Uma semana de Amor e Frio em Santiago

Olá pessoal.

Esse é o relato da viagem a Santiago que eu e meu esposo fizemos para comemorar o aniversário de 13 anos de casados. Vou tentar passar essa experiência, juntamente com as mancadas pra quem tiver interesse.

1º Dia

Saímos do Brasil no dia 29 de junho e chegamos em Santiago às 11:30. Sabíamos que estava frio por lá, mas a sensação que sentimos quando saímos do aeroporto era a mesma de estar entrando literalmente numa "fria". Estava frio demais!!!! E o pior era que meu marido deu um vacilo e teve o casaco de frio intenso furtado em Guarulhos e já tínhamos despachado as bagagens. Rolou um pouco de estresse, pois quando chegamos, tivemos que abrir a mala lá no aeroporto mesmo pra procurar outro casaco que "desse conta do frio".

Como a viagem cairia em uma data especial, preferimos reservar um hotel melhor, mas quando chegamos lá, tivemos um certa decepção, pois o hotel estava em reforma e estava sem água quente. Pode uma coisa dessas Pelo menos era central e bem localizado. Infelizmente era feriado de São Pedro, então a cidade estava bem parada. Resolvemos dar uma volta a pé pelos arredores e com mapa na mão, fomos pra Av. Ahumada, pois disseram que o shopping Bella Vista estava aberto. Aproveitamos pra trocar pesos e seguimos para o mercado central. Tudo bem perto. Lá no mercado, comemos no restaurante La Joya del Pacifico. Pedimos côngrio com arroz e fritas. Aproveitei pra esperimentar a cerveja Escudo e gostei bastante. Eu que sou uma apreciadora convicta de cerveja, achei bastante forte, mas gostosa. Lá no mercado mesmo, assistimos de graça uma apresentação de Cueca (dança típica de lá). Depois saímos pelas ruas adjacentes, voltamos pra shopping pra comprar outro casaco pro meu marido, pois a temperatura caíra bastante. Andamos até a Plaza de las armas, entramos na Catedral e ficamos assitindo uma manifestação em homenagem ao padroeiro. Ficamos um tempão por lá tirando fotos e vendo os costumes do povo em geral. Muito interessante. Nem demos conta de quanto tempo ficamos por lá, e quando já estava escurecendo, passamos numa panaderia, compramos suco, empanadas e biscoitos, voltamos pro hotel, que graças a Deus, já tinha água quente e cama!!!!

2º Dia

Acordamos cedo, tomamos café no hotel (café bastante pobre, por sinal) e ficamos esperando a empresa que contratamos no hotel mesmo vir nos buscar pra fazer o city tour. MANCADA: caímos na besteira de contratar a maioria dos passeios na agência de turismo vinculada ao hotel, então acabamos pagando mais caro!!! Que BURRICE , mas valeu a lição. Pelo menos, tivemos a comodidade de ser apanhados e entregues no hotel com todo conforto e pontualidade. A galera é profissa mesmo!!! Pontualidade britânica.

Começamos pelo Palácio La Moneda, Plaza de las Armas (que já tínhamos ido no dia anterior a pé mesmo), Cerro San Cristóbal (lá em cima estava um frio de matar ), Bairro Bellavista e casa de Pablo Neruda, Serro Santa Lucia e Mercado, onde o city tour terminou. Preferimos não almoçar no mercado pra economizar um pouco. Acabamos comendo em um restaurante humilde, mas bem legal na Av. Ahumada e com preços muiiiiiiito melhores. Comemos Churrasco a Lo Pobre, que nada tem a ver com o que entendemos por churrasco aqui no Brasil. Lá, churrasco é um bife beeeeeem fininho com um ovo frito em cima. É vivendo e aprendendo. Demos um passeio pelo Parque Florestal e voltamos pro hotel.

À noite, pegamos o metrô na estação Santa Ana, descemos em Baquedano e trocamos de metrô em direção a Los Leones, para jantar no Restaurante Giratório. Chiquérrimo, romântico, um pouco caro também, mas nada que deixasse a gente "quebrados". A máxima desse restaurante é que ele gira 360º enquanto você saboreia uma deliciosa refeição, então dá pra ver a cidade toda!!!! Adorei tudo.

3º Dia.

Samos para Vina del Mar e Valparaíso às 9:00. Viagem bem tranquilia, pistas ótimas. A van parou no meio do percurso para tirarmos fotos dos parreirais. A paisagem estava com um nevoeiro bem legal, pois estava beeeeem frio. Continuamos a viagem até a entrada de Valparaíso, onde paramos em uma espécie de mirante para tirar mais fotos. Dessa vez do Oceano Pacífico. O dia estava azul e lindo, mas Valpo eu achei bem feia, estranha mesmo. As casas são nas encostas, parece um favelão imenso. As casas são pobres, mas o guia jurou de pés juntos que tudo aquilo e o lixo nos quintais dos casebres são patrimônio da Humanidade. Vai saber...

Fomos conhecer a cidade. Começamos pelo Porto. Demos um bom tempo por lá admirando a vista e olhando as lojinhas de lembrancinhas. Descemos o funicular para a parte baixa da cidade (o funicular está precisando mesmo de uma reforma urgente), para pasear pela Praça da Armada de Chile e suas ruas adjacentes. De lá, seguimos para Vina. Tiramos fotos na praça do relógio, na orla em vários pontos. Seguimos pela orla beirando o Pacífico até chegarmos em um restaurante (que infelizmente esqueci o nome) maravilhoso e comida primorosa. Almoçamos como reis e depois continuamos pela orla a pé, fomos até a beira do mar. A água estava um gelo!!!! Ficamos um pouco por lá tirando onda. Meu marido parecia pinto no lixo!!! Até molhou os pés com tênis e tudo, numa onda traiçoeira, mas ele nem ligou, disse que foi abençoado pela Iemanjá Chilena.

Seguimos para o centro de Vina para conhecer melhor a cidade. Descemos perto do museo Pré Colombiano e tiramos fotos do Moai que tem lá. Passeamos a pé e depois saímos de volta a Santiago. O ruim de ir com agência é que você fica meio limitado, pois o tempo é curto, mas fazer o que? Chegamos bem tarde e bem cansados. Não tivemos coragem de sair à noite, então passamos na mesma panaderia...

4º Dia

Hoje é dia de Portillo. Acordamos cedíssimo e saímos às 8:30, pois a viagem é longa. Dessa vez, vamos com um motorista que ofereceu seus serviços na porta do hotel quando chegamos de Valpo (achamos mais barato do que na agência), mas ele teve que passar em um monte de hotéis pra pegar um monte de gente, a van ficou lotada!!!! Na ida, ele parou onde houve a independência do Chile (difícil foi entender o portunhol arrastado dele) e explicou da forma que pôde, essa parte da história deles.

Já no meio do caminho (rezando para não estar bloqueado), já começamos a tirar fotos da neve e das paisagens deslumbrantes que apareciam após cada curva. Cada paisagem de tirar o fôlego!!!! Ficamos parados um tempão no posto dos carabineros esperando a liberação da pista que estava bloqueada pela neve. Depois de mais ou menos uma hora, tudo certo!!!

Chegando em Portillo, confesso que fiquei meio sem ação. Não sabia o que fazer... fiquei meio aérea devido a beleza do local. Magnífico!! Era a primeira vez que estava vendo tanto gelo de verdade junto, antes só na televisão. Lá tem um lago fascinante e um hotel apenas. Na verdade é só uma estação de esqui e nada mais. Por isso é que eu adorei, pois a imensidão das montanhas cobertas de neve e aquele lago... Memórias inesquecíveis.

Ficamos brincando com a neve um tempão. Nem sei precisar quanto tempo. Fizemos guerra de neve e bonecos também. A essa altura, a galera da van já estava bastante enturmada, então a guerra de neve foi grande. Entrou neve até no meu ouvido!!!

Só uma coisa que lamento neste local é que que o espaço pra quem não vai esquiar é ínfimo. Ficamos limitados ao espaço na frente do hotel apenas. Não pudemos chegar nem perto do lago. Só tiramos fotos e pronto. Uma pena... mas como lá é local de esquiadores e nós mal sabemos andar de patins, acabamos nos conformando em ficar no "espacinho". Principalmente, depois de saber quanto o casal iria gastar pra alugar aquela parafernalha toda pra esquiar, aí, meu amigo não dava mesmo!!!

Almoçamos lá no hotel mesmo. Comemos bem, pois era tipo self service. Depois do almoço, que foi lá pelas 16:00, saímos mais um pouco pra tirar mais fotos e a temperatura tinha caído muiiiiiito mais, mas o céu continuava azul (essa foto do avatar, eu tirei nessa hora). Brincamos mais um pouco por lá e ... caminho de casa. Chegamos tarde no hotel. Eu estava morta de cansaço, mas feliz da vida. Como a barriga estava roncando, preferimos sair a pé mesmo e fomos jantar no shopping Bella Vista. Não sei se estava realmente gostosa, mas pelo tamanho da minha fome, essa foi a melhor lasanha que comi na vida!

5º Dia

Dia livre em Santiago. Depois do café, pegamos o metrô em direção ao Cerro Santa Lucia. Esse foi o dia mais frio em Santiago. Até agora, 2ºC. Lá no Cerro, subimos a pé. É bem elevado e o ar rarefeito dificulta bastante. Tiramos muiiiitas fotos da fonte de Netuno, da frente do castelo, no mirante, etc. O frio era tanto lá em cima, que minhas pernas tremiam sem parar e olha que eu estava com duas calças jeans!!! Na descida, passamos pela feira indígena dos Mapochos e compramos uma flauta esquisita (depois é que eu fiquei sabendo o nome: ocarina). Passamos na feirinha de artesanato em frente ao Cerro e compramos um monte de lembrancinhas. De lá, pegamos o metrô novamente em direção ao Cerro San Cristóbal no Bairro Bellavista. Que bairro aconchegante!!!!!!!! Cheio de bares e restaurantes com suas mesas nas calçadas. Escolhemos um restaurante bem modesto, com preços convidativos e um cheiro de comida bem gostoso. Acho que só entramos lá por causa do cheiro da comida!!! Não nos arrependemos. Pedimos vinho para brindar o nosso aniversário de casamento. Acho que Santiago teria um outro formato, pelo menos para mim, se eu não estivesse bem acompanhada.

Depois do almoço, pegamos o funicular para o Cerro San Cristóbal para ver a virgem. Ficamos um tempão lá em cima admirando a paisagem. Na volta, passamos pelo pátio Bellavista (é um estilo de shopping a céu aberto) e voltamos a pé pelo parque florestal e descobrimos que dava pra voltar para o hotel a pé mesmo. Andamos bastante, mas conhecemos com mais calma o parque florestal, o museu de Belas Artes até chegar no mercado municipal. De lá pro hotel era um pulo.

À noite, jantamos novamente no shopping Bella Vista, pois estávamos bastante cansados.

6º Dia

Dessa vez contratamos um taxista (sem antes chorar bastante o preço) para nos levar a Valle Nevado. A viagem até Farellones foi dura!!!!! Cada curva que embrulhava o estômago, mas valeu a pena.

No caminho, paramos em um supermercado, compramos lanche e perto dali, alugamos botas, calças e um negócio que o pessoal de lá chama de esquibunda. Parece uma prancha, mas é de plastico.

Chegando em Farellones, depois de estômagos embrulhados pelas curvas do caminho, ficamos um pouco decepcionados, pois não havia lugar para descer com o esquibunda. E o dia não ajudou em nada também. Estava bem nublado. Não satisfeitos em ficar novamente em um lugar limitado, começamos a procurar um lugar menos arriscado pra descer com o tal do esquibunda. Na verdade, eu já estava meio PT da vida com aquele trambolho sem serventia. Achamos uma descida bem maneira na frente do Hotel Farellones. Aí, sim!!! Foi bem legal descer. O difícil era subir . Ficamos sozinhos descendo e subindo aquela ribanceira. Me diverti pra valer. Dessa vez, o pinto no lixo era eu. Só não ficamos mais nesse sobe e desce porque o ar lá em cima é bem rarefeito e cansa pra caramba!!!!!!

De lá, continuamos com o taxista (que tinha ficado em um bangalô esperando por nós) até El Colorado. A intensão era ir até Valle Nevado, mas não deu. O caminho estava bloqueado pela neve. Tivemos que nos conformar em ficar em El Colorado mesmo, mas foi legal também. Só que a gente já estava bem cansado do esquibunda (e pensar que eu achei que era um trambolho ). Demos um tempo por lá, tiramos mais fotos e resolvemos tomar um chocolate quente antes de voltar. A volta também foi nauseabunda. Devolvemos o material alugado e o taxista nos levou de volta para o hotel. Mal conseguimos chegar no quarto, pois o chocolate nos deu uma diarréia daquelas.

Diarréia à parte, saímos às 20:30 para um restaurante temático conhecido por Bali Hai. O restaurante em si já era uma atração. Adoramos o lugar, ambiente bem romântico. As apresentações de dança eram inspiradas nos índios da ilha de Páscoa e os dançarinos eram muito bonitos. A comida também era muito gostosa e o vinho... tomei quase a garrafa inteira!!! Fui até convidada para dançar no palco (já estava meio alegrinha mesmo ãã2::'> ). Valeu cada centavo gasto lá.

7º Dia.

Último dia livre em Santiago. Saímos a pé para ver a troca da Guarda no Palácio La Moneda. Pense no frio!!!! Essa troca da guarda é bem famosa por lá e às 10:00 tinha um monte de gente de vários países esperando para ver o "espetáculo". Achei interessante, mas meio piegas. Bandinha de música, pelotões, cavalararia...

Como não tínhamos nada planejado para esse dia, resolvemos voltar ao Bairro Belavista (da próxima vez que for a Santiago, faço questão de me hospedar lá) para conhecer o Zoo e uma feira de artesanato que tem na Calle Pio Nono aos domingos.

No Zoo há muita variedade de bichos por lá, tem de tigres brancos até urso polar. O Zoo não é grande em extensão, mas o espaço é bem planejado, fica bem no Cerro San Cristóbal, então tem que subir e descer o tempo todo. Gostei bastante de ter ido lá, já que fazia um tempão que não ia a um zoológico.

Depois do Zoo, almoçamos em outro restaurante no Bairro Bellavista (o restaurante mais parecia uma boate, tinha até um globo). A comida era boa, mas o outro restaurante do mesmo bairro era bem melhor (aquele da comida cheirosa). Aliás, achei o tempero das comidas chilenas bem gostoso. Não me lembro de ter comido nada ruim por lá (só bebido o famigerado chocolate quente). Como era domingo, a cidade estava bem calma. Ainda era cedo, resolvemos pegar o metrô para conhecer o shopping Arauco em outra parte da cidade. Não valeu a pena ter ido. Na verdade, shopping é tudo igual. Mas como era domingo, não havia outra opção. Ficamos um tempo por lá comprando bobagens e lembrancinhas. Jantamos lá mesmo e voltamos para o hotel. Afinal, a volta para casa seria no dia seguinte e bem cedinho!!!!!!!!

Adoramos ter conhecido essa cidade, ficou muito além das expectativas. Sem falar do povo carinhoso e receptivo que encontramos por lá. Um dia voltaremos pra fazer tudo de novo!!!!!!

Bem, é isso. Até a próxima.

Rosiane ...parabens pela viagem e pelo relato ! ambos mto bons !

Estou planejando algo semelhante e queria fazer umas perguntinhas

Que época do ano você foi?

Quantos graus chegou a pegar de frio?

O aluguel do eqpto de ski quanto era ?

Obrigado !!!

Oiee Roseane,

Adorei o seu relato, principalmente a dicas dos bons restaurantes. Quando fui, planejei ir a esses , mas nao fui em nenhum ...kkkkkkkkkkk

Em relação a skiar no chile, tive a mesma dificuldade que vc, não fui a Portillo, mas no valle nevado. E o problema foi o mesmo, não espaço para ficarmos.. é bem espremido.... Se lê o meu relato, vc verá as mancadas que eu dei.. até atropelar gente eu fiz... kkkkkkkk

Diferente de voce, eu aluguei equipamentos.. mas se eu soubesse da dificuldade que era para fazer aquilo, e sem estruturam, não tinha me aventurado...

Beijão

Oiee Roseane,

 

Adorei o seu relato, principalmente a dicas dos bons restaurantes. Quando fui, planejei ir a esses , mas nao fui em nenhum ...kkkkkkkkkkk

Em relação a skiar no chile, tive a mesma dificuldade que vc, não fui a Portillo, mas no valle nevado. E o problema foi o mesmo, não espaço para ficarmos.. é bem espremido.... Se lê o meu relato, vc verá as mancadas que eu dei.. até atropelar gente eu fiz... kkkkkkkk

Diferente de voce, eu aluguei equipamentos.. mas se eu soubesse da dificuldade que era para fazer aquilo, e sem estruturam, não tinha me aventurado...

 

Beijão

Valeu Érika.

Realmente, lá em Farellones (que foi onde ficamos mais tempo) não tinha lugar para eskibundar. Mas foi bom assim mesmo. Deu pra gente se divertir bastante.

Beijos e fico feliz que tenha gostado do relato.