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Dicas e fotos de viagem - Norte da Argentina e Deserto do Atacama (9110Km)


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Olá a todos. Me chamo Seleno e juntamente com minha esposa, Melissa, resolvemos estreiar o asfalto da América do Sul neste ano de 2011.

Vamos colocar algumas fotos, assim como o roteiro, para quem quiser se programar a visitar essa maravilha que é o Deserto do Atacama. Quem quiser visitar o Blog Planisferio http://www.blogplanisferio.com irá ver todas as fotos dos 18 dias de viagem, assim como os detalhes de cada trecho percorrido.

Aqui vai o link da página de preparativos que devem ser seguidos pra quem quer entrar em território estrangeiro na América do Sul: http://www.blogplanisferio.com/2011/01/programacao-deserto-do-atacama.html

 

Dias 1 e 2 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/dia-1-sao-paulo-maringa-634km.html

Saímos de São Paulo e fomos dormir em Maringá, cidade natal de Melissa. Ótima estratégia, pois assim economizamos no hotel.

No segundo dia, percorremos 434Km até Foz do Iguaçu, onde ficamos dois dias para aproveitar as belezas do Parque Nacional do Iguaçú (pela BR-396). Dica, se pegarem promoção, dá perfeitamente pra ficar no Hotel das Cataratas.

O Hotel é o único que fica dentro do parque, e de manhã cedo não há turistas de fora: você pode caminhar perfeitamente sozinho ao lados das cataratas.

 

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Dia 3 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/terceiro-dia-parque-nacional-do-iguacu.html

No terceiro dia de manhã arrumamos nossas tralhas fotográficas e fomos rumo à Trilha das Cataratas, que por sinal fica a poucos metros da entrada do hotel. É um passeio e 1200m na encosta e que termina nas passarelas bem embaixo das cachoeiras. Bem do canto é possível ver muito bem a Garganta do Diabo. Dizem que do lado argentino a visão é melhor (mas só da garganta). Você sai todo ensopado e tem que tomar cuidado pra não molhar (muito) a câmera!. Porque usar essas capas de chuva é coisa pra turista japonês, pensamos nós.

 

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O passeio do Macuco Safári é obrigatório pra quem chegou pela primeira vez em Foz. Preço salgado (R$140,00 por pessoa), mas você chega bem perto das corredeiras. Muito seguro também.

 

Para comemorar nossos 2 anos de casados fomos jantar em um restaurante argentino em Puerto Iguazu, chamado La Rueda. Sensacional! Carne saborosa e vinho bom, e o melhor: barato! Após uma busca incessante de gasolina no lado argentino, que havia acabado em todos os postos da cidade e só seria reposta no dia seguinte a noite, voltamos para Foz para abastecer, e descobrir que nosso pneu estava furado... Mas borracheiro só no outro dia...

 

Dia 4 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/deserto-do-atacama-dia-4-foz-do-iguacu.html

O quarto dia percorrido foi de Foz de Iguaçu a Resistencia, na Argentina (696Km). A travessia da fronteira foi feita sem muitas complicações. A única demora foi em razão da necessidade de preencher o Cartão de Ingresso, sem o qual provavelmente teríamos muitas dor de cabeça na divisa com o Chile. Logo nos primeiros 100Km fomos parados três vezes pela Policia Rodoviaria. Até agora nada de propina, todos foram muito simpáticos, mas um deles pediu inclusive para abrir as malas (estávamos muito perto da fronteira com o Paraguai).

A estrada de Puerto Iguazu a Posadas é tranqüila, com asfalto de razoável qualidade, contando que estamos em uma parte pobre da Argentina. A região de Missiones é responsável pela maior produção de erva mate do país, e podemos ver várias fábricas da erva ao longo da estrada, além de madeira. As cidades são simples, muito parecidas com cidades de beira de estrada do interior do Brasil. Quem necessitar de instalações sanitárias e comedores um pouco mais sofisticados, melhor esperar pra mais adiante... A única exceção é o vilarejo de Jardim America, que possui dois comedores mais arrumadinhos (pena que ainda era 11:30h). Os pedágios são simples e baratos (cerca de $ 2,10). Nada comparado com o absurdo das estradas do Brasil.

Posadas é uma cidade simplesmente horrível, sem opções para comer. Situação difícil do interior da Argentina.

 

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No fim do dia chegamos à cidade de Resistencia, a qual optamos para dormir pois estava já do outro lado do rio que banha a cidade de Corrientes. Aliás, Corrientes parece mesmo uma cidade portuária, mas Resistencia é um pouco mais arrumada, apesar de não ter muitos atrativos. Conseguimos um hotel três estrelas muito simples (Hotel Covadonga), com um café da manhã muito simples também e um preço não tão simples ($300).

 

Dia 5 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/deserto-do-atacama-dia-5-resistencia.html

De Resistencia a Salta (840Km). Ao sairmos de Resistencia logo cedo pegamos a Ruta Nacional 16 (RN16), que vai até a RN9, num trajeto bem longo. Conforme já havíamos sido avisados, não tem muito que fazer senão olhar para os retões do Chaco e torcer para que apareça uma curvinha... Muitos insetos e pássaros se chocando com o carro durante metade do trajeto. A paisagem às vezes é bonita, mas depois passa a ser um pouco monótona. Para quem pega fácil no sono quando dirige, sugerimos revezar com o colega.

Os Postos de Servicios foram de certa forma fartos. Nos primeiros 300Km abastecemos duas vezes (Pres. Roque Sans Peña e Pampa del Infierno) por precaução, mas depois andamos mais uns 300Km para o segundo abastecimento (El Quebrachal). Definitivamente carro com pouca autonomia não anda muito bem aqui, uma vez que o grande problema não é o numero de postos, mas sim a disponibilidade de nafta, que muitas vezes falta. Cartão de crédito nem pensar: só aceitam dinheiro mesmo! O preço é mais caro que na cidade grande, cerca de $5,00 - o Super - (o que de qualquer forma dá menos de R$2,00).

No geral a estrada é razoável. Há várias áreas de desnivelamento e rachaduras do asfalto, mas é entre Joaquín Victor Gonzalez até El Galpon que fica o pior trecho: muitos buracos e pista sem nenhuma sinalização.

 

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Ao fim da RN16, entramos à direita na RN9 (pista dupla, bem asfaltada, velocidade máxima de 110Km/h) e seguimos direto até Salta (mais 120Km). O mais impressionante é que depois de rodarmos tanto não fomos parados por nenhum guarda rodoviário para cobrar a tão falada propina. Achamos que na verdade eles aguardam a época de verão, quando mais turistas vêm para a região para atacar os seus bolsos.

Salta é uma cidade no pé das montanhas, com altitude de 1200m. Não fazia frio no momento, mas também não chegou a arder de calor. Paramos no Hotel Altoparque, o mais bem aparentado de todos os hotéis do guia.

Jantar com empanadas, lomo asado, pollo, salada mista, uma Quilmes de 1l, tudo por $112,00 (R$43,70). Tudo em um restaurante ao lado do hotel (La Rinconada).

 

Dia 6 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/deserto-do-atacama-dia-6-arredores-de.html

Arredores de Salta e Cafayate. Saímos logo cedo do hotel rumo a Cafayate, através da Ruta 68. A estrada está em boas condições e tudo realmente é muito lindo.

Inicialmente pegamos uma parte plana, ainda urbana, com vários povoados. Nos últimos 50 Km da estrada passamos por um vale cercado de formações rochosas muito diferentes de qualquer coisa que já tenhamos visto (Quebrada de Cafayate ou Quebrada de Las Conchas).

Todas as formas rochosas inusitadas (como La Garganta del Diabo, Los Castillos, El Obelisco, El Anfiteatro, El Sapo) tem placas com sinalização. Realmente é surpreendente e maravilhoso. O lugar lembra um deserto e as pedras tem uma coloração avermelhada (que muda um pouco o tom dependendo da hora do dia).

 

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Dia 7 http://www.blogplanisferio.com/2011/04/deserto-do-atacama-dia-7-salta-san.html

Travessia dos Andes (Salta a San Pedro de Atacama - 597Km). Fazia muito frio quando saímos de Salta, com direito a neblina intensa, porém não era nada comparada ao que nos esperava. Optamos pelas RA 9, 34 e 66 até San Salvador de Jujuy, onde fizemos uma pequena parada para abastecimento.

A estrada é boa, bem sinalizada, porém quase toda de pista simples, o que se torna um aborrecimento em termos de ultrapassagem. Lembrar que deve-se usar faróis baixos durante o dia nas estradas tanto da Argentina quanto do Chile. Este caminho em direção a Salta é preferível à RA 9 (rumo norte) pelo fato de esta ser muito tortuosa e extremamente suscetível à neblina. Uma pena não termos nos programado para passar um tempo em Jujuy, pois a cidade é muito bonita e limpa (pelo menos por fora).

Até Jujuy é possível observar uma quantidade razoável de estación de servicios, porém a partir daí, existe uma placa indicando que o próximo posto seria a 120Km, em Purmamarca.

 

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Seguindo pela RA 52 chegamos a um dos pontos mais altos da travessia, a 4170m acima do nível do mar. Há um marco de pedra onde tiramos fotos para recordação. Nesse ponto o ar fica mais rarefeito e nos começa a dar um pouco de fraqueza, mal estar e batimentos cardíacos acelerados. Não chegamos a manifestar o Mal de Altura ou Soroche, mas deu pra incomodar um pouco.

Próxima visão espetacular deu-se ainda nas alturas quando avistamos entre duas montanhas uma longa faixa branca formando uma extensa planície: as Salinas Grandes. Nele há uma extensa atividade extratora de sal, além de muitos turistas que param pra ver de perto (e provar, no nosso caso) essa grande massa de sal. A planície é muito extensa e a imensidão nos deixa maravilhados, com seus mais de 12.000ha (uns 35 x 50 Km), a 3350m acima do nível do mar.

 

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Próxima parada: Susques. Ao chegarmos nesse quase inóspito e empoeirado povoado a 3896m de altitude, vemos a placa de posto de gasolina, mas ao chegar lá, o frentista muito amigável - pra não dizer o contrário - e com um sotaque ininteligível de boliviano, nos informou que só haveria nafta a 6Km. Depois de 10Km viemos perceber que ele havia dito "cem", e não "seis" quilômetros. Bem, tínhamos ainda que percorrer 110Km até fronteira e mais 160Km de lá até San Pedro de Atacama. Com meio tanque, tínhamos que rezar pra não ter que dormir no deserto.

Logo após sairmos de Susques começamos a percorrer o restante da RN 52 rumo ao Paso Internacional de Jama. Apesar de não ter sido considerada uma das estradas mais bonitas do planeta, segundo o site Cars Route, podemos, por experiência própria, trocar a Estrada de Los Caracoles pela nossa rota de hoje.

A paisagem começa a se tornar cada vez mais extensa e desoladora, com o deserto inundando a vista, sendo somente cortado de longe por picos nevados da Cordilheira do Andes, que se aproximam cada vez mais. Estamos a quase 4000m de altitude, e se nós não chegamos a experimentar o legítimo soroche, podemos dizer que o carro sim. Nessas condições de ar rarefeito, o carro tem dificuldade para se desenvolver nas subidas, dando trancos na passagem das marchas. No plano ou descida nenhum problema.

 

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Para nossa surpresa, ao chegar ao Paso de Jama, avistamos uma bela paisagem de um posto da YPF, recém inaugurado. Possui banheiros limpos, café, bebidas, Wi-Fi e o mais importante de tudo: nafta.

 

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Enchemos o tanque, a barriga (já eram 15h) e seguimos até a aduana argentina para registro de saída. A passagem pela fronteira Argentina-Chile dá-se a cerca de 4300m de altitude. Mas aduana chilena só em San Pedro...

 

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Assim que passamos a fronteira, entramos na Ruta B-241 (mais conhecida como RN27) e na Reserva Nacional de Los Flamencos. Nesse ponto a vastidão do deserto entorpece a vista. Montanhas, desertos, céu de brigadeiro. Chegamos a um ponto da estrada com neve, inclusive (uns 8⁰C).

 

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O primeiro setor da reserva compreende o Salar de Tara e o Salar de Aguas Calientes. O Salar de Tara só é acessível por meio de um caminho pouco trafegável, próprio para carros 4x4 e cuja entrada a partir da estrada não é nada evidente. Quem tiver sorte pode se adentrar em uma trilha de terra. Poucas empresas fazem esse tour a partir de San Pedro. Uma pena, pois não pudemos desfrutar de sua beleza. O Salar de Aguas Calientes, entretanto, é visível da estrada e nos dá uma impressionante vista de uma mistura de cores.

 

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Mais adiante continuando pela RN27 vemos à direita duas montanhas imponentes, os vulcões Licancabur (5916m) e Juriques (com uma cratera de 1,5Km de extensão), ambos fazendo divisa com a Bolívia. Nessa época do ano (abril) não vemos seus cumes totalmente cobertos de neve, o que não tira suas belezas. O Licancabur é especialmente visto de San Pedro e de quase toda a extensão do Salar de Atacama.

 

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Logo após o Licancabur, iniciamos uma descida vertiginosa em direção à cidade de San Pedro de Atacama. Fica localizada no extremidade norte do Salar de Atacama, o terceiro maior salar do mundo, entre a Cordilheira dos Andes (a leste) e a Cordilheira de Domeyko (à oeste). A descida é tão longa que existem diversas zonas de escape para caminhões (esperamos que nunca precisem ser usados). Nesse ponto descemos para 2400m de altitude, com subida de temperatura de 8 para 20⁰C. Um deserto!!!

 

A aduana chilena estava tranquila, pois acabara de atender um ônibus inteiro e estava vazia. Alguns blogs informaram que era preciso se desfazer de alimentos perecíveis, mas não precisamos jogar fora biscoitos e alfajores. O que não pode entrar no Chile são frutas frescas, mel, carne e derivados de leite.

 

A primeira aparência de San Pedro é ruim, pois entramos em um ponto bem periférico e pobre da cidade, mas logo depois vemos que o a infraestrutura é muito boa, com muitos hotéis, bares, restaurantes, etc. Muitos turistas de todos os cantos do mundo povoam as ruas de terra e empoeiradas, causando uma impressão contrastante por estar em uma região tão árida do planeta. O ar é muito seco e à noite faz frio muito rapidamente.

 

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A Igreja de San Pedro de Atacama é um lindo atrativo turístico para que chega na cidade. Construída no séc XVI, foi reformada em várias datas ao longo dos tempos, e construída em adobe.

 

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Dia 8 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-8.html

San Pedro de Atacama, Laguna Chaxa, Lagunas Miñisque e Miscanti.

No mesmo dia em que chegamos a San Pedro fomos procurar uma agência para excursões nos pontos turísticos da redondezas. Existem várias delas disponíveis ao longo da Calle Caracoles e optamos por uma de esquina, chamada Atacama Connection, mas depois de alguns dias vimos que estava longe de ser uma das melhores. Outras agências como Desert Adventure, Vulcano Expediciones e Expediciones Corvatsch têm aparência boa e vimos oferecer um bom serviço aos clientes, mas não temos experiência própria para recomendá-las.

Aqui vai um aviso: alguns passeios podem ser feitos tranquilamente por quem tem carro, como o Valle de La Luna, Valle de La Muerte, Termas de Puritama e passeios no Salar de Atacama (Launa Chaxa, Laguna Cejar, p. ex). Para ir até as Lagunas Miñisques e Miscanti e o Salar de Tara, por ser um trajeto de terra e muito longe de San Pedro, é recomendado que aqueles que nunca foram ou não tenham um GPS com mapa do terreno vão de guia por agência. Para os Gêisers de El Tatio vale a mesma coisa, com a ressalva que dirigir de madrugada a temperaturas negativas não está pra qualquer brasileiro. Entretanto, as excursões são um saco, pois você tem que se espremer em um carro apertado durante umas duas horas, e fazer os horários dos guias, que nem sempre coincidem com o melhor horário para se desfrutar a paisagem.

Logo de manhã cedo, às 6:30h, fomos apanhados no hotel pela van da excursão. Faz muito frio aqui nas primeiras horas do dia, beirando os 4 a 5⁰C, e para completar, eles usam um fuso horário igual ao de Brasília, apesar de estar no mesmo meridiano que o Estado do Acre. Resultado: o Sol começa a nascer somente às 7:30h e o frio só passa depois das 10h da manhã.

Nesse clima muito frio fomos em direção ao Salar do Atacama. O Salar do Atacama, visto de cima, é algo extraordinário: uma grande planície cinzenta de extensão máxima de 120km (de norte a sul) e uns 40Km de largura (leste a oeste). Quem olha para o salar acha que é fácil chegar de um ponto ao outro, mas os caminhos são intermináveis e se consegue enxergar facilmente as montanhas que se encontram a 40, 50 ou ate a 80 Km de distância.

Nosso guia nos levou pela RN23 até uma entrada para um setor do salar chamado Laguna Chaxa, um pequeno lago de alga salgada onde crescem líquens e dos quais varias espécies de flamingos rosados se alimentam. Paga-se $3000 para a entrada. A temperatura no raiar do sol é muito baixa, mas nesse horario é possivel ver a beleza dos pássaros e da luz queimando as montanhas logo cedo.

 

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Após passar pela comunidade de Sorcaire, pegamos uma estrada de terra batida muito irregular que, seguindo adiante, nos levaria ao Passo de Sico, outra fonteira com a Argentina, mas então pegamos outra estrada em direção às lagunas atiplânicas Miscanti e Miñisque. Ambas possuem uma extraordinária cor azul-marinho e são habitadas por pássaros. Conforme dissemos anteriormente, não vale a pena pegar um carro próprio para vir, mesmo sendo 4x4, uma vez que as estradas são de terra, sem muita sinalizacao e confusas. Paga-se $2000 para entrada.

 

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Na volta passamos pelo vilarejo de Toconao, de cerca de 1000 habitantes, com algunas vendas de artesanato e um campanário do seculo XVI. Chegamos na hora do intervalo escolar, onde tivemos a oprtunidade de interagir com alguns colegiais.

 

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À noite fomos dar uma passeada na Plaza Central, em frente a Iglesia de San Pedro de Atacama. Fomos novamente deliciarmos com outro pisco sour, mais uma cerveja fabricada na patagônia chilena (Cerveza Austral) e uma pizza, tudo no restaurante Casa de Piedra. Mas o melhor pisco ainda ficou com o da noite anterior...

 

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Dia 9 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-9.html

Valle de La Muerte, Pukara de Quitor, Laguna Cejar, Laguna Tebinquiche . Pegamos o carro e fomos em direção ao Valle de la Muerte, atração mais próxima de San Pedro de Atacama (4Km), localizada logo na saída da cidade em direção a Calama. O vale tem um visual aterrorizador, pois nele não cresce nenhum tipo de vida, animal ou vegetal. Provavelmente somente bactérias que se alimentam de pedras... Mas o visual é impressionante. Tem mais ou menos 2Km de extensão com uma variedade de vales, rochas e dunas, onde muitos turistas vão praticar sandboard.

 

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À tarde fomos pra um outro passeio diretamente no Salar de Atacama. É impressionante como existe tanta coisa diferente nessa imensidão. O problema é chegar até as atrações passando de carro pelo meio do salar, o que faz o carro chacoalhar muito. Primeira parada pela Laguna Cejar. Fica a uns 20Km de San Pedro, no meio do Salar de Atacama, com chegada através da RN23 e de várias estradas confusas e chacoalhantes. A laguna possui uma elevadíssima quantidade de sal, o que faz com que nossos corpos flutuem sem o mínimo esforço. O passeio se torna muito mais bonito se feito no fim da tarde.

 

 

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Próxima parada: Ojos del salar - duas escavações feitas por uma antiga mineradora, procurando petróleo. Acharam água salgada! Possuem formato arredondado e são fundas. O pessoal gosta mesmo é de pular pra ser fotografado. Não nos arriscamos…

 

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Por último uma parada na Laguna Tebiquinche, um pedaço do salar realmente branco. Aproveitando a beleza do pôr do sol e da Cordilheira dos Andes, foi possível tirar ótimas fotografias.

 

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Dia 10 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-10.html

Geisers Del Tatio. Hoje foi dia de acordar cedo. Acordamos às 3:30h, mas a operadora só veio nos pegar às 4:50h da madrugada. Os Gêisers de El Tatio são um programa imperdível para quem está no Atacama, mas requer boa vontade para acordar cedo e encarar o frio.

O trajeto de 94Km a norte de San Pedro de Atacama é basicamente de estrada de terra, e à noite não é possível ver qual o caminho a ser tomado, fato que sugere aos motoristas de primeira viagem – nós – que venham através de operadora de turismo. Muitos cruzamentos e intersecções sem placas. Se ainda assim quiser vir por conta própria, recomendamos seguir os inúmeros carros, vans e ônibus que iluminam a estrada a cada madrugada. Alguns trechos são muito arenosos, e passamos inclusive por cima de um riacho, então sugerimos carros 4x4.

Deve-se chegar cedo pois é nas primeiras horas do dia em que a atividade de erupção é mais intensa, além de ser possível observar os efeitos da mudança de cores à medida em que as horas da manhã passam. A atividade dos gêisers termina por volta das 10h, quando a temperatura do ar ambiente aumenta e a condensação diminui.

 

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Em El Tatio há também piscinas naturais de água quente onde muitos turistas aproveitam para tomar o primeiro (e muitas vezes o único) banho do dia. Não tivemos muita vontade de nos juntar àquela multidão e fomos apenas aquecer nossos pés. Muito frio pra tirar a roupa e depois pra colocar: não valia a pena. Quem quiser arriscar, não pode esquecer de levar toalha e uma muda de roupa, além de água, pois faz sede.

 

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No retorno passamos ao lado de um povoado muito pitoresco, chamado Machuca. Presume-se que, tirando os turistas que param para ver, habitam nele somente sete pessoas (isso mesmo, sete!). A igreja é de adobe, construída em 1923.

 

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Na volta paramos para apreciar um brejo (que eles chamaram de rio), mas que tinha uma excelente visão de picos nevados.

 

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À tarde, descansar e dormir pra recuperar o sono da marugada. À noite: barzinhos, comida e bebida… Recomendamos dar uma saída da Calle Caracoles. Em uma de suas travessas (Tocopilla, 423) encontramos o Restobar e Club del Vino Etnico, restaurante pequeno e alternativo pela metade do preço da rua principal. Vale muito a pena.

 

Dia 11 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-11.html

Valle de la Muerte, Valle de la Luna. Após o café fomos ao centro da cidade e alugamos 2 bikes ($4000 por 6 horas). Fizemos novamente o trajeto ate o Valle de la Muerte, pela rodovia que vai até Calama.

 

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No final da tarde pegamos o carro para o Valle de la Luna. O vale é outra atração imperdível, pois revela talvez a parte mais árida dos arredores de San Pedro de Atacama, além de várias estruturas interessantes formadas por muitos anos de erosão, e de um belo pôr-do-sol.

Fomos então até a parte mais distante do parque, onde é possível admirar uma formação rochosa chamada de “Tres Marias”.

 

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Paramos em um estacionamento e fomos caminhando até a Grand Duna, uma formação admirável pela sua localização e superfície, com um estreito caminho em seu topo. A subida pela areia é cansativa, mas vale a pena.

 

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Jantar de despedida no restaurante La Estaka. Dormir cedo, que no outro dia vamos ao Pacífico.

 

Dia 12 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-12.html

San Pedro de Atacama a La Serena (1201Km). Horário de saída após café no hotel programado para 7:15h. Ainda estava escuro quando pegamos a RN 23, rodovia que liga San Pedro de Atacama a Calama. Estrada em ótimo estado de conservação, sem pedágios, porém chegamos a atingir 2⁰C no topo da Cordilheira de Domeyko. Não chegamos a entrar em Calama, pois a rodovia a circunda. Continuamos pela RN 25. Nada de posto de gasolina (lembrar que nosso último abastecimento foi no Paso de Jama, fronteira Argentina/Chile). Conseguimos abastecer em um posto Copel a meio caminho de Antofagasta, no trevo entre as RN25 e RN5.

 

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A 75 Km ao sul de Antofagasta, à esquerda da RN5 encontra-se uma escultura feita de pedra chamada "Mão do Deserto". Vale a pena uma foto de recordação.

 

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Quando achamos que chegaríamos ao litoral, percebemos que seria ilusão, pois permanecemos a uma certa altitude, no meio do deserto e cercados de cidades fantasmas, mineradoras, povoados cinza-poeira e uma desolação interminável. Nada de posto de gasolina. Fomos abastecer em um povoado no meio do deserto chamado Rio Verde. Fizemos o almoço em uma posada onde param pra comer os caminhoneiros. Tudo saiu $8.000, um terço do preço de San Pedro.

Só fomos achar resquícios de alguma vegetação cerca de 750km depois de San Pedro. Realmente o trajeto na Província de Antofagasta e na Região de Atacama é triste. Não há atrativos e sequer uma cidade mais estruturada. O litoral norte é desértico com algumas áreas propensas a tsunami. Não merece ser visitado. Serve apenas de passagem entre o centro do Chile e o Atacama. Avistamos o Oceano Pacífico quando chegamos na cidade de Chañaral, mas o aspecto da cidade não é muito agradável, pois serve basicamente como habitação de mineradores.

 

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Chegamos a La Serena às 20h, mortos de cansado. Hotel Club La Serena muito bom, em frente ao Pacífico, com um ótimo restaurante e café da manhã. Jantar no hotel conpensou: dois peixes muito bons e vinho branco no ponto. Muito frio: fazia uns 9⁰C.

 

Dia 13 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-13.html

La Serena a Viña del Mar (428Km). Saímos de La Serena após o café da manhã, com direito a uma passada em um supermercado no centro para levar produtos locais, ou seja, chocolate, biscoito e vinho, muito vinho. Realmente vale a pena! Uma garrafa de tinto de boa qualidade custa mais ou menos R$10! Uma pena não ter ficado um pouco mais de tempo na cidade, pois apresenta uma arquitetura preservada do início do século XX. É bem movimentada e limpa.

 

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Fomos então ao nosso proximo destino: Viña del Mar. A estrada RN5 esta em ótima qualidade, bem cuidada, sinalizada, de pista dupla e muito povoada (com vários postos de gasolina e restaurantes). O visual também é impressionante, e na maior parte do tempo permanecemos à beira-mar, com praias de todos os tipos, muitas ondas, poucas ondas, balneários, desertas, etc... O grande problema são os pedágios, um a cada 60Km, mais ou menos. Pelo menos o preço não é tão salgado quanto das estradas do Sul e Sudeste do Brasil. Pegamos, por fim, a RN 60 ao nível de La Calera. Mais pedágios até chegarmos ao destino final.

 

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Aproveitamos o final da tarde para caminhar e tirar fotos, o pôr-do-sol foi incrível...

 

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Dia 14 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-14.html

Viña del Mar a Mendoza (440Km). Aproveitamos a paisagem à beira-mar e encaramos uma corridinha no frio (8⁰C), congelando nossas orelhas. Check-out no hotel e fomos rumo sul até a cidade de Valparaiso, subindo as ladeiras estreitas até a La Sebastiana. Esta é uma das casas de Pablo Neruda, com cinco andares cheio de excentricidades, labiríntica e recheada de bugigangas. Custa $5000 por pessoa, com guia de áudio explicando o passeio. Gastamos mais ou menos meia hora.

 

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Seguimos novamente em direção à cordilheira. Até Los Andes (onde almoçamos peixe em um restaurante bem familiar, no centro da cidade) a estrada (RN60) é dupla, com vários pedágios. Esses pedágios rumo à fronteira são mais caros que os demais ($2800). A partir de Los Andes a estrada torna-se de mão única, não tão conservada, e com mais movimento, que não sabemos se sempre é assim ou se era devido à véspera do feriado (sexta-feira santa).

 

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Vimos os Andes de aproximarem cada vez mais, impondo uma aparência aterrorizadora para quem se predispõe a subi-lo. Iniciamos então uma subida de 670m pela estrada chamada de Los Caracoles, numa verdadeira serpente de asfalto cravada na rocha composta por 28 curvas sucessivas. O topo de Los Caracoles fica a 2890m de altitude e lá faz muito frio, principalmente com o cair do Sol. Como não fazia muita neve nos topos das montanhas, não tinha uma aparência muito bonita, mas sim impressionante. Como a estrada é de mão única, havia muitos caminhões sofrendo para subir e outros loucos caminhoneiros ultrapassando pela contramão na curva fechada. Insano!

 

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Passando o túnel, chegamos à aduana chilena, e nela deve-se registrar somente quem faz a travessia Argentina para o Chile (tem que descer do carro e entrar nas casinhas em busca dos guichês). A segunda parada é em uma guarita, onde o guarda pergunta quantas pessoas viajam e entrega os papéis de imigraçãp para preenchermos. Antes da segunda aduana fizemos uma parada no Parque do Aconcágua, que é uma coisa inpressionante. Fizemos uma caminhada de 45min até um ponto de avistamento do pico, tudo muito lindo e muito frio (em torno de 2⁰C). A visita é praticamente obrigatória para quem está de carro. Infelizmente estava nublado e não pudemos ver o cume da montanha por completo.

 

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A passagem pela aduana de volta à Argentina foi um parto. Detalhes da estupidez chileno-argentina escrevemos com detalhes no blog. Quem nunca passou e deseja passar de carro próprio por lá deve ler.

Descemos o Vale do Aconcágua pela RA7 à noite, no frio e com muitas curvas, chegando em Mendoza as 23h. Uma pena, pois a perdemos uma bela vista.

Hotel Villagio bem localizado, bem no centro. Jantar à meia-noite com bife de chorizo duro e batatas fritas nojentas em um restaurante das redondezas. Mas o vinho argentino e o dulce de leche estavam ótimos!

 

Dia 15 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dia-15.html

Depois da epopéia na travessia andina acordamos mais tarde. Tiramos a manhã para andar pelas vinícolas, mas como era sexta-feira santa a maioria estava fechada. Conseguimos somente entrar na Bodega La Rural, que tem um museu com palestras para os visitantes, e na Trapiche. Claro, comprando vinho do produtor…

 

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No final da tarde fomos até o parque da cidade (Parque General San Martin) para a corridinha do dia. O parque é enorme, e estava lotado de mendocinos.

 

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À noite fomos jantar no Florentino Bistro (Rua Montevideo | Montevideo 675). Melhor refeição dos últimos dias. E a sobremesa com dulce de leche vale a pena!

 

Dias 16, 17 e 18 http://www.blogplanisferio.com/2011/05/atacama-2011-dias-16-17-e-18.html

 

Mendoza a Uruguaiana (1373Km). A vontade de voltar para o Brasil é tanta que decidimos pular uma cidade da volta. Acordamos às 4:30h rumo a Uruguaiana. Pegamos a RA7 até Vila Mercedes, seguindo pela RA8 até a cidade de Vila Maria, onde continuamos pela RA158 até San Francisco. Estradas cheias de caminhões e grandes planícies, com retões que lembram o Chaco. O trânsito chega a ser chato em algumas cidades das província de Córdoba, devido ao grande número de fazendas. Cuidado com os policiais da Gendarmeira, pois eles costumas fazer muitas paradas em cada entrada ou saída de cidade, mínima que possa ser.

Muito difícil achar algum restaurante nessa região. Parece que a recessão faz todo mundo comer mesmo em casa. Decidimos parar na cidade de San Francisco, onde tudo estava fechado. Encontramos por milagre um restaurante aberto chamado La Pulperia de Juan (Colon 28), onde provavelmente vão os gran-finos da cidade. Até que enfim pudemos lembrar a carne de Salta. Muito bom mesmo.

Seguimos pela RA 19 em direção a Santa Fe, atravessamos o túnel rumo a Parana e em seguida pegamos os retões da Província de Entre Rios pelas RA 127 e RA 14 até Paso de Los Libres. A estrada é pouco sinalizada e pouco movimentada, em geral. Algumas reformas em cruzamentos fazem o trânsito ficar confuso. Eis que pegamos um caminho errado e resolvemos fazer um retorno no meio da pista. Quem encontramos? Um policial na espreita para flagar quem fizesse o retorno óbvio. Pediu documentos e falou que tínhamos feito conversão irregular, mas que para evitar transtornos com a multa, poderíamos fazer uma contribuição para a Gendarmeira. Dei $20 com todo o prazer! Já estavamos voltando para o Brasil mesmo e nada poderia tirar a alegria da viagem naquele ponto.

 

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Chegando em Paso de Los Libres, aproveitamos para dar ao nosso valente carro a última refeição boa e barata que ele teria por um longo tempo: a gasolina argentina. Atravessamos a aduana cumprindo os trâmites de imigração, carimbando nosso passaporte pela quarta vez. Como é bom ouvir português de novo!

 

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Uruguaiana a Balneário Camboriú (1159Km). Uma vez entrando no Brasil, tudo se torna mais conhecido, mesmo nunca tendo pisado no extremo sudoeste do RS. Saímos cedo, às 5h da madrugada, o que nos permitiu assistir ao amanhecer na estrada fria. Fomos rumo a Porto Alegre pela BR 290 e de lá até o litoral do RS, onde seguimos pela BR 101.

Todos voltavam do litoral de SC em direção a Curitiba e Porto Alegre, o que felizmente era contrário ao nosso sentido. A BR 101 está bastante complicada, pois existem muitos trechos já duplicados, porém outros ainda em construção inicial, o que dificulta muito o trânsito em todo o litoral.

 

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Entramos em Torres-RS para almoço. Restaurante Anzol (de frutos do mar, claro), ao lado do rio da cidade.

 

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Mas enfim, chegamos a Balneário Camboriú e fomos imediatamente nos hospedar em um ótimo local: o apartamento do irmão da Melissa.

Jantar de despedida em um sofisticado restaurante de culinária oriental: Taj Bar. Preço é salgadíssimo, mas domingo todos o cardápio de sushi e sashimi tem 50% de desconto. Vale a pena mesmo.

 

Balneário Camboriú a São Paulo (635Km). Neste último dia acordamos não tão cedo, mas às 9:20h seguimos rumo à nossa casa. O trajeto pela BR 101 foi sem imprevistos, principalmente por se tratar de uma segunda-feira. Pegamos a Régis Bittencourt e aos poucos fomos sentindo a realidade da cidade grande nos envolver.

 

Mas as lembranças dessa viagem inesquecível nunca vão nos abandonar. Foram 9.111 Km de estradas sensacionais e deslumbrantes visuais.

 

Gastos de gasolina e roteiro final (9.111 Km)

 

Para finalizar a viagem, resolvemos publicar os gastos de combustível e um gráfico com o preço da gasolina em cada posto. Totalizamos 29 abastecimentos, gastando 913 litros de gasolina, com um intervalo médio de 313 Km entre cada abastecimento, e com um gasto total de R$2245,34.

 

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Os valores menores do gráfico correspondem aos preços praticados na Argentina, os valores intermediários, ao do Chile, e os valores maiores (é claro), aos do Brasil.

 

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Até a próxima!

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  • 3 meses depois...
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Seleno, primeiramente parabéns pela viagem e pelo blog / relato. Está muito interessante, cheio de informações úteis para quem pensa nesta viagem.

 

Acabei encontrando seu blog no meio dos preparativos para a mesma viagem que irei fazer com minha namorada, por coincidência traçamos o mesmo roteiro que o seu.

 

A única dúvida que temos se refere às acomodações. Você fez as reservas em hotéis/albergues no Brasil, ou em cada cidade que chegava procurava um lugar para ficar?

 

Iremos fazer a viagem em janeiro, e queríamos ficar um pouco livres de datas, mas estamos com um pouco de receio de chegar em alguma cidade e não encontrar acomodações, ou de gastar muito tempo neste procedimento, e acabar deixando de fazer o principal.

 

Como vc fez, e o que vc sugere?

 

Obrigado!

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Seleno, primeiramente parabéns pela viagem e pelo blog / relato. Está muito interessante, cheio de informações úteis para quem pensa nesta viagem.

 

Acabei encontrando seu blog no meio dos preparativos para a mesma viagem que irei fazer com minha namorada, por coincidência traçamos o mesmo roteiro que o seu.

 

A única dúvida que temos se refere às acomodações. Você fez as reservas em hotéis/albergues no Brasil, ou em cada cidade que chegava procurava um lugar para ficar?

 

Iremos fazer a viagem em janeiro, e queríamos ficar um pouco livres de datas, mas estamos com um pouco de receio de chegar em alguma cidade e não encontrar acomodações, ou de gastar muito tempo neste procedimento, e acabar deixando de fazer o principal.

 

Como vc fez, e o que vc sugere?

 

Obrigado!

 

Tiago, fico muito feliz que você tenha escolhido conhecer o Atacama de carro. Não vai se arrepender!

 

Acho que o principal de tudo é a programação. Acho que vale a pena ter uns mapas da Argentina e do Chile, e se possível, também o GPS. Como vocês não terão muitos problemas com tempo, sugiro, para que vcs aproveitem bem a viagem, não andar mais de 800Km por dia.

 

Isso corresponde a mais hotéis e mais despesas. Mera ilusão: o valor do peso argentino e do chileno são muito bons para nós que trocamos pelo Real.

Nós fizemos reservas somente em Foz (Hotel das Cataratas, promoção, metade do preço), San Pedro de Atacama (base pra conhecer as atrações do deserto, necessário muito reservar, mesmo porque é concorridíssimo, desde os albergues até os hotéis mais chiques) e Mendoza (pois é um ponto muito turístico, e estávamos próximo da páscoa).

 

Isso quer dizer que, além de San Pedro, não vejo nenhuma necessidade de reserva. O turismo na Argentina e Chile não estão lá aquelas coisas, e vc definitivamente não terá problemas de arranjar vagas em hotéis. Sugiro levar alguns guias e usar inclusive o TripAdvisor, pois são muito úteis hoje em dia achar alguma coisa que não seja muito ruim.

 

Agora, se vc quiser pelo menos um pouco de conforto, procure não dormir em cidades muito pequenas. Nessa parte da Argentina e do Chile, você não encontrará grandes atrações. Mesmo em cidades um pouco maiores, o serviço deixa um pouco a desejar, pelo preço que se paga.

 

Antes da travessia dos Andes, durma em Salta ou em Jujuy. Dica: durma em Salta, explore a região e depois durma em Jujuy e explore o norte, antes da travessia. A travessia requer um dia inteiro. Acho que a melhor cidade pra dormir assim que você chega na Argentina é Resistencia. Corrientes tem uma cara de cidade mais acabada, portuária. Mas foi apenas impressão, podemos estar errados.

 

Depois de San Pedro, existe umas cidades antes de La Serena que podem ser usadas para passar a noite. Antofagasta é litorânea, mas um pouco fora de mão. Copiapó é uma cidade comercial, mas muito bem arrumada, com muita infra-estrutura. Mas La Serena é no litoral... (apesar de ter certeza de que vc não vai querer trocar o Atlântico pelo Pacífico).

 

Depois de Viña del Mar, a próxima parada mesmo é Mendoza. Mesmo porque a travessia é bastante demorada. Depois de Mendoza, o retorno até Uruguaiana poderá ter uma parada antes em Santa Fe ou em Parana.

 

Vá fundo e ótima viagem.

 

Não esqueça de deixar o seu relato.

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Valeu Seleno! Já fiz algumas reservas, em Foz e em SP Atacama. Como tenho mais alguns dias do que o roteiro que vc fez, na volta vou voltar mais por baixo e

passar por Buenos Aires também.

 

Quanto aos mapas da Argentina e do Chile, tem algum que vc recomenda, ou que não recomenda?

 

A viagem vai durar todo o mês de Janeiro, com certeza depois passo meu relato aqui!

 

Abs

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