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3 meses e meio no Sudeste Asiático


Perez

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Oi gente! Acompanho esse site há algum tempo mas só agora me animei de escrever. Vou dar alguns detalhes sobre minha viagem.

 

Fui sozinho (só viajo sozinho) para o Sudeste Asiático e é uma viagem em que vale a pena ter tempo pra aproveitar e conhecer bem.

 

Resumo: 4 noites em HK, 3 semanas na Malásia, 3 semanas na Tailândia, 2 semanas no Laos, 3 semanas no Camboja e mais uma semana na Tailândia. Mais ou menos isso (não sei se a conta bate!). Parti em fevereiro de 2012.

 

Sou carioca e comprei um bilhete Rio-Hong Kong-Rio (escala em Heathrow) da British Airways por 2.300 reais - aprox 1000 euros na época. Uma barganha! É a coisa mais cara que você vai comprar em toda sua viagem. Talvez eu tenha gastado menos do que isso em todo o resto!

 

Cheguei em HK sem reserva em nenhum hotel mas sabia bem pra onde deveria ir: Chunking Mansions, em Tsim Sha Tsui, Kowloon. Dá pra ir de ônibus (A21). É um prédio gigante com um shopping nos pavimentos inferiores e várias guesthouses, restaurantes e só Deus sabe o que mais nos outros andares. Pra quem é do Rio, seria como ficar hospedado no Edificio Avenida Central! Os locais consideram Chunking Mansions nada menos do que uma favela, mas me pareceu bem seguro e MUITO bem localizado. Fiquei hospedado no 'Apple Hostel' e paguei 200HKD (uns 50 reais) por um quartinho pequeno, limpo e confortável, com internet e banheiro no corredor. Outra opção, um pouco melhor, é se hospedar no YMCA, também em Tsim Sha Tsui.

 

HK é uma cidade cara! mas dá pra encontrar comida barata, o transporte é público super-eficiente e tem bastante coisa pra fazer (tem até praia!). Pegue um Octopus Card logo no aeroporto, com ele você paga as passagens e ainda pode fazer compras de pequeno valor em quase todos os lugares e vending machines. Não deixe de ver o show de luzes dos arranha-céus de HK, o museu de arte, o Buda sentado gigante, templos budistas chineses, o mercado noturno e um passeio no bonde.

 

Brasileiros não precisam de visto para HK.

 

* * *

 

De HK voei para Kuala Lumpur, capital da Malásia. Peguei um voo barato da AirAsia, a companhia low-cost asiática. Em KL, fiquei hospedado no Backpackers Travellers Inn, próximo a estação Pasar Seni de LRT e perto da Chinatown de lá chamada de Jalan Petaling. Dormitório de 8 camas misto por 12 Ringgit (R$7) por noite. Era limpo o suficiente e um ótimo lugar para conhecer outros viajantes e fazer amigos, especialmente no bar do terraço.

KL é uma cidade enorme que poderia ser brasileira! É tudo bastante barato. Não deixe de visitar Batu Caves, um templo hindu construido numa caverna enorme, com uma estátua dourada gigante na frente, os jardins e o Museu de Arte Islâmica (IMPERDÍVEL!). Vale a pena conhecer as famosas Petronas Towers, ou KLCC. Mas não achei que valia a pena pagar pra subir. A KL Tower, é mais interessante: mais barata, não tem limite de tempo, a vista é melhor etc. Compre o ingresso pra KL Tower no hostel mesmo - não me pergunte por que mas é mais barato do que comprar no local.

 

De KL fui a Malacca (ou Melaka). Peguei um ônibus comum mas bem confortável. Não posso recomendar o lugar que fiquei, Eastern Heritage, um hostel vazio, distante e sem graça (mas bem barato). Não deixe de conhecer "A Famosa", uma fortaleza portuguesa do século 15, a igreja, chinatown, templos hindus, chineses e mesquitas.

 

De malacca fui a KL só por uma noite e daí parti pra Tanah Rata, nas Cameron Highlands. É uma cidadezinha nas montanhas, boa pra se fazer trilhas. Faz frio, ao contrário do resto do país! Fiquei num lugar chamado Daniels Lodge ou Kahns Lodge (2 nomes pro mesmo lugar). Dormitório compartilhado, por RM12. Faça uma boa trilha, e visite as plantações de chá.

 

A próxima parada foi Perhentian Islands. Fique na ilha pequenha (Kecil). É o paraíso na terra!! Fui com um serviço oferecido pelo hostel, valeu a pena pela comodidade.

É uma ilha, não tem caixas eletrônicos, então saque seu dinheiro antes de chegar. E é tudo um pouco mais caro, afinal é uma ilha.

Mas tivemos sorte (eu e o pessoal da van/lancha que nos levou a ilha) e fiquei num resort que nem estava aberto ainda. Como éramos 6, o dono decidiu abrir só pra gente. Saiu bem barato. Minha cama estava a 5 passos da praia - a melhor que já vi! aluguei um snorkel e nadei com cardumes de milhões de peixes, tartarugas, tubarões e tudo mais. Inesquecível.

 

Brasileiros não precisam de visto para Malásia.

 

Em tempo: Malásia é um país islâmico! Israelenses não podem entrar e não acho que seja bom ter um carimbo de Israel no passaporte. Bebidas alcóolicas são permitidas mas bem caras.

 

* * *

 

De KL voei para Bangcoc, novamente pela AirAsia. Fui do aeroporto até o hostel usando o SkyTrain. Fiquei os 4 primeiros dias no Saphai-Pae hostel, que era excelente mas bem caro. Depois fui de van (as vans saem da praça onde está o Victory Monument) até a Kanchanaburi, onde está a famosa (ou infame) ponte sobre o rio Kwai. Fiquei no BlueStar guesthouse. Excelente lugar! Visite a ponte, o Museu da Guerra (uma coleção meio bizarra), Hellfire pass e o parque nacional Erawan. Passe uma noite no parque, vale a pena acordar cedo no parque e aproveitar as cachoeiras sem as hordas de turistas pela manhã. Voltei para BKK.

 

De volta a BKK, fiquei em um hostel coreano chamado DDM. Bom, razoavelmente limpo e barato (140 bath em dormitório de 8 camas). Eu era o único não coreano no lugar mas como eu já tinha ido à Coreia e sabia falar algumas palavras, quebrei o gelo e fiz varias amizades lá. Recomendo, fica perto da Rambutri Rd. e de KhaoSan Rd.

Não deixe de ver o Palácio Real (vá bem vestido), o templo do Buda deitado (Wat Pho), Wat Arun, Chinatown... Para compras: Chatuchak market nos fins de semana, e MBK mall. Tem mais pra fazer, de vida noturna, ping-pong show etc, mas não consigo pensar agora.

 

Em KhaoSan Rd ainda tem uma opção muito barata para dormir: Mama´s guesthouse (o ponto de referencia é o bar de reaggae que pegou fogo) por 100 bath por noite. Não há nada mais barato do que isso.

 

Logo aprendi a usar os ônibus locais. Cuidado com os pequenos golpes, os tuktuks não são confiáveis, entrei em um apenas uma vez. Os taxis são toyotas corolas mais baratos e confortáveis mas peça para ligar o taxímetro!

 

De BKK fui a Chiang Mai, norte do país, de trem. Uma amiga comprou os bilhetes então não sei bem onde comprar, mas não foram baratos. Mas os trens são limpos e confortáveis! Dividi o quarto com minha amiga no Royal guesthouse. Foi básico e barato (150B pra nós dois) e tinha uma piscina (por isso escolhemos o lugar) mas nem a usamos! Little Bird guesthouse tem uma reputação melhor.

Alugue uma scooter e vá ver o templo Doi Suthep, domingo também tem o mercado na parte central das muralhas da cidade. Bons preços.

 

Depois fomos a Pai, uma cidadezinha hippie e muito interessante. Fomos de van e a estrada é infernal! O asfalto é de boa qualidade mas na subida da montanha todos ficam enjoados! Fiquei em um bangalô chamado Pai Country Hut por 100B. Bom, bonito e barato, cruzando a ponte de bambu. Alugue uma scooter e conheça cachoeiras, santuário de elefantes e passear de motinha pela estrada é bem legal! na cidade vale a pena conhecer a casa de chá Good Life.

 

Depois minha amiga foi para India e eu segui para o Laos. Por comodidade, fui a agência AYA Travel e comprei o Long Boat para Luang Prabang por 1700 baht.

 

* * *

 

O long boat pro Laos é como uma viagem de barca. Uma van da agência te deixa na fronteira em chiang khong / huoxai. A imigração é rápida mas o "visa on arrival" custa 30USD (+1USD se for fim de semana). São 2 dias na barca, parando para dormir em uma vila no Laos. Só gringos a bordo, nenhum local. Atenção: os caixas eletrônicos não estavam aceitando meu cartão no Laos! Usei dólares que tinha guardado (meu dinheiro de emergência) e fazia "cash advance" no banco, com taxa de 3 ou 5%.

 

Chegando em Luang Prabang, são poucas as opções de dormitórios compartilhados mas descobri um bom e relativamente barato perto da "ponte velha" (Old Bridge). Meunena (Meunna?) backpackers'! A cidade é linda mas bem calma. Vale a pena conhecer as cachoeiras, Pak Ou caves, o palácio real, alugar uma bicicleta e passear aproveitando a atmosfera da cidade. E existem também 2 opções de vida noturna: um bar hippie-chic bem legal, e o boliche - o único lugar que fica aberto depois das 23 horas!

 

De LP peguei uma van oferecida pelo hostel para Vang Vieng. Existem ônibus, mas as vans te pegam no hostel, são mais confortáveis e custam o mesmo, então vale pela comodidade. VV é uma cidadezinha que foi bonita um dia e hoje é motivo de polêmica! O lugar inteiro é uma night, ou balada, 24horas. Eu detesto night então passei pouco tempo lá. Muitos turistas bêbados e/ou de ressaca a qualquer hora do dia. Mas aluguei uma bicicleta e fui ver as cavernas e os lagos subterrâneos maravilhosos! Recomendo se hospedar no Banana Bangalows, do outro lado do rio. Seu próprio bangalo por 30000kip.

 

Vientiane, a capital do Laos é uma cidade bem agradável. Pequena, nem parece ser a capital de um país! Me hospedei no Douang Deuane 2 (DD2), um lugar limpo mas não muito barato e sem internet. Mas tem wifi gratis no escritório de turismo da cidade. Novamente aluguei uma bike para conhecer tudo e caminhei bastante. Não deixe de ir ao Buddha Park, um jardim repleto de estátuas de Buda. Pegue o onibus #14 (6000K) no terminal. A entrada é 5000K (com camera é +3000!).

 

Embarquei em um ônibus noturno (muito confortável) para Pakse, onde passei apenas uma noite, e de lá segui para Tat Lo, no platô Bolaven. Tat Lo é o nome de uma cachoeira e a "cidade" é só uma rua. Paguei barato por um bangalô. Apesar de tranquilo até demais, dá pra passar semanas nesse lugar. Não perca o banho de elefantes no fim da tarde, as cachoeiras e passe a noite toda no restaurante Mama Pap´s: a vila toda se encontra aí, as porções são enormes e baratas. De Tat Lo, voltei a Pakse e embarquei em um ônibus para o Camboja. Por ter ido a Tat Lo, decidi pular as 4000 Ilhas.

 

* * *

 

Nota: O Camboja tem a própria moeda, o Rial, mas na prática tudo é em dólar americano. Os caixas eletrônicos são em dólar.

 

Cheguei em Pnom Penh na calada da noite e logo fui cercado por tuktuks querendo me levar pra algum hostel... mas os evitei e fui andando em direção ao rio. Acabei ficando uma noite em um lugar meio caro por uma noite. Mas depois achei um quarto com banheiro e excelente ducha no Happy Eleven (ou Happy 11) por 4USD. Também posso recomendar o Okay Guesthouse e o Lazy Geko, todos na mesma rua. Mais ao norte, outra opção é o Nomads, cujo dono é um inglês que vive lá há décadas e sabe tudo sobre o país. Não pague mais de 3 dólares por uma corrida de tuktuk na cidade.

Conheça o Palácio Real, o belíssimo Museu Nacional, a orla do rio mekong e dê uns tiros de AK47 no shooting range (isso não fiz mas creio ser uma oportunidade única). E você não pode sair sem visitar a prisão Toul Sleng S-21 e os campos de morte ("killing fields") que são uma triste lembrança do apocalipse que arrasou o país nos anos 70.

 

Depois fui a Kep, uma cidadezinha no litoral. Tirando o interessante mercado de peixes, não recomendo a visita. Como alternativa, vá a Kampot. Fiquei uma noite só e parti para Sihanoukville.

 

Em Sihanoukville me hospedei no Monkey Republic, em Serendipity Beach. A opção mais barata é dormir no Utopia por 1 dólar! Mas é como dormir em uma night. Não gostei da cidade: muitos turistas bêbados, prostitutas, praia maio suja... Talvez Otres Beach seja melhor.

Mas na praia você pode comer um churrasco de frutos do mar completo por 3USD e cerveja por 50 cents! Delicioso.

Minha recomendação é: não perca seu tempo em Sihanoukville e compre logo seu ticket para Koh Rong, uma ilha paradisíaca na costa. Areia branca e fina, água cristalina, com planctons que brilham a noite e luz elétrica racionada. Dividi uma bangalô de 20USD com mais 3 amigos e assim ficou mais barato. Mas se estiver sozinho, recomendo o AKA guesthouse.

 

Próxima parada: Siem Reap! É a cidade onde estão os templos Angkor. Comparáveis às Pirâmides do Egito ou à Muralha da China, os templos são simplesmente sensacionais. O passe entrada custa 20USD por 1 dia, 40USD por três ou 120USD por 7 dias (creio eu). Comprei o passe de 1 dia, pra mim foi suficiente mas depende de cada um. Outro templo que não se poe perder é Beng Maelea, a 70km de distância. Custa 5USD e é uma experiência incrível, nada está restaurado e você se sente no filme do Indiana Jones.

Me hospedei no Garden Village Guesthouse (#434 steng thmey village, svaydangkum commune). Eles tem camas por 1 dólar, mas resolvi esbanjar e paguei 3 para ter meu próprio quarto. Limpo, decente e divertidíssimo. O calor é forte então beba muita água e visite os hotéis mais caros: comprando uma cerveja você pode cair na piscina!

 

De Siem Reap, voltei a Bangcoc.

 

* * *

 

Na minha última semana, deicidi ir ao sul da Tailândia e conhecer alguma praia/ilha. Acabei em Krabi e de lá fui a Tonsai Beach.

 

Tonsai Beach é uma praia meio escondida e uma Meca para escalada em rocha. Escaladores do mundo todo vão pra esse lugar praticar o esporte. Eu, como ex-escalador, gostei do clima entre todos os que estavam ali, locais e turistas mas não escalei nada. O lugar é lindo! Paguei 100 baht pelo meu próprio bangalô no meio do mato. Talvez devesse ter pago um pouco mais e evitado ter que matar um escorpião e perseguir uma barata de 15cm que escapou. Não tem muita coisa pra fazer a não ser a praia e escalar e é perfeito para relaxar. Mas não deixe de comer no Mama´s Chicken, um frango na brasa muito bom!

 

Depois voltei a BKK, HK e finalmente voltei pra casa.

 

* * *

 

Considerações finais:

- Fui sozinho mas ao longo da viagem fiz muito amigos e foram raras as ocasiões me que realmente estive só.

- Barganhe em tudo que for comprar!

- Não senti nenhum perigo de violência, mas olho vivo: existem dezenas de pequenos golpes que se aplicam sobre os turistas.

- Tenha o cartão internacional de vacinação de febre amarela com seu passaporte. Parece que também que tem malária por lá mas não me preocupei com isso.

- Não fiquei doente nenhuma vez, e comi bastante coisa das ruas.

- Tenho amigos em Kuala Lumpur e fiz coisas que não saberia dizer nome nem lugar (me levaram de carro) então não escrevi aqui.

- Espero não ter esquecido nada!

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Valeu pelo relato! Ficou ótimo, com informações detalhadas e atualizadas! Estou esperando o seu relato sobre a China, hein!

 

Parto do Rio dia 31 de outubro e, após 10 dias na Turquia (um longo lay-over! hehehe), chego em Beijing dia 12 de novembro. Fico na China 20 dias, retornando dia 2 de dezembro. Um relato como esse acima seria muuito útil (sem pressão, hehehehe!!)

 

Abraços,

Luiz

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