O lado triste da história de um mochileiro sozinho

Viajar é luz, é raio estrela e luar, certo? claro que sim! hahaha
Quando você viaja ou simplesmente some por uns tempos, é normal se preocuparem com você, certo? e se isso não acontecesse, você se importaria? hoje você se importa com aqueles que se importam com você? bem, esse é um relato de uma pessoa que não recebe muito afeto e por isso pode parecer meio depressivo.
Vivo fazendo minhas molecagens pela vida sei lá desde quando, desde criança já passava essa “moral” de ser independente, meus pais nunca precisaram dizer que era perigoso atravessar a rua, que eu devia tomar cuidado com estranhos e que alguns de meus amigos eram más influencias, afinal, apesar da pouca idade eu já tinha muita noção das coisas (inclusive de coisas que eu nem devia ter, um bom exemplo é a parte elétrica da minha primeira casa, eu fazia a manutenção pra ganhar um trocado minimo da minha mãe e por não gostar de estranhos dentro da minha casa, mas seguimos a historia) com toda essa “audácia”, aos poucos todos ao meu redor perceberam que eu não precisava de ajuda, de mimos, de esclarecimentos sobre coisas simples da vida, pois em qualquer questão que eu entrasse, sairia tão fácil quanto. A vida então passou e essas mesmas pessoas foram desligando o sentimento de afeto e cuidado por aquela pessoa que “não precisava” de nada disso. Os anos continuaram e comecei a sentir o impacto do que antes era uma gloria, mas agora só é um vazio, uma angustia e porque não uma dor?!
ao mesmo tempo em que elogiam, pensam na minha “frieza” e “desgarro” da vida, mas não imaginam o quanto isso consome por dentro e o quanto eu me arrependo de não ter sido mais uma criança inocente sobre as maldades da vida e as batalhas diárias, pois nesse momento só penso em como eu queria voltar no tempo e deixar que meus pais fizessem tudo o que pais geralmente fariam, mas ao mesmo tempo penso que se houvesse uma volta eu não faria nada diferente, pois a vida não me permitiu e talvez hoje estivesse morto ou louco.
Bem, hoje estou aqui sozinho e pensando em quantas vezes eu sai em mais uma viagem linda, divertida e até emocionante, mas quando ancorei no meu porto, não tinha nenhuma bela dama ou se-quer um velho amigo a minha espera para me abraçar, perguntar ‘como foi a viagem?’ e me acompanhar numa bela conversa cinematográfica até sumir ao fundo da tela dando aquela impressão de que ficou tudo bem, mas a vida não é assim, tenho certeza que não sou o único mochileiro com essa dor no peito, alguns até decidiram partir pra não voltar mais! enfim, se você leu até aqui, meu conselho é: Ame, cuide, viva e sinta! faça isso com aquela pessoa que você gosta, mesmo que ela pareça fria as vezes, mas não tenha medo de perguntar qual o sentimento dela, aquele lá no fundo, sabe?!
A solidão é uma das piores dores (depois da dor de dente, é claro), então não deixe que sintam isso e faça suas escolhas desde cedo pensando no que pode acontecer graças a isso no futuro, pois graças a minha “independência” prematura, hoje sofro demais!
Abraço a todos!

A foto (da home) que traz até este post é de Riccardo Bresciani (Sob Licença Creative Commons).

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