimos para a canoagem para mover uma das árvores que estava caída no igarapé. Pela noite conheci a nova professora e depois montamos uma fogueira e conservamos sobre assuntos polêmicos heheh Dando um rolezin de canoa Dia 9 → depois de uns problemas com a lancha que nos levaria até a Anavilhanas, enfim começamos a pesca junto com o Alzemir. E depois de duas horas tudo que tínhamos era uma piranha pequena heheheh voltamos para o almoço, brinquei de futebol com as crianças e vi o Regi subindo a árvore, aliás, me diverti muito. Pela noite nós fomos em 4 homens para a Anavilhas para focar os jacarés. Foi uma experiência incrível, o céu estava maravilhoso e a adrenalina tomou conta nos momentos de tensão. Deu ruim na pesca Dando baile no fut Dia 10 → acordei cedinho e fiquei apreciando os sons da floresta. Comi 3 tapioquinhas na casa da Dona Nila, mulher guerreira e de coração muito bom. Tomamos o recreio lotado e seguimos a longa viagem de volta para Manaus. E, depois de algumas reflexões, o que ficou de Sao Thome? 1. A humildade e simplicidade da família e dos comunitários, muito diferente do que estamos acostumados nas grandes cidades. 2. Os perigos da floresta que apresentam mais um desafio para quem já vive com muito pouco. 3. As dificuldades para acessar serviços básicos de qualidade nas áreas de saúde (longas distâncias para acessar serviços), educação (falta de professores), segurança (roubos e impotência diante da exploração da floresta), saneamento básico (fossas), energia (limitada com os motores de luz), tratamento da água (potável) e resíduos sólidos (dependência da Fundação Amazonas Sustentável). Há o desconhecimento dos seus direitos e deveres enquanto cidadãos. 4. O modo de vida nas comunidades ribeirinhas. As pessoas se casam e tem filhos muito cedo, o que dificulta ainda mais o acesso às oportunidades. 5. O desafio que fica de tudo isso é como superar essas privações e explorar a floresta de forma sustentável. 6. As incríveis paisagens, na terra, nos igarapes, no Rio Negro e nos céus; simplesmente apaixonante. Ficou curioso para conhecer São as comunidades? Acesse os sites abaixo: https://www.facebook.com/braziliando/ https://www.facebook.com/braziliando/ Dia 11 → acordei cedinho e parti para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, depois do convite que recebi quando estava na comunidade. Chegando lá tive uma ótima recepção, conversei com os responsáveis por: monitorar a hidrosfera (Cris); gerir uma Unidade de Conservação (Yone); despachar os processos do Conselho (Taisa); proporcionar um treinamento para agentes ambientais voluntários (Abraham). Foi uma experiência muito interessante para compreender o funcionamento do Estado em um estado tão gigante como o Amazonas, ainda mais se tratando de uma pauta tão importante como o meio ambiente! Almocei por lá mesmo, tomei um açaí raiz e depois fui para o Centro Cultural de Povos da Amazônia, um espaço muito pouco visitado onde conheci mais das tradições dos povos indígenas e que tiveram menos influências da cultura branca. No fim do dia, sorvete de tucumã e peixe ! Manauss, até breve ❤️ Observações: -Tive uma experiência incrível, mas, não recomendo essa viagem para quem se apega muito ao conforto -Se atente aos dias que os recreios (barcos) chegam e partem dessas duas comunidades, já que não tem barco para ir e voltar todos os dias da semana -Sou um grande admirador da cultura indígena, se você também tem interesse deixo esses dois links pra você (o primeiro com aulas gravadas de uma disciplina optativa ministrada na EACH-USP e o segundo com uma séria de curtas-metragens e reportagens sobre cultura indígena): https://drive.google.com/drive/folders/0B7bmgiT1xyctNFNJNjY5cEN1YUU https://apublica.org/tag/questao-indigena/ -Caso você entre em alguma reserva, é necessário pedir autorização para o governo para publicar as fotos. As autorizações devem ser solicitadas por esse email: pesquisaemonitoramento@gmail.com -Folder com as atrações e horários (recebida em fev/2018):
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