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Menino resgatado da mata após 12 dias passa bem, diz médico


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  • Membros de Honra

03/10/2007 - 16h50

Menino resgatado da mata após 12 dias passa bem, diz médico

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MARINA GAZZONI

Colaboração para a Folha Online

 

O menino de 3 anos que ficou 12 dias perdido na floresta Amazônica e foi encontrado sexta passada (28) se recupera bem, de acordo com o médico Jorge Luiz Nascimento.

 

De acordo com o médico, o menino desapareceu no dia 16 de setembro e foi encontrado por um caçador. Ele passou três dias em casa antes de ser levado ao hospital de Carauari (AM), onde chegou desidratado, com febre e com várias lesões de picadas de insetos e escoriações na pele. Ele perdeu apenas 2 kg durante o período em que ficou perdido. "O que nós queremos saber é como ele se alimentou durante 12 dias na mata", diz o médico.

 

O médico afirma que a gravidade das lesões na pele do menino se deve mais à quantidade. "Só em um dos pés ele tem mais de 30 picadas", relata.

 

Para Nascimento, a pior lesão que o menino sofreu foi o trauma. Ontem (2), ele estava irritado, não conversava e tinha dificuldades para dormir. Nesta quarta-feira, porém, ele estava melhor --tinha dormido sem auxílio de medicamentos e estava mais calmo.

 

O garoto recebe atendimento médico e psicológico. Ele deve permanecer em observação no hospital por mais quatro a cinco dias. O tratamento todo deverá durar ao menos seis meses.

 

"Ele parece bem, mas temos que esperar para ver se ele desenvolve algum problema de saúde ou psicológico nos próximos dias."

 

Segundo o relato do médico, a criança foi encontrada por acaso pelo caçador e estava sentada na raiz de uma árvore e cantando.

 

De acordo com o médico, a mãe acompanha o menino no quarto do hospital e acredita que encontrá-lo com vida foi "uma graça de Deus".

 

O menino e a família moram em uma comunidade isolada chamada Cupuaí, distante dez horas de barco de Carauari. Nos primeiros cinco dias após o sumiço do menino, cerca de 80 pessoas da própria comunidade organizaram grupos de busca, mas sem sucesso.

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  • Membros de Honra

06/10/2007 - 10h11

Menino que ficou na floresta levou 100 picadas de insetos

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KÁTIA BRASIL

da Agência Folha, em Manaus

 

O menino de três anos que passou 12 dias perdido na floresta amazônica ainda sofre as conseqüências do período na mata. Continua internado em Carauari (780 km de Manaus), sem previsão de alta, com febre, pneumonia, infecção urinária, desidratação e desnutrição.

 

Mas Neilson Oliveira de Lima não corre risco de morrer. Seu principal problema de saúde é dermatite (inflamação na pele), causada por mais de cem picadas de insetos e arranhões de espinhos de plantas.

 

O médico Jorge Nascimento, que cuida do menino, disse que ele responde bem ao tratamento. Após cinco dias de internação, começou a sorrir, a andar e a se alimentar de dieta a base de feijão, legumes e carne -só estava ingerindo líquidos.

 

"A pneumonia e a infecção urinária estão controladas, mas a pele dele está muito irritada. Ele foi mordido até por formiga jiquitaia [ou lava-pé, cuja picada causa bolhas e alergias]."

 

O menino sumiu por volta das 14h do dia 15, após o pai sair para trabalhar na roça, em uma comunidade a dez horas de barco da sede de Carauari.

 

Cerca de 80 moradores da comunidade ajudaram nas buscas, sem sucesso. O menino foi localizado no dia 27, por um caçador que disse tê-lo encontrado sentado em uma árvore, cantando. A mãe dele, Evanise Oliveira, 31, disse acreditar que o filho tenha se alimentado de frutas colhidas no chão.

 

Psicóloga

 

Neilson está sendo acompanhado no hospital pela psicóloga Núbia Vasconcelos, 30. Ela disse que o menino apresentava um quadro de trauma, com choro e estresse. Também não admitia ficar longe da mãe.

 

Seu quadro psicológico melhorou, segundo Vasconcelos, mas a orientação dela é que os pais não conversem por enquanto com o garoto sobre o período na floresta -isso pode agravar o estresse do garoto.

 

Vasconcelos atribuiu a sobrevivência do garoto -de três anos e dez meses, segundo os pais- à sua experiência de vida. "A situação de uma criança que mora em uma comunidade na floresta é diferente de uma criança da cidade. Ele tem outra resistência, come frutas do chão, não tem medo de bichos, anda descalço, pega chuva."

 

No hospital, Neilson recebe mais de 50 visitas de moradores de Carauari por dia. Ele já ganhou bolas, carrinhos e roupas. Todos querem saber como o garoto sobreviveu na floresta.

 

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