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Vanilsa Potira

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  1. Bom dia Vanilsa! Gostaria de saber de você se tem como ir de ônibus de Boa Vista direto pra Cartagena? e qual dica você me daria, pois quero ir conhecer a ilha de Margarita e Cartagena.

    1. Vanilsa Potira

      Vanilsa Potira

      Boa tarde, Betinho. Em Boa Vista não tem linha de ônibus direto para Cartagena. Você tem que pegar um ônibus na cidade venezuelana de Santa Elena, fronteira com o Brasil, com destino a Puerto de La Cruz. Desta cidade partem ônibus para vários destinos, inclusive para Cartagena. De Puerto de La Cruz, vc pode pegar o Ferry para Ilha de Margarita. 👍

    2. Betinhopb
  2. DE USHUAIA A BUENOS AIRES DE ONIBUS Olá galera da mochila! Cá estou para mais um relato de viagem. Dessa vez eu e uma amiga estivemos na Argentina, visitando as cidades de Ushuaia, El Calafate, Bariloche e, claro, a capital portenha, Buenos Aires. Para Ushuaia fomos de avião partindo de Buenos Aires e para onde retornamos de ônibus desde Ushuaia, com parada em El Calafate e Bariloche! Pensem numa viagem longa porém contemplativa. Abaixo descrevo brevemente como foi o passeio e os custos, com a intenção de informar quem pretende viajar para lá por esses dias. Para começar, a viagem até Ushuaia iniciou por Manaus com chegada em Buenos Aires no dia 31 de janeiro de 2018. Compramos as passagens com certa antecedência por 1700,00 (dependendo da época, há tarifas com preços bem menores). Do aeroporto até o hotel Bristol fizemos um percurso de van, da empresa Tienda Leon até o terminal Madeiro e de lá pegamos um UBER (custos: 19 dólares ou 75 reais). Sobre o câmbio, trocamos nosso dinheiro no aeroporto Ezeiza por uma cotação de R$ 1,00 por AR$ 9,20 e 1 dólar por 36,60 pesos argentinos. Em relação aos hotéis e hosteis em que ficamos hospedadas todos foram reservadas pelo Booking e o valor das hospedagens divididos entre mim e minha amiga. USHUAIA (01 a 04 de janeiro) De Buenos Aires, na madrugada do dia 01 de janeiro de 2019, viajamos de avião pela Latam para Ushuaia. No aeroporto, Cláudia, proprietária do hostel Monsenõr Fagnano, já nos aguardava no saguão. Cláudia foi muito atenciosa, contou um pouco da história da cidade, apresentou alguns pontos turísticos de Ushuaia e comentou o modo de vida e costumes dos habitantes da cidade. Ficamos três dias nessa pequena cidade fria e ventilada e pelo pouco tempo que ficamos, tivemos a oportunidade de realizar passeios na cidade, pelo Parque Nacional Terra do Fogo e a Expedição Off-Road 4x4. Contratamos os passeios pela agência Brasileiros em Ushuaia. Mas, para quem tem interesse o passeio pode ser feito por carro particular pelos parques nacionais. Infelizmente no dia de nossa estada não havia disponibilidade para realizar a navegação para ver os pinguins. O agente foi bem sincero conosco. Agora a expedição off-road foi muito legal. No final, os guias fizeram uma churrascada num ponto de parada dentro da floresta com direito a vinho, queijo, salame e um deles até tocou violão! Inesquecível! Além destes, há outros atrativos em Ushuaia como lagunas glaciares, trilhas, museus, trem do fim do mundo, etc. Em relação aos custos com alimentação, eu achei mais em conta que a Patagônia chilena (Estive em Puerto Natales há exatamente um ano). Por exemplo, um prato simples de cordeiro que custa em média uns 30-40 reais serve umas três pessoas. O self-service numa cafeteria como a Marco Polo custa 30 reais mais ou menos. Tem para todos os bolsos e gostos (rss). A cidade é bem servida de pizzarias, churrascarias, bares, etc. Ushuaia é uma cidade pequena em torno de 60 mil habitantes, mas que é preparada para receber visitantes. EL CALAFATE (05 e 06 de janeiro) No dia 04 de janeiro, às cinco horas da madrugada, partimos para a cidade de El Calafate. Viajamos de ônibus pela empresa Marga (https://www.busbud.com). No trajeto, entramos no Chile e tivemos que passar pela imigração. Fizemos a travessia do Estreito de Magalhães por um ferry. O Estreito é um importante canal de navegação e é o local onde ocorre o encontro dos oceanos Pacífico e Atlântico. Nessa região venta bastante e as águas são muito agitadas. E depois novamente passamos pela imigração. Foi interessante conhecer essa realidade. Fizemos troca de ônibus na cidade de Rio Galegos e depois continuamos nossa jornada. Chegamos à meia noite no destino e seguimos para o hostel Glaciales. No dia seguinte fizemos um passeio pelo centro de El Calafate e ficamos encantadas com a beleza das flores que enfeitam as ruas, as casas, as calçadas! Um charme. A cidade é bastante visitada. Tem varias opções de passeios além do Glaciar Perito Moreno. Para este passeio fechamos no próprio hostel que oferece um tour alternativo com guia. Há também ônibus coletivos com saídas regulares para a região do glaciar por 800 pesos. Durante o trajeto para o glaciar, o guia foi nos explicando os pontos históricos de El Calafate, pudemos observar alguns animais - como o condor, emas, raposas - e vegetais típicos da região. Para contemplarmos a geleira Perito Moreno, percorremos varias escadarias que tem sempre bons pontos para visualização e para fotos. Há bastante turistas disputando cada espaço para fotos! Lembrei muito das escadarias de Foz do Iguaçu! Rsss. Em seguida, navegamos pelo lago e chegamos próximo da geleira. Muito show! Uma beleza espetacular e inesquecível. O passeio durou o dia inteiro. Em frente às escadarias há restaurante, banheiros, lojinhas etc. BARILOCHE (07 a 09/01/2018) Após o passeio pela maravilhosa Perito Moreno, no inicio da noite do dia 06 de janeiro, tomamos o ônibus da mesma empresa Marga as 19h e partimos para Bariloche. Foram quase 30 horas de viagem pela cordilheira dos Andes. A empresa oferece serviço de bordo e faz uma parada para almoço durante o percurso. Chegamos em Bariloche por volta das 23h do dia 07 e ficamos hospedadas no Alojamento Nevegal, que fica praticamente no centro da cidade. Bariloche dispensa comentários. Uma cidade encantadora, aconchegante, cercada de montanhas por lagos glaciares e que oferece diversas atrações de lazer. Fizemos um passeio de bonde que faz um tour de cerca de 1 hora pela cidade. O passeio iniciou na praça do Centro Cívico, percorreu por pontos turísticos e seguiu para alguns bairros onde encontravam-se exemplares de casas antigas. O passeio terminou em uma fábrica de chocolate artesanal, onde tivemos uma breve explicação sobre a fabricação do chocolate e pudemos degustar de chocolate quente e algumas barrinhas de chocolate. Uma pena não termos mais tempo para apreciar a cidade. Mas, retornarei para desfrutar mais dessa maravilhosa cidade que tem uma loja de chocolate em cada esquina! De fato, os chocolates de Bariloche são deliciosos. E sem falar que essas lojas são uma verdadeira atração turística! Rss. BUENOS AIRES (10 a 12 de janeiro) Na manhã do dia 09 de janeiro, continuamos nossa jornada terrestre para Buenos Aires, que durou um dia e uma noite de viagem. Chegamos na manhã do dia 10 na cidade portenha e ficamos hospedadas no Hotel Globales Republica, que se localiza em frente ao Obelisco, no centro da cidade. Ficamos três dias na capital argentina. Buenos Aires também dispensa apresentações, pois é bastante visitada. Nos três dias que ficamos em BA visitamos o jardim Japonês, o Rosedal, a Ricoleta, o bairro Boca, o Caminito e fizemos o passeio no ônibus turístico que tem bilhetes com validade de 24h ou 48h que dá o direito de descida e subida no ônibus quantas vezes o usuário quiser. Através do ônibus, visitamos diversos pontos turísticos e históricos. Também assistimos a um espetáculo de tango numa casa de show próxima ao hotel onde estávamos hospedadas. Enfim, Buenos Aires é rica em história, cultura, boemia, arte, gastronomia, beleza e resistência. E eu sou mais uma brasileira que com certeza visitarei mais vezes a Argentina!!! E assim, foi nossa aventura. É possível viajar para Ushuaia ou voltar de lá de ônibus, mas é uma viagem longa e cansativa. Afinal são mais de 3mil km de distancia de Buenos Aires. Quem tiver a coragem de ônibus (Rss) sugiro ir parando em uma ou duas cidades. A paisagem é muito linda, um espetáculo a parte. Espero ter contribuído e estou à disposição para esclarecer dúvidas, se houverem. Abaixo, o resumo do gasto mínimo que fizemos. Gastos em Ushuaia: · Passagem aérea de Buenos Aires a Ushuaia pela Latam: R$ 560,00 (tarifa de dezembro/2018 através da Skyscanner) · Hostel Monseñor Fagnano 592: 3 diárias: 180 dólares ou cerca de 6600 pesos argentinos (paguei 360,00 reais, valor total da diária dividido com minha amiga) · Passeios Parque Nacional Terra do Fogo e Expedição off-Road noturno: 4500,00 pesos argentinos (489 reais por pessoa) · Tarifa de entrada no Parque Nacional Terra do Fogo: AR$ 420,00 (45 reais) · Gastos com alimentação: em média 1000 pesos por dia, por pessoa (200 reais). · Táxi: 30 reais · Passagem de ônibus (Empresa Marga) para El Calafate: R$ 241,00. · TOTAL DE GASTOS: R$ 1925,00. Gastos em El Calafate: · Passeio para o Parque Nacional Los Glaciares: 1100 pesos argentinos (120 reais). · Tarifa de entrada no parque: 700 pesos (76 reais mais ou menos). · Navegação glaciar: 800 pesos argentinos (87 reais). · Hostel (duas diárias): 92 dólares ou cerca de 3360 pesos argentinos) (paguei a metade: 182 reais). · Gastos com alimentação: cerca de 600 pesos (65 reais) argentinos por dia (o hostel oferece café da manhã). · Táxi: 30 reais. · Passagem de ônibus para Bariloche (Empresa Marga): 4170 pesos argentinos (453,00). · TOTAL DE GASTOS: R$ 1013,00. Gastos em Bariloche: · Hostel (2 noites): 475,00 (paguei 238,00) · Alimentação, passeio: cerca de 150,00 · Taxi: 30,00 · Passagem de ônibus (Empresa Valle) para Buenos Aires: 3150 pesos (342 reais) · TOTAL DE GASTOS: 760,00. Gastos em Buenos Aires: · Hotel Bristol (1 diária-31/01/2018): 100.00 · Hotel (2 diárias): 95 dólares (190,00 reais por pessoa). · Passeio bus turístico: 990 pesos (107 reais por pessoa) · Ingresso show tango: 98 reais · Alimentação: 300 reais · Taxi/uber: 200,00 · TOTAL DE GASTOS: 995,00
  3. Oi Mirela. Sim é possível vc ir sozinha ao Atacama. Achei muito tranquilo. Eu voltei para Santiade ônibus. Foi um dia e uma noite viajando. Para ir ao Atacama fui de avião, como descrevi no relato.
  4. Sim, conseguimos e foi cansativo. rss. Pena que não deu tempo para ficar mais na região central do Chile. Mas, está nos planos futuros.
  5. Sim, o transfer no Atacama não é necessário reservar pela net. O que fizemos foi entrar em contato e agendar a hora da chegada para o agente nos pegar no aeroporto. Pagamos o transfer na chegada. Mas, o de Punta Arenas a Puerto Natales assim o fizemos com tudo confirmado por e-mail. Quanto ao dia em Puerto Natales, o dono do Hostel disse que naquele dia não tinha uma outra atividade a fazer na cidade a não ser trekking.
  6. Olá, galera da mochila!!! Estou de volta ao Mochileiros para descrever em um breve relato a viagem que fiz com amigos ao Chile entre os dias 05 a 19 de janeiro passado. O Chile é bastante visitado e os lugares que conhecemos dispensam relatos com muitos detalhes. Por isso me atentarei nos valores que pagamos nos passeios, nos hostels e nos registros fotográficos dessa aventura linda que fizemos da Rota do Deserto à Rota do Fim do Mundo. Primeiramente, como sempre, a viagem de avião começou em Manaus porque passagens com saída de Boa Vista custam simplesmente “os olhos da cara”! Conseguimos passagens com um preço bom de 1700,00 reais ida e volta, mas, já vi passagens com tarifas bem mais baixas, mas para outro período, fora da alta estação. Ao chegarmos em Santiago, seguimos direto para o Atacama, onde ficamos cinco dias por lá e aproveitamos bem os passeios naquele incrível deserto. Mas, antes, conferimos a cotação do dólar que estava 1 dólar para 600,00 pesos e 1 real corresponde a 165 pesos, mais ou menos. Pegamos o voo da Sky, cuja tarifa foi de 50,00 dólares. Já tínhamos reservado antes pela internet. Voo tranquilo com duração de 1h40min mais ou menos. Do aeroporto seguimos de van da empresa Lincancabur. Fizemos um contato com um agente e agendamos a hora da chegada para ele nos pegar no aeroporto. Pagamos o transfer na chegada que custou 12 mil pesos (A reserva pode ser pelo site da empresa http://www.translicancabur.cl/). A van nos deixou no Hostel Ayny com a primeira diária já reservada pelo Booking. Esse hostel oferece quarto compartilhado com banheiro e cozinha também compartilhados. Também tem opção para casais e quarto com banheiro e cozinha privativo. Ou seja, tem para todas as preferências e bolsos. No dia seguinte, depois de pesquisarmos os preços em várias agências, decidimos pela Lithium Adventures. Dos dez passeios que a agência oferece fechamos um pacote com sete tours, por 172 mil pesos ou 287 dólares por pessoa, que foi mais ou menos uns mil reais sem as tarifas de entradas. Abaixo, um resumo do roteiro que realizamos: 1º dia: Laguna Cejar (entrada: 17 mil pesos); 2º dia: Piedras Rojas e lagunas altiplanicas - Full Day (Entrada: 5500,00 pesos); 3º dia: Valle del Arcoiris e Petrogrifos (entrada no Petrogrifos: 3000 pesos e no Valle de la Luna: 3000 pesos). 4º dia: Gêiser del Tatio, Termas del Puritama e Tour Astronômico (entrada nos gêiseres: 10 mil pesos para estrangeiros e nas Termas del Puritama foram 9 mil pesos) 5º dia: Salar de Tara e Monges de la Pakana - Full Day. Todos os passeios são feitos de vans e guias bilíngues. No dia do passeio a Piedras Rojas, houve um protesto dos indígenas contra o impacto ecológico e ambiental causado pelo turismo e, portanto, não pudemos visitar a região. Assim, foram nossos dias no Atacama, um lugar belíssimo, maravilhoso, que é quente durante o dia e muito frio a noite. San Pedro do Atacama é uma cidade pequena com cerca de 10 mil habitantes e uns 200 turistas para cada um! Rss. Muito legal encontrar gente de várias partes do mundo e sempre com alguém se inicia uma grande amizade. Quero destacar a atenção dos guias. Todos maravilhosos. Mas o Nicolás Yaru foi o mais incrível de todos. Detentor de um vasto conhecimento da área, explicou com segurança como é a vida das pessoas que vivem no Atacama, seus costumes e suas necessidades básicas de sobrevivência no deserto. É bastante comunicativo e interativo com as pessoas e além do mais não se importa em tirar fotos para os turistas, pois sabe o melhor ângulo para uma excelente fotografia!! É o melhor guia do Atacama!! Depois desses cinco dias intensivos no Atacama, segui de ônibus para Santiago, pela Rota do Deserto. Foi uma opção minha para conhecer a realidade daquela região. O deserto chega a ser hostil em certos trechos e ao mesmo tempo imponente e lindo. A passagem do ônibus pela TurBus custou 49 mil pesos Depois de um dia e uma noite viajando, cheguei em Santiago e segui direto ao aeroporto, onde encontrei minha amiga para irmos a Punta Arenas, o outro extremo do Chile. De Punta Arenas seguimos para Puerto Natales, com transfer em ônibus da empresa Busur. Que também foi agendado e pago pela internet por 30 dólares ida e volta (https://www.bussur.com/). Depois de mais ou menos três horas de viagem, pela chamada Rota do Fim do Mundo, chegamos na rodoviária da gelada Puerto Natales. Tomamos um táxi até o Hostel Chamango, onde ficamos hospedadas em um quarto com banheiro privativo, por 24 mil pesos a diária. No dia seguinte, fechamos com a agência o único passeio que fizemos no lugar: Parque Nacional Torres Del Paine que custou 35 mil pesos por pessoa, sem almoço e a entrada no parque que custa 21 mil pesos. Uma dica que dou é de as pessoas levarem seu próprio almoço ou almoçar nos caríssimos restaurantes localizados dentro do parque. O passeio no Parque Nacional Torres Del Paine é lindo, com muitas paisagens belíssimas, é um local ideal para trekking, de fato. Nesse passeio, avistamos as Torres Del Paine por diversos miradores espetaculares, conhecemos o Lago Grey e visitamos a Cueva do MIlodón (entrada 5000 pesos). Agendamos um passeio de barco pelo Glaciar Balmaceda y Serrano, mas, chuva e vento nos impediram de sair do hostel. Foi uma pena, pois ficamos na pequena cidade de Puerto Natales praticamente sem fazer muita coisa alternativa nesse dia chuvoso. E, após três dias curtindo o frio e o vento da patagônia chilena, retornamos a Santiago para encontrar um casal de amigos que fizeram passeios alternativos pelas vinícolas chilenas, pois estavam com uma bebê de colo e depois visitamos uma amiga chilena que morou em Roraima um tempo. Assim passamos as férias no Chile. Presenciamos tantas belezas que foram uma recompensa à distância que percorremos, ao calor e frio que sentimos, e claro, ao investimento $$$$$$$$$$$$ necessário. Afinal de contas a Patagônia, principalmente, não é um dos destinos mais baratos para viajar na América Latina. A média de preços de hospedagem e alimentação pode assustar os viajantes mais econômicos. Um simples café com leite e pão com manteiga podem custar uns 36,00 reais! um almoço simples, uns 42 reais... Já no Atacama, como já citei, tem para todos os gostos e bolsos. Mas, valeu a pena. Elegi o Atacama como meus destinos preferidos. Mas, também fiquei muito encantada com a beleza da Patagônia. Valeu tanto a pena que eu vou voltar para conhecer outros destinos do fim do mundo. Já pensando na Argentina... rss Abaixo seguem algumas fotos do maravilhoso passeio ao Chile.
  7. Eu fui no inicio de julho, período em que o rio está mais cheio. Quando este está raso, não é possível a navegação, pois há muitas pedras. Foi o que o guia nos disse.
  8. Olá galera da mochila!!! Relato o passeio que fiz com amigos para a Bolívia no Carnaval de 2017 dando informações úteis e otimistas para aqueles que desejam chegar ao Salar de Uyuni e outras maravilhas bolivianas sem perrengues, gastando a partir de um valor bem razoável e viável para se hospedar em hotéis com quartos individuais, banheiro privativo e água quente e fazer os passeios durante o dia em um carro confortável, seguro, sem aperto, sem pressa nas paradas e com guia “gente fina”. (risos) A ESCOLHA DA AGÊNCIA PARA O PASSEIO Quando decidimos ir à Bolívia, lemos vários relatos de viajantes e mochileiros e ficávamos desanimados com o que contavam: pessoas se apertando em carros caindo aos pedaços, motoristas-guias ranzinzas, quartos coletivos de abrigos precários, banheiros coletivos sem água quente ou ter que pagar por ela etc. Raramente encontramos posts otimistas sobre o passeio em Uyuni. Sobre a viagem, primeiramente queríamos ir por Corumbá/MS, mas, em pesquisas por voos de Boa Vista a Campo Grande vimos que os preços estavam muito elevados e que a opção mais viável era ir por Rio Branco/AC, depois seguir para a fronteira (cerca de 240 km de Rio Branco) e na cidade boliviana de Cobija pegar um avião para La Paz pela BoA - Boliviana de Aviación (http://www.boa.bo) que tem saída diária para outras cidades bolivianas também. Sobre a agência, no mês de janeiro passado, fechamos o pacote para a Bolívia com a agência peruana Go2Inkas (http://www.go2inkas.pe), com quem fiz a Trilha Salkantay em julho de 2015, no Peru. Rodolfo, proprietário da agência, nos apresentou a proposta de passeios na cidade de La Paz (city tour, Calle de las Brujas, Valle de La Luna, Sitio Arqueológico de Tiwanaco) e na região do Departamento de Potosi (Salar de Uyuni, lagoas, vales rochosos, desertos, gêiseres, vulcões, entre outros) com 8 dias e 7 noites, entre os dias 24 de fevereiro a 03 de março de 2017. O valor acertado foi de 730 dólares (para um grupo de no mínimo 6 pessoas), incluídos ainda hotel em Laz Paz, translado aeroporto-hotel-aeroporto, passagens de ida e volta de ônibus de La Paz a Uyuni, hospedagens em Uyuni com banheiros privados, alimentação, água, transporte em carros 4x4 e entradas nos parques. Enviamos uma parte do dinheiro através do Western Union que foi recebido pelo Rodolfo sem problemas. Por este meio, enviamos também 207 dólares ao agente da Go2Inka em La Paz, Sr. Fausto Lopez, para que este comprasse antecipadamente nossas passagens de Cobija a La Paz, ida e volta, pela BoA, com partida para o dia 24 de fevereiro as 11h35min, no horário boliviano, e a volta para o dia 3 de março, às 10h da manhã. SAÍDA DE BOA VISTA/RR PARA LA PAZ Com tudo encaminhado, viajamos para Rio Branco no dia 23 de fevereiro passado, eu e uma amiga em voo da Tam e outra pela Gol. Em Rio Branco, outra amiga já nos aguardava, pois resolveu ir uns dias antes para conhecer a cidade. No grupo ainda foi um amigo, “o bendito entre as mulheres” (risos), que saiu de Humaitá, sul do Amazonas em seu carro particular e com quem viajamos até a fronteira Brasil x Bolívia. A sexta pessoa do nosso grupo desistiu. Saímos de Rio Branco no dia 24 de fevereiro às 7 horas da manhã – uma hora de atraso em relação ao horário que prevíamos sair. A rodovia tem trechos bons e trechos com muitos buracos. Por volta das 10h20min chegamos na cidade de Epitaciolândia (“colada” com a cidade de Brasileia) e fomos à Polícia Federal para registrarmos a saída do país. Na PF descobrimos que o fuso horário da Bolívia é diferente do Acre e que o voo que pegaríamos em Cobija sairia em alguns minutos! Nesse momento ficamos angustiados e corremos para Cobija na tentativa e na esperança do voo estar atrasado. Mas, tínhamos que passar na imigração boliviana e nosso amigo ainda tinha que ver um lugar para deixar seu carro com segurança... Tudo indicava que o voo estava perdido. (risos) Ao chegarmos no aeroporto de Cobija, descobrimos que o avião ainda não havia chegado e estava atrasado! Que Sorte!!!!!!!!!!!!! Com nossos bilhetes confirmados, a nossa preocupação foi com o carro do nosso amigo. Nenhum dos gerentes dos hotéis próximos do aeroporto quis se responsabilizar pelo carro nas garagens. E o estacionamento do aeroporto aparentava não ser seguro para deixar um carro por oito dias sozinho. Com os passageiros se preparando para embarcar, nosso amigo estava sem esperança e quase desistindo da viagem até que um mototaxista boliviano ofereceu seu quintal para guardar o carro por uma certa diária. Correndo contra o tempo, os dois saíram para deixar o carro e retornar ao aeroporto. (rss) Conseguimos embarcar no voo aos “quarenta e cinco minutos do segundo tempo”. Ou seja, só conseguimos chegar em La Paz nesse dia porque o voo estava muito atrasado (cerca de duas horas!). Foi muita sorte e todos os anjos estavam do nosso lado nesse dia (risos). Mas, é bom não contar com a sorte sempre e que fique de lição para nós. HOTEL E CÂMBIO DE MOEDAS O voo para a cidade de El Alto foi tranquilo e durou uma hora. El Alto é uma cidade metropolitana de La Paz que está a uma altitude de 4050m. No aeroporto estava Fausto nos aguardando com uma plaquinha de identificação! Fausto nos levou direto para o Hotel Eva Palace 3***, localizado no centro de La Paz. Um hotel aconchegante com quartos encarpetamdos camas de casal duplas, TV e frigobar em alguns quartos, próximo a lojas, feiras, praças, bancos, etc. Após acertarmos o restante do pagamento do pacote com Fausto e ele nos repassar a programação do dia seguinte, fomos procurar casas de câmbio para efetuarmos a troca de dinheiro. A cotação nesse dia estava o seguinte: 1 real por 2,16 bolivianos; e 1 dólar por 6,70 bolivianos. Almoçamos no terraço de um prédio com vista maravilhosa para a área central da cidade. Nesse primeiro dia em La Paz, sentimos um pouco de dor de cabeça, cansaço, mas, talvez a causa poderia ser a série de situações que vivemos nesse dia desde quando saímos de Rio Branco. Tomamos chá de coca após o almoço e depois fomos andar um pouco aos arredores do hotel. À noite demos um rápido passeio na Plaza San Francisco para prestigiar a abertura do carnaval por uma banda militar. CITY TOUR EM LA PAZ No segundo dia em La Paz, pela manhã, a guia Amara nos pegou no hotel de van e fomos visitar o Valle da Lua, que tem esse nome porque suas formações rochosas aparentarem o solo da Lua. Em seguida fomos conhecer uma parte do Teleférico de La Paz (Mi Teleferico), que tem 11 km de extensão e foi inaugurado em 2014 e é considerado o mais extenso do mundo. A título de informação, o teleférico venezuelano de Mérida é o mais alto alcançando uma altitude de 4765m. O Mi Teleférico liga La Paz (3600 metros de altitude) até a cidade de El Alto (acima dos 4000 metros). Há quatro linhas operando: Amarela (Amarilla), Vermelha (Roja), Verde e Azul (esta é recém-inaugurada). Demos uma volta no teleférico Verde, depois fizemos um city tour por diferentes pontos atrativos de La Paz, como Plaza Murillo, Palácio do Governo, Palácio Legislativo, Catedral Metropolitana entre outros. A título de esclarecimento, politicamente, La Paz é a sede dos órgãos executivo, legislativo e eleitoral, enquanto Sucre é a capital da Bolívia e sede do órgão judicial. La Paz é uma cidade de muitos contrastes: tem frio e calor é atual e ao mesmo tempo conservadora e é rica e pobre. É limpa e segura, de trânsito movimentado e um buzinaço ensurdecedor. As Cholas, mulheres que tentam manter a tradição indígena e estão por toda a parte envolta em tecidos de todas as cores alegram a cidade, se misturando aos bolivianos de terno e mulheres ligadas em moda atual. Em La Paz você encontrara uma rica vida cultural, importantes museus, igrejas, mercados e muitas outras atividades. Ao fim do tour, fomos almoçar num restaurante/pub próximo ao hotel e mais tarde fomos a um complexo de feira livre chamado Alasita, onde se tem de tudo: diferentes tipos de artesanato, restaurantes, parque de diversão etc. Enquanto isso, pelas ruas, a população pulava o carnaval, animadamente espirrando jatos de espuma uns nos outros. Até eu entrei na brincadeira!!! (risos). Achei o carnaval de La Paz genuíno, diferente e, claro, animado como todo carnaval. Havia até desfile de fuscas fantasiados!!! Muito legal!!! À noite, o comércio ainda estava aberto e aproveitamos para circular na Calle de las Brujas (Rua das Bruxas) e em outras ruas próximas ao hotel para fazer algumas compras. É um dos pontos turísticos mais visitados de La Paz. Lá são vendidos produtos indígenas que são usados na cultura dos Bolivianos, além das blusas, ponchos e roupas feitas de lã de alpaca, tecidos coloridos, objetos de prata, cerâmica, artesanato e uma imensidão de ervas, sapos e fotos de lhama dissecados. Esse mercado fica a poucos metros do Hotel Eva, onde ficamos hospedados. SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE TIWANACO E LAGO TITICACA No dia seguinte, fomos para o Sítio Arqueológico de Tiwanaco (também se escreve Tiahuanaco, Tiahuanacu e Tihunaco), Patrimônio Mundial da Unesco desde 2000, a 72 km de La Paz. É um passeio imperdível para quem visita a capital administrativa da Bolívia. Ir por conta também é possível. A viagem durou cerca de 1hora e visitamos os dois sítios arqueológicos e o Museu Nacional de Arqueologia de Tiwanaku. Tiwanaco está localizado a uma altitude de 3.850 m, um pouco mais alto que La Paz, fica próximo à margem do Lago Titicaca, mas do sítio arqueológico não é possível avistá-lo. A guia Amara nos contou a história da cidade de Tiwanaku, a capital de um poderoso império pré-hispânico que dominou uma grande área do sul dos Andes entre 1500 a.C. a 1000 d.C. e com o seu apogeu alcançado entre 500 e 900 d.C. Tiwanaku desempenhou um papel de liderança no desenvolvimento da civilização pré-hispânica nos Andes. Por isso, a visita ao sítio arqueológico de Tiwanaku é importante para entender também sobre a civilização Inca e encontrar semelhanças entre os dois impérios. No Museu de Arqueologia de Tiwanaku estão peças de cerâmicas, metais e cestaria descobertas na área do sítio arqueológico. O sítio arqueológico é composto por uma série de estruturas arquitetônicas de diferentes períodos, como o Templo Semi-subterrâneo, o templo de Kalasasaya, pirâmide de Akapana, Pirâmide de Pumapumku. A pirâmide de Akapana e a Porta do Sol são os maiores destaques. O outro sítio visitado no bilhete é Puma Punku, que não tem as construções tão bem preservadas quanto Tiwanaku mas é interessante para observar as estruturas arquitetônicas da civilização, como, por exemplo, o encaixe das pedras e como usavam metais para fortalecer as construções. No fim da visita às ruínas, fomos almoçar no terraço de um hotel, lugar muito agradável com vista para o Sitio Arqueológico. Fizemos um pedido a Amara para visitarmos uma parte do Lago Titicaca já que teríamos um tempo livre antes voltarmos a La Paz. Ela conversou com o motorista da van e ele concordou em nos levar o mais próximo possível do lago. No fim da tarde, voltamos para La Paz e enfrentamos um quilométrico engarrafamento por conta de ruas fechadas para o carnaval. Mas, não atrapalhou nossa chegada ao hotel para pegarmos nossas mochilas e partirmos para Uyuni. VIAJANDO DE LA PAZ PARA UYUNI A distância entre La Paz e Uyuni é de cerca de 550 km. Viajamos no ônibus da agência Todo Turismo (http://www.todoturismosrl.com) que partiu às 21h de La Paz e chegou por volta das 6 horas em Uyuni. A viagem foi tranquila e sem contratempos. Os ônibus da agência são relativamente novos e limpos com banheiro interno. As poltronas reclinam bem, têm encosto para os pés e mesinha de refeições. Há travesseiros e cobertas disponíveis, wi-fi (mas só funciona mesmo na parte inicial da viagem), serviço de bordo com janta, café, chá de coca, chocolate e desjejum com iogurte e biscoitos, embalados de forma padronizada com a logo da agência. O ponto de descida dos passageiros foi no escritório da referida agência em Uyuni, que por sinal é bem confortável, tem espaço para espera de ônibus, banheiro, lojinha de souvenir, wi-fi e chá de coca. Dona Rosa, nossa agente em Uyuni, nos recepcionou e nos levou para um local onde funciona sua agência, a Expediciones Incahuasi (http://www.expedicionesincahuasi.com), para deixarmos as mochilas e, em seguida, tomar um café da manhã num local bastante movimentado por turistas. Ali encontramos uma brasileira do Rio de Janeiro que acabara de chegar na cidade e estava aguardando seu companheiro que tinha saído para ver hotel e pacotes para o Salar em valores mais em conta. Depois voltamos para a agência de D. Rosa para aguardar os guias e iniciar nosso passeio que foi realizado em dois jipes 4×4 com capacidade para 6 pessoas cada um, além do motorista-guia. Um padre polonês entrou no nosso grupo que também tinha uma cozinheira especial, dona Bete. (Como se vê, nem sempre são os próprios motoristas que cozinham). Nossos motoristas-guias se chamavam José Carlos e Alex. Os dois foram muito atenciosos e prestativos conosco. José Carlos só não nos acompanhou no Salar, pois neste foi outro guia. A respeito de Uyuni, esta é uma cidade no departamento de Potosí, na Bolívia, capital da província Antonio Quijarro. Situada numa aérea de deserto, é pequena e rústica e muito movimentada por turistas de várias partes do mundo. É o ponto de partida mais frequente para a visita ao circuito de desertos e lagoas coloridas nessa região da Bolívia. Uyuni se encontra a 219 quilômetros da cidade de Potosí e aproximadamente 310 quilômetros de Oruro. Tem uma altitude de 3.676m e uma população aproximada de 11.320 habitantes. A temperatura média anual é de 10 graus com uma baixa precipitação e radiação solar intensa. CEMITÉRIO DE TRENS E SALAR DE UYUNI Uyuni é também um importante entroncamento ferroviário no meio do deserto por onde passam trens que exportam minérios para países vizinhos. Por isso, a primeira parada foi no Cemitério de trens, onde centenas de turistas se divertiam escalando as carcaças abandonadas ao lado da linha férrea. Estas locomotivas foram utilizadas no transporte de minério até a costa do pacífico, no início do século XX. Com a segunda guerra e o declínio do comércio, os trens foram abandonados no meio do deserto, criando um “cemitério”. Depois, seguimos para o vilarejo de Colchani, importante centro de extração e processamento de sal, com uma capacidade de produção de quase 20.000 toneladas por ano, dos quais 90% es destinado al consumo humano, segundo informações obtidas no local. Também se caracteriza por confecção de artesanato de sal. Tanto que na entrada da cidade há várias bancas e lojinhas que vendem artesanatos. Nossos guias nos deram vinte minutos para irmos ao banheiro ou fazer compras. Depois do tempo estimado, seguimos para o Salar e simplesmente foi tudo aquilo que imaginávamos e muito mais. A primeira parada no sal é fantástica e não tem como não tocá-lo e tirar fotos e mais fotos. Nossos guias nos deram botas de borracha para usarmos com a intenção de proteger nossas roupas. O Salar de Uyuni tem uma extensão de cerca de 12.000km² e é conhecido como o maior deserto de sal do mundo. Fica localizado no sudoeste da Bolívia, próximo das cidades de Uyuni e Potosí, distante cerca de 600 km de La Paz e com 3.663m de altitude. O Salar foi, há milhares de anos, um lago de água salgada que secou em um processo lento e resultou na paisagem no deserto que se vê hoje. A maior parte do ano o Salar fica seco, mas, tivemos a oportunidade de visitá-lo no período chuvoso (verão) e encontrá-lo alagado. Foi um espetáculo inesquecível! Alagado, o Salar é como um espelho que, reflete o céu, as nuvens e até as estrelas durante a noite. Numa certa parte do Salar, há um monumento do famoso RALLY DAKAR que tem passado por ali nos últimos anos. Mais adiante tem um antigo hotel de sal que está desativado e virou um museu, o Museo Hotel de Sal Playa Blanca (Por questões ambientais é proibido hotéis dentro do Salar). Não é cobrado taxas para entrar no museu, mas pode-se consumir alguma coisa. Eles vendem água, refrigerantes, bolachas, etc. Nosso consumo foi a ida ao banheiro que é pago. Ao lado do hotel fica o famoso monumento com bandeiras de vários países. Depois de ficarmos à vontade para conhecer o local e, claro, tirar fotos e mais fotos. Testemunhamos até um casamento sendo realizado naquele momento. Almoçamos ali mesmo, no meio do Salar, diante de uma paisagem espetacular. Inesquecível! Foi-nos servido linguiças e carne de lhama fritos, quínoa e legumes cozidos, além de frutas, refrigerantes e água. Depois do almoço, nos despedimos do Salar passando por amontoados e blocos de sal que estavam sendo preparados para a refinação. Voltamos para Uyuni para troca de um dos guias, inclusive de carro também. Com isto, infelizmente não tivemos tempo para retornar ao Salar e visitar a região dos cactos gigantes. Fica para a próxima. Partimos rumo a San Juan de Rosário, na região sul da Bolívia para janta e descanso. Durante a viagem para San Juan, observamos uma paisagem singular, linda e encantadora. Nos campos havia vários grupos de vicunhas e lhamas. E por falar em vicunhas, de longe elas se assemelham a veados, mas são camelídeos andinos ameaçados de extinção e cuja caça foi proibida, segundo o guia José Carlos. Chegamos no povoado de San Juan no fim da tarde e logo fomos acomodados no Hostal de Sal Los Lipez (https://www.facebook.com/turismoseldesierto). Nesse hostal, tudo é feito de blocos de sal: paredes, piso, a base da cama, mesinhas de apoio. Muito interessante!!! Ficamos em quartos com camas duplas e banheiro privado e água quente. Mas, esse hostel oferece também quartos com até 6 ou mais camas e banheiros coletivos. O vilarejo de San Juan se compõe de casas com vários albergues turísticos e foi um dos pioneiros a investir na atividade turística na região, além disso, seus habitantes vivem do cultivo de quínua e da criação de lhamas, entre outras atividades. Depois de nos acomodar nos quartos, a equipe nos serviu um lanche contendo café, chá, biscoitos, chocolate. E no jantar nos foi servido uma sopa como entrada e depois carne com legumes. SALAR DE CHIGUANA, LAGOAS CAÑAPA, HEDIONDA E HONDA No dia seguinte, após um bom café da manhã, às 7 horas e com uma temperatura de 4 graus segundo o guia José Carlos, seguimos nossa viagem pela rota das lagunas altiplanas, com destino final a lagoa Colorada. No trajeto observamos o Salar de Chiguana, na fronteira com o Chile avistamos o vulcão semiativo conhecido como Ollague e depois fomos para um mirante para uma melhor visão dele. Em seguida, passamos pelas Lagunas Cañapa, Hedionda, Honda e outras. Nestas lagoas, os inúmeros flamingos rosados compartilhavam o espaço com outras aves andinas, dando um charme especial à paisagem. Almoçamos na laguna Hedionda. Neste local havia banheiros ecológicos ou banheiros secos e por 15 bolivianos a internet era liberada por 20 minutos. RESERVA NATURAL DE FAUNA ANDINA EDUARDO AVAROA – ERA Continuando nosso circuito, entramos a Reserva Natural de Fauna Andina Eduardo Avaroa (http://boliviarea.com/ES/) localizada no extremo sul de Potosi, na fronteira com Argentina e o Chile. A Reserva Eduardo Avaroa (REA) ocupa a região vulcânica da cordilheira ocidental com uma superfície de 7.147 Km² e altitude que oscila entre 6.000 e 4.200m. Nessa região administrada pelo SERNAP (Serviço Nacional de Áreas Protegidas), a Bolívia mostra um lado selvagem apresentando uma geografia de cenários surreais, uma fauna se mostrando sem timidez e uma vegetação com plantas milenares. Os pontos mais visitados na região são: Árbol de Piedra, Sol de Mañana, Polques, Valle de Dalí, Avifauna, Laguna Colorada e Laguna Verde. As ameaças sobre a REA provêm de atividade de mineradoras dedicadas à exploração de Bórax, dos impactos negativos do turismo não regularizado, as intenções de explorar energia dos poços geotérmicos (por exemplo no Sol de Mañana), entre as mais importantes. DESERTO SILOLÍ, LAGOA COLORADA, ARVORE DE PEDRA Atravessamos o deserto Silolí (Pama Silolí) situado a 4550 m de altitude e por onde transcorrem algumas etapas do rally Dakar. Considerado como parte do deserto de Atacama (o deserto mais árido do mundo), o deserto de Silolí é caracterizado pelas suas formações rochosas, resultantes dos fortes ventos que a região tem. No trajeto, em uma parte de cânions, visualizamos uma vizcacha, espécie de roedor parecido com um coelho. Falando em animais, vimos também, além das vicunhas e aves, a fox, a raposinha do deserto. Muito fofinha!! rsss Na famosa Árvore de Pedra (Árbol de Piedra) e outras diferentes esculturas rochosas que a rodeiam, a beleza é cinematográfica. Essas impressionantes rochas foram lançadas a grande distância pelos vulcões e depois o vento e as condições extremas do lugar foram modelando pouco a pouco as enormes pedras. A Arvore de Pedra, que tem 5 metros de altura, é um dos ícones da reserva e foi declarada Monumento Natural da Bolívia. A força do vento no local é impactante, podendo chegar a 70 km/h. E o frio é de ranger os dentes! Não demoramos muito neste lugar pois a forte ventania e o frio nos incomodava um pouco. Seguimos nosso trajeto para a laguna Colorada a 18km dali. A laguna Colorada se encontra a uma altitude de 4278 metros, é a maior da região com uma extensão de 60 km e com profundidade de 80 cm mais ou menos. A laguna tem uma singular cor vermelha intensa e brilhante devido aos pigmentos de algas microscópicas vermelhas e sedimentos que muda a intensidade ao longo do dia. A lagoa se encontra rodeada por salares, vulcões nevados e águas termais. A paisagem é um espetáculo! Seguimos nossa viagem para janta e pernoite no acampamento de Huayllajara, que fica a 15 minutos dali. As acomodações no acampamento de Huayllajara são básicas. Eu e minhas amigas dividimos um quarto com quatro camas e banheiro privativo, mas também há a opção de quartos com mais camas e banheiros coletivos. O acampamento estava lotado de turistas. Fizemos um lanche reforçado e logo em seguida jantamos carne de lhama com purê de batatas. Depois do jantar tomamos um bom vinho boliviano para comemorarmos o maravilhoso passeio. Esse lugar é bastante frio. José Carlos disse que as temperaturas frequentemente ficam abaixo de zero grau. GÊISERES, ÁGUAS TERMAIS, DESERTO DE DALI, LAGUNA VERDE E VALE DAS ROCHAS Dando continuidade ao nosso circuito, no dia seguinte o passeio começou às 5 horas da manhã para podermos visualizar melhor o volume dos gêiseres que ocorre sempre antes das 6h. Vários outros grupos também fizeram o mesmo. O Sol da Manhã é uma das áreas mais altas da região com quase 5000 m de altitude. O lugar se caracteriza pela presença de crateras que produz uma constante atividade vulcânica desprendendo-se gases de enxofre e poços que produzem emissões verticais de vapor de agua que alcançam alturas de 10 a 50 metros normalmente e excepcionalmente de 80 até uns 200 metros de altura. De maneira prudente, os visitantes podem se aproximar até a uma certa distância para sentir a temperatura dos gêiseres. Primeiro visitamos os gêiseres artificiais e depois outros gêiseres originários de vulcões. Continuando o percurso, seguimos para Águas Termais de Polques para fazermos o desjejum e visitar a laguna Verde e o espetacular Deserto de Dalí. O Deserto de Dali é uma encosta de areia com pedras de formatos surreais e de montanhas de cores vibrantes. Os tons de cores das montanhas que cercam o deserto se dão devido aos minerais contidos na região advindos de atividades vulcânicas e energia geotérmica do lugar. Esse deserto se encontra a uma altitude média de 4750m e tem uma superfície aproximada de 110 km² e leva o nome do pintor espanhol devido as formações rochosas assemelharem-se com as paisagens dos quadros de Salvador Dalí. A laguna Verde é linda demais! A lagoa tem uma superfície aproximada de 17 km², localiza-se aos pés do imponente Vulcão Licancabur (5.868 m de altitude) e sua cor se deve pelo elevado teor de arsênio e cobre. A intensidade da cor verde da água depende do vento e no caso de não existir o vento é possível ver o reflexo do vulcão na Lagoa. O vulcão Licancabur indica o limite natural entre Bolivia e Chile. Sobre as Águas Termais de Polques, estas são resultados de atividades vulcânicas, a temperatura varia de 28 a 30 graus. Acredita-se que a grande quantidade de minerais presente na água pode aliviar sintomas de artrites e reumatismo. Finalizando o passeio, voltamos para Uyuni sempre nos deparando com paisagens incríveis. Vimos uma área com produção do Bórax e como isto avança pelo deserto. Almoçamos no Valle das Rocas, outra região com gigantes formações rochosas. Neste local uma espécie de planta conhecida como yaretas (Azorella compacta), que de longe parece um musgo gigante, chama a atenção. Essas plantas são antigas e algumas estão na região há milhares de anos. Após o almoço, visitamos uma cidade chamada San Cristobal, uma histórica cidade mineira. E por fim, ao chegamos no escritório da agência de dona Rosa, despedimo-nos dos nossos guias e depois fomos apreciar uma pizza como cortesia de D. Rosa. Nosso ônibus para La Paz partiu as 20h. FIM DA VIAGEM Chegamos cedo em La Paz e Fausto Lopez já estava a nossa espera. Chovia na cidade e fomos direto para o Hotel Eva. Quando a chuva passou, eu e uma amiga saímos para tomar café próximo à feira Alasita. A intenção foi de fazer comprar na feira, mas as tendas estavam fechadas. No local fomos informados de que quando chove na cidade, a feira não abre. Ou, dependendo do tempo de duração da chuva, pode abrir no mais tarde. Então, resolvemos voltar para o comércio próximo ao hotel para fazer as compras. E assim foi o nosso penúltimo dia em La Paz. Na manhã chuvosa do dia 03 de março, Fausto prontamente nos levou para o aeroporto, dessa vez não tivemos sustos!! rss. Em Cobija, meu amigo foi buscar seu carro na casa do mototaxista. Mas, fronteira estava fechada devido a uma manifestação. Quando a passagem foi liberada, resolvemos almoçar em Xapuri e conhecer um pouco a cidade. Depois seguimos para Rio Branco onde ficamos hospedados na casa de um amigo até o dia do voo de volta para nossas cidades. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASSEIO NA BOLIVIA Nosso passeio transcorreu de maneira pontual, rica de informações e que nos permitiu conhecer paisagens muito lindas como se fossem um quadro pintado de tão perfeitas que são. Quando se visita o Salar de Uyuni, por exemplo, normalmente se faz um passeio que abrange várias paradas, e apenas uma delas é o Salar propriamente dito. Ao longo do trajeto as paisagens são distintas e sempre surpreendentes. Nos deparamos com lagos coloridos cheio de flamingos e outras aves, gêiseres em pleno funcionamento, uma enorme lagoa com águas avermelhadas, montanhas, vulcões, pedras esculpidas pelo vento, animais silvestres e cenários que parecem como um oásis no meio do deserto. O passeio é, sem dúvidas, lindo e impressionante. Diversas agências turísticas oferecem o passeio ao Salar de Uyuni e outras atrações na região. O passeio tradicional é feito em carros tracionados, com capacidade para 6 passageiros cada, fora o motorista, que podem ser compartilhados com diferentes pessoas ou não. Ao longo da viagem, o motorista pode ser, além de condutor do veículo, cozinheiro, guia, mecânico e qualquer outra coisa que as necessidades exijam. Vale a pena incluir La Paz no roteiro. A cidade, que é a capital administrativa da Bolívia, tem diversas atrações para todos os gostos. É possível também fazer trekking na região de San Juan do Rosário e em outras localidades. Há um circuito de bike que os mais aventureiros podem realizar. As agências oferecem desde a bicicleta às vestimentas apropriadas. O lago Titicaca é outro passeio imperdível e pode ser visitado principalmente por Copacabana. Enfim, na Bolívia tem para todos os gostos! Visite Bolívia. Por fim, agradeço ao Rodolfo Hermoza por mais uma viagem linda e inesquecível, aos agentes Fausto Lopez e Rosa por serem muito prestativos e atenciosos, à guias Amara e aos guias José Carlos e Alex pelas excelentes informações sobre os pontos que visitamos e por parar os carros sempre que solicitávamos para fazer fotos, à cozinheira D. Bete, que preparava deliciosos pratos e me fez até comer a carne de lhama e foi uma delícia! Às amigas Elizene, Amanda e Roseli e aos amigos André pela coragem e determinação e ao Fábio e sua Sandra por mais uma acolhida em sua casa em Rio Branco, sendo mais uma vez apoio para nossas aventuras pelos lados de lá e a Deus por ter nos guiado nessa aventura de conhecer outras realidades e paisagens naturais. Foi um passeio inesquecível. O QUE LEVAMOS PARA UYUNI - uma garrafinha de água; - Protetor solar; - Óculos de sol; - Boné ou chapéu; - Toalha; - Papel higiênico; - Roupas de frio: segunda pele, casaco corta-vento, gorro, cachecol e luvas; - Tênis ou calçado de trekking; - Hidratante para o corpo, rosto e boca (principalmente); - Escova e pasta de dente; - Lenços umedecidos; - Mochila cargueira; - Remédios de uso costumeiro; - biscoitos, barras de cereais, chocolate, castanhas, etc.
  9. Oi Talita. Que bom que gostou das dicas. Um final de semana dá para conhecer várias cachoeiras e ainda subir o platô, em em cinco horas ida e volta. No feriado prolongado dá para conhecer o local com mais tranquilidade. Para acampar procure o Platô 2112, do amigo Joaci Luz, um excelente local para conhecer pessoas novas e curtir a natureza. Ou se preferir, há outros espaços como pousadas e diversas áreas de camping na vila. Abraços.
  10. Há quem vá de veículos tracionados, quadriciclos, motos e bicicletas, mas, um grupo de treze trilheiros e trilheiras ousou realizar a pé o percurso que os aventureiros off-road fazem à Serra do Sol (Uei-Tepui ou Wei Tepui, na língua dos Pemóns), uma imponente montanha de 2.150 m de altitude cortada pela linha de fronteira entre o Brasil e a Venezuela, a menos de 30 km ao sul do Monte Roraima. A rota alternativa à trilha da galera do 4x4 foi marcada pelas pegadas dessa turma nas pedras e nos capins, subindo e descendo serras e montanhas, atravessando rios, riachos e igarapés, contemplando a natureza, admirando animais silvestres e pernoitando ao lado de belas cachoeiras, em um percurso de 102 km de ida e volta em oito dias, entre os dias 02 a 09 de Abril passado, partindo da comunidade de São Camilo de Kukenan, cerca de 1 hora de Santa Elena de Uairén, dentro do Parque Nacional Canaima. Esta história conto em detalhes a seguir. Cada vez que se executa uma aventura a próxima já está sendo pensada, desejada e planejada. Foi o que aconteceu quando, no Carnaval de 2015, estivemos no Monte Roraima e de uma de suas “janelas”, próximo à gruta Quati, avistamos a Serra do Sol que, no território brasileiro, no município do Uiramutã, é o limite da polêmica área indígena denominada Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (TIRSS). A TIRSS é uma área homologada pelo governo federal em abril de 2005 situada no nordeste do estado Roraima, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu, Miang e a fronteira com a Venezuela, e destinada à morada permanente dos povos indígenas macuxi, wapixana, ingaricó, patamona e taurepang. Quando admirávamos a beleza singular da serra do alto do Roraima, o guia Juan Pablo nos disse que era possível fazer uma trilha para aquela região e que ele mesmo poderia guiar os interessados. Assim, manifestamos interesse em realizá-la um dia. Um ano se passou e a oportunidade de conhecer a Serra do Sol foi se tornando realidade. Entrei em contato com o Juan Pablo para verificar se realmente havia a possibilidade de fazer a trilha, acertar a data de ida e volta e outros detalhes como valores do trekking. Porém, ficava a dúvida se os Ingaricós, povo que habita a região da Serra do Sol, permitiriam nossa estada na serra. Juan Pablo esclareceu que não iriamos ultrapassar os limites fronteiriços e que faríamos a trilha apenas pelo lado venezuelano, dentro do Parque Nacional Canaima, sul da Venezuela. Numa consulta ao mapa da região pelo Google Maps constatamos que a Serra está localizada entre os dois países separados por marcos de concreto no alto da serra. Depois, fomos informados pelo amigo Roberto Félix que o entorno da serra, no lado venezuelano, é bastante frequentado por clubes off-roads venezuelanos e brasileiros; que no fim de 2003, chegaram lá os primeiros brasileiros em motos próprias para trilha, que inclusive ele próprio já fez essa aventura de moto e postou alguns vídeos no You Tube. No final ano de 2012, foi a vez de ciclistas brasileiros fazerem história como o primeiro grupo a fazer o percurso de bike. Após as informações iniciais, montamos o grupo com seis amigos de Manaus e sete de Boa Vista: Gracie, Ana Elene, Dorinha, Roberto, Sanderson, Wanessa, Rozangela, Enoque, Jacielen, Sarah, Franco e Daniel. Dona Ana foi a mais experiente do nosso grupo, com 65 anos, e a maioria com experiência em trilhas (Monte Roraima, Salkantay, Santiago de Compostela e outras). Assim, arrumamos as mochilas e viajamos de Boa Vista no dia 1º de abril para Pacaraima (cidade fronteiriça com a Venezuela) onde Juan nos encontrou após o almoço e nos levou para a comunidade pemón São Camilo de Kukenan, distante cerca de uma hora de Santa Elena. São Camilo de Kukenan, segundo informações obtidas no local, é uma comunidade nova, pois há sete anos os indígenas se mudaram para aquele local. O acesso se dá pela única rodovia conhecida como Troncal 10, que liga Santa Elena a outras cidades venezuelanas, depois de uns 20 minutos mais ou menos, virar à direita em frente à uma placa que informa o início do Parque Nacional Canaima e seguir em frente por uma estradinha de terra por mais ou menos 40 minutos. Ao chegarmos à comunidade, pagamos uma taxa de entrada no valor de dois reais e depois Juan reuniu o grupo para apresentar a equipe de porteadores e cozinheiros que seguiriam conosco na trilha, e apresentou seu irmão José e seu cunhado Carlos, nossos guias. Juan enfatizou que, por não ter registros oficiais, seríamos o primeiro grupo a realizar um trekking à Serra do Sol. Ele próprio disse que era a primeira vez que fazia uma caminhada com um grupo para a serra, assim como para sua equipe tão acostumada com o Monte Roraima. Mas, que conheciam bem essa região habitada pelo seu povo pemón e outras etnias. Juan informou que não poderia guiar-nos nessa trilha por problemas familiares e assegurou que Carlos conhecia a rota para a serra e destacou, ainda, que a trilha é diferente da do Monte Roraima, primeiro porque não haveria fluxo de pessoas indo ou vindo, ou seja, somente nós estaríamos nesse trajeto, mas que poderíamos cruzar com jipeiros a qualquer momento, e segundo porque havia trechos com ausência de trilha marcada e outros com subidas e descidas, algumas bastante íngremes, muitas cachoeiras e que atravessaríamos o rio Arabopó cinco vezes na ida. Ele explicou o tempo de caminhada, alimentação, carregadores particulares etc e fez uma previsão de chegada ao conhecido acampamento denominado Milênio no quarto dia de caminhada. Depois desse briefing, fomos tomar banho em um riacho próximo à comunidade, para depois jantar e descansar. No dia seguinte, 02 de abril, após o desayuno (desjejum) iniciamos a caminhada com estimativa de 7 km em 4-5 horas mais ou menos. O destino final desse primeiro dia foi a cachoeira Morok Meru, no rio Kukenan, com uma parada no salto Rue (Lue) Meru após as duas primeiras horas de caminhada para um lanche e banho de cachoeira. Assim que chegamos no riacho Rue (Lue) descobrimos um pé de mangueira carregada de saborosas mangas maduras na margem direita do riacho. Inacreditável que ali no meio do lavrado, encontraríamos uma mangueira, tão comum em Boa Vista. Os rapazes do grupo subiram nela em um pulo para colhê-las e só sobraram as que estavam no topo da árvore pois não tinha como pegá-las. Como estavam deliciosas!!! (risos). Situada à margem direita do rio Kukenan, a Rue (Lue) é uma cachoeira alta de mais ou menos 100 m de altura formada a partir do riacho Rue (Lue) de água transparente e de temperatura agradável. Seu muro é formado por pedras quadrangulares que dão a impressão de terem sido uma fabricação humana. O guia José disse que lue (rue) é um tipo de bambu fino e comum na região e antigamente era usado pelos habitantes do local para fazer apitos ou para degustar mel das colmeias. A descida para a base dessa cachoeira é bastante íngreme, mas vale a pena, a paisagem é espetacular. Bem, depois de desfrutarmos das mangas, da melancia e da cachoeira, seguimos nossa jornada por um caminho que segue até o destino final do primeiro dia de caminhada. Cruzamos o rio Kukenan e ali na sua margem esquerda foi montado o primeiro acampamento. Ao chegarmos tivemos um almoço e logo fomos desfrutar da cachoeira Morok Meru. Logo em seguida caiu uma forte chuva que deixou a cachoeira mais caudalosa, barrenta e com correnteza mais forte. Passada a chuva, aproveitamos o resto da tarde para alongamentos, fotos da paisagem, soneca, etc. A Morok Meru é uma cascata não muito alta, com uma altura aproximada de 20 metros, mas de notável formosura. Formada por duas cachoeiras, o Ivarkararima e Arasa, à direita na base entre os dois saltos apresenta uma formação rochosa que os indígenas dizem que é um macaco que foi deixado petrificado por uma falha que ele cometeu, condenado para sempre para preservar e proteger este lugar fantástico. No segundo dia de caminhada, sempre após um bom café da manhã, fizemos uma caminhada de 14 km que durou cerca 7 horas. Em alguns trechos havia trilha, em outros não. O fato de não haver trilhas ou estar escondidas pelo capim, faz com que o risco de se perder seja grande. Assim, tivemos sempre o cuidado seguir os guias. Então na ida, os últimos sempre estavam com o guia José e os mais ligeiros iam na frente com o Carlos. Nessa parte da trilha havia algumas descidas e subida duras que exigiram esforço físico e muitos trechos planos. A cada esforço feito nas subidas éramos compensados por belíssimas paisagens das colinas, dos buritizais e do vale do rio Arabopó. Logo chegou o momento de atravessamos pela primeira vez o Rio Arabopó. Este rio nasce a partir da junção de várias nascentes no Monte Roraima e percorre paralelamente à fronteira com o Brasil, serpenteando colinas formando belíssimas cachoeiras até encontrar o rio Kukenan. Suas águas são límpidas e de temperatura amena que são um convite para um mergulho. Após a travessia do rio fizemos um lanche na margem esquerda, e logo, em vinte minutos, já estávamos no segundo acampamento, na cachoeira Kae Meru (conhecida como K Meru), no Arabopó. A cachoeira K, com mais de 30 m de queda d'água, é tão bela quanto as duas primeiras que conhecemos e seu atrativo é uma praia que se forma às margens do rio quando este não está tão abundante. A equipe do Juan teve o cuidado de colocar nossas barracas em frente a essa cachoeira o que nos proporcionou um visual deslumbrante. E, depois de horas de caminhada sob forte calor, passar a tarde relaxando na cachoeira e dormir com o som dela foi uma cantiga de ninar para nossos ouvidos. A K Meru é um dos destinos obrigatórios dos jipeiros/motoqueiros/cilcistas. Pode-se notar pela quantidade de lixo deixado aos arredores daquele paraíso. Papéis higiênicos, latas de cervejas, garrafas pet, peças de carros e até uma lataria de carro capotado (!) é o que mais se via. Penso que os nossos colegas de trilhas têm mais espaço para seu lixo nos seus carros do que em nossas mochilas. Tivemos o cuidado de colocar o papel higiênico e todo o lixo que produzimos num saquinho e levamos sempre conosco em nossas mochilas para descartá-lo em lugar apropriado quando havia a oportunidade. Cadê a consciência ambiental dessas pessoas? Gostam de ir a lugares bonitos, paradisíacos, mas preservar que é bom, nada! Ou pensam que vai ter um serviçal só para juntar o lixo feito por eles? Ou que a natureza vai reciclar esses poluentes num passe de mágica?? Ficamos indignados quando vimos uma cena de poluição contrastando com uma cena de rara beleza. No terceiro dia de jornada, iniciamos o percurso com uma subida bastante íngreme, mas, com cuidado conseguimos vencê-la e seguimos por um trecho mais plano. Atravessamos duas vezes o rio Arabopó e, após a segunda travessia, fizemos uma pausa para descanso, mergulho e almoço. Essa parte do percurso teve uma distância de 17 km com duras subidas e descidas. Caminhamos cerca de oito horas até uma parte do vale do Arabopó com uma belíssima corredeira e que desse ponto já podíamos avistar o cume da Serra do Sol. Chegamos nesse acampamento no fim da tarde muito exaustos, pois foi uma caminhada pesada e com muito Sol nas costas. Apesar de estarmos próximos, não seguimos a trilha dos carros porque essa rota faz um ziguezague nas colinas e 1 km em linha reta significavam 3 km de distância. Então, uma hora a gente seguia a estradinha e outra hora cortávamos essa rota. Nesse percurso tivemos uma companhia indesejável e indigesta: os borrachudos e os mosquitinhos que os indígenas chamavam de lambe-lambe (risos), atraídos pelo nosso suor. Rss. No quarto dia, continuamos a caminhada numa parte mais de descida e poucas subidas, com travessia do caudaloso salto do Arabopó. Como de costume, não deixamos de usufruir de momentos de lazer. Mergulhamos nas águas do rio e descemos para a base da cachoeira. Banho delicioso que refrescou o corpo e a mente! Após uma hora de desfrute da cachoeira, continuamos nossa expedição numa área mais plana com visual espetacular dos 4 tepuis: Kukenan, Monte Roraima, Wei-Assipu Tepui (Monte Roraiminha) e Uei-tepui, nossa magnifica Serra do Sol. Enquanto Kukenan, Roraima e Roraiminha "disputam espaço entre si", a Serra do Sol destaca-se na imensidão do lavrado numa visão mais privilegiada da cadeia de Tepuis do setor oriental do Parque Nacional Canaima. Cerca de 13 km percorridos em 4h de caminhada incluindo a parada no Salto Arabopó e outra travessia do mesmo rio (a quinta) chegamos ao acampamento denominado Milênio (porque foi construído na virada do ano de 1999 pelos praticantes off-roads). Neste local, que está a uma altitude de cerca de mais 1.100 m, estava um grupo de 4x4 da Venezuela que nos deu as boas-vindas. Eles tentavam continuar a trilha pelo lado brasileiro, mas perceberam que isso não era possível e que estavam retornando naquele momento da nossa chegada. Após a ida do grupo 4x4, descansamos um pouco, enquanto a equipe de porteadores montavam as barracas e preparavam nosso almoço. Ao lado desse acampamento encontra-se o salto Chirimata, popularmente conhecido como Salto Milênio. Esta pequena cachoeira tem cerca de 3 metros de altura e 30 metros de comprimento com degraus de pedra que formam uma piscina com água escura e temperatura agradável ao corpo. Foi outro convite para um mergulho, pois o sol estava escaldante. Em seguida, almoçamos e cochilamos sentindo o vento vindo do leste em nossos rostos queimados pelo sol. Lá pelos lados do Monte Roraima havia muita chuva e foi impossível visualizá-lo. O Roraima, visto de outro ângulo, continua lindo e majestoso. A Serra do Sol possui é um tepui (montanha em forma de mesa) que possui uma uma elevação de 2150 metros de altitude (http://elevationmap.net/uei-tepui-venezuela?latlngs=(5.0166667,-60.616666699999996) e, ao contrário dos tepuis tradicionais dessa região, não é de porte rochoso, pois é coberta com a mesma característica da vegetação do ambiente ao seu redor e culmina com uma ponta de cúpula semelhante um taipiri ou maloca. Do outro lado da serra, lado brasileiro, vivem os ingaricós e o acesso de não–índios nessa região é restrito. Cercada de lendas e mitos, a Serra do Sol é chamada assim por ser a primeira montanha a receber a luz do Sol ao amanhecer - e realmente foi incrível observar o fenômeno com uma aurora avermelhada iluminando a serra e, em seguida, o sol começar a iluminar os 2810 m do Roraima Tepuy e seu irmão gêmeo Kukenán Tepuy, de 2650 m, ambos cobertos por nuvens, mas que logo cobriram também a Uei. Nosso grupo infelizmente não fez a ascensão à serra por falta de tempo, pois seriam necessários pelos menos mais um ou dois dias para realizarmos esse objetivo. Há relatos de que o caminho é íngreme e atinge-se com segurança até uma altitude de 1805 metros em um tempo de duas horas mais ou menos. Mas, já estamos planejando nossa segunda expedição com tempo suficiente para ascender até onde for possível. No dia seguinte, quinto dia de trilha, mochila nas costas, pausa para as últimas fotos e pé na estrada, digo na trilha. Pouco a pouco nosso pés foram se acostumando com o terreno irregular. Após umas 6 h de percurso mais ou menos, acampamos num local improvisado ao lado do Arabopó, nosso companheiro de trilha, rss. No outro dia seguimos rumo à K Meru pela estrada dos jipeiros. Próximo às montanhas que separam a Venezuela do Brasil, pude observar ao longe os marcos divisórios. Da k meru fizemos o percurso de volta pelo mesmo caminho por onde viemos mas, sem acampar na Morok Meru, como o trecho é mais plano fomos direto acampar na Lue (Rue) Meru, mais próxima de São Camilo. No oitavo e último dia de trekking, o retorno durou cerca de uma e hora e meia. Ao chegar à comunidade degustamos um beiju com pimenta. Logo Juan Pablo chegou para levar uma parte do grupo à Santa Elena e outra parte à Pacaraima. Apesar do desconforto dos calos e das dores no corpo, nossa ousadia vai ficar na memória por muito tempo. Nossos pensamentos pairavam no desejo de voltar a um dos lugares mais míticos e espirituais do planeta para contemplar a imensidão da Gran Sabana e do Canaima a partir do topo da Serra do Sol. A Serra do Sol é mais que o limite entre Brasil x Venezuela e de terra indígena, é símbolo de mitos, lutas e resistências dos povos indígenas. Agradeço à Pacha Mama por nos proteger das intempéries e de nos permitir caminhar pelo seu solo sagrado sem danos físicos e em troca de cuidamos da natureza levando conosco nossos resíduos inorgânicos. E gratidão aos amigos que toparam essa ousada aventura, caminhando rumo ao desconhecido, descobrindo uma natureza de impactante beleza, construindo e aprofundando amizades. Como bem disse Sanderson: "o que era para ser mais uma caminhada, mais um trekking, mal sabia o que me esperava, foi uma agradável surpresa atrás da outra." Rss. Por fim, minha gratidão e amizade a Juan Pablo e sua equipe por nos conduzir sempre aos bons e maravilhosos caminhos. (Contato do Juan Pablo no Facebook: https://www.facebook.com/juanpablo.perez.336?fref=ts). É isso aí galera da mochila. Até a próxima aventura!!!
  11. Que bom. Bem-vindo a Boa Vista. Conheça Uiramutã, no nordeste do Estado. O paraíso das cachoeiras.
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